Sinopse:Com a chegada do
verão, Elias deseja conhecer o mar. Enquanto isso, ele segue com o trabalho
numa confecção feminina. Numa noite de bebedeira com os colegas, Elias vê novos
horizontes surgindo e o amor que sente por Filipe só aumenta.
Existe um cinema brasileiro
do qual se explora o dia a dia da pessoa comum, mesmo quando sua vida não possui
nada de maravilhoso para oferecer, mas que mesmo assim nos faz refletir. O retrato
da naturalidade dos personagens de filmes como, por exemplo, Boy Neon, se
criando então um mosaico de significados, desde que, aquele que for assistir,
aceite caminhar com esses personagens, mas tendo a consciência que não ganhará
nada em troca. No filme Corpo Elétrico não acontece nada de extraordinário, mas
sim retrata apenas o dia a dia de pessoas comuns que tentam sobreviver perante
o mundo cão e fazendo as pessoas que forem assistir se identificarem facilmente
com elas.
Dirigido por Marcelo
Caetano, o filme acompanha o dia a dia de Elias (Kelner Macêdo), que trabalha
numa fabrica de confecção feminina. Quando não está trabalhando ele sai com
amigos, ficantes, ex- namorados e ficam curtindo noites adentro cheio de
festas, sexo e bebida. O final de ano está chegando junto com o verão e Elias e
seus demais companheiros começam a refletirem o que irão fazer nesse meio tempo
e posteriormente.
Mais do que um filme cuja temática
LGBT se faz presente, o filme explora a cruzada dessas pessoas comuns de classe
média baixa, das quais não possuem grandes ambições, desde que tenha algum
dinheiro no bolso e seguir então em frente. O filme sintetiza um pouco o clima
de indefinição da qual essa nova geração brasileira sente atualmente, da qual possuem
sonhos distintos, mas que, por vezes, adiam devido às mudanças que o tempo tumultuado
da política traz. Se o clima não ajuda, o que resta então é se livrar das
amarras, do preconceito, da preocupação de um futuro melhor e se concentrar no
agora e abraçar com o que tem de melhor.
Em alguns momentos Elias
parece o nosso guia, do qual apresenta a sua libertinagem ao lado de amigos, ex-namorados
e ficantes. A relação das quais ele cria não possui amarras, mas sim respeito mútuo
com ambas as partes e fazendo da situação uma coisa rotineira, da qual não se
deve ser observado com um olhar crítico, mas sim aceitável. Kelner Macêdo como Elias se
sai muito bem em cena, tanto nas palavras em conversas que nos faz refletir,
como também através do seu olhar profundo, do qual sintetiza tudo o que o seu
personagem está refletindo e sentindo.
Embora ainda novato na área de
direção, Marcelo Caetano consegue criar cenas inesquecíveis, das quais
transmite simplicidade, mas ao mesmo tempo sensibilidade e cuidado na
apresentação de determinadas cenas. Seguro de si, o cineasta elabora cenas curiosas
na apresentação de seus personagens, dos quais se apresentam de forma espontânea
e se casando de forma primorosa com os planos sequências que o cineasta elabora:
a cena em que vemos a maioria dos personagens centrais caminhando na rua tarde da
noite e conversando sobre o seu dia a dia é disparado o melhor momento do
filme.
Com um final que
deixa em aberto com relação aos destinos de seus principais personagens, Corpo
Elétrico é uma representação de uma parte do povo brasileiro atual, do qual mesmo
com poucos recursos não desejam retroceder, mas sim seguir em frente e
continuar sendo o que são do principio ao fim.
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