Sinopse: Uma ciborgue é descoberta por um cientista. Ela não tem memórias de sua criação, mas possui grande conhecimento de artes marciais.
Embora já tenha franquias mais do que estabelecidas, isso graças aos filmes baseados em HQ, Hollywood nunca está satisfeita e sempre procura novas fontes para gerar lucro. Mas se as adaptações de vídeo games são sofríveis, as adaptações de animação/manga até que tem rendido alguns frutos, como no caso do maravilhoso, porém, ignorado "Speed Racer" (2008). "Alita: Anjo de Combate" merece atenção pelo seu conteúdo e visual incrível, mesmo não sendo 100% fiel a sua fonte original.
Produzido por James Cameron e dirigido por Robert Rodriguez, a trama se passa em um futuro bem distante, onde os poucos afortunados vivem em uma cidade de poucos recursos enquanto os de boa fortuna vivem na última cidade das nuvens. Nesse cenário, Dr. Ido (Christoph Waltz), de "Bastardos Inglórios" (2009), especialista em robótica, acha em um lixeiro os restos de uma cyborg. No laboratório ele da vida a ela, dando o nome de Alita (Rosa Salazar) de Maze Runner: Cura Mortal (2018) e aos poucos ela começa a lembrar sobre quem ela foi um dia.
Embora a trama se passe no ano de 2563, os produtores não se preocupam muito em tentar explicar para aqueles que assistem como a humanidade chegou aquele ponto. Tudo que se sabe é que houve uma grande guerra e culminando numa divisão de classes da qual é vista na tela. Se por um lado falta informação, do outro, os realizadores foram sabeis ao dar espaço para melhor desenvolvimento na apresentação da personagem principal.
Aliás, o início do filme é um verdadeiro deleite, já que nos identificamos com a personagem principal, da qual acorda naquele cenário novo e fica tentando descobrir qual é o seu verdadeiro lugar no mundo. Embora ela seja um ser artificial é também a personagem mais humana de toda a trama e isso se deve muito a boa atuação de Salazar em cena. Aliás, é surpreendente o seu visual, criado com a mesma tecnologia criada para a realização de "Avatar"(2009), mas transmitindo muito mais humanidade em seu belo olhar.
Mas como eu disse acima, as origens daquele universo são pouco exploradas na trama. Há uma questão política, social e dramática traçada pelo material original, da qual possui toda uma temática cyberpunk nipônico, que dela já havia nascido obras como “Akira” (1988) e Ghost in the Shell (1995), mas que aqui é suavizado pela visão conjunta de Rodriguez e Cameron e que acaba servindo mais para a elaboração das sequencias de combate. Contudo, o que difere das últimas tentativas desse tipo de material oriental para ocidental é que ele realmente possui um lado emocional genuíno, o que não aconteceu muito com a versão americana de “Ghost in the Shell” (2017) que se tornou um fracasso.
Porém, o filme irá agradar também aqueles que desejam curtir uma ação vertiginosa, embora ela se encontre mais da metade para o final da trama. Antes disso há uma apresentação da personagem, onde ela transita entre o mundo atual em que ela vive com as lembranças de uma outra vida. Isso acaba se tornando um material farto para explorar ainda mais a personagem.
É aí que, infelizmente, se encontra o lado mais negativo do filme, já que os seus realizadores estão mais dispostos em explorar as origens e as questões existenciais da protagonista em eventuais continuações do que concluir todas elas já aqui. Assim como no recente "Escape Room", "Alita: Anjo de Combate" nasceu como um produto cinematográfico para gerar lucro, mesmo ela possuindo todas as qualidades possíveis durante a sua realização. Infelizmente os engravatados de Hollywood se esqueceram de fazerem filmes únicos e sempre se preocupando mais em gerar lucros para os próximos anos.
"Alita: Anjo de Combate" é uma bela e aventuresca ficção feita de coração, mas que chega em uma época em que Hollywood somente se movimenta para alcançar os seus objetivos.
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