Sinopse: Connie (Robert Pattinson) e o irmão Nik (Ben Safdie) assaltam um banco. Na fuga, Nika acaba sendo preso. Agora, Constantine enfrenta muitos perigos e arrisca a vida em suas várias tentativas desesperadas para tirar o irmão da prisão.
Muitos consideram o movimento
A Nova Hollywood (1967 – 1980) como o melhor período do cinema norte americano,
pois além de surgir uma nova leva de cineastas talentosos, esses mesmos decidiram
sair dos estúdios, filmarem na rua e retratar a realidade nua e crua de uma América abatida daquele tempo. Já os anos noventa, embalado com o surgimento de
Quentin Tarantino, o cinema independente americano surgi como uma moda em que
se gastava pouco, mas se criava alguns filmes criativos e bem anti- hollywoodianos.
Bom Comportamento vem de uma nova leva de filmes dos quais nos lembra esses
dois períodos distintos e por isso mesmo soa tão precioso.
Dirigido por Ben
Safdie (Amor, Drogas e Nova York) e Joshua Safdie, o filme acompanha a
tentativa de assalto dos irmãos Connie (Robert Pattinson) e Nick (o diretor Ben
Safdie), mas que dá tudo errado durante o procedimento. Durante a fuga, Nick
acaba ficando para trás, é preso e internado num hospital. Certa noite, Connie
decide invadir o hospital, para tirar o seu irmão de lá, mas mal sabendo que
isso é o principio de uma noite desajustada e sem fim.
O filme já começa
sublime, onde a câmera simplesmente se cola no rosto de Nick (Saldie),
registrando todas suas reações durante uma sessão psiquiátrica. Na medida em
que a sessão fica mais tensa, de acordo com cada pergunta vinda do psiquiatra,
a trilha sonora eletrônica pesada faz com que um momento simples se torne algo
angustiante. Logo em seguida surge então Connie (Pattinson), tirando o seu
irmão do local e a câmera então segue colada neles do começo ao fim.
Esses
minutos iniciais já dão uma dica do que veremos no decorrer do filme, pois
embora aparente ser uma trama simples, os cineastas fazem questão de criar um
filme que nos passe uma sensação orgânica, nada artificial e essencialmente humana.
Ao mesmo tempo é um dos mais belos jogos de montagem que eu vi nesses últimos tempos,
pois as cenas são dinâmicas nervosas e extremamente contagiantes. Além disso, a
sua trilha sonora eletrônica jamais abandona os nossos ouvidos, pois além de
criar uma tensão mesmo nos momentos mais simplórios, ela cria uma identidade própria
para o filme do começo ao fim.
Com
a câmera sempre em cima dos seus protagonistas, os cineastas fazem questão de extrair
a verdadeira natureza de cada um dos seus personagens e nos passando então uma ideia
do dia a dia de cada um deles. No momento em que a missão de resgate de Connie
dá tudo errado, ele dá de encontro com personagens humildes durante o seu
percurso, sem muitas expectativas e que convivem numa realidade suburbana pouco
convidativa. Algo similar do que era visto em títulos dos anos setenta como, por exemplo, Táxi Drive, onde retratava uma Nova York nua, crua e perigosa.
Isso
se cria então uma oportunidade de extrair o potencial de cada um dos atores
envolvidos e provando que sempre há algum talento escondido. Robert Pattinson,
por exemplo, sempre carregou uma cruz por ter participado da saga Crepúsculo,
mas aqui ele prova que as suas limitações ficaram no passado e nos brindando
com o melhor desempenho de sua carreira. O mesmo vale para o desempenho em cena
de Ben Safdie que, embora boa parte do filme esteja atrás das câmeras dirigindo,
seus momentos em cena são extremamente tocantes, principalmente em seus
derradeiros minutos finais.
Com
participações ilustres de Jennifer Jason Leigh e Barkhad abdi (Capitão Phillips),
Bom Comportamento é um belo exemplo cinematográfico, do qual ecoa o melhor do
cinema do passado e sintetizando o potencial dessa arte a ser melhor explorada em nosso presente.
Onde assistir: Guion Center: Rua. Gen. Lima e Silva, Porto Alegre. Horários: 15h e 20h15.
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