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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS HOMENAGEIA DÉCIO ANDRIOTTI

No Tempo das Diligências 

No próximo dia 29 de junho, sábado, às 14h, a Cinemateca Capitólio Petrobras realiza, em parceria com o Clube de Cinema de Porto Alegre, uma homenagem a um de seus frequentadores e colaboradores mais ativos, o professor, pesquisador e cinéfilo Décio Andriotti, falecido em 2018. Na ocasião, a Sala Multimídia do espaço, destinada a cursos, oficinas e exibições para grupos menores, passa a se chamar Sala Décio Andriotti.
 A homenagem a Décio Andriotti iniciará com a exibição da cópia restaurada do clássico No Tempo das Diligências (Stagecoach), de John Ford, um dos filmes favoritos de Andriotti, pesquisador e colecionador de westerns, seu gênero cinematográfico favorito. Produção de 1939, este ano a obra-prima de Ford comemora seu 80º aniversário de lançamento. A exibição, que acontece na sala principal da Cinemateca Capitólio Petrobras, será seguida pela cerimônia de descerramento da placa da Sala Décio Andriotti, localizada no terceiro andar. Durante a homenagem, os familiares de Andriotti também farão a entrega oficial do acervo cinematográfico do pesquisador para o Centro de Documentação e Memória da Cinemateca Capitólio Petrobras. A coleção de livros, revistas e filmes de Andriotti doada à Capitólio contém cerca de 900 itens e passa, a partir de agora, a ficar à disposição do público, num gesto que traduz a generosidade intelectual do homenageado, reconhecida por todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
Luiz Osvaldo Leite, que conviveu por 74 anos com o intelectual, lembra que a paixão pelo cinema sempre esteve presente na trajetória de Décio Andriotti. No período em que ele lecionou Matemática e História no Colégio Catarinense, em Florianópolis, Andriotti foi responsável pela criação de um cineclube escolar, frequentado por Rogério Sganzerla: "Décio influenciou Sganzerla a fazer cinema, e manteve uma amizade com o diretor de O Bandido da Luz Vermelha ao longo de toda a sua vida".
Tanto a exibição de No Tempo das Diligências quanto a cerimônia de descerramento da placa em homenagem a Décio Andriotti são abertas ao público e têm entrada franca.


GRADE DE HORÁRIOS
25 a 30 de junho de 2019

25 de junho (terça-feira)
14h – Diamantino
16h – Morrer aos 30 Anos
18h – A Segurança Interna
20h – Secundas + Escolas em Luta

26 de junho (quarta-feira)
14h – Diamantino
16h – Os Anos de Chumbo
18h – A Assembleia
20h – Secundas + Zero de Conduta

27 de junho (quinta-feira)
14h – Inferninho
16h – As Consequências do Crime
18h – Operações de Garantia da Lei e da Ordem
19h30 – Uma Juventude Alemã + debate com a cineasta Liliana Sulzbach e a cientista política Silvana Krause 

28 de junho (sexta-feira)
14h – Inferninho
16h – O Planeta dos Vampiros
18h – A Ameaça que Veio do Espaço
20h – Projeto Raros: Alien 2 - Sulla Terra

29 de junho (sábado)
14h – No Tempo das Diligências – Homenagem a Décio Andriotti
16h – Enraivecida na Fúria do Sexo
18h – Alien, o Oitavo Passageiro + debate

30 de junho (domingo)
14h – Inferninho
16h – A Ameaça que Veio do Espaço
18h – O Planeta dos Vampiros
20h – Zoravia + debate

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Dor e Glória' - Nas Raizes de Almodóvar

Sinopse:  Salvador Mallo, é diretor de cinema em declínio, do qual relembra sua vida e carreira desde sua infância na cidade de Valência, nos anos 60. Salvador tem lembranças vívidas de seus primeiros amores, seu primeiro desejo, sua primeira paixão adulta na Madrid dos anos 80 e seu desejo pelo cinema.  

