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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 11 A 17 DE AGOSTO DE 2022

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

UM HERÓI 


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – O ACONTECIMENTO Assista o trailer aqui.

(L´Événement – França, 2021, 100min). Direção de Audrey Diwan, com Anamaria Vartolomei, Kacey Mottet Klein, Luàna Bajrami. Zeta Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Adaptado do romance homônimo de Annie Ernaux, o roteiro conta o drama de Anne, uma estudante promissora que engravida. O ano é 1963 e ela decide abortar, pronta para fazer qualquer coisa para se livrar do bebê e ser dona de seu próprio corpo e de seu futuro. Mas ela se envolve sozinha em uma corrida contra o tempo, desafiando a lei. Vencedor do Leão de Ouro de melhor filme no Festival de Veneza em 2021.


17h – OS AMORES DELA Assista o trailer aqui.

(Les Amours d’Anaïs - França, 2022, 100min) Direção de Charline Bourgeois-Tacquet,com Anaïs Demoustier, Valeria Bruni Tedeschi, Denis Podalydès. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Anaïs tem 30 anos e não leva nada a sério: é infiel com o namorado, não paga o aluguel em dia e nem cumpre os prazos do seu orientador de doutorado. Seguindo seus desejos, ela se interessa por Daniel, um editor literário que é casado com Emilie, uma escritora famosa. Mas, aos poucos, a jovem percebe o quão interessante é Emilie e resolve se aproximar dela.


19h – MOSTRA ESPECIAL “A PRÓXIMA ESTAÇÃO DE TABAJARA RUAS”


PROGRAMAÇÃO:

Dia 11 agosto (quinta), 19h – sessão “Netto Perde sua Alma” (exibição em DVD)

Dia 12 agosto (sexta), 19h – sessão “A Próxima Estação de Tabajara Ruas” +  “A Cabeça de Gumercindo Saraiva”

Dia 13 agosto (sábado), 19h – sessão de “Os Senhores da Guerra”

Dia 14 agosto (domingo), 19h – sessão de “A Próxima Estação de Tabajara Ruas +  “Brizola – Tempos de Luta”


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – A TEORIA DOS VIDROS QUEBRADOS  Assista o trailer aqui.

(La Teoria de los Vidrios Rotos - Uruguai/Argentina/Brasil, 85min, 2022). Direção de Diego “Parker” Fernández, com Martín Slipak, Roberto Birindelli, César Troncoso, Veronica Perrotta. Okna Filmes, 14 anos. Comédia policial.

Sinopse: Inspirado na teoria que dá título ao filme, o roteiro acompanha Claudio, funcionário de uma companhia de seguros que é designado para trabalhar em uma cidade do interior do Uruguai. A experiência deveria ser tranquila, mas, quando ele chega, vários carros são incendiados. Para se garantir no emprego – e no casamento - Claudio terá que descobrir o que realmente aconteceu. O filme foi o vencedor do Kikito de longa estrangeiro no Festival de Gramado 2021.


16h15 – AOS NOSSOS FILHOS Assista o trailer aqui.

(Brasil, 110min, 2022). Direção de Maria de Medeiros, com Marieta Severo, José de Abreu, Laura Castro, Marta Nóbrega. Imovision, 16 anos. Drama.

Sinopse: Vera é responsável por uma ONG de crianças soropositivas, ao mesmo tempo em que luta contra traumas do passado deixados pela ditadura militar. Tânia, sua filha, vive um casamento de 15 anos com outra mulher e pretende ter um filho. Separadas por ideais diferentes, preconceitos e muitas mágoas, mãe e filha precisam se entender e se adaptar aos novos tempos. O filme é uma adaptação da peça de teatro homônima, protagonizada pela própria Maria de Medeiros no Brasil.


18h30 – UM HERÓI Assista o trailer aqui.

