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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Speed Racer'

Sinopse: Ao negar uma oferta lucrativa do empresário da Royalton Indústrias, Speed o deixa furioso e acaba descobrindo a corrupção dos patrocinadores em corridas. Para salvar os negócios da família, Speed participa do mesmo rally que matou seu irmão para desafiar um magnata corrupto. 

Fazer adaptações para o cinema de desenhos animados de sucesso não é tarefa fácil, principalmente por serem duas mídias cuja as linguagens são, por vezes, diferentes uma da outra. Há raras exceções, como no caso, por exemplo, do ótimo "Gasparzinho" (1995), que conseguiu obter a essência da proposta original e moldura-la como uma proposta fresca para as telonas. Em contrapartida, "Speed Racer" não é somente bastante fiel a sua fonte original, como também é um show de luzes e cures e das quais a gente não esquece.
Dirigido pelas irmãs Wachowski, do clássico "Matrix" (1999), o filme conta a história de    Speed Racer (Emile Hirsch), um jovem muito rápido nas pistas de corrida. Predestinado para competir, Speed é impiedoso, instintivo e destemido ao volante. O único oponente à sua altura é a lembrança de seu falecido irmão, o lendário Rex Racer, o que idolatrava. Quando Speed dispensa uma lucrativa e tentadora oferta da empresa Royalton Industries isto deixa o dono da companhia, Royalton (Roger Allam), furioso. Logo Speed faz uma importante descoberta: que os resultados de algumas das corridas mais importantes da temporada são pré-determinados por um grupo de magnatas impiedoso, que manipula os principais corredores para aumentar seus lucros. Com isso a única maneira de Speed salvar os negócios da família é derrotando Royalton em seu próprio jogo. Para tanto ele recebe a ajuda de Trixie (Christina Ricci), sua fiel namorada, e se junta ao seu antigo rival, o Corredor X (Matthew Fox), para enfrentar o mortal rally, que tirou a vida de seu irmão tempos atrás.
Abertura do filme já começa primorosa, ao focar na origem do protagonista e alinhá-la com a proposta principal do filme que é nos surpreender visualmente. Embora seja um longa protagonizado por atores, todo o visual é como se fosse tirado de um desenho animado típicos dos anos setenta e oitenta e gerando em quem assiste uma verdadeira sensação de nostalgia. Além disso, é preciso dar palmar para os realizadores da edição do filme, pois é um verdadeiro jogo de cenas e alinhado com a imagens dos atores sobrepondo a elas.
Em termos de efeitos visuais o filme é uma verdadeira overdose de luzes e cores e cujo o ritmo se torna um verdadeiro video game. Imagino que quem teve o privilégio de assistir ao filme no cinema na época com certeza teve uma ligeira sensação de um verdadeiro filme 3D sem os recursos dos óculos, pois em vários momentos temos a sensação que estamos sendo jogados na pista, ou quando os carros avançam na frente da câmera. Pode não ter sido tão revolucionário quanto "Matrix", mas as irmãs Wachowski deram o gostinho do que se pode fazer ao arriscar com recursos até mesmo um pouco à frente da época.
Com relação ao elenco, é óbvio que não dá para esperar muitas grandes atuações de uma produção baseada em um desenho animado, mas é preciso reconhecer que até que eles foram bem nessa empreitada. O veterano John Goodman, por exemplo, está ótimo como pai de família da equipe e sempre rouba a cena nas cenas em que dá uma lição de moral ao seu filho protagonista. E se por um lado o próprio protagonista Spader (Emile Hirsch) está a apenas ok em sua atuação, em contrapartida, Roger Allan, do filme "A Mulher de Preto (2012) surpreende com empresário inescrupuloso e bem cartunesco.
Com um final alucinante, "Speed Racer" é um filme que merece ser descoberto principalmente para aqueles que buscam uma boa aventura colorida e muito gostosa de ser assistida.  

Onde assistir: DVD, Blu-Ray, Google Play Filmes e Youtube. 

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terça-feira, 14 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'A Gripe'

Sinopse: Um homem morre por causa de um vírus desconhecido e, em pouco tempo, milhares de pessoas apresentam os mesmos sintomas que ele. O vírus é transmitido pelo ar, não tem cura e mata em 36 horas. Agora o único objetivo é sobreviver.  