Um cinema autoral é todo aquele que filma e expressa o seu olhar com relação a realidade em que vive através da realização dos seus próprios filmes. Pedro Almodóvar foi um que, desde o início de sua carreira, jamais recuou e mostrou nas telas dos cinemas todo o seu ser e sua intimidade através de histórias, tanto fictícias, como também verídicas. "Dor e Glória é, talvez, o filme em que ele mais deixa explicito a sua real pessoa e não tendo vergonha alguma em revelar as suas falhas como um grande artista.
O filme conta a história de Salvador Mallo (Antonio Bandeiras), um cineasta em decadência e distante de sua época mais dourada. Quando uma de suas primeiras obras ganha status de cult em uma cinemateca, Salvador inicia uma pequena jornada emocional, ao rever velhos amigos, conhecidos e relembrando o seu passado. Nesse processo, ele descobre revelações surpreendentes e das quais lhe faz repensar sobre tudo o que aconteceu em sua vida.
Se em "Má Educação"(2004) Almodóvar namorava a ideia de rever o seu próprio passado através de uma tela de cinema, aqui a situação fica mais do que explicita, já que Salvador Mallo nada mais é do que o próprio Almodóvar em cena, mas ganhando a pele a interpretação de Antonio Banderas. Era uma questão de lógica essa escolha, já que o ator estava lá desde os tempos de filmes como, por exemplo, "A Lei do Desejo" (1987) e "Ata-me" (1989). Bandeiras entrega aqui a sua melhor atuação de sua carreira e prestando uma bela homenagem ao homem que o colocou para estrelato de forma imediata.
Assim como nos seus filmes anteriores, Madri é o palco novamente para os acontecimentos do qual o seu alter ego se envolve, mas se dividindo com lembranças de um passado distante.  Almodóvar nos apresenta aqui a sua infância difícil, da qual ele a sua família passava certa necessidade, mas não escondendo o seu desejo pelo cinema que já tinha nos seus primeiros anos de vida. Portanto, aguardem para pequenas, porém, brilhantes homenagens a sétima arte e das quais Almodóvar as filma com gosto e muito carinho.
Além disso, os elementos típicos de Almodóvar estão todos lá, desde uma edição de arte, como também uma fotografia com cores quentes e que remetem, principalmente, as suas primeiras obras. Mas, acima de tudo, Almodóvar coloca na mesa o lado doce e sensível vindo de homens que abraçam os seus desejos nenhum pouco reprimidos. Se essa ideia já era explorada em seus filmes como, por exemplo, "Fale Com ela" (2001), aqui a ideia fica mais em sintonia, principalmente nas cenas entre Bandeiras e Leonardo Sbaraglia, do filme "Relatos Selvagens"(2014).
Mas o coração da obra fica por conta das sequências em flashbacks, onde Almodóvar desvenda, não somente as suas origens, como também os seus primeiros desejos, mas tudo feito com sinceridade e sem nenhum remoço. O destaque fica por conta das comoventes cenas entre o protagonista e sua mãe, interpretada na juventude pela sua musa Penélope Cruz e pela atriz Julieta Serrano, do filme "Mulheres à Beira de Um Estado de Nervos" (1988). É por esses momentos, além de uma incrível revelação sobre uma determinada pintura, que Almodóvar faz as pazes com assuntos não resolvidos do passado e conseguindo, enfim, a sua paz consigo mesmo.
"Dor e Glória" é Almodóvar em sua essência, onde o próprio se despi-la na tela e revelando para nós a sua real pessoa. 


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Cine Dica: “DIVINO AMOR”, DE GABRIEL MASCARO, NO CINEBANCÁRIOS A PARTIR DE 27 DE JUNHO

“DIVINO AMOR”, DE GABRIEL MASCARO, NO CINEBANCÁRIOS
Premiado longa estreia dia 27 de junho nos cinemas.


