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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 13 de março de 2024

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'A Lenda do Pianista do Mar'

Sobre o Filme: 

Giuseppe Tornatore havia conquistado o mundo através da sua obra prima "Cinema Paradiso" (1988), do qual falava sobre amizade de um projetista de cinema e um menino que se apaixonaria pela sétima arte por toda a vida. A arte, por sua vez, não serve somente para revelar grandes talentos, como também faz com que nós conheçamos o mundo através do que realmente nos identificamos e colocamos em prática. "A Lenda do Pianista do Mar" (1988) fala sobre um grande talento que desde o início ele colocou em prática o que mais amava e fazendo com que o resto se tornasse um mero detalhe em sua vida.

O filme conta a história de uma criança que nasceu em alto mar, precisamente em um grande navio e sendo acolhido por trabalhadores braçais. Ganhando o nome do ano que nasceu, 1900 (Tim Roth), a criança cresce navegando mundo a fora, mas jamais pisando em terra firme, pois o que ele mais se importava era continuar a bordo e tocar um piano que acabou se tornando a paixão de sua vida. Sua história é contada através do seu melhor amigo, um trompetista chamado Max (Pruitt Taylor Vince) e deseja que 1900 desembarque para conhecer o mundo.

Quando o filme havia sido lançado o mundo estava focado em um navio, mas não neste em que ocorre a trama, mas sim em "Titanic" (1997) de James Cameron. Talvez por conta disso, eu quase nunca ouvi falar sobre esse filme na época, mas antes tarde do que nunca para conhecê-lo, já que Giuseppe Tornatore possui uma filmografia que não pode ser ignorada e sendo apontado por alguns especialistas como um dos grandes cineastas da Itália. Embora sendo um filme falado em inglês nota-se que o ritmo se diferencia das obras criadas pelo cinema americano da época, mesmo ele possuindo certos ingredientes que fazem dele aqueles típicos longas que concorrem ao Oscar.

Nota-se que o filme é protagonizado por um personagem incomum que faz com que os demais em volta se sintam afetados pelo que ele provoca, mesmo quando ele não possui nenhuma ambição de riqueza e glória. A riqueza de 1900 se encontra quando ele toca o seu piano, onde as músicas fluem através dos seus dedos e criando melodias quando ele foca determinada pessoa e fica conhecendo sobre como ela é através de sua obra. Vale salientar que boa parte de sua trilha sonora foi composta pelo maestro Ennio Morricone e que sentimos a sua e essência na tela nos primeiros acordes que ouvimos no longa.

Tim Roth nos brinda com uma ótima atuação e fazendo me corrigir quando eu sempre dizia que as suas melhores atuações eram quando atuava nos filmes de Quentin Tarantino. Roth sabe construir para si um personagem que transita entre a serenidade e uma determinada loucura contida, como se o personagem somente funcionasse naquele universo particular e não desejando pisar em terra firme e fazendo disso para si um mero detalhe. Já Pruitt Taylor Vince é o que nos conduz para essa curiosa história e fazendo com que nos simpatizemos com ele, pois sentimos o mesmo desejo de ver o protagonista se desafiar e tentar conhecer o restante do mundo que o aguarda.

Porém, acima de tudo, o filme fala sobre o poder da arte como um todo, de como ela faz com que determinada pessoa seja feliz com tão pouco, pois a verdadeira riqueza se encontra no que realmente estava destinado em colocar em prática desde o início. O mundo é vasto para ser explorado, porém, assim como o cinema, a música serve como uma janela para conhecermos o nosso "eu" verdadeiro, assim como também o restante do mundo. A pessoa pode até ser limitada, mas enquanto prezar por essas artes o mundo estará lá quando precisar.

"A Lenda do Pianista do Mar" é um belíssimo filme a ser revisitado, onde mostra o poder da música como um todo e como ela pode moldar a vida das pessoas perante o mundo.   


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segunda-feira, 11 de março de 2024

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'Olha pra Elas'

Olá! Como vai?

