Nos dias 06 e 07 de
Outubro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre participando do
curso Sonho Cinema e Psicanálise, criado pelo Cine Um e ministrado pelo
psicanalista Leonardo Della Pasqua. Enquanto os dias da atividade não chegam por
aqui eu irei falar um pouco sobre os seis filmes que serão analisados na
atividade.
CORALINE:
E O MUNDO SECRETO (2009)
Sinopse: Entediada em
sua nova casa, Caroline Jones (Dakota Fanning) um dia encontra uma porta
secreta. Através dela tem acesso a uma outra versão de sua própria vida, a qual
aparentemente é bem parecida com a que leva. A diferença é que neste outro lado
tudo parece ser melhor, inclusive as pessoas com quem convive. Caroline se
empolga com a descoberta, mas logo descobre que há algo de errado quando seus
pais alternativos tentam aprisioná-la neste novo mundo.
Tenho boas lembranças
de Coraline, pois afinal de contas, foi o primeiro filme em 3D que eu assisti
no cinema. Aliás, Coraline demonstrou ser um ótimo exemplo, de como usar essa
ferramenta de uma forma certeira, pois no filme ela somente soltava aos nossos
olhos, quando a protagonista adentrava em outra realidade. O filme também me
pegou numa época em que ainda estava conhecendo o universo de Neil Gaiman pelos
quadrinhos, pois eu ainda estava lendo a série Sandman que estava sendo relançada
naquela época. Do pouco que eu conhecia, já era o suficiente para ficar
encantando com o universo do escritor inglês e Coraline é o mais bem sucedido
filme para o cinema ao transpor na tela toda essa magia de grande conteúdo.
Claro que esse sucesso
muito se deve ao fato de Coraline ser uma história concebida ao público mais
jovem, mas todos os ingredientes de Gaiman estão lá, desde as outras
realidades, aos gatos no mínimo misteriosos. Tudo isso, muito bem orquestrado
pelo cineasta Henry Selick que, embora tenha ficado um pouco eclipsado pela
visão autoral de Tim Burton, O Estranho Mundo de Jack (1993), é um filme
dirigido por ele com maestria e muito desse talento novamente se vê Coraline.
Com uma jovem protagonista cheia de carisma, além de fazer qualquer criança se
identificar com ela, Coraline: E o Mundo Secreto rapidamente se tornou um
clássico instantâneo mais do que merecido e é por isso mesmo que merece ser
sempre revisitado.
Brilho
Eterno De Uma Mente Sem Lembranças (2004)
Sinopse: Joel (Jim Carrey) e
Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que durante anos tentaram fazer com
que o relacionamento entre ambos desse certo. Desiludida com o fracasso,
Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a
um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele.
Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar
apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel
também se submete ao tratamento experimental. Porém ele acaba desistindo de
tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os
quais ela não participa.
Charlie Kaufman tem
algo de diferente e raro atualmente em seu ramo, pois ele acaba chamando mais
atenção pelas suas ideias originais dos seus roteiros nos filmes do que pelo
próprio elenco ou diretor em si de determinada produção. Desde em Quero ser
John Malkovich, o roteirista não parou de trabalhar no tema do subconsciente
das pessoas, principalmente pelo fato da mente das pessoas é vasta e basta uma ideia para ele então explorá-la ao máximo. Em Brilho Eterno de uma Mente sem
Lembrança não foi diferente, o roteiro de kautman leva ao espectador a lugares
nunca antes visto na mente do protagonista (Jim Carrey espetacular) que de início
tenta esquecer sua amada (Kate Winslet ótima) no tratamento experimental, mas
ao longo do percurso desiste da ideia e tenta de todas as formas não perder as
lembranças que tinha com ela. Isso tudo acontece quando o protagonista esta
dormindo, enquanto os responsáveis pelo experimento ficam controlando sua mente
para fazê-lo esquecer do seu relacionamento que teve. É ai que o filme vira uma
corrida contra o tempo dentro da mente de Joel. É interessante vermos o
personagem entrar em suas próprias lembranças em que viveu e tentar salvar os
sentimentos que tinha por Clementine, ao ponto de pedir ajuda para própria
dentro de sua mente. Não é a toa que o roteirista ganhou de forma merecida o
Oscar de roteiro original e não me admiraria muito se sua trama tenha
influenciado um pouco as ideias de Christopher Nolan ao fazer o seu A Origem.
O Filme
da Minha Vida (2017)
Sinopse: Serras
Gaúchas, 1963. Tony cresceu sem a presença do pai francês (Vincent Cassel). Os
anos passam e ele se torna professor de francês. Tony é apaixonado por livros e
começa a frequentar um cinema. Com o passar do tempo, o professor descobre
informações sobre seu passado, o forçando a tomar importantes decisões.
Não é pela sua
originalidade na trama em que um filme alcança os seus status de qualidade, mas
sim na forma como ele foi conduzido. Em
alguns casos, a parte técnica rouba a cena, mas não para superar a trama, mas
sim para torná-la ainda melhor. O filme da Minha Vida é um desses casos em que
a parte técnica, assim como na maneira em que o cineasta dirige as cenas, é o
que nos faz prestar mais atenção na obra, mesmo quando ela não tenha nenhuma
pretensão de mudar as nossas vidas através de sua história.
baseado na obra do
escritor chileno Antonio Skármeta (O Carteiro e o Poeta), o filme se passa nas
Serras Gaúchas do ano de 1963, onde acompanhamos a vida do jovem Tony (Johnny
Massaro, de Divã), do qual tinha uma infância feliz ao lado do seu pai francês
(Vicent Cassel). Porém, ao voltar da faculdade, seu pai decide ir embora,
abandonando não só ele como também a sua mãe. Para afogar suas dores, Tony se
torna professor de língua francesa, lendo inúmeros livros, frequentando cinema,
mas através dessa sua jornada de autoconhecimento será por onde ele consegue
aos poucos compreender a partida de seu pai.
Saiba mais sobre o
que eu achei do filme na época de lançamento clicando aqui.
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