“Divino Amor”, de Gabriel Mascaro (“Boi Neon”), que estreou nos festivais de Sundance e de Berlim e já foi selecionado para mais de quarenta festivais, estreia no CineBancários dia 27 de junho, nas sessões das 15h e das 19h. Com distribuição no Brasil assinada pela Vitrine Filmes, “Divino Amor” estreia dia 27 de junho. O filme é uma coprodução entre Brasil, Uruguai, Dinamarca e Noruega, Suécia e Chile.
O filme passa no Brasil num futuro próximo, 2027, e conta a história de Joana (Dira Paes), uma mulher profundamente religiosa que é escrivã de cartório e usa sua posição no trabalho para tentar salvar casais que chegam para se divorciar. Ela faz tudo em nome de um projeto maior de fé dentro da fidelidade conjugal. Enquanto espera por um sinal em reconhecimento pelos seus esforços, é confrontada com uma crise no seu próprio casamento que termina por deixá-la ainda mais perto de Deus.
“Divino Amor” foi premiado como Melhor Filme e Melhor Atriz no Festival de Cinema Luso Brasileiro “Santa Maria da Feira” e recebeu o prêmio FEISAL em Guadalajara.
O filme estreou mundialmente no Festival de Sundance e logo depois participou da Mostra Panorama no 69º Festival de Berlim. Foi selecionado para mais de quarenta festivais incluindo Festival Internacional de Cinema de Miami, Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, Festival de Cinema Internacional de Hong Kong e Festival de Cinema Luso-Brasileiro "Santa Maria da Feira”.
O longa é produzido pela Desvia em coprodução com Malbicho Cine, Snowglobe, Mer Films, Film i Väst, Globo Filmes e Canal Brasil. No elenco estão Dira Paes, Emílio de Mello, Julio Machado, Thalita Carauta, Mariana Nunes, Teca Pereira e Tuna Dwek.

SINOPSE
Brasil, 2027. Uma devota religiosa usa seu ofício num cartório para tentar dificultar os divórcios. Enquanto espera por um sinal divino em reconhecimento aos seus esforços é confrontada com uma crise no seu casamento que termina por deixá-la ainda mais perto de Deus.


FICHA TÉCNICA
Direção: Gabriel Mascaro
Roteiro: Gabriel Mascaro, Rachel Ellis, Esdras Bezerra & Lucas Paraizo
Produção: Desvia
Coprodução: Malbicho Cine, Snowglobe, Bord Cadre Films, Mer Films, Film i Väst, Globo Filmes, Canal Brasil
Produtora: Rachel Daisy Ellis
Coprodução: Sandino Saravia Vinay, Katrin Pors, Augusto Matte, Dan Wechsler, Jamal Zeinal Zade, Maria Ekerhovd, Anthony Muir.
Produtores Associados: Vincent Wang, José Alvarenga Jr
Edição: Livia Serpa, Eduardo Serrano, Fernando Epstein & George Cragg
Diretor de Fotografia: Diego García
Diretor de Arte: Thales Junqueira
Figurino: Rita Azevedo
Caracterização: Tayce Vale
Som direto: Fabian Oliver
Desenho de som: Roberto Espinoza
Trilha Original: Juan Campodónico & Santiago Marrero, Otávio Santos

ELENCO PRINCIPAL
Dira Paes (Joana)
Julio Machado (Danilo)
Emílio de Mello (Pastor)
Teca Pereira (Mestra Divino Amor)
Calum Rio (Narrador)
Mariana Nunes (Divorciando)
Thalita Carauta (Cliente Cartório)

