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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Cine Especial: ‘O Dragão Vive - Glauber Rocha 80 anos’ - Parte 1


Nos dias 09 e 10 de março eu estarei na Cinemateca Capitólio Petrobras, onde participarei do curso “O Dragão Vive - Glauber Rocha 80 anos”, criado pelo Cine Um e ministrado pelo jornalista Lennon Macedo. Abaixo confira as principais obras primas desse grande gênio do nosso cinema.  

‘Deus e o Diabo na Terra do Sol’ (1964)  

Sinopse: Manuel (Geraldo Del Rey) é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes (Mílton Roda) e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa (Yoná Magalhães). O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva), que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual.

Um dos filmes mais representativos do cinema novo, conseguindo pela maioria dos críticos como o melhor filme de Glauber Rocha. Vigorosos momentos de drama, aventura e poesia, comentados pelas músicas de Heitor Villa Lobos e Sergio Ricardo. Atenção para o magistral desempenho de Othon Bastos, como o cangaceiro Corisco, um dos remanescentes de Lampião. Sempre quando surge em cena, suas palavras falam por si, como quando batiza Manuel de Satanás.  

Curiosidade: Foi rodado nos municípios de Monte Santo, Feira de Santana, Salvador, Canché e Canudos, todos no estado da Bahia. - Foi lançado no Rio de Janeiro em 10 de julho de 1964, nos cinemas Caruso, Ópera e Bruni-Flamengo. 

‘O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro’ (1969) 

Sinopse: Quando um matador de cangaceiros é contratado para exterminar um bando e descobre nos criminosos um idealista que o faz rever seus conceitos de vida. 

Sequência oficial de “Deus e o Diabo na terra do Sol”, o filme é uma desconcertante mistura de oporá, macumba, mas principalmente faroeste. O filme é trajado com aquela roupa típica do western: a seca do Nordeste brasileiro constituída de homens duros e impiedosos. Não é nenhuma surpresa ver isso, até mesmo porque o western americano desencadeou muitas afluentes abraçadas por vários países distintos; o Brasil abraçou o cangaço mergulhado na pobreza.  Prêmio de melhor direção no festival de Cannes em 1969. 


TERRA EM TRANSE (1967) 

Sinopse: O senador Porfírio Diaz (Paulo Autran) detesta seu povo e pretende tornar-se imperador de Eldorado, um país localizado na América do Sul. Porém existem diversos homens que querem este poder, que resolvem enfrentá-lo. 

Tido para alguns, como a obra prima de Glauber, o filme pode ter envelhecido para outros, mas não há como negar sua coragem histórica, pois o filme foi lançado em pleno período da ditadura e a trama nada mais era que uma crítica disfarçada daquele tempo. Considerado clássico do Cinema Novo e vencedor do prêmio da crítica em Cannes, é de difícil entendimento para quem não esteja habituado com a integridade linguagem do diretor. 

Curiosidade: Em abril de 1967 o filme foi proibido em todo território nacional, por ser considerado subversivo e irreverente com a Igreja. Depois foi liberado, com a condição de que se desse um nome ao padre interpretado por Jofre Soares. 

Mais informações sobre o curso clique aqui. 


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