Nota: filme será exibido para associados e não associados do Clube de cinema de Porto Alegre hoje, as 19h na Sala Redenção da Ufrgs.
Sinopse:Um retrato da
vida de Ed Wood (Johnny Depp) concentrado nos anos 50, quando se envolveu com
um bando de atores desajustados, incluindo um Bela Lugosi (Martin Landau) em
fim de carreira, e fez filmes de péssima qualidade, que o fizeram passar para a
história como o pior diretor de todos os tempos.
Tim Burton faz aqui
(ao lado de Peixe Grande) o seu trabalho mais pessoal, sua maior obra prima e
um dos melhores filmes da década de 90. Ele apresenta, com carinho e grande
respeito, a ascensão de um cineasta que ficou notório por filmes fantásticos
vagabundos ou sobre travestidos (Glen or Glenda), uma de suas maiores obsessões
e práticas. Em belíssimo preto e branco, o filme é por fim uma homenagem aos
loucos que fazem cinema, de ontem e hoje. Para completar, Martin Landau levou o
Oscar de melhor ator coadjuvante pela personificação perfeita de Bela Lugosi. O
filme também ficou com o Oscar de melhor maquiagem, sendo que a estatueta foi
para o maquiador Rick Baker, fã de carteirinha dos filmes de terror clássico da
Universal e que, segundo suas próprias palavras, faria até mesmo de graça a
maquiagem em Landau que daria vida a Lugosi.
Curiosidade: Durante
a cena entre Orson Welles e Ed Wood, Welles comentava que estava fazendo um
filme com Charlton Heston, que seria rodado no México. Trata-se de uma
referência a a Marca da Maldade, de 1958;
Martin Landau (1928 –
2017)
Nunca foi um ator charmoso, mas possuía um
talento enigmático e um ar de ambiguidade irresistível. Esses talvez tenham
sido os ingredientes por ter feito uma carreira discreta, mas ao mesmo tempo em
que conseguia chamar atenção. Seu papel como vilão no clássico Intriga
Internacional (1959) talvez seja um pequeno exemplo de que, os seus personagem,
não fugiam muito de sua pessoa misteriosa e de inúmeras camadas.
Nos anos 60, por três
anos, foi mestre dos disfarces na clássica série Missão Impossível e do qual
lhe deu fama internacional. Porém, caiu no esquecimento entre os anos 70 e 80,
mas sendo resgatado por Frances Ford Coppola em 1988 em Tucker – Um Homem e um
Sonho e por Wood Allen em Crimes e Pecados de 1989. Foram papeis que lhe deram
um novo ar, prestigio e indicações aos prêmios como o Oscar.
Contudo, sempre
lembrarei com carinho desse ator por ter dado vida, carne e sangue ao
interpretar Bela Lugosi no já clássico Ed Wood de Tim Burton. No filme, Landau
interpreta a fase decadente do ator húngaro, do qual não tinha mais nenhum
tostão no bolso, vivia viciado em morfina e tentava suas últimas cartadas nas
produções baratas de Wood na época. Landau desapareceu por completo em cena,
sendo que víamos era Lugosi novamente em vida e ganhando de forma merecida o
seu Oscar de Melhor ator coadjuvante.
Graças a essa atuação de
Landau que me fez nascer o interesse pelos filmes de horror da Universal dos
anos 30 e 40 e compreendendo então o legado que eles deixaram e do porque de
serem tão bem lembrados pelos amantes do cinema até hoje. Martin Landau partiu,
mas sua contribuição para o cinema sempre será lembrada com amor e respeito.
Siga o Clube de Cinema de Porto Alegre através das redes sociais:
twitter: @ccpa1948
Instagram: @ccpa1948
Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram
Nenhum comentário:
Postar um comentário