Queremos divulgar o Ciclo de Cinema Documentário promovido pelo Clube de Cinema de Porto Alegre em parceria com a Sala Redenção (UFRGS). No próximo dia 12 de março, terça-feira, às 19h, exibiremos "Olha pra Elas", um documentário que aborda a vida de presidiárias e os impactos dessa realidade nos laços afetivos. A sessão seguirá de uma conversa com os realizadores Tatiana Sager (diretora) e Renato Dornelles (roteirista).

A exibição acontecerá na Sala Redenção, localizada no campus central da UFRGS, com acesso pela Rua Eng. Luiz Englert, 333. Todas as sessões da sala são gratuitas e abertas a toda a comunidade. Se puder, ajude-nos a divulgar para quem possa se interessar!


Quando: 12 de março, 19h

Onde: Sala Redenção - Campus central da UFRGS - Rua Eng. Luiz Englert, 333

O que: Exibição do documentário “Olha pra elas”, sessão comentada com Tatiana Sager (diretora) e Renato Dornelles (roteirista).

Para quem: A entrada é franca e aberta à comunidade. O filme possui classificação de 14 anos.


OLHA PRA ELAS

Conecta o universo feminino ao encarceramento, apresentando histórias de mulheres cujas vidas foram transformadas quando a prisão se tornou parte de seu cotidiano. O documentário foi premiado no Florianópolis Audiovisual do Mercosul (FAM) como "melhor filme work in progress" e recebeu o Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo em 2020. A direção é de Tatiana Sager, com roteiro de Renato Dornelles e Luca Alverdi, com uma duração de 1h15.


CLUBE DE CINEMA DE PORTO ALEGRE

Fundado em 13 de abril de 1948 por Paulo Fontoura Gastal, o Clube de Cinema de Porto Alegre é o mais antigo do Brasil em atividade. Tradicionalmente fazemos sessões aos sábados às 10h15min nas salas parceiras: Cinemateca Paulo Amorim, CineBancários, Cinemateca Capitólio, Espaço de Cinema Bourbon Country e Sala Redenção, oferecendo uma programação diversificada que inclui lançamentos, filmes experimentais, ciclos temáticos e clássicos. Associar-se é simples: basta participar de uma sessão e informar a diretoria do clube, ou entrar em contato pelos nossos canais. Em 2018, o clube recebeu o prêmio Luiz César Cozzatti – Destaque Gaúcho da ACCIRS (Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul), reconhecendo seu papel na valorização da produção audiovisual e cultural no Rio Grande do Sul.

Confira a minha crítica sobre o documentário já publicado clicando aqui. 

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Cine Curiosidade: Vencedores do Oscar 2024

Christopher Nolan é, ao menos para mim, um dos diretores mais importantes do cinema recente. Em tempos de pós-pandemia, além do advento do streaming, o cineasta sempre lutou para fazer o bom e velho cinema, aquele típico espetáculo que somente pode ser visto em uma grande tela e que pudesse atrair um grande público para assistirem todos juntos. "Oppenheimer" é a síntese sobre isso, sendo a fusão de um filme autoral com um grande espetáculo e do qual Nolan realiza com grande êxito. Pode não ser o melhor de sua carreira, mas as sete estatuetas, incluindo melhor Filme, Direção e melhor ator para Cillian Murphy, foram mais do que merecidas.

A noite também foi o palco da consagração do fantástico "Pobres Criaturas", onde não somente obteve quatro prêmios, como também dentre eles o de melhor atriz para Emma Stone que criou para si uma interpretação digna de nota e que faria mary shelley, autora do clássico "Frankenstein", sorrir de ponta a ponta. A noite também foi a cereja no bolo que estava faltando para Robert Downey Jr, o eterno Homem de Ferro, que acabou levando a estatueta de melhor ator coadjuvante por "Oppenheimer" e provando que a persistência e a força de vontade é o que faz o ser humano superar todas as dificuldades que surgem na vida. "Barbie" pode até ter somente levado um prêmio de melhor música, mas a performance de Ryan Gosling cantando "I'm Just Ken" valeu por toda a noite.

Já o cinema internacional não ficou nenhum pouco atrás, sendo que o fantástico "Anatomia de uma Queda" levou o merecido Oscar de melhor Roteiro Original, enquanto o perturbador "Zona de Interesse" levou o Oscar de melhor Filme Internacional e o merecido Oscar de melhor som. Agora, a grande festa da noite aconteceu quando o japonês "Godzilla Minus One" levou para casa o Oscar de Efeitos Visuais. Realizado com apenas 15 milhões de dólares, a produção é uma prova que não é preciso de orçamento astronômico para se criar um grande espetáculo e colocando as caríssimas produções Hollywoodianas em cheque.  