SOBRE O DIRETOR
Gabriel Mascaro é um cineasta e artista visual.  Seu filme “Boi Neon” estreou no Festival de Veneza onde recebeu o Prêmio Especial do Júri. Em seguida conquistou uma menção honrosa No Festival de Toronto e recebeu ainda cinco prêmios de Melhor Filme nos festivais do Rio, Varsóvia, Adelaide, Marrocos e Cartagena. No mesmo ano “Boi Neon” foi o indicado brasileiro ao prêmio Goya – o Oscar espanhol - e nomeado ao Prêmio Fênix em oito categorias, e terminou recebendo os troféus iberoamericanos de Melhor Roteiro e Melhor Fotografia. Gabriel Mascaro foi convidado de honra do FILM FRA SØR, em Oslo (Noruega), onde teve uma mini-retrospectiva. Em dezembro de 2016, “Boi Neon” entrou na lista dos 10 Melhores Filmes do Ano no jornal The New York Times. Seus trabalhos foram projetados ou exibidos em festivais e eventos como IDFA,Locarno International Film Festival, Rotterdam, La Biennale di Venezia - Mostra Orizzonti, Oberhausen, the Guggenheim, Videobrasil, MACBA- Museu de Arte contemporânea de Barcelona, MoMA, Panorama da Arte Brasileira no MAM-SP e Bienal de São Paulo. Participou das residências artísticas do Videobrasil no Videoformes (FRA) e no Wexner Center for the Arts (EUA). Em abril de 2016, Gabriel Mascaro teve sua primeira retrospectiva no Film Society of Lincoln Center, em Nova York (EUA).

SOBRE A PRODUÇÃO
DIVINO AMOR foi produzido por Rachel Daisy Ellis para Desvia, e é sua quarta colaboração com o diretor Gabriel Mascaro. O filme possui uma forte coprodução sul-americana e europeia reunindo Sandino Saravia Vinay (Malbicho Cine, Uruguai) e Augusto Matte (Jirafa, Chile) e Katrin Pors (SnowGlobe, Denmark) e Maria Ekerhovd (Mer Film, Norway). O filme também tem coprodução nacional com a Globo Filmes e do Canal Brasil. O filme teve a participação de Diego Garcia como diretor de fotografia, que também filmou a Boi Neon e trabalhou com renomados diretores, incluindo Apichatpong, Reygadas e Widing Refn.

Horários de 27 de junho a 03 de julho (não há sessões nas segundas):

Dia 27 de junho:
15h – DIVINO AMOR
17h – RELATOS DO FRONT – FRAGMENTOS DE UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA
19h – DIVINO AMOR

Dia 28 de junho:
15h – DIVINO AMOR
17h – RELATOS DO FRONT – FRAGMENTOS DE UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA
19h – DIVINO AMOR

Dia 29 de junho:
15h – DIVINO AMOR
17h – RELATOS DO FRONT – FRAGMENTOS DE UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA
19h – DIVINO AMOR

Dia 30 de junho:
15h – DIVINO AMOR
17h – RELATOS DO FRONT – FRAGMENTOS DE UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA
19h – DIVINO AMOR

Dia 02 de julho:
15h – DIVINO AMOR
17h – RELATOS DO FRONT – FRAGMENTOS DE UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA
19h – DIVINO AMOR

Dia 03 de julho:
15h – DIVINO AMOR
17h – RELATOS DO FRONT – FRAGMENTOS DE UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA
19h – DIVINO AMOR

Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema ou no site ingresso.com . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados,portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205 

terça-feira, 25 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Relatos no Front’ - Fragmentos de Uma Tragédia Brasileira

Sinopse: Enquanto o Rio de Janeiro vive um de seus momentos mais difíceis em relação a segurança pública, aqueles que convivem diariamente com a violência e o medo da morte fazem de tudo para que consigam sobreviver mais um dia. 

