Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quinta-feira, 23 de março de 2017

Cine Especial: Literatura Policial no Cinema: FINAL

Nos dias 25 e 26 de março eu estarei participando do curso Literatura Policial no Cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo crítico de cinema César Almeida. Enquanto atividade não chega, por aqui eu irei fazer uma pequena investigação sobre os principais clássicos envolvidos nesse gênero cinematográfico. 

 

Os Infiltrados (2006)



Sinopse: A polícia trava uma verdadeira guerra contra o crime organizado em Boston. Billy Costigan (Leonardo DiCaprio), um jovem policial, recebe a missão de se infiltrar na máfia, mais especificamente no grupo comandado por Frank Costello (Jack Nicholson). Aos poucos Billy conquista sua confiança, ao mesmo tempo em que Colin Sullivan (Matt Damon), um criminoso que foi infiltrado na polícia como informante de Costello, também ascende dentro da corporação. Tanto Billy quanto Colin sentem-se aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo.


Na primeira vez que vi Os Infiltrados (numa sessão inesquecível), fiquei me perguntando por que o cineasta não trabalhou antes com Jack Nicholson, pois o seu personagem Costellho está entre os melhores desempenhos da carreira do ator. Claro que muitos vão dizer que ele já fez personagens melhores (como em Um Estranho no Ninho), ou até alguns dizendo que, Jack Nicholson sempre faz um personagem parecido, se comparados as suas atuações anteriores. Mas não há como negar que, sempre quando ele surge em cena, ele domina a tela, graças ao seu tom sarcástico e psicótico.
A produção em si, é um dos melhores jogos de gato e rato do cinema recente, onde ninguém é confiável. Sendo assim, tanto o personagem de Dicaprio (policial infiltrado na gangue), como de Matt Damon (informante de Costello, infiltrado na policia), passam para o espectador todo o peso que sentem devido ao seu serviço, onde a cada momento, podem levar um tiro na cabeça (literalmente). O filme também é lembrado pelo ótimo desempenho de praticamente todos do elenco, como no caso Mark Wahlberg (indicado ao Oscar) e Martin Sheen, que exercem momentos fundamentais e peças chaves durante a trama. O ato final reserva momentos imprevisíveis para história, em que deixa o espectador de queixo caído, principalmente para aquele pouco familiarizado ao cinema de Scorsese, mas isso foi essencial, para o sucesso do filme e pela (finalmente) consagração do cineasta no Oscar, onde produção levou os prêmios  de melhor filme e melhor diretor.   


 

DRIVE (2012)



Sinopse: Ryan Gosling interpreta neste filme um piloto profissional que trabalha em cenas de perseguição de carros em Hollywood. Além disso, ele usa sua habilidade e precisão no volante como motorista em assaltos. Dentro do seu mundo solitário ele conhece Irene (Carrey Mulligan), cujo marido sairá da prisão em poucos dias. Disposto a ajudar essa família a pagar uma antiga dívida, ele se dividirá entre usar todas as suas habilidades para salva-lá ou embarcar em uma fulminante paixão.


De novo, a trama de Drive não tem nada, mas a forma que o diretor Colas Winding Refn (Guerreiro Silencioso) dirige, faz com que a história nos soe fresca e contagiante. Há claros elementos que nos lembram outros filmes como Taxi Drive, Carga Explosiva e até mesmo Os Brutos também amam. Porém, Winding faz a diferença ao usar câmera para capturar a cada momento os sentimentos dos seus personagens, sendo que consegue puxar para fora todo o peso que os personagens carregam durante a história, em especial do motorista. Ryan Gosling (Namorados para Sempre) faz aqui o personagem da sua vida, onde ele passa uma carga de sentimentos múltiplos na tela, onde por vezes, só temos uma idéia exata de quais suas intenções, quando conhece Irene (Carrey Mulligan). A partir daí, sabemos que o personagem busca um pouco de paz consigo mesmo, para então. quem sabe, possa se livrar de certos serviços que usa com o seu carro.
Mas a partir do momento em que o marido de Irene surge, já temos um palco armado para a queda de cada um dos personagens no decorrer do filme. Para não soar familiar (embora aconteça realmente) Winding Refn faz de cada sequência crucial, um momento em que a imagem (com uma bela câmera lenta) se misture com os sentimentos que rola na cabeça dos personagens, em especial do motorista. Momentos, como a famosa cena do elevador, ou quando o protagonista usa uma mascara para ir à caça de um determinado personagem, são momentos em que uma direção segura e a competência do elenco fazem a diferença. É interessante também como o diretor foca determinados detalhes que, embora banais para uns, possam ser uma pista do que está por vir, como o desenho de um escorpião na jaqueta do motorista, sendo que ela representa toda a ambiguidade do personagem.