(Ghahreman - Irã/França, 2021, 125min). Direção de Asghar Farhadi, com Amir Jadidi, Mohsen Tanabandeh, Fereshteh Sadrorafaii. Califórnia Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Rahim resolve usar uma licença de dois dias da cadeia para tentar convencer o seu credor a perdoar a dívida que o levou à prisão. Parte da negociação envolve uma bolsa com algumas moedas de ouro, mas o plano dá errado e Rahim tenta encontrar o verdadeiro dono deste pequeno tesouro – o que acaba gerando uma resposta positiva da opinião pública. Mas a situação toma outros rumos e envolve toda a família de Rahim numa verdadeira teia de notícias falsas.


SALA 3 / NORBERTO LUBISCO


15h30 – MOSTRA MELHORES MINUTOS 2021

Seleção de 48 vídeos premiados no Festival do Minuto do ano passado.

Sinopse: A programação reúne vídeos de até um minuto, assinados por realizadores de várias partes do mundo. A proposta é exercer o poder de síntese para tratar de um tema atual e relevante.


*SESSÃO NOS DIAS 13 E 14, SÁBADO E DOMINGO.* ENTRADA FRANCA.


17h15 – GAROTA INFLAMÁVEL Assista o trailer aqui.

(Stillstehen – Alemanha/Itália, 90min, 2020). Direção de Elisa Mishto, com Katharina Schüttler, Martin Wuttke, Natalia Belitski. Pandora Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Julie é uma garota mimada e inteligente que tem um jeito muito particular de protestar: não fazer nada – nem estudar, nem ter amigos, nem trabalhar. Já Agnes é uma enfermeira casada e mãe de uma filha que tenta levar a vida da maneira mais correta possível. Quando as duas se conhecem, ambas experimentam novos limites para seus respectivos mundos.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


Acesse nossas plataformas sociais:

https://linktr.ee/cinematecapauloamorim

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO - 11 a 21 de agosto de 2022

Crimes do Futuro 

 UM FIM DE SEMANA PARA LEILA DINIZ

A Cinemateca Capitólio apresenta nos dias 20 e 21 de agosto, sábado e domingo, a mostra Memória Livre: Leila Diniz, com exibições de filmes e um debate sobre o legado da atriz na ocasião do cinquentenário de sua morte. A programação, concebida em parceria com a pesquisadora Daniela Strack, tem apoio do CTAv e da Programadora Brasil, e apresenta obras marcantes estreladas por Leila Diniz, como Fome de Amor, de Nelson Pereira dos Santos, Todas as Mulheres do Mundo, de Domingos de Oliveira e Mãos Vazias, de Luiz Carlos Lacerda, e o documentário Mulheres de Cinema, realizado por Ana Maria Magalhães no final dos anos 1970.

No domingo, 21 de agosto, às 19h, após a exibição de Leila Diniz, cinebiografia da atriz lançada por Luiz Carlos Lacerda em 1987, há um debate com o diretor, a pesquisadora Daniela Strack e o crítico de cinema Marcus Mello. Toda a programação tem entrada franca.    


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/5291/memoria-livre-leila-diniz/


SLASHER FILMADO EM CANNES NO PROJETO RAROS

Na semana do Festival de Gramado, a Cinemateca Capitólio celebra o ambiente dos festivais de cinema com uma edição do Projeto Raros na sexta-feira, 19 de agosto, às 19h30, exibindo O Último Filme de Horror, slasher realizado clandestinamente durante o Festival de Cannes, em 1981, pelo diretor David Winters. Com apoio da distribuidora Troma, a sessão será apresentada pelo crítico e pesquisador Cristian Verardi. Entrada franca. 


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5288/projeto-raros-o-ultimo-filme-de-horror/


MEMORIA, CRIMES DO FUTURO, A QUEDA E DIÁRIOS DE OTSOGA EM CARTAZ

Memória, o mais novo filme do tailandês Apichatpong Weerasethakul, e A Queda, drama brasileiro dirigido por Diego Rocha, entram em cartaz na Cinemateca Capitólio a partir do dia 11 de agosto. Diários de Otsoga, obra portuguesa dos diretores Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro, entra em cartaz no dia 18 de agosto. Crimes do Futuro, do canadense David Cronenberg, ganha mais exibições até o dia 20 de agosto. O valor do ingresso é R$ 16,00.