Abertura da obra já nos mexe, pois ela se coloca  contextualizando a criminalização histórica do povo negro que, mesmo após o fim da escravatura, permaneceu nas margens da sociedade branca e que até hoje sofre com um preconceito, seja pelo próprio estado, ou vindo das classes sociais que se acham os donos do mundo.  “Relatos do Front” nos apresenta o dia a dia das favelas, onde todos os lados perdem nessa realidade nua e crua.   
O documentário é certeiro ao trazer as duas faces da mesma moeda: o policial que mata e morre, que é pobre e negro da mesma periferia e que mata o próprio povo sob o comando de um estado que ganha votos com a guerra sem sentido. Pelo outro lado, o quase sempre negro, da favela, seja ele um traficante que porta o fuzil, ou um simples morador, estudante ou uma criança inocente, que morrem neste mesmo conflito, sem nenhuma boa expectativa para o futuro. E o que o estado ganharia alimentando isso? O estado atualmente lucra com um sistema que se encontra falido.  
O documentário coloca na mesa sobre dados, que trazem em estatísticas o atual quadro da violência no estado do Rio de Janeiro, para destrinchar a situação e compreender sobre os que vivem nesta realidade e trazendo uma visão dos dois lados desse conflito infinito. Isso é mostrado de uma forma mais do que explicita com gravações verdadeiras, a maior parte delas durante os conflitos nas favelas, além das manchetes da imprensa e criando um mosaico de informações a todo o momento visto na tela.  
Vale destacar que o documentário deixa mais do que claro que faz uma dura crítica contra o próprio estado e de como são feitas as políticas de combate a violência, por vezes, ineficazes e desastrosas.  E essa crítica não se limita a realidade atual, pois ela busca em uma linha do tempo sobre a formação da polícia, passando pelos tempos de chumbo, da redemocratização e o estado atual. Com uma trilha sonora dramática, ela insere um ar de dramaticidade para obra e fazendo que os momentos documentados se tornem ainda muito mais dramáticos.   
Renato Martins acerta nos depoimentos de suas escolhas, de como a edição das cenas vieram e iniciando com a visão de cada lado separadamente. Seguindo uma leitura especializada e posteriormente com pessoas que vivem no cotidiano de forma ativista em misto com aqueles que também vivem o mesmo cotidiano, mas que sofreram consequências dessa violência. Como um retrato real do Rio de Janeiro, e um reflexo de um país como um todo, “Relatos do Front” deve ser assistido e pensando, principalmente para a parcela de um povo que apoia essa política de confronto ou aqueles que acreditam que uma arma em casa vai resolver todos os problemas de um país moribundo. 


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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Toy Story 4’ - A Emoção do Adeus

Sinopse: Woody, Buzz Lightyear e o resto da turma embarcam em uma viagem com Bonnie e um novo brinquedo chamado Garfinho. A aventura logo se transforma em uma reunião inesperada.

