PROJETO
RAROS APRESENTA FILME MÍTICO DO CINEMA PORTUGUÊS SESSÃO ESPECIAL DEBATE A PRESERVAÇÃO
DOS CINEMAS DE RUA FILME DE SMAEL CANEPPELE GANHA EXIBIÇÃO
TRÁS-OS-MONTES
As sessões especiais
dos 90 anos da abertura do Cine Theatro Capitólio são destaques da programação
semanal da Cinemateca Capitólio Petrobras.
TRÁS-OS-MONTES NO
PROJETO RAROS
Na sexta-feira, 19 de
outubro, às 19h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma edição
especial do Projeto Raros com a exibição do DCP restaurado do clássico
português Trás-os-Montes (1976, 110 minutos) de António Reis e Margarida
Cordeiro. Após a projeção, acontece um debate com a diretora e curadora Marcela
Bordin. Com apoio da Cinemateca Portuguesa, do Instituto Camões, do Consulado
Português e do Instituto Moreira Salles, a sessão tem entrada franca.
TRÁS-OS-MONTES
Portugal, 1976, 110
minutos
Direção: António Reis
e Margarida Cordeiro
Exibição em DCP
"Vejo, outra
vez, as fotografias que tirei em Trás-os-Montes. Quase todas mentem. Nenhuma
dor intolerável nelas ficou. Nenhuma esperança. Qualquer raiz". António
Reis (Trás-os-Montes, 1969)
As imagens de
Trás-os-Montes podem sugerir a existência de um documentário sobre a região
portuguesa que dá título ao filme. Ou a aproximação, numa narrativa em desvios,
entre os jogos, os sonhos, as festas, os trabalhos e o manifesto político. Um
filme que acontece entre a fabulação lúdica do “era uma vez” e a consciência
social e histórica do “aqui está”. Mas também um filme que parece existir em
todas as idades do cinema, do primeiríssimo, dos milagres dos Lumière, até o
contemporâneo, no qual a influência portuguesa parece ter despertado o gosto
pelas fabulações, narrativas e suas afluentes em todos os cantos do mundo. Nas
palavras do grande crítico português João Bénard da Costa: “Trás-os-Montes”,
que não é um documentário sobre a província desse nome, mas uma espécie de
auto-sagrado, é um filme que se pode aproximar do realismo mágico, servindo o
ténue fio narrativo da obra para realçar o lado mágico de personagens e
paisagens, buscando raízes no nosso imaginário colectivo. Primitivismo e
modernidade fundem-se no cinema antropológico de António Reis e de sua mulher,
Margarida Cordeiro, recorrendo ao onirismo, ou a vestígios primevos (a
sequência no Domus de Bragança, em que os actores dizem um texto de Kafka,
vertido para mirandês) e manifestando total crença na força ressurgidora das
artes.
DEBATE SOBRE A
PRESERVAÇÃO DOS CINEMAS DE RUA
No sábado, 20 de
outubro, a Cinemateca Capitólio Petrobras e a ACCIRS – Associação de Críticos
de Cinema do Rio Grande do Sul - realizam um debate sobre a preservação dos
cinemas de rua com a presença dos especialistas João Luiz Vieira, da
Universidade Federal Fluminense, e Alice Trusz. Com entrada franca, a atividade
começa às 18h com a exibição do média-metragem Bancando o Águia (1924), de
Buster Keaton. A conversa acontece após o filme.
BANCANDO O ÁGUIA
(Sherlock Jr.)
Estados Unidos, 1924,
45 minutos
Exibição digital
Aspirante a detetive,
um projecionista de cinema se vê em maus lençóis quando um rival rouba o
relógio do pai da sua amada e o acusa. De volta ao seu trabalho, durante uma
projeção, ele adormece e sonha que ele está em um filme, onde é o detetive da
história, procurando por umas jóias roubadas.