GRADE DE HORÁRIOS

11 a 21 de agosto de 2022


11 de agosto (quinta)

15h – A Queda

17h – Crimes do Futuro

19h – Memoria


12 de agosto (sexta)

15h – A Queda

17h – Crimes do Futuro

19h – Memoria


13 de agosto (sábado)

15h – A Queda

17h – Crimes do Futuro

19h – Memoria


14 de agosto (domingo)

15h – A Queda

17h – Crimes do Futuro

19h – Memoria


16 de agosto (terça)

15h – A Queda

17h – Crimes do Futuro

19h – Memoria


17 de agosto (quarta)

15h – A Queda

17h – Crimes do Futuro

19h – Memoria


18 de agosto (quinta)

15h – Crimes do Futuro

17h – A Queda

19h – Diários de Otsoga


19 de agosto (sexta)

15h – A Queda

17h – Memoria

19h30 – Projeto Raros: O Último Filme de Horror


20 de agosto (sábado)

15h – Crimes do Futuro

17h – Todas as Mulheres do Mundo

18h30 – Mulheres de Cinema

19h30 – Fome de Amor


21 de agosto (domingo)

15h – Diários de Otsoga

17h – Mãos Vazias

19h – Leila Diniz + debate

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'LIBELU: ABAIXO A DITADURA'

Sinopse: Liberdade e Luta foi um grupo trotskista universitário surgido em 1976. Impulsionada por uma organização clandestina, a tendência estudantil ganhou fama ao retomar a o lema "abaixo a ditadura". Seus integrantes eram famosos pela irreverência e abertura cultural.  

Embora tenha se seguido por mais de vinte anos desde o dia 31 de março de 1964, a Ditadura Militar Brasileira sofreu com diversos percalços e dentre eles eram os inúmeros jovens estudantes que não aceitavam os rumos em que o país estava vivendo. Curiosamente, alguns desses jovens vieram a se tornar conhecidos pelo grande público, pois muitos seguiram as carreiras jornalistas ao seu modo e que, infelizmente, alguns tiveram que se adentrar aos sistemas da direita para continuarem sobrevivendo. "Libelu - Abaixo a Ditadura" (2021) fala sobre essa geração que se levantou contra a ditadura, mas que cada um seguiu o seu próprio caminho de acordo com que a realidade lhe oferecia.

Dirigido por Diógenes Muniz, "Libelu - Abaixo a Ditatura" conta a história do Liberdade e Luta, um grupo trotskista universitário que surgiu em 1976. Impulsionada por uma organização clandestina internacionalista, a tendência estudantil ganhou fama ao retomar a palavra de ordem “abaixo a ditadura”. Seus integrantes eram famosos pela irreverência e abertura cultural. Entre os anos 1970 e 1980, Libelu se tornou adjetivo, sinônimo de radicalidade e, para adversários, inconsequência política. Passadas quatro décadas, o documentário mostra onde estão jovens trotskistas e o que pensam nos dias de hoje.

É importante destacar que Diógenes Muniz procura não entrevistar as figuras centrais desse documentário todos juntos, mas sim de forma separada, mas no mesmo cenário. Curiosamente, a partir do momento em que um é entrevistado, logo surge outro em cena para concordar ou contradizer alguns fatos em que o entrevistado anterior havia dito. Uma forma interessante de analisarmos uma situação em que muitos vivenciaram, mas que alguns tiveram uma visão diferente sobre os acontecimentos.

