Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: O Primeiro Homem



Sinopse: O astronauta norte-americano Neil Armstrong está prestes a fazer história. Sua jornada para se tornar o primeiro homem a pisar na Lua exigirá sacrifícios e custos para ele e toda uma nação durante uma das mais perigosas missões espaciais.
Mesmo com sua pouca idade Damien Chazelle já vem sendo apontado como um dos melhores cineastas recentes do cinema norte americano. Com Whiplash - Em Busca da Perfeição e La La Land - Cantando Estações ele já obteve três indicações ao Oscar e uma vitória para melhor diretor, sendo que o primeiro filme, em minha opinião, é uma das melhores obras cinematográficas desses últimos dez anos. Eis que então esse jovem diretor decide embarcar em O Primeiro Homem, um filme ambicioso e muito bem filmado.
O filme conta sobre uma parte da vida de Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua. Após uma perda familiar, Armstrong decide se dedicar de corpo e alma no seu trabalho pela NASA. Do seu sacrifício há grandes chances de ir para a lua, mas também um alto preço e do qual terá que enfrenta-lo.
Assim como inúmeros eventos históricos, a viagem a lua ocorrida no dia 22 de Julho de 1969 é uma história que todos nós já conhecemos, tanto que, para alguns, existe até mesmo dúvidas sobre a autenticidade desse tal feito. Sendo assim, como se poderia criar uma reconstituição de uma história da qual todos nós já sabemos como ela termina e nos atrair para a sala do cinema? Eis que a solução está em não romancear o tal feito para não correr o risco de torná-lo piegas, mas sim se concentrar na jornada do homem comum perante algo até então inalcançável. 
Damien Chazelle acerta a mão em não transformar Neil Armstrong num herói para a massa norte-americana, mas sim num homem comum que tenta encontrar sua paz de espírito em meio a essa jornada. O primeiro ato, aliás, há uma construção singela na apresentação dele e de sua família, ao ponto do cineasta, por exemplo, usar a sua câmera de uma forma quase documental, trêmula e realista ao focar os sentimentos dos personagens através dos seus olhares. Embora criticado pela sua falta de expressão, Ryan Gosling se sai bem como Neil Armstrong, já que, através de seu olhar, ele consegue transmitir doçura, dor e uma raiva contida no decorrer da obra.
Outro fator determinante para o bom desempenho do filme é que ele não se envereda para a propaganda plástica do sonho americano, mas sim fazendo até mesmo uma crítica dura, numa época em que o governo usava todos os recursos para tal feito, mas esquecendo dos problemas existentes do resto do mundo. Além disso, o cineasta foi até mesmo corajoso no retrato com relação ao papel da mulher daqueles anos, onde muitas viviam numa bolha dentro de suas casas, mas não escondendo suas dores e raivas contidas. Ao interpretar a esposa de Neil Armstrong, Claire Foy (da série The Crown), é a que, talvez, tenha o melhor desempenho de cena, já que, embora viva sempre em casa, não se intimida em dar a sua opinião e até mesmo enfrentar o seu marido em momentos críticos da trama.
Mas embora o lado humano seja o coração do filme como um todo, ao mesmo tempo, os efeitos visuais e sonoros dão um verdadeiro show nas reconstituições das viagens especiais. Curiosamente, em boa parte do filme, não há uma preocupação em mostrar o espaço a todo o momento, mas sim o lado interior das espaçonaves e focando nas expressões desses viajantes. Com isso, Damien Chazelle consegue a proeza de fazer com que a gente se sentisse lado a lado desses personagens e obtendo um alto grau de verossimilhança em determinados ápices da trama.
O ato final, aliás, pode entrar facilmente na lista dos melhores momentos do cinema neste ano. Embora todos nós saibamos como a história termina, Damien Chazelle consegue o grande feito de transformar a chegada do homem a lua numa forma lírica, poética e cinematograficamente bonita. Aqui não é sobre uma grande conquista obtida pelo poderio norte americano, mas sim sobre a busca do homem conseguindo, em fim, a sua redenção pessoal em vida.
Com uma belíssima fotografia de época, O Primeiro Homem é uma superprodução feita de coração e que enche os nossos olhos pelo seu riquíssimo ato final. 


Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

Nenhum comentário: