Sinopse: Uma estudante de
cinema sonha em se tornar atriz. Quando descobre que sua mãe está se mudando
para o Canadá e que seus colegas estão falando mal dela por conta do
relacionamento que teve com um professor casado, ela se enche de dilemas
existenciais.
Nos últimos quinze anos o cinema
Coreano nos serviu um cardápio diversificado e do qual revelou vários cineastas
autorais. Hong
Sang-soo acabou se tornando um desses cineastas adorados pela crítica e até mesmo
acolhido por um pequeno público fiel a sua obra. Mais conhecido por aqui pelo
sucesso A Visitante Francesa, Hong Sang-soo conquista a nossa simpatia com o
filme Filha de Ninguém, filme existencialista, simplista, mas cheios de simbolismos
e com seus significados.
A trama gira em torno de uma
estudante (Jung Eun‑chae), que deseja se tornar atriz e adquirir sua independência.
Sua mãe está indo embora para o Canadá e ela começa a ter uma relação com um
diretor de cinema casado. Quando ela começa a passear com os seus amigos da
faculdade que a questionam sobre isso, a protagonista começa a se encher de dúvidas
e dilemas dos quais ela terá que superar.
Embora seja uma trama
simples, Hong Sang-soo surpreende ao criar todos os eventos que a jovem
participa num único local, do qual ela passeia entre uma praça, monumentos, bar
e um motel. As principais passagens da trama se passam nesses locais, mas que,
ao invés de sentirmos a passagem do tempo, a trama vai gradualmente mudando sem
prévio aviso e ela continua a seguir em frente. A impressão que fica é que tudo
o que ocorre se passe num único dia, mas Hong Sang-soo opta ao inserir detalhes
simbólicos e dos quais tiramos nossas próprias conclusões sobre o que realmente
está acontecendo.
Ao mesmo tempo sua trama é
uma representação simbólica, mesmo num grau menor, sobre os relacionamentos contemporâneos
do homem e da mulher. Embora se passe na Coréia, o cinéfilo facilmente se
identifica com as situações, das quais soam tanto banais, como também um aprendizado
e que serve de amadurecimento para a personagem principal encarar o mundo real
do qual ela vive. É curioso, por exemplo, a participação dos homens da trama,
onde cada um tem as suas qualidades e defeitos perante a personagem e fazendo
com ela perambule entre a razão e os sonhos.
Falando nisso, os minutos finais
podem nos dizer tudo, ou nos dizer nada com relação a tudo que assistimos até
ali. Hong Sang-soo procura não elaborar
um verdadeiro quebra cabeça, mas querer fazer com que a sessão torne para a
gente uma experiência incomum numa trama de pouco mais de uma hora e meia. Portanto
não há ambições em seu trabalho, mas não significa que não queira nos deixar
algo em nosso colo para ser analisado.
Filha de Ninguém não tem a ambição de mudar a
vida de ninguém, mas nem por isso o cinema de Hong Sang-soo deixa de ser
curioso e singelo.
Onde assistir: Cinemateca Capitólio: R. Demétrio
Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: Sexta feira e domingo
(dias 06 e 08 de outubro), as 16horas
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