Tecnicamente, o realizador procura nos passar uma edição agiu, onde os fatos narrados pelos entrevistados se intercalam com cenas gravadas dos movimentos da época. Muito desse material sintetiza o calor daqueles tempos de incerteza, mas que faziam uma nova geração de estudantes sair para as ruas e fazendo com que os representantes daquela "não democracia" temer pela possibilidade de um novo "maio de 68". Segundo as próprias palavras do diretor, a “A Libelu foi impulsionada das sombras por uma organização clandestina, a Organização Socialista Internacionalista (OSI)”, explica Muniz.

Por conta disso, vários outros grupos começaram a sair das sombras. Assim, o movimento estudantil foi se articulando para reerguer as entidades representativas que tinham sido fechadas pelo regime militar.” Os Sindicatos, por exemplo, foram algo que foi enfraquecido pelo regime, mas que logo foi ganhando força a partir do momento em que esses jovens deram gás nas ruas. Esse efeito borboleta que causou cada vez mais o enfraquecimento do regime daqueles tempos e culminando nas "Diretas Já".

Antes disso, porém, a Libelu foi se dispersando ao longo do tempo, sendo que alguns estudantes se tornaram jornalistas conhecidos e cada um foi colhendo o que foi plantado. Pessoalmente, eu acho interessante ver em cena o jornalista Paulo Moreira Leite, hoje colunista do site "Brasil 247" e que no passado trabalhou nas entranhas do Jornalismo Empresarial como a Veja e a própria Globo. Segundo as suas próprias palavras, era um jornalismo da direita e que se prestavam em criar um material que falava sobre algum ponto do outro lado do mundo, mas que jamais retratava os verdadeiros males que afligiam o povo brasileiro.

Curiosamente, observamos também a figura do jornalista Reinaldo Azevedo, que no passado foi um desses muitos jovens que saíram as ruas e que, posteriormente, se tornou um jornalista que bateu de frente contra a própria esquerda. Autor de "O País dos Petralhas", é interessante observa-lo como um profissional que caminhou pelos dois lados da linha da história, mas que não demonstra resquícios de culpa pelas suas escolhas perante os últimos quase dez anos de acontecimentos que fragilizaram a nossa Democracia. Mas dessa contradição toda, tudo pesa no colo do ex-ministro Antônio Palocci, que surge em cena no final da obra e simbolizando que aquela geração de luta nem todos conseguiram se manter no lado mais coerente da história.

Acima de tudo, é um documentário sobre a força do pensamento da esquerda, de um socialismo fortalecido perante ao autoritarismo, mas cujo esse poder foi se perdendo ao longo do tempo em que a Democracia foi restabelecida.  Se isso aconteceu no passado, o que dizer de uma esquerda de hoje em que, infelizmente, se encontra dividida, que precisa de todas as formas para derrubar um desgoverno que somente despreza o lado Democrático do país e que deseja a todo custo por o peso do golpe de estado contra todos. Nos próximos meses será preciso o conhecimento do passado para ajudar essa nova geração que anda cada vez mais se perdendo e não conseguindo nem sequer escolher um lado.

"Libelu - Abaixo a Ditadura" fala sobre os grandes acertos dos movimentos estudantis do passado contra o autoritarismo, mas cujo o mesmo foi desaparecendo ao longo do tempo e que nos dias de hoje precisaria do quanto antes de um renascimento. 


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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Garota Inflamável'

 Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Paulo Amorim, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 13/08/2022, sábado, às 10:15 da manhã 


"Garota Inflamável" (Stillstehen)

Alemanha/Itália, 2020, 90 min, 16 anos

Direção: Elisa Mishto

Elenco: Katharina Schüttler, Martin Wuttke, Natalia Belitski 

Sinopse: Julie é uma garota mimada e inteligente que tem um jeito muito particular de protestar: não fazer nada – nem estudar, nem ter amigos, nem trabalhar. Já Agnes é uma enfermeira casada e mãe de uma filha que tenta levar a vida da maneira mais correta possível. Quando as duas se conhecem, ambas experimentam novos limites para seus respectivos mundos.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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Cine Dica: Em Cartaz - 'Gêmeo Maligno'

Sinopse: Rachel (Teresa Palmer) é uma mãe vivendo o luto de um trágico acidente onde um de seus gêmeos perdeu a vida. Para reconstruir a família, Anthony (Steve Cree) muda com a esposa e seu filho sobrevivente para a cidade onde cresceu, a milhares de quilômetros de onde viviam. 