"Toy Story 3" (2010) havia encerrado de uma forma mais do que satisfatória a saga de Woody, Buzz e companhia nas telas do cinema. Porém, ao ser anunciado "Toy Story 4", muitos temiam que a quarta aventura nada mais seria do que uma possível forma do estúdio arrecadar mais e apresentando uma trama meramente vazia. Eis que o filme chega e, novamente, a Pixar nos prova que não brinca em serviço, ao fazer um filme de coração e nos revelando uma jornada emocional sobre qual é o real papel desses pequenos personagens no nosso mundo.
Dirigido pelo estreante Josh Cooley, o filme começa nove anos no passado, onde é revelado o que realmente aconteceu com a pastora Betty (Potts) e que estava ausente no filme anterior. No presente, Woody (Hanks) tenta buscar o seu lugar na vida de sua nova dona Bonnie, ao criar para ela, de uma forma indireta, o novo brinquedo dela chamado Garfinho (Hale). Quando todos partem para uma viagem, Woody se mete em uma nova aventura e descobrindo revelações surpreendentes.
O filme já começa de uma forma que nos faz a gente se emocionar, já que os roteiristas conseguiram de uma forma coerente de nos trazer esses personagens de volta. Quando se é revelado, por exemplo, sobre o que realmente aconteceu com a Betty no passado, testemunhamos o peso da escolha de Woody em querer ser tão presente na vida do seu primeiro dono e de como isso o afetaria posteriormente na vida de sua nova dona. Ao se ver, novamente, excluído das brincadeiras da pequena jovem, é então que vemos um Woody mais maduro e tentando descobrir sobre qual é o seu verdadeiro papel nesse mundo.
Ponto positivo para o estúdio, pois a franquia Toy Story sempre foi algo para todas as idades, mas o teor adulto encontrado nas entrelinhas, sempre foi o verdadeiro coração de toda a sua história. Com isso, o primeiro ato já nos pega desprevenido, ao fazer um pequeno flashback para nos amarrarmos emocionalmente, para nos darmos conta que o tempo passou e que cabe agora esses brinquedos escolherem os seus próprios caminhos. Woody escolhe em manter o novo personagem Garfinho ao lado de sua dona a todo custo, mas o problema que esse já nasce com inúmeras crises de identidade.
Crises de identidade, aliás, é o que move boa parte desses personagens, seja na ala dos mocinhos, como também no caso dos novos vilões, em especial a boneca Gabby (Hendricks), que é obcecada em ser amada por uma garota chamada Harmonia e da qual Woody e Garfinho a conhecem em uma loja de antiquários. Mas diferente dos vilões anteriores, Gabby  é uma personagem muito mais trágica, mas com tantas camadas psicológicas, que nos faz até mesmo torcermos por ela para encontrar o seu lugar na vida.
Lugar esse que muitos personagens centrais da trama buscam, sejam elas em maior ou menor grau. Ao reencontrar com uma Betty mais segura de si e independente, Woody percebe que é preciso tomar certas escolhas e para que assim o mesmo possa conseguir obter o seu novo caminho em sua jornada. Em meio a boas piadas, cenas de ação, além de muita tensão, o ato final nos reserva um dos momentos mais emocionantes da franquia, onde ela nos ensina que é preciso a gente abraçar uma nova etapa da vida, mesmo quando a gente não sabia o que virá pela frente.
"Toy Story 4" é um filme emocional, que irá agradar todas as idades e fará a gente pensar sobre o nosso real papel perante um mundo cheio de possibilidades.   


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Cine Dica: Produção cinematográfica gaúcha é destaque no cinema da UFRGS


A semana na Sala Redenção traz uma programação com filmes para diferentes públicos e com roteiros que abordam desde a história do Rio Grande do Sul até a ficção “Ainda Orangotangos”, baseada no livro Paulo Scott e adaptada  para o cinema por Gustavo Spolidoro. Com uma mostra dedicada à produção cinematográfica de Tabajara Ruas, o Cinema Universitário exibe quatro filmes importantes de sua trajetória e recebe o diretor e escritor gaúcho para uma conversa no dia 24 de junho, às 19h, após a sessão de “Brizola – tempos de luta”. O filme é um documentário que retrata a vida de Leonel Brizola, um dos políticos mais importantes do Brasil do século XX.
Tabajara Ruas, antes de dedicar-se ao cinema, construiu uma sólida carreira na literatura, tendo publicado dez livros, como O Amor de Pedro por João (1982) e Perseguição e Cerco a Juvêncio Gutierrez (1990). Durante seu exílio na Dinamarca, no período da ditadura militar, frequentou uma escola de cinema, porém só iniciou a carreira como cineasta em 2001, quando adaptou para as telas seu livro de 1995, Netto Perde Sua Alma. O longa de estreia de Tabajara será exibido na sessão do dia 25 de junho, terça-feira, às 16h.
A programação da sala exibe também a produção audiovisual e experimental da geração mais nova do cinema gaúcho. “Ainda Orangotangos”, dirigido por Gustavo Spolidoro, é o primeiro filme feito no Brasil em plano-sequência, ou seja, sem um único corte. Com duração de 81 minutos, o longa é uma adaptação de seis contos do livro homônimo do escritor gaúcho Paulo Scott. O filme, premiado como melhor Filme no 13º Festival Internacional de Milão, mostra 14 horas de um dia quente de Verão, quando 15 personagens transitam pelas ruas e pelos prédios de Porto Alegre.
O cinema brasileiro também será destaque no dia 27 de junho, com o filme “O Lobo Atrás da Porta”, estrelado por Leandra Leal e Juliano Cazarré. A produção será exibida às 19h como parte da programação da Mostra Cinemas em Rede. A Sala Redenção recebe, ainda, no dia 26 de junho, às 14h, o filme franco-alemão “O que Está por Vir”, como parte da parceria com a UNAPI (Universidade Aberta para Pessoas Idosas).

