Sinopse: Após o
grande confronto entre os humanos e os macacos, o símio Caesar (Andy Serkis)
fortalece sua ascensão. Caesar se torna uma figura seminal na história dos
macacos e lidera seu bando rumo a uma guerra que ele lutou para evitar.
O livro Coração das Trevas de Joseph
Conrad é um dos maiores clássicos da literatura e serve sempre de inspiração
para elaboração de outros contos literários ou até mesmo de tramas para
determinados filmes. O clássico Apocalypse
Now, por exemplo, é praticamente uma adaptação do conto, onde mostra o duelo do
homem contra o pior do ser humano e que, por vezes, pode estar lutando contra consigo
mesmo. O encerramento da trilogia Planeta dos Macacos, não só é o melhor filme
dos três capítulos, como também bebe dessa rica fonte literária e nos brinda
com uma guerra bem diferente do que a maioria imaginava.
Novamente dirigido por Matt
Reeves (Cloverfield) acompanhamos as consequências após os fatídicos eventos do
filme anterior. Cesar (Andy Serkis) tenta de todas as formas ao evitar uma guerra
contra os humanos e proteger a todo custo a sua comunidade de macacos. Porém, os
atos inconsequentes de alguém, que auto se intitula “Coronel” (Woody Harrelson), fazem
com que ele desperte um desejo de vingança mas do qual faz com que ele trilhe
um caminho sem volta.
Mais do que um mero filme de
aventura/ficção, Planeta dos Macacos: A Guerra, não só nos brinda com efeitos
visuais de ponta, como também nos surpreende com tamanha humanidade que se
encontra em seus respectivos personagens. Embora com uma camada de efeitos visuais
que moldam os macacos, a todo o momento sentimos vida neles, mas isso se deve
graças aos seus respectivos atores que dão tudo de si, principalmente vindo do
ator Andy Serkis. Se nos filmes anteriores sentíamos tamanha dedicação dele ao
interpretar Cesar, aqui o ator atinge o seu ápice, onde nos brinda com a melhor
interpretação de sua carreira e possivelmente uma das melhores que eu já vi neste
ano.
Desde o primeiro
filme assistimos Cesar crescer, amadurecer, liderar e saber compreender que o
mau não se restringe somente no mundo dos homens. Nesse filme, ao presenciar
uma cena traumatizante, Cesar lutará contra suas próprias ações e das quais põem
em risco toda a sua comunidade de macacos. O que vemos então, não é meramente
uma simples guerra iminente a campal, como também uma luta contra os demônios interiores
que o personagem sofre ao longo de sua encruzilhada de dor e descobertas.
Matt Reeves soube
dosar como ninguém os momentos de drama, suspense e ação na medida certa no
decorrer de todo o filme. Se há cenas de ação, podem ter certeza que elas não são
gratuitas, pois delas virá consequências e das quais os personagens principais
terão que enfrentar de uma forma dramática. Porém, o cineasta teve a proeza de
criar momentos de humor, principalmente daqueles protagonizados pelo novo
macaco chamado Mau (Steve Zahn) e nos proporcionando momentos de alivio em meio
a momentos de pura tensão.
Tensão essa da qual é
provocada pelo personagem intitulado “Coronel” desde o primeiro momento em que
surgiu em cena e do qual lidera o exercito humano. Embora em alguns momentos
ele nos lembre o icônico personagem de Marlon Brando no já citado Apocalypse
Now, Woody Harrelson vai muito mais além do que uma mera comparação, ao proporcionar
um personagem de inúmeras camadas psicológicas, trágicas e fazendo a gente compreender
o horror que ele testemunhou e do qual lhe fez provocar outros piores. As cenas
em que ele e Andy Serkis contracenam juntos são disparadas os momentos de maior
tensão, pois os seus respectivos personagens colocam pra fora os seus conflitos
internos, dos quais ambos terão que enfrentá-los de uma forma dramática e inesquecível.
Pensado para ser o
encerramento de uma trilogia, Matt Reeves consegue criar um verdadeiro espetáculo
visual e emocional nos derradeiros minutos finais do seu filme. Poucas vezes eu
vi no cinema recente uma ação se casar tão bem com momentos dramáticos e criar
uma avalanche emocional e até mesmo imprevisível. Quando testemunhamos Cesar
chegar ao final de sua jornada, sentimos o dever cumprido vindo do personagem,
assim como nós sentimos a sensação de satisfação, por presenciarmos momentos
tão corajosos, numa super produção como essa e sendo algo cada vez mais raro de se ver dentro do gênero hoje em dia.
Fazendo referencias, ou
até mesmo interligação com relação ao clássico de 1968, Planeta dos Macacos: A
Guerra é um filme dramático, visualmente
perfeito e feito com coração do começo ao fim.
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