Se no princípio um filme nos apresenta algo a mais do que aparenta ser ele acaba ao longo da história adquirindo novas camadas de interpretação e fugindo do convencional. Pegamos como exemplo o clássico "O Bebê de Rosemary" (1968), do qual até a pouco tempo muitos apontavam como um filme de terror sobre o nascimento do filho do demônio, quando na verdade ele pode ser interpretado como um horror psicológico em que a protagonista sofre durante e após o seu parto. No caso de "Gêmeo Maligno" (2022) a trama oscila por momentos convencionais para situações que beiram ao surreal e fazendo a gente se perguntar se o que acorre na trama é sonho ou realidade a todo momento.

Dirigido por Taneli Mustonen, a trama acontece após um trágico acidente que matou um filho do casal Rachel e Anthony e ambos decidem se mudar e se concentrar em seu filho gêmeo sobrevivente, Elliot. O que começa como um tempo de cura e isolamento no campo escandinavo se transforma em uma batalha desesperada pela alma de seu filho, quando uma entidade que afirma ser seu irmão gêmeo morto assume Elliot. Porém, algo não está certo e Rachel começa a descer ao inferno entre sonhos e pesadelos.

Embora o filme nos passe aquela sensação de originalidade quase zero em alguns momentos, ao mesmo tempo nos surpreende pela boa direção de Taneli Mustonen, do qual o mesmo consegue criar uma atmosfera mórbida e quase claustrofóbica em algumas situações no cenário principal em que se passa a trama. Ao mesmo tempo uma edição fragmentada nos é jogada a quase todo momento, como se a intenção fosse para montarmos um grande quebra cabeça e nos forçando em advinhar o que está realmente acontecendo dentro da história. Quando desconfiamos que o filme se encaminha para algo convencional dentro do gênero eis que ele nos surpreende em nos enviar para diversas direções e fazendo a gente pensar  sobre qual é o grande segredo por detrás dessa cortina de fumaça.

Até lá, somos brindados com até boas interpretações do elenco principal, principalmente de Teresa Palmer que surpreende ao interpretar uma mãe que carrega o luto pela perda do seu filho e tenta de todos os meios em manter seguro o seu outro. Porém, na medida em que a trama avança, muitos elementos e informações que surgem nos faz questionar com relação ao que acontece naquele lugar e fazendo com que a gente imagine  que tudo não passa de uma grande seita que deseja a alma do garoto ou algo do gênero. Neste último caso, os realizadores pecam ao fazer a gente se lembrar por demais do extraordinário "Midsommar" (2019) ao invés de procurar obter luz própria no decorrer da trama.

Felizmente esse deslize é compensado pelas várias passagens em que achamos que algo de terrível está acontecendo, quando na verdade tudo não passa de um grande sonho ou pesadelo e cuja as cenas são tão surpreendentes que somente alguém como Freud explicaria. Os sonhos, por sua vez, acabam sendo também uma mera distração para ocultar o grande segredo que existe dentro da história e cuja a revelação surpreende principalmente para aqueles que toparam em acreditar que estavam vendo um mero filme de terror convencional. Claro que o cinéfilo mais atento irá fazer comparações com outros títulos similares como no caso, por exemplo, da "Ilha do Medo" (2010), muito embora ambos terminem de maneira distintas e fora do padrão habitual.

"Gêmeo Maligno" nos engana através do seu título em um primeiro momento, já que o filme como um todo é uma verdadeira decida ao mundo dos sonhos, pesadelos e até mesmo aos delírios de uma mente em desespero e pedindo por socorro. 