Confira a lista completa dos indicados e vencedores: 


MELHOR FILME

Ficção Americana

Anatomia de uma Queda

Barbie

Os Rejeitados

Assassinos da Lua das Flores

Maestro

Oppenheimer - vencedor

Vidas Passadas

Pobres Criaturas

A Zona de Interesse


MELHOR DIREÇÃO

Justine Triet, por Anatomia de uma Queda

Martin Scorsese, por Assassinos da Lua das Flores

Christopher Nolan, por Oppenheimer - vencedor

Yorgos Lanthimos, por Pobres Criaturas

Jonathan Glazer, por A Zona de Interesse


MELHOR ATOR

Bradley Cooper, por Maestro

Colman Domingo, por Rustin

Paul Giamatti, por Os Rejeitados

Cillian Murphy, por Oppenheimer - vencedor

Jeffrey Wright, por Ficção Americana


MELHOR ATRIZ

Annette Bening, por NYAD

Lily Gladstone, por Assassinos da Lua das Flores

Sandra Hüller, por Anatomia de uma Queda

Carey Mulligan, por Maestro

Emma Stone, por Pobres Criaturas - vencedora


MELHOR ATOR COADJUVANTE

Sterling K. Brown, por Ficção Americana

Robert De Niro, por Assassinos da Lua das Flores

Robert Downey Jr., por Oppenheimer - vencedor

Ryan Gosling, por Barbie

Mark Ruffalo, por Pobres Criaturas


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Emily Blunt, por Oppenheimer

Danielle Brooks, por A Cor Púrpura

America Ferrera, por Barbie

Jodie Foster, por NYAD

Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados - vencedora


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Justine Triet & Arthur Harari, por Anatomia de uma Queda - vencedor

David Hemingson, por Os Rejeitados

Bradley Cooper & Josh Singer, por Maestro

Sammy Burch, por Segredos de um Escândalo

Celine Song, por Vidas Passadas


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Cord Jefferson, por Ficção Americana - vencedor

Greta Gerwig & Noah Baumbach, por Barbie

Christopher Nolan, por Oppenheimer

Tony McNamara, por Pobres Criaturas

Jonathan Glazer, por A Zona de Interesse


MELHOR ANIMAÇÃO

O Menino e a Garça - vencedor

Elementos

Nimona

Meu Amigo Robô

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso


MELHOR FILME INTERNACIONAL

Eu, Capitão (Itália)

Dias Perfeitos (Japão)

A Sociedade da Neve (Espanha)

Sala dos Professores (Alemanha)

A Zona de Interesse (Reino Unido) - vencedor


MELHOR DOCUMENTÁRIO

Bobi Wine: The People's President

A Memória Infinita

A 4 Filhas de Olfa

To Kill a Tiger

20 Dias em Mariupol - vencedor


MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM

The ABCs of Book Banning - vencedor

The Barber of Little Rock

Island in Between

The Last Repair Shop

Nai Nai & Wai Po


MELHOR CURTA-METRAGEM

The After

Invincible

Knight of Fortune

Red, White & Blue

A Incrível História de Henry Sugar - vencedor


MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO

Letter to a Pig

95 Senses

Our Uniform

Pachyderme

War is Over (inspired by the music of John & Yoko) - vencedor


MELHOR TRILHA SONORA

Laura Karpman, por Ficção Americana

John Williams, Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Robbie Robertson, por Assassinos da Lua das Flores

Ludwig Göransson, por Oppenheimer - vencedor

Jerskin Fendrix, por Pobres Criaturas


MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"The Fire Inside" (Flamin' Hot)

"I'm Just Ken" (Barbie)

"It Never Went Away" (American Symphony)

"Wahzhazhe (A Song for My People)" (Assassinos da Lua das Flores)

