Nos dias 23 e 24 de Julho,
eu estarei participando do curso Federico Fellini – O Maestro, criado pelo CENA
UM e ministrado pela jornalista Fatimarlei
Lunardelli. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui estarei destacando
os principais filmes desse cineasta, que até hoje é considerado um dos melhores
diretores autorais e críticos do cinema Italiano.
8 1/2
Sinopse: Prestes a
rodar sua próxima obra, o cineasta Guido Anselmi (Marcello Mastroianni) ainda
não tem idéia de como será o filme. Mergulhado em uma crise existencial e
pressionado pelo produtor, pela mulher, pela amante e pelos amigos, ele se
interna em uma estação de águas e passa a misturar o passado com o presente,
ficção com realidade.
Fellini em 1963 tinha
conseguido todas as glórias como diretor, já havia superado Rosselini, De Sica,
assim como o Neo-realismo Italiano, e era muito mais popular que qualquer um
dos citados, seu filme mais emblemático seria e é, até hoje, A Doce Vida, e
obviamente ele entrou em crise existencial.
Quando não há mais nada a conquistar o que fazer? Talvez tenha sido a questão que mais infernizou sua cabeça naqueles tempos, e sua resposta foi fazer um filme com base nessa crise o que resultou em um divisor de águas em sua carreira e no seu melhor filme. Seu oitavo filme, 8 1/2, em seu próprio título já reflete a brincadeira que ele levará adiante, atravessar o próprio conceito de filme, e transformá-lo em algo indescritível. A trama é relativamente simples um diretor de cinema, interpretado por Marcello Mastroianni alter-ego de Fellini, encontra-se em uma crise artística e pessoal com seu próximo filme, perseguido pelo produtor, pela amante e pela mulher, ele perambula pela indústria cinematográfica enquanto prepara o filme, que pode ser uma comédia, um filme existencial, memorialístico e até mesmo uma ficção científica! Isso não importa no mais, o filme que Marcello quer construir vai se constituindo nesse fio narrativo, em que a dimensão entre a realidade e os sonhos não é perceptível.
Grande parte da genialidade por trás da história encontra-se na visão metalingüística que ele fornece sobre a arte de fazer um filme. Em certa parte a personagem diz a Marcello que não gosta do chapéu que ele está usando, e na cena o chapéu magicamente desaparece. Podemos notar que as cenas que Marcello descreve ao produtor acontecem com eles a medida que a projeção avança. esse jogo metalinguístico que já se encontra difundido em demasia na cultura cinematográfica, aqui fora pioneiro e em certo ponto era hermético nos anos 60, o que lhe deu status de filme "difícil", mas na verdade em seus 140 minutos, ele é a coisa mais engraçada que Fellini já fez! A cena mais icônica é o harém de Marcello, repleto de todas as mulheres que passaram no filme. Quando uma revolta começa, Marcello empunha um chicote para conter "suas mulheres", isso, apesar de ser claramente chauvinista, é a psique do personagem, é encarada entre um misto de patético com heroico. Esta é um dentre outras cenas em que o sonho entra na realidade do filme que é a idéia de um outro filme. Entendeu? Não! Então assista, pois é realmente indescritível, é uma boneca russa que não acaba.
Quando não há mais nada a conquistar o que fazer? Talvez tenha sido a questão que mais infernizou sua cabeça naqueles tempos, e sua resposta foi fazer um filme com base nessa crise o que resultou em um divisor de águas em sua carreira e no seu melhor filme. Seu oitavo filme, 8 1/2, em seu próprio título já reflete a brincadeira que ele levará adiante, atravessar o próprio conceito de filme, e transformá-lo em algo indescritível. A trama é relativamente simples um diretor de cinema, interpretado por Marcello Mastroianni alter-ego de Fellini, encontra-se em uma crise artística e pessoal com seu próximo filme, perseguido pelo produtor, pela amante e pela mulher, ele perambula pela indústria cinematográfica enquanto prepara o filme, que pode ser uma comédia, um filme existencial, memorialístico e até mesmo uma ficção científica! Isso não importa no mais, o filme que Marcello quer construir vai se constituindo nesse fio narrativo, em que a dimensão entre a realidade e os sonhos não é perceptível.
Grande parte da genialidade por trás da história encontra-se na visão metalingüística que ele fornece sobre a arte de fazer um filme. Em certa parte a personagem diz a Marcello que não gosta do chapéu que ele está usando, e na cena o chapéu magicamente desaparece. Podemos notar que as cenas que Marcello descreve ao produtor acontecem com eles a medida que a projeção avança. esse jogo metalinguístico que já se encontra difundido em demasia na cultura cinematográfica, aqui fora pioneiro e em certo ponto era hermético nos anos 60, o que lhe deu status de filme "difícil", mas na verdade em seus 140 minutos, ele é a coisa mais engraçada que Fellini já fez! A cena mais icônica é o harém de Marcello, repleto de todas as mulheres que passaram no filme. Quando uma revolta começa, Marcello empunha um chicote para conter "suas mulheres", isso, apesar de ser claramente chauvinista, é a psique do personagem, é encarada entre um misto de patético com heroico. Esta é um dentre outras cenas em que o sonho entra na realidade do filme que é a idéia de um outro filme. Entendeu? Não! Então assista, pois é realmente indescritível, é uma boneca russa que não acaba.
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