Devido ao cenário atual do Coronavírus era inevitável que o público começasse a procurar filmes que, ao menos, chegassem perto da realidade em que nós todos estamos passando. "Contágio" (2011)", por exemplo, é o mais próximo dessa situação atual, ao injetar um alto grau de verossimilhança e fazendo com que se tornasse ainda mais crível anos depois quando começou a ser comparado a esses tempos nebulosos. "A Gripe" vai pôr um caminho mais diferente, ao reunir dramalhão com um ritmo de ação quase sempre constante.
Dirigido por Sung-Soo Kim, o filme se passa em Bundang, no subúrbio de Seul, onde começa a passar por uma epidemia devastadora . Byung-woo (Erik Scott Kimerer) morre em decorrência de um vírus desconhecido. No início, o vírus não recebe importância, e a população não se previsse. Em pouco tempo, centenas de moradores da região são atingidos pelo vírus. O caos de instaura. O governo do país pede isolamento da área. Enquanto isso, um especialista procura o sangue que será capaz de desenvolver a vacina contra o vírus.
Lançado em 2013, o filme pegou carona na época com relação ao medo em que as pessoas tinham com relação a gripe suína e que, com certeza, foi um projeto que nasceu também após o bom desempenho do filme "Contágio" que havia sido lançado dois anos antes. Porém, diferente da obra de Steven Soderbergh, o filme se envereda para uma espécie de super produção na medida que o vírus vai avançando em meio as pessoas e fazendo que se torne uma corrida contra o tempo. Devido a isso, somente o primeiro ato da trama ele flui de forma mais gradual na apresentação dos personagens, para logo se tornar uma verdadeira montanha russa e cuja a edição frenética faz a gente se prender na cadeira.
Por conta disso, o filme acaba se tornando não muito diferente dos filmes catástrofes norte-americanos, ao ponto que diversas cenas áreas, por exemplo, nos surpreende pelos seus inúmeros detalhes e sintetizando a real gravidade que ocorre naquela cidade infectada. Em contrapartida, o elenco em si falha em atuações, por vezes, canastronas e sendo que alguns personagens se tornam até mesmo irritantes em algumas passagens da história. Felizmente, a trama se concentra mais no casal central e de uma menina, sendo que essa última pode se tornar a peça chave para o desenrolar de toda a trama.
Mesmo com pesares, "A Gripe" é um ótimo entretenimento, mesmo quando nós estamos diante de uma situação que gostaríamos que continuasse somente na ficção. 

Onde assistir: Netflix 

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segunda-feira, 13 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Trainspotting' (1996)

Sinopse: Mark Renton tem amigos estranhos: um psicopata alcoólatra, um desesperado, um fã de Sean Connery mulherengo e um viajante. Todos buscan superar o desemprego, os relacionamentos e as drogas. 


O tempo passa e cada vez fica mais notório que durante os anos noventa foram lançados filmes que serviriam de base para o que o cinema se tornaria posteriormente. Filmes como, por exemplo, "Clube da Luta" e "Matrix", ambos de 1999, foram o que melhor sintetizam o que acontecia naqueles tempos, onde a sociedade cada vez mais se tornava alienada, consumista e presa ao sistema capitalista. Porém, antes disso, um pequeno filme tomou por assalto o mundo cinematográfico em 1996, o britânico "Trainspotting" e se tornando facilmente um dos grandes filmes de uma época em que a juventude procurava se definir na vida.
Dirigido por Danny Boyle, que na época já era badalado pelo filme "Cova Rasa" (1994), a trama é baseado no livro do escritor escocês Irvine Welsh, onde a trama se passa em  Edimburgo, na Escócia, onde vive Renton (Ewan McGregor), um jovem usuário de heroína que leva uma vida despreocupada, dividindo-se entre seu romance com a estudante colegial Diane (Kelly Macdonald) e os encontros com seus quatro amigos viciados: Sick Boy, (Jonny Lee Miller), um imoral desenhista de HQs fanático por Sean Connery; Tommy (Kevin McKidd), um atleta responsável; Spud (Ewen Bremner), um bobalhão de bom coração e Begbie (Robert Carlyle), um violento sociopata.
Vindo de clipes e curtas metragens, Danny Boyle se aproveita ao máximo para fazer o que bem entender com a sua câmera e isso é bem perceptível nos primeiros minutos de filme vistos na tela. Vemos os protagonistas correndo, com sua narração off disparando, trilha sonora pesada da época e cuja a edição de cenas a tornam bastante dinâmica. Tudo isso para nos colocar naquele universo cheio de bebidas e drogas em meio a jovens perdidos na vida, porém, com opções demais de consumo e fazendo deles ainda mais viciados.
O filme pode facilmente ser comparado a outras obras primas do cinema como, por exemplo, "Taxi Driver" (1976) já que em ambos os casos fala do indivíduo em meio a muitas possibilidades para melhorar a vida, mas presos a elas e se enveredando para o consumo ilícito e, por vezes, vicioso. É nas cenas de consumo de drogas, por exemplo, que Danny Boyle comprova porque veio a se tornar um dos grandes diretores que surgiram naquele momento.
'Trainspotting' é um daqueles filmes que possui tantas cenas imperdíveis que acaba se tornando até mesmo difícil escolher qual a sua favorita. Em alguns casos, elas se tornam uma espécie de símbolo abstrato com relação a situação que o protagonista se encontra naquele momento e, portanto, não se surpreenda do próprio se enfiar em um vaso cheio de excremento para somente obter de volta a sua preciosa droga. Se isso não é o suficiente se prepare então para a sequência da abstinência, com o direito de haver um bebê andando no teto e deixando o protagonista ainda mais enlouquecido devido à falta de consumo.
O filme não só consagraria o diretor como também o seu protagonista. Após "Trainspotting",  Ewan McGregor testemunharia a sua carreira chegar a um novo patamar, atuando tanto em superproduções, como no caso da segunda trilogia "Star Wars", como também continuando atuando em filmes mais autorais, como no caso, por exemplo, "Peixe Grande" (2003) de Tim Burton. Tanto ele como os demais do elenco retornaram "T2 Trainspotting" (2016) mas jamais superando o impacto que foi a obra original como um todo.
Quase vinte e cinco anos depois do seu lançamento, "Trainspotting" é uma obra prima de sua época, mas servindo de modelo para outros cineasta para tentarem fazer a sua Mona Lisa cinematográfica.  

