Sinopse: Leandro,
vivido por Fernando Alves Pinto, é um jovem sem grandes perspectivas na vida,
mas faz mestrado em que o tema é sobre a memória e a ditadura militar
brasileira; além da pressão de seu orientador para que dê andamento à tese, ele
recebe apoio de Marília (Clarisse Abujamra), sua mãe que foi torturada e hoje
dirige uma ONG e espera sua indenização pelos maus tratos recebidos na prisão.
Durante a pesquisa, Leandro encontra um filme censurado de seu pai, Jairo
Mendes (Paulo César Peréio), justamente quando sabe que Jairo foi degolado numa
rebelião no presídio. O rapaz fica obcecado pela notícia e tenta descobrir os
mistérios que envolveram a vida do pai.
O polêmico cineasta
Sérgio Bianchi (Cronicamente Inviável) ataca com toda a fúria, exatamente quando o golpe militar de
1964 completa 50 anos, sendo que faz duras críticas tanto à esquerda quanto à
direita. Mesmo eu não tendo visto os seus filmes anteriores, a sensação que eu
tive é de que Sergio Bianchi tenha chegado ao seu trabalho mais provocante. O diretor enlaça
os períodos dos movimentos da época da ditadura e dos movimentos de hoje, bem como mostra
os atos e consequências daquela época sobre esta; a esquerda critica a direita,
a direita critica o socialismo, o socialismo critica o capitalismo e assim se
segue sempre num circulo vicioso e sem fim.
Enquanto isso, um jovem se sente cada vez mais pressionado consigo mesmo a escolher sua posição política, mas acaba entrando num labirinto sem volta. Sergio Bianchi deixa os supostamente oprimidos no chão, no momento que ele nos mostra o que por vezes, cai em um lugar comum os discursos de pessoas que querem reviver o passado, a eterna ferida da ditadura, mas o que não vemos é que a ditadura acontece desde a colônia, desde que o primeiro negro foi trazido para o Brasil, porém só quando revolucionários da classe média são presos é algo histórico e tem que ser falado. Curiosamente, as cenas de um filme do personagem Jairo Mendes (Paulo César) mostradas no longa diz de forma profética que no futuro ‘direita e esquerda jogarão o mesmo jogo’, são intercaladas com o filme de Bianchi, em que Leandro está pesquisando e convivendo com o grupo de amigos de sua mãe, todos ex-militantes da esquerda durante a ditadura, que hoje estão no poder e lutam mais pelos direitos de ter suas indenizações nos bolsos.
No final das contas, Bianchi cria uma analise perturbadora sobre a sociedade brasileira contemporânea, principalmente depois das manifestações de junho de 2013 e dos casos de linchamento ocorridos recentemente. Em determinada cena do longa, Leandro e seu amigo Rafael (Sílvio Guindane) presenciam cenas de manifestação estudantil com repressão violenta da polícia, assim como brigas banais de trânsito com finais trágicos e que remetem com a nossa realidade nua e crua. No entanto, o diretor faz alusões a estes acontecimentos e não aprofunda a análise; sua verve e críticas funcionam com uma arma giratória, atinge tudo e a todos, tanto os grupos de esquerda, de direita, movimentos estudantis e de rua, acadêmicos, políticos, jornalistas e artistas de ontem e de principalmente os de hoje que por vezes não sabem ao certo no que estão protestando.
Saí do cinema com a mente a mil, mas ao mesmo tempo contente com á critica que ele faz com relação alguns grupos que se dizem parte da esquerda brasileira contemporânea, mas que na verdade não passam de alienados e que precisam urgentemente se reinventar ou saírem de cena por não saberem realmente a que protestar.
Enquanto isso, um jovem se sente cada vez mais pressionado consigo mesmo a escolher sua posição política, mas acaba entrando num labirinto sem volta. Sergio Bianchi deixa os supostamente oprimidos no chão, no momento que ele nos mostra o que por vezes, cai em um lugar comum os discursos de pessoas que querem reviver o passado, a eterna ferida da ditadura, mas o que não vemos é que a ditadura acontece desde a colônia, desde que o primeiro negro foi trazido para o Brasil, porém só quando revolucionários da classe média são presos é algo histórico e tem que ser falado. Curiosamente, as cenas de um filme do personagem Jairo Mendes (Paulo César) mostradas no longa diz de forma profética que no futuro ‘direita e esquerda jogarão o mesmo jogo’, são intercaladas com o filme de Bianchi, em que Leandro está pesquisando e convivendo com o grupo de amigos de sua mãe, todos ex-militantes da esquerda durante a ditadura, que hoje estão no poder e lutam mais pelos direitos de ter suas indenizações nos bolsos.
No final das contas, Bianchi cria uma analise perturbadora sobre a sociedade brasileira contemporânea, principalmente depois das manifestações de junho de 2013 e dos casos de linchamento ocorridos recentemente. Em determinada cena do longa, Leandro e seu amigo Rafael (Sílvio Guindane) presenciam cenas de manifestação estudantil com repressão violenta da polícia, assim como brigas banais de trânsito com finais trágicos e que remetem com a nossa realidade nua e crua. No entanto, o diretor faz alusões a estes acontecimentos e não aprofunda a análise; sua verve e críticas funcionam com uma arma giratória, atinge tudo e a todos, tanto os grupos de esquerda, de direita, movimentos estudantis e de rua, acadêmicos, políticos, jornalistas e artistas de ontem e de principalmente os de hoje que por vezes não sabem ao certo no que estão protestando.
Saí do cinema com a mente a mil, mas ao mesmo tempo contente com á critica que ele faz com relação alguns grupos que se dizem parte da esquerda brasileira contemporânea, mas que na verdade não passam de alienados e que precisam urgentemente se reinventar ou saírem de cena por não saberem realmente a que protestar.
Em Cartaz no Cinema - Cinebancários - Sessões: 15h, 17h e 19h - Rua General Câmara, nº 424 - Centro Porto Alegre
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