João Luiz Vieira é
doutor em Cinema Studies - New York University (1984), com bolsa Fulbright e
CNPq. Pós-doutor com bolsa CAPES no Department of Film and Television Studies
da Universidade de Warwick, Inglaterra (1997). Atualmente é Professor Associado
do Departamento de Cinema e Vídeo e atual Coordenador do Programa de
Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense. Autor de
inúmeros textos, críticas, ensaios e livros publicados no Brasil e no exterior
como D.W. Griffith and the Biograph Company (1984), Cinema Novo & Beyond
(NY: MoMA, 1998) e Câmera-faca: o cinema de Sérgio Bianchi (Portugal, 2004).
Alice Trusz possui
doutorado (2008), mestrado (2002) e graduação (1989) em História, com formação
na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Realizou estágio de pós-doutorado
na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (2011-2012) e
estágio de doutorado-sanduíche na École des Hautes Études en Sciences Sociales,
em Paris/FR (2005-06). Tem experiência de pesquisa em História da Cultura e da
Visualidade, com ênfase em História do Brasil República. Dedica-se ao estudo da
trajetória social de manifestações como a imprensa periódica ilustrada, a
fotografia, as artes gráficas, a publicidade e o cinema. Atualmente investiga a
história da exibição cinematográfica no Brasil. Paralelamente, atua como
historiadora profissional, tendo executado pesquisas para instituições públicas
e privadas sobre arquitetura e urbanismo, patrimônio material e imaterial,
cidade e cultura, arte e tecnologia, história da fotografia e do cinema no Rio
Grande do Sul. É coordenadora do GT História Cultural RS (2016-18), do qual foi
vice-coordenadora (2014-16).
SESSÃO ESPECIAL DE
MÚSICA PARA QUANDO AS LUZES SE APAGAM
No domingo, 21 de
outubro, às 18h, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma sessão do longa
gaúcho Música Para Quando as Luzes se Apagam, de Ismael Caneppele. O diretor
conversa com o público após a sessão. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia
entrada para estudantes e idosos.
MÚSICA PARA QUANDO AS
LUZES SE APAGAM
Brasil, 2017, 70
minutos
Exibição em DCP
Direção: Ismael
Caneppele
Música para quando as
luzes se apagam é um documentário que flutua na fina borda entre ficção e
realidade. Uma autora chega em uma pequena vila no sul do Brasil, com a
intenção de transformar a vida de Emelyn em uma narrativa ficcional. Quanto
mais a autora provoca Emelyn com suas câmeras, mais Emelyn se torna Bernardo,
um adolescente dividido entre viver o seu desejo e continuar desejando.
GRADE DE HORÁRIOS
15 a 24 de outubro de
2018
15 de outubro
(segunda)
19h30 – Djon África +
debate
16 de outubro (terça)
14h – Braza Dormida
16h – Um Dia
18h - Solidão
20h – A Concha e o
Clérigo + A Queda da Casa de Usher
17 de outubro
(quarta)
14h – O Circo
16h – Um Dia
18h – A Montanha do
Tesouro
20h – A Turba
18 de outubro
(quinta)
14h – Vento e Areia
16h – Um Dia
18h – A Paixão de
Joana d'Arc
20h – Solidão
19 de outubro (sexta)
14h – A Turba
16h – Um Dia
18h - O Homem das
Novidades
19h30 – Projeto Raros
(Trás-os-Montes, de António Reis e Margarida Cordeiro)
20 de outubro
(sábado)
14h – Um Dia
15h40 – Yonlu
18h – Bancando o Águia
+ debate sobre a preservação dos cinemas de rua
21 de outubro
(domingo)
14h – A Concha e o
Clérigo + A Queda da Casa de Usher
16h – Um Dia
18h – Pré-estreia de
Música Para Quando as Luzes se Apagam
23 de outubro (terça)
14h – A Turba
16h – Um Dia
18h – Solidão
20h – Braza Dormida
24 de outubro
(quarta)
14h – O Circo
16h – Um Dia
18h – A Paixão de
Joana d'Arc
20h – A Montanha do Tesouro
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