"What Was I Made For?" (Barbie) - vencedor

MELHOR SOM

Resistência

Maestro

Missão: Impossível - Acerto de Contas

Oppenheimer

A Zona de Interesse - vencedor


MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO

Sarah Greenwood, por Barbie

Jack Fisk, por Assassinos da Lua das Flores

Arthur Max, por Napoleão

Ruth De Jong, por Oppenheimer

Shona Heath, por Pobres Criaturas - vencedor


MELHOR FOTOGRAFIA

Edward Lachman, por O Conde

Rodrigo Prieto, por Assassinos da Lua das Flores

Matthew Libatique, por Maestro

Hoyte van Hoytema, por Oppenheimer - vencedor

Robbie Ryan, por Pobres Criaturas


MELHOR CABELO E MAQUIAGEM

Golda

Maestro

Oppenheimer

Pobres Criaturas - vencedor 

A Sociedade da Neve


MELHOR FIGURINO

Jacqueline Durran, por Barbie

Jacqueline West, por Assassinos da Lua das Flores

Janty Yates, por Napoleão

Ellen Mirojnick, por Oppenheimer

Holly Waddington, por Pobres Criaturas - vencedor


MELHOR MONTAGEM

Laurent Sénéchal, por Anatomia de uma Queda

Kevin Tent, por Os Rejeitados

Thelma Schoonmaker, por Assassinos da Lua das Flores

Jennifer Lame, por Oppenheimer - vencedor

Yorgos Mavropsaridis, por Pobres Criaturas


MELHORES EFEITOS VISUAIS

Resistência

Godzilla Minus One - vencedor

Guardiões da Galáxia Vol. 3

Missão: Impossível - Acerto de Contas

Napoleão

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sexta-feira, 8 de março de 2024

Cine Especial: Revisitando 'Depois das Horas'

Era mais um dia qualquer de Paul Hackett (Griffin Dunne). Ele iria para casa, entediado, assistir TV. Mas, por alguma razão, ele optou em sair para tomar um café e ler seu Trópico de Câncer, de Henry Miller. De repente alguém fala com ele, sendo uma bela garota chamada Marcy, que também havia lido o livro. Assim sendo, ele pega o telefone da casa da amiga Kiki (Linda Fiorentino), uma artista plástica, pois Marcy (Rosanna Arquette) mora com ela. Ambas moram em SoHo, Nova York, um bairro dominado por artistas, punks e homossexuais. Assim, Paul vai até lá para, se possível, ter algo de diferente nesta noite para sair um pouco de sua vida rotineira.

É assim que esta incomum obra de Martin Scorsese começa. A meu ver, o filme é uma análise sobre uma Nova York dos anos oitenta construída pelo cineasta assim como ele fez com "Taxi Drive" (1976) e que fazia uma síntese sobre os anos setenta. Uma homenagem aos seus habitantes, principalmente as suas minorias que nunca eram vistas pelas pessoas que moravam no andar de cima. O filme tem seu personagem principal um simples processador de textos. A amiga de Marcy é uma artista, o filme está cheio de homossexuais e punks... enfim. Não é exagero dizer que Nova York é uma personagem dentro desta complexa obra, porém, da qual a gente se identifica, pois sempre temos aquele desejo de saímos da rotina, mas não pensando nas possíveis consequências.

O que difere principalmente dos demais filmes do cineasta é que ele foge dos cenários em que o realizador gostava de revisitar, ou seja, o universo do gangster, ou com relação ao papel do cidadão italiano comum perante as promessas vindas dos EUA. Não é apenas um filme sobre um cara que vai passar a noite com uma garota, mas sim um filme sobre o comportamento humano diante do medo e das frustrações, e inclusive do fim da vida. Eu sou da teoria que o filme é uma representação sobre a maior interrupção sexual da história do cinema. Algo que só pode ser comparado à Stanley Kubrick e seu"De Olhos Bem Fechados"(1999). Essa observação não é para poucos certo? Eu não sei ao certo, mas o filme pode ser até mesmo sobre o comportamento humano diante da interrupção sexual. Um belo exemplo disso é a cena em que Paul está dentro de um banheiro e olhando para o desenho de um homem com o pênis sendo mordido por um tubarão. Uma cena curta, mas que diz tudo sobre a obra.

