Nos dias 23 e 24 de Julho, eu estarei
participando do curso Federico Fellini – O Maestro, criado pelo CENA UM e ministrado pela jornalista Fatimarlei
Lunardelli. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui estarei
destacando os principais filmes desse cineasta, que até hoje é considerado um
dos melhores diretores autorais e críticos do cinema Italiano.
Julieta dos Espíritos
Sinopse: Julieta é
uma mulher burguesa que vive confortavelmente em uma luxuosa casa com o marido
e duas empregadas. Seus pais e sua família a distraem um mundo higienizado. Mas
ela descobre que seu marido, ela adora ingenuamente, tem sido infiel, se
abrindo para um grande mundo mental em que seu espírito se mistura em sonho e
realidade. Julieta deixa de lado o conformismo burguês e se revela um ser de
extraordinária riqueza interior.
Não se trata de um filme
propriamente espiritualista, embora pareça em certos momentos, foca mais em
anseios, em sentimentos que remetem inclusive a sensação de tempo perdido pela
falsa felicidade do casamento. Para somar a isso tudo, Julieta vem de uma
educação conturbada, entre a religiosidade e a incredulidade de seu avô, a qual
ela lembra com carinho. Não tem como não lembrar de Oito e Meio, alguém de meia
idade com problemas existencialistas, a formula é parecida, e o filme é tão
surrealista quanto o maior sucesso de Fellini. Para ressaltar isso tudo, foco
na cena em que nossa protagonista se despede de seus antigos tormentos, por já
se sentir livre, até mesmo seu avô agracia essa despedida com a sua imagem.
Vale ressaltar que a obra
foi feita em homenagem a Giulietta Masina, sua esposa, que fez sucesso em um
outro filme seu, Noites de Cabíria. Outro ponto interessante é o fato do filme
ser o primeiro colorido de Fellini, e mesmo sendo seu primeiro experimento, as
cores são maravilhosas, uma mistura de sofisticação com alguns tons exagerados,
que permaneceu durante a continuação de sua obra. E mesmo de narrativa bem
densa, sendo necessário máxima atenção, Julieta dos Espíritos é bem dinâmico,
explorando muito bem as frequentes doses de nervosismo expostos em imagens de
sua protagonista. Fellini filma sonhos,
tem definição melhor do que essa ? Nino Rota bem que da uma mão com suas
composições maravilhosas. Em poucas palavras dessa vez se tornou claro o
objetivo do filme, outros pormenores, alguns fatos construídos ficam dessa vez
por conta do espectador, afinal não é bom dar tudo de mão beijada.
A TRAPAÇA
Sinopse: A trama gira
em torno de três trapaceiros que vivem a aplicar pequenos golpes em pessoas
humildes. Eles são os anti-Robin Hood, o
mítico ladrão inglês que roubava dos ricos para dar aos pobres.
Misturando o humor
satírico de "Abismo de um Sonho", com o drama de filmes como A
Noite e O Eclipse, embora A Trapaça seja inferior
aos três citados, Fellini mais uma vez aborda questões sócio-políticas da
Itália pós-guerra. O filme apresenta uma
série de grandes sequências, como aquelas que ocorrem em uma festa de
réveillon, prenunciando os grandes momentos que viriam, cinco anos mais tarde,
com "A Doce Vida". Além do ótimo trabalho
realizado pelo cineasta, o filme conta ainda com a bela fotografia em
preto-e-branco de Otello Martelli e a excelente trilha sonora de Nino Rota, seu
compositor preferido. No elenco, o
grande nome a destacar é o de Broderick Crawford, que se mostra aqui como um
grande comediante. Crawford era
conhecido por suas brilhantes atuações em filmes policiais e dramáticos como,
por exemplo, "A Grande Ilusão", de 1949, que lhe deu o Oscar de
Melhor Ator.
A grande atriz italiana,
Giulietta Masina, única esposa de Fellini, tem pouco tempo de tela, num papel
de coadjuvante.
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