Mostra Tabajara Ruas 
A Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com o Sesc/RS, apresenta, em Junho, a mostra Tabajara Ruas.  De 24 a 28 de junho, quatro filmes do escritor e diretor gaúcho serão exibidos no Cinema. Serão exibidos quatro filmes dirigidos por ele: Netto Perde Sua Alma (2001), seu primeiro longa-metragem, que mitifica os acontecimentos da vida do General Netto, militar gaúcho que participou da Guerra do Paraguai e da Revolução Farroupilha; dando continuidade à história desta personagem, Netto e o Domador de Cavalos (2005) recria o mito do Negrinho do Pastoreio; Brizola, Tempos de Luta (2008), por sua vez, é um documentário que retrata a vida desta outra figura de nosso imaginário gaúcho, Leonel Brizola, um dos políticos mais importantes do Brasil do século XX; por fim, exibiremos Os Senhores da Guerra (2014), que narra a história verídica dos irmãos Julio e Carlos Bozano, jovens da elite gaúcha no início do século XX, que se enfrentam em lados opostos na guerra civil de 1924, no Rio Grande do Sul.

Sessão UNAPI 
As sessões de cinema da parceria entre UNAPI (Universidade Aberta para Pessoas Idosas) e Sala Redenção – Cinema Universitário ocorrem mensalmente. Nelas, busca-se integrar os idosos ao cotidiano cultural universitário. Em todas as sessões, são promovidos debates relacionados ao tema escolhido para cada filme exibido. Para saber mais sobre o projeto você pode acessar a página da UNAPI no Facebook: https://www.facebook.com/projetounapiufrgs/ .
A sessão desse mês tem parceria com o SESC/RS e será do filme O Que está Por Vir (2016), da diretora francesa Mia Hansen-Løve. 

Cinemas em Rede
O Cinemas em Rede é uma iniciativa da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) em parceria com o Ministério da Cidadania e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que pretende contribuir para a criação de um circuito de exibição audiovisual nas Universidades e Instituições federais de todo Brasil. A sessões são exibidas simultaneamente em diversas federais do Brasil, no Rio Grande do Sul a parceria é com a Sala Redenção – Cinema Universitário.

Mostra Espaços (Sub)traídos
O Grupo de Pesquisa Identidade e Território (GPIT-UFRGS) e Sala Redenção – Cinema Universitário apresenta a mostra Espaços (Sub)traídos. As inquietações urbanas que permeiam as pesquisas dos diversos integrantes do grupo dialogam com filmes produzidos pela cena audiovisual brasileira. A ideia surge com intuito de fomentar o diálogo entre o público em geral e o meio acadêmico sobre a função da imagem cinematográfica como imagem poética. Tal imagem pode possibilitar uma outra de visão de mundo, aquela que constrói a diversidade do espaço contemporâneo a partir da subtração, realçando o menos, o esquecido, o invisível.
As narrativas audiovisuais que integram a mostra Espaços (Sub)traídos pautam outras ordens que operam na produção do espaço. Serão dez sessões entre abril e dezembro de 2019, sempre às quartas-feiras. 

Veja a programação completa clicando aqui.  

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Cine Dica: Em Blu-Ray - DVD – VOD: 'Democracia em Vertigem' - O Canto do Cisne

Sinopse: A cineasta Petra Costa registra a ascensão e queda de um grupo político e a divisão do Brasil atual. 