Griffin Dunne faz o melhor e talvez o papel mais conhecido de sua carreira como o acoado e assustado Paul Hackett. Rosanna Arquette faz um bom trabalho como a bela e misteriosa Marcy, ao contrário de Linda Fiorentino, que está apenas morna, porém, não menos bela. Scorsese não é exatamente um diretor de comédias, mesmo que este filme tenha sido lançado logo após " Rei da Comédia" (1982) e por conta disso o filme não é exatamente 100% perfeito. Porém, o seu humor sombrio, suas situações inusitadas, que beira até ao surrealismo, fazem com que a gente se divirta de tal forma que não desejamos que o protagonista consiga voltar para casa, pois queremos que ele adentre ainda mais nas entranhas dessa cidade que muda no decorrer de sua noite esplendida.

E como não poderia deixar de ser Michael Ballhaus é rei. Sua fotografia é inigualável, e, mandando para as favas todos os outros diretores de fotografia com quem Scorsese já trabalhou, um legítimo Scorsese só funciona com ele. Talvez nem legítimo, mas acho que Scorsese só amadurece de fato quando trabalha com ele pela primeira vez, e é neste filme. Aqui você nota todas as características técnicas dos dois. Dollys, closes, whipes, tomadas de ângulos improváveis, ou mesmo sequências improváveis, sendo que a cena do molho de chaves caindo e a câmera vindo atrás em bungee jump é magistral diga-se de passagem.

Concluo, portanto, que "Depois das Horas" é o filme menos conhecido da carreira de Martin Scorsese, mas não menos genial e nos levando para uma noite inesperada na vida de um cidadão comum. 

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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (08/03/24)

 GARRA DE FERRO

Sinopse: A verdadeira história dos inseparáveis irmãos Von Erich, que fizeram história no mundo intensamente competitivo do wrestling profissional no início da década de 1980.



APAIXONADA

Sinopse: Beatriz está no auge dos seus quarenta anos, e, quando sua filha vai estudar fora, ela acha que viverá um recomeço de relacionamento com o marido mas, quando ele pede o divórcio, ela se vê sozinha. Mas esse fim pode ser um novo começo, e ela vai à procura do sentido de se apaixonar.



OS FAROFEIROS 2

Sinopse: Desta vez, os colegas de trabalho Alexandre (Antônio Fragoso), Lima (Maurício Manfrini), Rocha (Charles Paraventi) e Diguinho (Nilton Bicudo), acompanhados novamente das suas famílias, vão encarar uma nova roubada: eles foram presenteados pela empresa com uma viagem para a Bahia.



TODOS NÓS DESCONHECIDOS

Sinopse: Todos Nós Desconhecidos segue o roteirista Adam (Andrew Scott) que, uma noite em seu prédio quase vazio em Londres, tem um encontro casual com seu misterioso vizinho Harry (Paul Mescal), o que acaba abalando o ritmo de sua vida cotidiana.



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Cine Especial: Feliz Dia Internacional da Mulher

Hoje, no Dia Internacional da Mulher, o Clube de Cinema de Porto Alegre celebra todas as mulheres que tornam a magia do cinema possível! Das telas às câmeras, das histórias contadas às visões compartilhadas, vocês fazem toda a diferença.

Nossas associadas são parte essencial da nossa comunidade cineclubista, enriquecendo nossas sessões com seus olhares e opiniões únicos. Nas telas, passam por aqui diretoras, roteiristas, atrizes, diretoras de arte, compositoras, animadoras...cada mulher no mundo do cinema contribui de forma inigualável para a criação de histórias que cativam e inspiram.

Nesta data, gostaríamos de destacar algumas mulheres incríveis que deixaram sua marca na história do cinema e do nosso clube:


🎥 Alice Guy Blaché (1873 - 1968): pioneira no cinema francês, visionária no uso de efeitos especiais e colorização. Sua contribuição como a primeira cineasta e roteirista de filmes ficcionais é fundamental para a evolução do cinema.

🎬 Sofia Coppola: diretora, roteirista, produtora e atriz ítalo-americana. Seus filmes "Encontros e Desencontros" e "Priscilla" passaram aqui pelo Clube, e sua visão singular é influência no cinema contemporâneo.