Saído consagrado em Cannes (como o premio de melhor direção) e com uma trilha sonora que crava na mente de quem assiste, Drive é um daqueles casos raros do cinema atual, onde todas as peças estão lugar, para então funcionar de forma redondinha e ser aceito positivamente ao longo do tempo de sua exibição. Pode ter sido esnobado no Oscar, mas ganhou o premio principal, que é o reconhecimento gradual ao longo do tempo, mesmo num espaço tão curto de tempo.


Inscrições para o curso você clique aqui.
 
Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

Cine Dica: Em Cartaz: A Bela e a Fera (2017)



Sinopse: Bela (Emma Watson) vive num vilarejo com o pai, que é capturado pela Fera. Desesperada, a jovem se oferece para ser prisioneira da Fera no lugar do pai, que teve um mal-entendido com o ser horrendo. Bela se isola, mas aos poucos vai percebendo que por trás da assustadora criatura há alguém de coração e alma de príncipe.
A primeira versão do conto de fadas A Bela e a Fera (1991) lançado pela Disney foi um sucesso arrebatador, tanto que arrecadou mais de R$ 100 milhões (um recorde para uma animação naquele tempo) e conseguindo o feito de se tornar o primeiro longa metragem de animação a concorrer ao Oscar de melhor filme. O sucesso foi tão gigantesco, que a Disney acabou levando o conto para ser apresentado na Broadway e fazendo da história um enorme sucesso também nos palcos. Agora, 26 anos depois, esse mundialmente conhecido conto de fadas retorna em uma nova versão com atores, onde claramente se vê, tanto elementos da clássica animação, como também no que deu certo na peça da Broadway e nascendo então um verdadeiro espetáculo para os olhos.
A história é mesma da qual todos nós conhecemos: jovem camponesa chamada Bela (Emma Watson) é a mais bela e inteligente do vilarejo onde mora, mas pouco compreendida por aqueles que não conseguem entende-la. Após o seu pai (Kevin Kline) se perder na floresta, ele acaba se refugiando em um grande castelo encantado, mas se tornando rapidamente prisioneiro de uma criatura horrenda que auto se intitula a Fera (Dan Stevens). Bela acaba salvando o seu pai, mas tendo que ficar no lugar dele e se tornando prisioneira do castelo. Gradualmente, tanto a Fera como a Bela, começam a criar um relacionamento e do qual mudará a vida de ambos para sempre 
Para os fãs do longa animado, o filme é bastante fiel ao clássico, pois a produção praticamente possui as mesmas passagens da história da qual todos nós conhecemos. Contudo, se percebe que há sempre um acréscimo dentro da história aqui e ali, mas não para que a trama seja estendida, mas sim para que os personagens sejam mais aprofundados se for comparados as suas versões anteriores.  O início do filme, por exemplo, dá mais detalhes sobre a origem da Fera, do por que ele ter sido tão egoísta quando jovem e Bela ganha uma mãe cujo seu desaparecimento é revelado numa passagem até então inédita para o conto.
Mas se por um lado as passagens são fieis e melhoradas para essa nova versão, por outro, o elenco responsável para dar vida aos personagens fica um pouco devendo. Por mais que Emma Watson se esforce como Bela, por exemplo, me dá a impressão que, quando ela se apresenta na trama cantando, ela está meio nervosa, não se soltando e atrapalhando assim a sua apresentação no início do filme. Porém, seu desempenho melhora um pouco no decorrer do filme, principalmente quando começa a contracenar com a Fera e nos convencendo que a jovem pode sim se apaixonar pela criatura.
Contudo, a imagem da Fera em si é um tanto que desapontadora, pois mesmo com os efeitos visuais de ponta atualmente, os criadores não conseguiram criar uma expressividade genuína para o personagem e se tornando inferior se comparada com a animação. O mesmo vale para os personagens que são objetos vivos dentro do castelo que, ao invés de possuírem expressões quase humanas, elas simplesmente quase não são vistas quando eles se apresentam em cena e somente a gente repara que o bule de chá tem lábios e olhos, por exemplo, quando a câmera a foca mais de perto. Isso acaba sendo ainda mais desapontador quando nos damos conta que os personagens ganharam vozes de pessoas talentosas (como de Ewan McGregor e Emma Thompson), cujo seus talentos acabam sendo um tanto que desperdiçados e que poderiam ser facilmente substituídos por outros sem que a gente percebesse.
Felizmente a ala dos vilões compensa a falta de melhores interpretações do longa metragem, já que  Luke Evans e Josh Gad dão um show em cena e se tornando até mesmo melhores que as suas contra partes da animação. Evans, por exemplo, nos assombra com tamanha semelhança que possui com o divertido e famigerado Gaston e fazendo que tenhamos tanto repulsa como também desejo que o seu personagem surja cada vez mais na trama. Mas a surpresa mesmo fica por conta Josh Gad como personagem LeFou que, se na versão animada o seu personagem era apenas bobo e puxa saco de Gaston, aqui ele ganha mais profundidade graças ao talento do ator e fazendo do momento musical da taverna se tornar um dos momentos mais divertidos do longa.
Aliás, os números musicais do filme é que dá alma a produção e fazendo a gente se esquecer das falhas que eu citei acima. Com uma bela fotografia e edição de arte caprichada, os números musicais são praticamente os mesmos que nós já conhecemos pelo longa metragem original, mas moldados de uma forma tão rica e cheia de detalhes, que nos passa a sensação de que estamos presenciando esses momentos pela primeira vez e enchendo os nossos olhos de luzes e cores acalorados. A famosa cena da valsa protagonizada pelo casal central, por exemplo, é sem sombra de dúvida um dos momentos técnicos mais belos vistos nesse ano.
Embora com os seus defeitos, A Bela e a Fera de 2017 é um belo filme para ser visto e revisto por pessoas de todas as idades e fazer a gente mergulhar num universo cheio de detalhes. 




Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

quarta-feira, 22 de março de 2017

Cine Especial: Literatura Policial no Cinema: Parte 4

Nos dias 25 e 26 de março eu estarei participando do curso Literatura Policial no Cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo crítico de cinema César Almeida. Enquanto atividade não chega, por aqui eu irei fazer uma pequena investigação sobre os principais clássicos envolvidos nesse gênero cinematográfico.  

Jackie Brown (1997)

Sinopse: Jackie Brown é uma aeromoça, funcionária de uma companhia aérea de segunda linha, que reforça o seu baixo salário trazendo para o país dinheiro sujo de um traficante de armas, Ordell Robbie. Um dia, ela é pega por policiais com uma alta soma numa mala. Mas estes lhe oferecem a liberdade se os ajudar a pegar o traficante.
Terceiro filme de Tarantino que abriu mão de um roteiro original para adaptar o livro Poche de Run, de El More Leonard (O Nome do Jogo). Ignorado no Oscar/98 (só Foster foi lembrado com uma indicação a coadjuvante) leva as telas uma trama aparentemente banal que ganha tensão, suspense e humor por meio de sua criatividade. Repleto de referencias dos anos 70 (figurinos, trilha sonora, cenários) resgatou dois atores daquele tempo (Grier e Foster), da época colocou grandes nomes (Deniro, Fonda, e Keaton) em papeis menores, mas importantes. Mais maduro, Tarantino abandonou a estética da violência explicita dos seus filmes anteriores e talvez por isso na época fosse um tanto que incompreendido, mas jamais esquecido. Um dos grandes momentos chaves do filme, que mostra toda a criatividade do diretor, é uma sequência de trocas de bolsas em um vestuário. Tarantino retorna pelo menos umas três vezes no local dos acontecimentos, para mostrar a mesma trama, mas de ângulos diferentes, focando o destino de cada um dos personagens em decorrência a esses eventos na loja de roupas. Com um uso criativo de montagem de imagens, essa seqüência, apesar de simples é eficaz, que de quebra, é onde os atores estão em seus melhores momentos, em especial a Robert Deniro e Bridget Fonda.
 