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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'A Pura Verdade'

Sinopse: Atormentado pela morte de seu único filho, Hamnet, o dramaturgo William Shakespeare luta para consertar relações desfeitas com sua esposa e filhas. Mas, ao fazê-lo, é forçado a analisar suas falhas como marido e pai. 

Kenneth Branagh vive o que talvez seja o melhor momento de sua carreira, tanto na direção como na atuação. No primeiro caso, por exemplo, ele veio a ganhar neste ano um Oscar de melhor Roteiro Original pelo seu incrível trabalho por "Belfast"(2022) e logo em seguida dando continuidade ao universo literário de Agatha Christie no filme "A Morte no Nilo" (2022). Com relação a literatura, Branagh possui uma predileção pelas obras de William Shakespeare e tendo conseguindo o feito de levar algumas adaptações para o cinema.

Em 1989 ele dirigiu e atuou na produção "Henrique V", mas não satisfeito ele conseguiu dirigir o que talvez seja uma de suas maiores produções que foi "Hamlet" (1996). De lá pra cá o realizador fez de tudo um pouco, ao ponto de até mesmo dirigir alguns blockbusters para Hollywood como no caso de "Thor" (2011), mas jamais se esquecendo do seu namoro shakespeariano. Por conta disso, não é de se espantar ao velo dirigindo e atuando em "A Pura Verdade" (2018), filme que retrata os últimos anos da vida de William Shakespeare e do qual revela histórias até mesmo surpreendentes.

A trama começa logo após o desastroso incêndio no The Globe, onde o célebre escritor William Shakespeare decide se aposentar e retorna para Stratford, sua cidade natal. A volta para o ambiente da sua infância conturbada o remete a profundas reflexões sobre as relações familiares estabelecidas ao longo de sua vida. O dramaturgo relembra da morte de seu filho de apenas onze anos e questiona seus erros e acertos no desempenho do papel de pai e marido em meio ao frenesi do seu sucesso.

Ao retratar e interpretar o ilustre escritor, Kenneth Branagh faz com o maior carinho e cuidado a todo momento, mas ao mesmo tempo passando para nós o lado mais humano daquela pessoa e que não escondia as suas mais profundas falhas. Ao retratar a sua fase de ainda luto pela perda do seu filho, o realizador constrói para nós a imagem de um Shakespeare lutando contra os seus próprios demônios e tentando compreender o seu caminho e seu papel dentro de sua própria família. Neste último caso, por exemplo, ele não foge de certos atritos, desde a sua reaproximação com a sua esposa, interpretada pela sempre competente Judi Dench, como também a falta de carinho pelas suas filhas, em especial a personagem Judith e que é interpretada pela jovem atriz Kathryn Wilder.

Vale destacar que o filme explora o papel das mulheres daqueles tempos longínquos através da esposa e das filhas do escritor. Em tempos em que o patriarcado era a força dominante de tempos mais conservadores, não é de se estranhar, por exemplo, que muitos talentos femininos foram silenciados unicamente por serem mulheres e sendo que a maioria eram esquecidas através da história. Um fato que é, infelizmente, triste de ser constatado e que se aqui já nos choca isso é ainda mais potencializado no filme "Mary Shelley" (2017) do qual eu também recomendo.

Tecnicamente o filme é um outro ponto positivo da obra como um todo, já que tanto a sua fotografia como a edição de arte parecem que foram extraídas de alguma pintura daquela época. A própria figura de Shakespeare, por exemplo, construída pelo Kenneth Branagh remete as inúmeras pinturas que retrataram o escritor ao longo dos séculos, sendo que o diretor e ator está quase irreconhecível na sua maquiagem simples, porém, mais do que eficaz. Vale destacar também as lentes grande-angulares extremas nos primeiros minutos de projeção do filme, ao fazer de Shakespeare em cena algo quase monumental, mas não escondendo a sua pior fase da vida.

