Sinopse: Durante a
Segunda Guerra Mundial, a França está ocupada pelos nazistas. Em meio ao medo,
os irmãos judeus Joseph e Maurice se separam da família. Os dois têm de
encontrar coragem para fugirem dos alemães, enquanto tentam reencontrar seus
pais.
Se existe um tema do
qual não é preciso criar personagens ou situações fictícias esse tema é a
Segunda Guerra Mundial. Tantas situações, em momentos indescritíveis, aconteceram
com tantas pessoas, que não há duvidas que nem todas ainda foram contadas.
Algumas virão sempre à tona, seja em adaptações para o cinema ou contada em
livros, mas outras permanecerão no limbo.
Porém, quando surge
uma adaptação dessas histórias para o cinema, por exemplo, devemos voltar as
nossas atenções a ela, pois mais uma trama conseguiu sair do limbo, mais uma dramática
história, mais um exemplo para que seja lembrado e que certas atrocidades
jamais aconteçam novamente. O filme dirigido por Christian Duguay (Hitler - A
Ascensão do Mal, 2003) cumpre o seu dever ao retratar na tela mais uma visão de
um dos momentos mais críticos da história. Curiosamente, o filme possui um teor
leve, talvez porque a obra seja protagonizada por dois meninos, dos quais terão
que amadurecer mais cedo perante o mundo do qual vivem.
Assistimos a
realidade através de seus olhos e faz com que os horrores da guerra sejam ainda
mais cruéis, pois fazem um contraste muito maior com a inocência ainda impregnada
nesses dois jovens. O gradual amadurecimento dos dois irmãos impressiona, mesmo
quando não temos certeza se algumas dessas passagens da trama são realmente verídicas,
pois quando a gente menos espera, nós já estamos mais do que envolvidos
emocionalmente e torcendo para que eles consigam chegar ao fim desse túnel. Como
todo filme do qual contem nazista, os vilões são retratados da maneira habitual
da qual a gente imagina.
Não apenas são imprevisíveis
em suas ações hediondas, como passam também a ideia de que gostam com relação
ao que fazem contra aqueles que eles oprimem. Os soldados que surgem na trama
são amedrontadores, aparentam certo grau de loucura, ou até mesmo desejo em
perseguir judeus. Se alguns momentos isso pode soar inverossímil, basta então hoje
você ligar a TV, ou acessar a internet, para dar de encontro com pessoas
intolerantes e cruéis em suas palavras.
Porém, é preciso
levar em conta que houve pessoas que estavam somente cumprindo ordens, ou que
achavam cegamente que aquilo era o certo. Devemos levar em conta também que, ao
final do conflito, os vencedores não demonstraram piedade com os que perderam
principalmente com relação aqueles que trabalharam em escritórios ou como o
dono da livraria onde Joseph trabalhava e taxado como simpatizante. Mulheres
tiveram seus cabelos raspados, foram estupradas e mais homens acabaram sendo mortos.
Como se o horror
justificasse o outro. A posição nobre de Joseph ao tentar intervir que
machucassem mais o seu patrão é o que falta nos homens que decidem criar um
conflito internacional inconsequente. Obras como essa vêm para fortalecer sobre
o que aconteceu no passado e ecoar para que não se repita em nosso presente. Infelizmente,
ainda é preciso de mais histórias vindas do passado para podermos usá-las de
exemplo, para então conter a intolerância e a crueldade do homem de hoje.
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