O Homem que não estava lá (2001)

Sinopse: Em meio aos anos 40, Ed Crane (Billy Bob Thornton) é um barbeiro infeliz, que vive com sua esposa Doris (Frances McDormand). Ao descobrir que ela o está traindo, Ed passa então a planejar uma trama de chantagem contra ela, a fim de ensinar-lhe uma lição. Mas quando seu plano vai por água abaixo uma série de consequências desagradáveis ocorrem, incluindo vários assassinatos.
Se em seu primeiro filme (Gosto de Sangue) era uma espécie de namoro com o gênero noir, aqui fica mais do que evidente que os irmãos cineastas prestavam, não só um tributo ao gênero, como criaram um filme a altura. Com um belíssimo preto e branco, todas as características deste gênero estão lá, desde a trama policial, assassinato, mulheres sedutoras, narração off, cigarros e traições. Misturando tudo isso com a já estabelecida visão que os cineastas têm em colocar os seus personagens em tramas cujas situações são imprevisíveis e afiadas no humor negro. Mas nada se compara ao grande desempenho de Billy Bob Thornton no decorrer do filme, onde ele protagoniza e narra com a sua voz firme e mansa, transformando-se na grade alma da trama. 


 

Sobre Meninos e Lobos (2003)

Sinopse: Um grupo de três meninos brinca em Boston, e um deles é raptado e estuprado. Os três, já adultos e não mais tão amigos assim, vivem seus inferninhos particulares. Tim Robbins, a ex-vítima, tem uma existência amargurada. Sean Penn é quase um marginal, mas mantém as aparências graças à loja que tem. Quando sua filha de 19 anos é assassinada, seu mundo desaba. E entra em cena o Kevin Bacon, que faz o policial que investigará o caso.
Clint Eastwood é conhecido pela mão firme com que dirige seus dramas e pela primazia na composição de suas trilhas. Em Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, 2003) não é diferente, a história nos envolve de forma comovente com traços reais e intimistas que são realçados pelas canções de andamento calmo e introspectivo. Os atores foram levados por Eastwood a uma autoflagelação artística que tem como resultado uma película casual e amistosa que se torna agressiva e amarga com o desenrolar dos fatos. Eastwood toca na emoção como se fosse uma cítara e encontra a ira oculta adormecida por nosso senso moral, mas o som da cítara não a acalma e seu despertar faz com que o próprio destino seja mudado em prol de sua vingança.


Inscrições para o curso você clique aqui.
 
Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

Cine Dica: Em Cartaz: Com os Punhos Cerrados



Sinopse: Os amigos Joaquim, João e Eugenio vivem em Fortaleza e usam suas vozes como armas em uma rádio pirata. Eles invadem as transmissões de outras rádios, causando a fúria de poderosos da cidade, que dão uma recompensa pelas cabeças dos três.

Não tenho dúvida alguma que vivemos atualmente num tempo em que nosso país se encontra dividido, entre aqueles que defendem o capitalismo, ou socialismo, ou até  aqueles que  fecham os olhos e não desejam se ver em nenhum dos lados. Uma vez que o povo não deseja enxergar o que os poderosos, ou até mesmo determinada mídia queira realmente passar para eles, se tem então o nascimento de pequenos grupos, cujo objetivo é irem contra a maré e protestar perante essa falsa e plástica  realidade imposta na vida das pessoas. Com os Punhos Cerrados, é um filme simples, mas que a sua metáfora ecoa em nossa realidade cada vez mais afogada em meias verdades.
Dirigido por Luiz e Ricardo Pretti e Pedro Diogenes (Monstros) acompanhamos a cruzada de três amigos, Joaquim, João e Eugenio, cujo objetivo deles é passar os seus pensamentos através de uma rádio clandestina, para que assim as pessoas da cidade possam ouvir. O problema é que a população se encontra afogada em meio a mentiras e uma realidade plástica confortável e da qual elas não conseguem desvencilhar. Os poderosos e donos da cidade decidem então capturar o trio custe o que custar.
Assim como, por exemplo, Branco sai e preto fica, esse longa metragem possui uma linguagem que transita entre ficção e documentário, já que os próprios protagonistas sendo interpretados pelos cineastas, não se desvencilham muito do que eles são na realidade. Com isso, temos um filme em que retrata um determinado e sombrio futuro, mas que sintetiza a nossa realidade atual, da qual cada vez mais se afunda graças a artimanhas de uma mídia sensacionalista e a serviço de poderosos que pagam melhor quantia. No decorrer do filme, os discursos do trio fazem então todo o sentido, mesmo quando suas mensagens não causem o efeito desejado.
Embora aparente um orçamento curto, o filme é engenhoso ao usar uma fotografia escura, cujo seu teor sombrio combina com o cenário meio que opressor e nada acolhedor. Ao mesmo tempo, o início e o final do filme se desvencilham do principal conteúdo da trama, cujo cenário expandido de um deserto cheio de luz se torna então o único lugar acolhedor para aqueles que buscam fugir de uma sociedade presa por correntes invisíveis. Mas se a luta não é ganha e um deserto se torna o único meio de fuga para onde iremos então?
Com ainda participação da talentosa e bela atriz Samya De Lavor (Boi Neon), Com os Punhos Cerrados, é um pequeno filme que tem muito a dizer, mas que infelizmente muitos irão se fechar em querer não ouvir a sua mensagem e aceitar de bom grado as mentiras vindas de um sistema manipulador e hipócrita de nosso país.  

