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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Filha de Ninguém



Sinopse: Uma estudante de cinema sonha em se tornar atriz. Quando descobre que sua mãe está se mudando para o Canadá e que seus colegas estão falando mal dela por conta do relacionamento que teve com um professor casado, ela se enche de dilemas existenciais.

Nos últimos quinze anos o cinema Coreano nos serviu um cardápio diversificado e do qual revelou vários cineastas autorais. Hong Sang-soo acabou se tornando um desses cineastas adorados pela crítica e até mesmo acolhido por um pequeno público fiel a sua obra. Mais conhecido por aqui pelo sucesso A Visitante Francesa, Hong Sang-soo conquista a nossa simpatia com o filme Filha de Ninguém, filme existencialista, simplista, mas cheios de simbolismos e com seus significados.
A trama gira em torno de uma estudante (Jung Eun‑chae), que deseja se tornar atriz e adquirir sua independência. Sua mãe está indo embora para o Canadá e ela começa a ter uma relação com um diretor de cinema casado. Quando ela começa a passear com os seus amigos da faculdade que a questionam sobre isso, a protagonista começa a se encher de dúvidas e dilemas dos quais ela terá que superar.
Embora seja uma trama simples, Hong Sang-soo surpreende ao criar todos os eventos que a jovem participa num único local, do qual ela passeia entre uma praça, monumentos, bar e um motel. As principais passagens da trama se passam nesses locais, mas que, ao invés de sentirmos a passagem do tempo, a trama vai gradualmente mudando sem prévio aviso e ela continua a seguir em frente. A impressão que fica é que tudo o que ocorre se passe num único dia, mas Hong Sang-soo opta ao inserir detalhes simbólicos e dos quais tiramos nossas próprias conclusões sobre o que realmente está acontecendo.
Ao mesmo tempo sua trama é uma representação simbólica, mesmo num grau menor, sobre os relacionamentos contemporâneos do homem e da mulher. Embora se passe na Coréia, o cinéfilo facilmente se identifica com as situações, das quais soam tanto banais, como também um aprendizado e que serve de amadurecimento para a personagem principal encarar o mundo real do qual ela vive. É curioso, por exemplo, a participação dos homens da trama, onde cada um tem as suas qualidades e defeitos perante a personagem e fazendo com ela perambule entre a razão e os sonhos.
Falando nisso, os minutos finais podem nos dizer tudo, ou nos dizer nada com relação a tudo que assistimos até ali.  Hong Sang-soo procura não elaborar um verdadeiro quebra cabeça, mas querer fazer com que a sessão torne para a gente uma experiência incomum numa trama de pouco mais de uma hora e meia. Portanto não há ambições em seu trabalho, mas não significa que não queira nos deixar algo em nosso colo para ser analisado.
Filha de Ninguém não tem a ambição de mudar a vida de ninguém, mas nem por isso o cinema de Hong Sang-soo deixa de ser curioso e singelo.
Onde assistir: Cinemateca Capitólio: R. Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: Sexta feira e domingo (dias 06 e 08 de outubro), as 16horas



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