Desde as articulações que culminaram com a saída da até então Presidenta Dilma Rousseff do governo em 2016, o cinema brasileiro tem nos brindado com inúmeros documentários e dos quais nos mostra o que as outras mídias jornalísticas da época nunca colocaram em pauta. Enquanto "O Processo" (2017) tentava ouvir os dois lados da história, "Excelentíssimos"(2018), por sua vez, registra muito mais o lado da oposição de uma direita conservadora e viciada pelo poder. "Democracia em Vertigem” opta por uma linha temporal, que vai do início da redemocratização, para a sua ruina atual.
Dirigido por Petra Costa, do documentário "Elena" (2013), a obra começa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista em abril de 2018, onde vemos o Ex-Presidente Lula se preparando para se entregar as autoridades de Curitiba. Após essa abertura, somos encaminhados para um grande flashback, que vai desde ao golpe de 1964, para a redemocratização e o início de sua agonia a partir do ano de 2013.
Nascida de uma família dividida entre a esquerda e a direita, a documentarista Petra Costa cria um documentário que vai de acordo com a sua visão pessoal, sobre o que ela viu e ouviu durante a sua vida e criando, então, uma obra investigativa sobre a nossa própria história política. Embora o brasileiro atual, digo aquele bem-intencionado com relação aos fatos, esteja mais do que por dentro dos eventos políticos nestes últimos dez anos, é impressionante quando a história ganha uma nova roupagem vinda de um outro olhar e fazendo a gente obter um outro angulo dos fatos já conhecidos. Com cenas de arquivos de um passado longínquo, além dos tempos recentes, a documentarista cria um paralelo entre as várias épocas e criando assim um círculo histórico do qual, ao meu ver, o Brasil vive avançando e retrocedendo em uma linha do tempo cheia percalços.
Com uma câmera sempre em movimento, Petra Costa adentra aos inúmeros protestos que ocorreram ao longo destes anos, desde as manifestações dos estudantes contra o aumento das passagens em junho de 2013, para os derradeiros que culminaram na queda de popularidade da até então Presidenta Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, constatamos um país que sempre ficou dividido entre as classes e, portanto, não se surpreenda ao testemunhar em cena pessoas ricas e brancas serem contra ao governo por colaborar na sobrevivência das pessoas pobres. Uma guerra, não só de classes, como também daqueles que defendem um mundo mais socialista perante aqueles que bebem e vivem da riqueza capitalista.
Dito isso, o documentário nos joga ao cenário que todos nós já conhecemos: o fatídico dia do Impeachment contra a Dilma e o show de horrores comandado pelos partidos da oposição e que estavam alinhados até então com o Presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Embora não possua as mesmas doses cavalares vistas em "Excelentíssimos", Petra Costa consegue obter imagens aterradoras de deputados, seja ela da Bancada da Bala ou Evangélica, comemorando um resultado que até hoje é contestado. Ao vermos, por exemplo, deputados pulando de alegria nos corredores do planalto após a votação, constatamos o que muitos de nós já suspeitávamos, de que fomos jogados para a boca dos lobos.
Do segundo para o terceiro ato do documentário, testemunhamos o embate entre Lula e o até então Juiz de Curitiba Sergio Moro. Ao mesmo tempo, a obra nos deixa mais do que claro o papel da mídia que se posicionou de uma forma parcial e das redes sociais, que das quais jogaram uma avalanche de pontos contra o ex-presidente e criando uma sociedade brasileira movida pelo ódio contra a esquerda. O que eles não esperavam, e tão pouco queriam, é que nisso culminou na popularidade do até, então, deputado Jair Bolsonaro, que cresceu através de manifestações polêmicas e nenhum pouco democráticas.
Os quinze minutos finais do documentário é aquela história que todos nós já conhecemos. Porém, Petra Costa nos emociona ao registrar as expressões das inúmeras pessoas em volta de Lula e enxergando nele a única esperança de não cairmos em um futuro obscuro. Desde a sua prisão, e com a vitória de Jair Bolsonaro na Presidência, constatamos que o canto do cisne da democracia já havia sido dado e os sobreviventes de sua queda, infelizmente, serão muito poucos.
"Democracia em Vertigem" é um soco no estômago para aqueles que se encontram despertos e que desejam que a história recente do Brasil não seja nada mais do que um terrível pesadelo. 



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