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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Cine Especial: Sonho Cinema & Psicanálise: FINAL





Nos dias 06 e 07 de Outubro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre participando do curso Sonho Cinema e Psicanálise, criado pelo Cine Um e ministrado pelo psicanalista Leonardo Della Pasqua. Enquanto os dias da atividade não chegam por aqui eu irei falar um pouco sobre os seis filmes que serão analisados na atividade.




CORALINE: E O MUNDO SECRETO (2009)



Sinopse: Entediada em sua nova casa, Caroline Jones (Dakota Fanning) um dia encontra uma porta secreta. Através dela tem acesso a uma outra versão de sua própria vida, a qual aparentemente é bem parecida com a que leva. A diferença é que neste outro lado tudo parece ser melhor, inclusive as pessoas com quem convive. Caroline se empolga com a descoberta, mas logo descobre que há algo de errado quando seus pais alternativos tentam aprisioná-la neste novo mundo.

Tenho boas lembranças de Coraline, pois afinal de contas, foi o primeiro filme em 3D que eu assisti no cinema. Aliás, Coraline demonstrou ser um ótimo exemplo, de como usar essa ferramenta de uma forma certeira, pois no filme ela somente soltava aos nossos olhos, quando a protagonista adentrava em outra realidade. O filme também me pegou numa época em que ainda estava conhecendo o universo de Neil Gaiman pelos quadrinhos, pois eu ainda estava lendo a série Sandman que estava sendo relançada naquela época. Do pouco que eu conhecia, já era o suficiente para ficar encantando com o universo do escritor inglês e Coraline é o mais bem sucedido filme para o cinema ao transpor na tela toda essa magia de grande conteúdo.
Claro que esse sucesso muito se deve ao fato de Coraline ser uma história concebida ao público mais jovem, mas todos os ingredientes de Gaiman estão lá, desde as outras realidades, aos gatos no mínimo misteriosos. Tudo isso, muito bem orquestrado pelo cineasta Henry Selick que, embora tenha ficado um pouco eclipsado pela visão autoral de Tim Burton, O Estranho Mundo de Jack (1993), é um filme dirigido por ele com maestria e muito desse talento novamente se vê Coraline. Com uma jovem protagonista cheia de carisma, além de fazer qualquer criança se identificar com ela, Coraline: E o Mundo Secreto rapidamente se tornou um clássico instantâneo mais do que merecido e é por isso mesmo que merece ser sempre revisitado. 




Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças (2004)



Sinopse: Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que durante anos tentaram fazer com que o relacionamento entre ambos desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel também se submete ao tratamento experimental. Porém ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os quais ela não participa.


Charlie Kaufman tem algo de diferente e raro atualmente em seu ramo, pois ele acaba chamando mais atenção pelas suas ideias originais dos seus roteiros nos filmes do que pelo próprio elenco ou diretor em si de determinada produção. Desde em Quero ser John Malkovich, o roteirista não parou de trabalhar no tema do subconsciente das pessoas, principalmente pelo fato da mente das pessoas é vasta e basta uma ideia para ele então explorá-la ao máximo. Em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança não foi diferente, o roteiro de kautman leva ao espectador a lugares nunca antes visto na mente do protagonista (Jim Carrey espetacular) que de início tenta esquecer sua amada (Kate Winslet ótima) no tratamento experimental, mas ao longo do percurso desiste da ideia e tenta de todas as formas não perder as lembranças que tinha com ela. Isso tudo acontece quando o protagonista esta dormindo, enquanto os responsáveis pelo experimento ficam controlando sua mente para fazê-lo esquecer do seu relacionamento que teve. É ai que o filme vira uma corrida contra o tempo dentro da mente de Joel. É interessante vermos o personagem entrar em suas próprias lembranças em que viveu e tentar salvar os sentimentos que tinha por Clementine, ao ponto de pedir ajuda para própria dentro de sua mente. Não é a toa que o roteirista ganhou de forma merecida o Oscar de roteiro original e não me admiraria muito se sua trama tenha influenciado um pouco as ideias de Christopher Nolan ao fazer o seu A Origem.


 

O Filme da Minha Vida (2017)



Sinopse: Serras Gaúchas, 1963. Tony cresceu sem a presença do pai francês (Vincent Cassel). Os anos passam e ele se torna professor de francês. Tony é apaixonado por livros e começa a frequentar um cinema. Com o passar do tempo, o professor descobre informações sobre seu passado, o forçando a tomar importantes decisões.

Não é pela sua originalidade na trama em que um filme alcança os seus status de qualidade, mas sim na forma como ele foi conduzido.  Em alguns casos, a parte técnica rouba a cena, mas não para superar a trama, mas sim para torná-la ainda melhor. O filme da Minha Vida é um desses casos em que a parte técnica, assim como na maneira em que o cineasta dirige as cenas, é o que nos faz prestar mais atenção na obra, mesmo quando ela não tenha nenhuma pretensão de mudar as nossas vidas através de sua história.
baseado na obra do escritor chileno Antonio Skármeta (O Carteiro e o Poeta), o filme se passa nas Serras Gaúchas do ano de 1963, onde acompanhamos a vida do jovem Tony (Johnny Massaro, de Divã), do qual tinha uma infância feliz ao lado do seu pai francês (Vicent Cassel). Porém, ao voltar da faculdade, seu pai decide ir embora, abandonando não só ele como também a sua mãe. Para afogar suas dores, Tony se torna professor de língua francesa, lendo inúmeros livros, frequentando cinema, mas através dessa sua jornada de autoconhecimento será por onde ele consegue aos poucos compreender a partida de seu pai.

Saiba mais sobre o que eu achei do filme na época de lançamento clicando aqui. 
  

Veja também partes 1, 2 e 3.


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