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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Djon África


Sinopse: Miguel Moreira, também conhecido como Tibars e Djon África, descobre que a genética pode ser cruel quando sua fisionomia – bem como alguns de seus fortes traços de personalidade – o denunciam imediatamente como o filho de  seu pai; Alguém que ele nunca conheceu. Esta descoberta intrigante leva-o a tentar descobrir quem é este homem. Tudo o que ele sabe sobre ele é o que sua avó, com quem ele sempre viveu, lhe contou.
Entre a transição do documentário e ficção surge uma nova tendência, do cinema verdade, onde acompanhamos a vida de determinado protagonista, quando na verdade é próprio ator sendo ele mesmo e revelando a sua própria realidade. Esse ano, por exemplo, tivemos o genial Baronosa, onde retratava a vida dura das mulheres das periferias tomadas pela violência entre policia e traficantes. Em Djon África essa fórmula de apresentar uma trama ganha ares universais, sobre a jornada de um jovem em busca de suas raízes e descobrindo uma conectividade de povos separados, mas distintos se comparados um ao outro.
Dirigido por Joao Miller Guerra e Filipa Reis, o filme acompanha a história de Miguel Moreira, filho de imigrantes e que mora em Portugal. Certo dia ele decide viajar para Cabo Verde, onde existe a possibilidade de seu pai ainda estar vivo e morar por lá. Em nova terra ele começa a sua jornada, mas descobrindo outros atrativos que antes era para ele desconhecidos.
Embora exista uma linha narrativa com começo, meio e fim, o filme não se envereda para o convencional, mas sim sendo uma trama em que o cinéfilo se torna o observador e acompanha o protagonista como se estivesse ao seu lado como um todo. Os cineastas Joao Miller Guerra e Filipa Reis usam poucos recursos visuais, mas usufruindo da luz do natural do ambiente e revelando o lado belo dos cenários, tanto de Portugal, como posteriormente em Cabo Verde. Outro fator determinante para a qualidade do filme é de não testemunharmos os respectivos atores em cena atuando, mas sim sendo eles mesmos.
Portanto, o que vemos é o próprio Miguel Moreira, cuja sua atuação não se difere muito da realidade, assim como a sua própria história. Miguel não conheceu realmente o seu pai na vida real e isso serviu de ponta pé inicial para o desenvolvimento da trama e criar, então, a jornada do homem comum em busca de respostas do seu passado. A busca serve como mera desculpa, já que os lugares em que ele testemunha, assim como as pessoas que ele conhece, acabam sendo até mais interessantes do que a sua principal meta.
Bom exemplo disso é quando ele conhece as habitantes do Cabo Verde, a cultura do local que, aliás, não é muito diferente da nossa. A simplicidade de lá, moldada com o cenário da própria natureza, é outro grande atrativo e que enche os nossos olhos. Mas o grande atrativo do filme fica por conta quando ele conhece uma senhora de idade, mas que tem mais a lhe oferecer do que se pode imaginar.
Sem papas na língua, a velha senhora convida Miguel em passar um tempo em sua casa, não só para trabalhar, como também aprender certos costumes. É aí que o filme nos rende momentos até mesmo de puro humor, mas isso graças à língua afiada da velha senhora que surpreende até mesmo o próprio protagonista: a cena em que ela pergunta a ele se já experimentou a tal “caixinha” é disparado o momento mais hilário da trama.
No ato final, o filme faz uma reflexão sobre a jornada, não somente do protagonista, como também com relação a nossa própria jornada em vida. Os últimos passos do protagonista na trama me fizeram lembra, por exemplo, o conceito de “A Jornada do Herói” Joseph Campbell, já que a busca do protagonista pelo seu pai talvez seja a melhor forma para ele se conhecer diante dele mesmo. Os minutos finais são poderosos, já que não somente deixa em aberto sobre o destino de Miguel, como também nos faz se perguntar sobre as inúmeras vidas que são jogadas na tela e das quais cada uma tem a sua própria história. 
Djon África é a jornada pela procura do pai, mas se revelando uma busca que nos soa familiar e que todos nós em vida devemos trilhar.



Em Cartaz: Cinebancários: Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre. Horário: 17h.   



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