Onde assistir: DVD, Netflix e Net Now

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sexta-feira, 10 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Uma Nova Amiga'

Sinopse: Após a melhor amiga de Claire ficar doente e morrer, ela resolve se aproximar do do marido dela para, juntos, lidarem com o luto. Esta proximidade acaba por revelar um segredo íntimo e surpreendente do viúvo.

Dirigido por François Ozon, "Uma Nova Amiga" é um filme que transita entre gêneros, passando pelo drama, o suspense hitchcockiano ao romance. A sequência de abertura já gera uma quebra de expectativas. Romain Duris está ótimo no papel, mas Anaïs Demoustier é quem se destaca, construindo uma Claire que se equilibra entre a fragilidade e a força. A direção de arte contribui grandemente com a experiência. Uma Nova Amiga é um filme muito bonito, que aborda questões de gênero de forma leve mas nunca jocosa e sem preconceitos ou amarras.

Onde assistir: Google Play Filmes e Youtube 

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quinta-feira, 9 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Okja'

Sinopse: A ideia é que os animais permaneçam espalhados ao redor do planeta por 10 anos, sendo que após este período participarão de um concurso que escolherá o melhor super porco. 

'Okja' é ótimo, mas acima de tudo obrigatório. Com uma boa atuação da jovem Ahn Seo-hyun, ao lado de grandes nomes como Swinton e Gyllenhaal, o filme nos dá importantes lições sobre lealdade e desumanidade. O que no início parece algo infantil, logo se transforma em uma trama sombria e realista, com cenas repletas de detalhes e momentos de grande ação. Estamos longe de viver em um mundo onde algo assim seja exclusivo das telas de cinema, e Joon-Ho Bong fez questão de nos mostrar isso. 

Onde assistir: Netflix.  

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quarta-feira, 8 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'O Mau Exemplo de Cameron Post'

Sinopse: Em 1993, Cameron, uma estudante colegial, é forçada a passar pela terapia de conversão homossexual após ser flagrada com a rainha do baile de formatura.

O filme toca em assuntos delicados  e, por conta disto, poderia ir mais além com relação em alguns momentos e mostrar com mais detalhes outras histórias que são pouco mencionadas, mas é notório que trazem grande relevância para entender a obra, o que se passa na mente da protagonista e os motivos que a fazem seguir um novo caminho. Regado a música dos anos 90, o filme tem uma trilha sonora maravilhosa, que casa perfeitamente com os momentos da jovem, entre seus medos, curiosidade e momentos de liberdade. Na mesma via, está a fotografia, transportando quem assiste para dentro do filme e enfatizando a empatia da protagonista e de seus amigos.
"O Mau Exemplo de Cameron Post" é um filme que faz refletir como as pessoas não estão preparadas para compreender que existem pessoas diferentes do que elas mesmas e do que elas pregam e, por conta disso, colocam a religião à frente, enquanto o respeito é o mínimo que se pode fazer pelo próximo.

Onde assistir: Google Play Filmes e Youtube. 

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terça-feira, 7 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'O Bar Luva Dourada'

Sinopse: Hamburgo, 1970. Fritz Honka é um homem fracassado com o rosto deformado, que vagueia pelas noites de um bairro boêmio ao redor de outras almas perdidas. Ninguém desconfia que, na verdade, Fritz é um serial killer.

Baseado no livro de mesmo nome, o diretor  Fatih Akın, do filme "Em Pedaços" (2017) procura  não justificar as motivações de seu personagem principal, mas sim demonstrar certa complexidade nelas, ou tentando nos mostrar um conflito interior nele e nos mostra que, talvez sem o vício da bebida, Fritz pudesse ser uma pessoa comum do dia a dia.  O roteiro, que tem como cenário o bar do título, é repleto de figuras distorcidas e que vivem na mais completa falta de amor e sensibilidade em um ambiente tão hostil, sujo e claustrofóbico, que acaba se tornando um elemento da tragédia social daqueles tempos longínquos.
"O Bar Luva Dourada" não é para estômagos fracos e que trará sentimentos distintos para quem conseguir ficar até o final de sua projeção. Meu conselho, é  procurar pelos filmes anteriores deste grande cineasta e se preparar antes de se aventurar neste pesadelo. Para aqueles mais fortes e acostumados com um cinema mais explícito, devem se arriscar pois além de ser um filme de horror realista, é um retrato cru sobre exclusão social e degradação humana.

Onde assistir: Dia 08, as 00h45 no Telecine Cult. 

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