Nesta sexta-feira, 25 de julho, às 20h, acontece mais uma edição do
Projeto Raros na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), apresentando o filme
A Viagem da Hiena (Touki Bouki, 1973), o primeiro longa-metragem do aclamado cineasta senegalês
Djibril Diop Mambéty. Após a sessão, há um debate com o crítico
Pedro Henrique Gomes, pesquisador dos cinemas realizados no continente africano. A exibição dialoga com a Sessão Plataforma da semana, que exibe
Mil Sóis, obra de Mati Diop, sobrinha de Mambéty, inspirada em A Viagem da Hiena. A entrada é franca.
Concebido
com exatidão e magistralmente realizado, A Viagem da Hiena narra
as cômicas desventuras de Mory, um vaqueiro que monta uma motocicleta
com um crânio bovino. e Anta, uma estudante universitária. Alienados e
descontentes com o Senegal e a África, decidem ir para Paris, buscando
para tanto, arrumar dinheiro fácil através de
diferentes formas.
Considerado
por muitos críticos como seu filme mais ousado e importante, a estreia
de Mambéty em um longa-metragem é o que
desenvolve de forma plena seus temas anteriores: do hibridismo, do
individualismo, da marginalidade e do isolamento. Baseado em sua própria
história, Djibril Diop Mambéty fez Touki Bouki com um orçamento de
US$30.000,00, obtidos, em parte, do governo senegalês.
Embora influenciado pela Nouvelle Vague francesa, Touki Bouki exibe um
estilo todo próprio. Sua trilha sonora e jogo de câmera têm um ritmo
frenético não-característico da maioria dos filmes africanos. Através de
cortes saltados, colisões na montagem, acompanhamento
sonoro dissonante, e a justaposição de sons e elementos visuais
pastorais, pré-modernos e modernos, Touki Bouki transmite e lida bem com
a hibridização do Senegal. O filme ganhou o Prêmio Especial do Júri no
Festival de Moscou e o Prêmio da Crítica Internacional
no Festival de Cannes.
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