Neste último caso, o as lembranças do filho e dos motivos que o levaram a sua morte são algo que são dissecados gradualmente ao longo da trama. Se por um momento achamos que tudo foi colocado na mesa sobre o assunto, eis que o ato final revela algo surpreendente e sintetizando ainda mais o quanto era pesado o fardo de algumas pessoas daqueles tempos em tentar agradar ou até mesmo superar o seu ente querido ao invés de seguir o seu próprio rumo. Curiosamente, antes de eu assistir ao filme, eu tive conhecimento do filho de Shakespeare na clássica HQ "Sandman - Sonhos de Uma Noite de Verão" e que poderá ser adaptada pela Netflix muito em breve.

Com uma ilustre participação monumental do veterano Ian McKellen, "A Pura Verdade" é visão delicada, porém, cheia de riqueza sobre um dos maiores dramaturgos do mundo e que somente Kenneth Branagh poderia fazer com tamanho carinho.


Onde Assistir: Netflix. 


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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Todos os homens do presidente'

CICLO NOVA HOLLYWOOD

Sessão comentada Clube de Cinema


ENTRADA FRANCA

Local: Sala Redenção, Campus Central da UFRGS

Data: 09/08/2022, terça-feira, às 19:00 horas

"Todos os Homens do Presidente" (All the President's Men)

EUA, 1976, 138 min, legendado, 14 anos

Direção: Alan J. Pakula

Elenco: Dustin Hoffman, Robert Redford, Jack Warden, Martin Balsam, Hal Holbrook, Jason Robards, Jane Alexander, Meredith Baxter

Sinopse: Em 1972, sem ter a menor noção da gravidade dos fatos, um repórter (Robert Redford) do Washington Post inicia uma investigação sobre a invasão de cinco homens na sede do Partido Democrata, que dá origem ao escândalo Watergate e que teve como conseqüência a queda do presidente Richard Nixon.


Sobre o filme: 

Belo e ágil drama político, que muitos consideram como um dos melhores filmes sobre o tão falado escândalo de Watergate que, curiosamente, foi feito pouco tempo depois após a polêmica que abalou os EUA. A forma como o filme é construído em que recria a investigação dos repórteres passo a passo, com certeza ao longo do tempo, serviu de base para a criação de outros filmes sobre investigação, como no caso de "Zodíaco" (2005) de David Fincher. Infelizmente, o diretor Alan J. Pakula só voltaria a fazer um filme tão significativo como esse em "A escolha de Sofia"(1982), mas depois disso, os outros títulos podem ser considerados dispensáveis.

Outra coisa que ajudou e muito no filme é a química quase contagiante, da parceria de Dustin Hoffman e Robert Redford em cena, onde ambos os personagens que eles interpretam se completam, ao investigar a fundo o importante caso da trama. Muito embora, Jason Robards (Era uma vez no Oeste), roube a cena a cada momento que surge e não é à toa que recebeu um merecido Oscar de ator coadjuvante.

Quatro décadas após o seu lançamento, "Todos os Homens do Presidente", com roteiro de William Goldman, tendo como base o livro homônimo de Carl Bernstein e Bob Woodward, montado por Robert L. Wolfe e orquestrado musicalmente por David Shire, é um filme que agrada a um amplo público. Apesar de não ter o dinamismo que a maldita contemporaneidade exige, haja vista os seus 138 minutos de duração e algumas cenas letárgicas, a produção é uma aula interessante de jornalismo, bem como funciona como narrativa “dramática policial de suspense político investigativo”.

Com sua narrativa envolvente, atuações competentes e a segura direção de Pakula, “Todos os Homens do Presidente” é uma obra-prima que não deveria servir apenas como aula de jornalismo investigativo. O longa estrelado por Redford e Hoffman é, na verdade, uma verdadeira aula de cinema em todos os sentidos. 


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