🎞️ Celine Song: cineasta sul-coreana-canadense, indicada ao Oscar por "Vidas Passadas". Sua estreia na direção no cinema recebeu reconhecimento internacional, demonstrando seu talento excepcional. Venha assistir "Vidas Passadas" na próxima sessão (10/03 às 10h)!

📽️ Nicole Holofcener: cineasta americana, diretora de "À Procura do Amor", que esteve presente no nosso Cilco de Comédia Romântica em 2023.

📺 Justine Triet: diretora francesa, vencedora da Palma de Ouro em Cannes por "Anatomia de uma Querda", aclamado em nossa recente sessão.

🌟 Charlotte Wells: cineasta escocesa, diretora de "Aftersun", um dos queridinhos dos membros do Clube de Cinema. Com uma perspectiva distinta e um estilo visualmente marcante, ela se destaca como uma das vozes mais promissoras da nova geração de diretoras.

🎬 Ursula Meier: cineasta francesa, diretora do filme "A Linha", nosso filme estreia de 2024.

Que essas mulheres inspiradoras nos lembrem do poder e da criatividade que as mulheres trazem para o mundo do cinema e além!


Por Kelly Demo Christ

Associada do Clube de Cinema. 


#DiaInternacionalDaMulher #8M #ClubeDeCinemadePortoAlegre #CCPA


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quinta-feira, 7 de março de 2024

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 07 A 13 DE MARÇO DE 2024

 ESTREIA:

UTOPIA TROPICAL

Brasil/Documentário/2023/77min.

Sinopse: "Utopia Tropical" é um documentário que convida à reflexão sobre as questões políticas, sociais e econômicas que moldaram a América Latina. Por vezes tratados como ocupantes algo indisciplinados do quintal norte-americano, os povos da América Latina e particularmente do Brasil, têm aqui sua proposta civilizacional e sua luta de independência contadas pelo linguista e analista político norte-americano Noam Chomsky e o diplomata brasileiro Celso Amorim. Ao mesmo tempo, personagens, testemunhas e analistas de um quase um século de história, Chomsky e Amorim jogam luz sobre acontecimentos chave dessa caminhada e buscam as frestas que apontam para uma América Latina mais justa e plural.

“A história não se repete, mas às vezes rima” Mark Twain

Direção: João Amorim

Elenco: Noam Chomsky e Celso Amorim


EM CARTAZ:

AMANHÃ

Brasil/Documentário/2023/103min.

Direção: Marcos Pimentel

Sinopse: Crianças de universos sociais completamente diferentes se cruzaram em 2002 em Belo Horizonte, na Barragem Santa Lúcia, que separa um conjunto de favelas de um bairro de classe média alta. Mesmo morando tão perto, sempre foram tão distantes. Vinte anos depois, o que aconteceu com cada uma delas? Entre 2002 e 2022, o Brasil foi virado pelo avesso. E suas vidas também. Um filme sobre os encontros e desencontros da sociedade brasileira contemporânea.



LEVANTE


Brasil, França e Uruguai/Ficção/ 2022/92min.

Direção: Lillah Halla

Exibido no Festival de Cannes em 2023, onde foi premiado com Melhor Filme de Estreia nas mostras paralelas do Festival de Cannes 2023, LEVANTE também recebeu o Prêmio WIP Paradiso, Prêmio Canal+, Prêmio CICAE no Cine en Construcción – Cinelatino Toulouse 2023, além da participação em inúmeros festivais internacionais. O filme é estrelado por Domenica Dias, filha do rapper Mano Brown.

Sinopse: Às vésperas do campeonato de vôlei decisivo para seu futuro como atleta, Sofía (17), descobre uma gravidez indesejada. Na tentativa de interrompê-la clandestinamente, ela acaba se convertendo em alvo de um grupo fundamentalista decidido a detê-la a qualquer preço, mas nem Sofía nem aqueles que a amam estão dispostos a se render ante o fervor cego da manada.

Elenco: Ayomi Domenica, Loro Bardot, Grace Passô

HORÁRIOS DE 07 A 13 DE MARÇO (não há sessões nas segundas-feiras):


15h: AMANHÃ

17h: LEVANTE

19h: UTOPIA TROPICAL


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.


CineBancários

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre

Mais informações pelo telefone (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405