Sinopse: Pérola vive com a mãe e um irmão menor adotivo. Seu grande sonho é ser reconhecida como chef e enquanto seu desejo não se torna realidade, a moça trabalha como animadora de festas infantis e sous chef (o segundo no comando de uma cozinha) em um restaurante na Zona Sul do Rio.
As comédia convencionais brasileiras fazem parte de uma realidade plástica em que alguns gostam de achar, onde é tudo colorido e tudo é quase perfeito. Digo quase, pois o protagonista(a) precisa ser alguém que vai em busca de um desafio, nem que para isso acabe levando diversos tombos pelo caminho. "Uma Pitada de Sorte" (2022) é aquele tipico filme sobre a busca pela superação, mas tudo moldado com um humor convencional que nos faz quase rir, pois a comédia politicamente correta aqui se apresenta como dominante e fazendo com que os seus realizadores não se esforcem muito e tão pouco se ariscam.
Dirigido por Pedro Antonio, o filme conta a história de Pérola (Fabiana Karla), uma animadora de festa infantil que sonha em se tornar uma chef renomada. Para isso, ela trabalha paralelamente em um restaurante na Zona Sul do Rio. Quando é aprovada para ser auxiliar de um famoso chef em um programa de televisão, sua vida enfim começa a mudar.
A premissa parece que foi retirada de alguma animação da Pixar ou Disney, pois todos os ingredientes já conhecidos pelos cinéfilos estão lá: o protagonista tem um sonho, ele alcança mas não era exatamente o que ele queria e gerando assim um conflito entre si e com aqueles em sua volta. Já viu esse filme né?
Não que "Uma Pitada de Sorte" seja dispensável como um todo, pois Fabiana Karla nos surpreende com a sua habilidade de falar diversas palavras em poucos minutos em meio a situações que realmente descarrilham para a sua personagem. Não deixa de ser hilário, por exemplo, quando ela surge no estúdio em que ela vai trabalhar como galinha, ou quando ela desabafa com a mãe de uma forma peculiar e sendo vista por diversas crianças inocentes em uma apresentação infantil. São nestes momentos que nós simpatizamos com a personagem, fazendo com que a gente torça por ela mesmo que lá no fundo a gente já saiba que tudo terminará de forma bem colorida.
Mas é exatamente esse o maior problema, pois o filme possui uma previsibilidade acentuada, ao ponto que lá pela metade da história já sabemos como a história irá se encerrar e não nos surpreendendo em nada, nem no humor e tão pouco em momentos dramáticos que acabam se tornando estranhos no ninho. O resultado do filme como um todo só nos faz sentir mais saudade de Paulo Gustado dentro do gênero comédia brasileira e da qual, se continuar assim, continuará bastante sonambula.
"Uma Pitada de Sorte" é apenas um passatempo colorido da comédia brasileira, porém, será facilmente esquecida depois de degustada.
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