terça-feira, 21 de março de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Fome de Poder



Sinopse:O vendedor Ray Kroc (Michael Keaton) conhece os irmãos Dick e Mac McDonald. Os dois mostram um novo conceito de serviço de lanchonete, em que o pedido é entregue em 30 segundos e não em 30 minutos. Ray fica abismado com negócio e se torna sócio dos irmãos. No entanto, a ambição do vendedor fala tão alto, que o trio começa uma briga pela detenção dos direitos da franquia de fast food McDonald's.


Às vezes não basta ter uma boa idéia para a criação de um bom negócio, mas também ambição, persistência e esperteza, pois a boa idéia sempre são copiadas e às vezes para melhor. Quem assistiu ao filme A Rede Social, sobre a criação do Facebook, sabe que esse meu pensamento bate com tudo com relação ao que foi mostrado naquele filme e como às vezes a dança das cadeiras pelo poder acaba por deixar muitos para trás. Em Fome de Poder, temos uma nítida idéia de como uma boa idéia pode se tornar ótima nas mãos de outros, mas com um alto preço a pagar.
Dirigido por John Lee Hancock (Um Sonho Possível), acompanhamos a jornada de Ray Kroc (Michael Keaton), que deseja passar de lanchonete a lanchonete para passar suas idéias para a criação de um melhor atendimento para determinado estabelecimento. Em uma de suas viagens, conhece os irmãos Dick e Mac McDonald, cuja lanchonete deles possui um atendimento rápido, organizado e apresentando um jeito incomum de comer um lanche naquele tempo (1954). Não demora muito para Ray querer fazer um negócio com os irmãos para expandir a idéia como uma franquia, mas ao mesmo tempo, despertando uma persistência e ambição fora do comum dentro dele. 
Assim como foi visto no filme A Rede Social, a marca McDonald nasceu através de uma idéia, mas que somente com ambição ela acabou indo tão longe. Já Fome de Poder não é um filme que fará a pessoa desistir de ir à lanchonete mais próxima, pois se levar isso a sério, então já comece a pensar em deixar de tomar Coca Cola, ou qualquer marca alimentícia, pois tudo por trás da cortina sempre haverá uma história ruim para não ser descoberta pela massa. O filme não se intimida em descascar cada camada dessa torre de Babel do submundo dos negócios, cujo público é a peça principal que movimenta as engrenagens para os donos de impérios como o McDonald ganharem mais e mais dinheiro. 
Com um ritmo ágil, John Lee Hancock jamais deixa o seu filme sair dos trilhos, mesmo quando os bastidores do mundo dos negócios aparentam ser um tanto que complicados para serem compreendidos na tela, mas nunca perdendo o ritmo visto nela. Talvez isso muito se deva ao desempenho sempre competente de Michael Keaton, cujo modo de apresentação do seu personagem em cena não faz com que tenhamos raiva dele, mas sim fascinação pela energia que ele emana, mesmo quando certos questionamentos despertam lá no fundo de nós. Essa sensação acaba aumentando quando nos damos conta que os irmãos McDonald (Nick Offerman e John Carroll Lynch, ótimos) foram passados para trás no decorrer da história, mas ao mesmo tempo, questionamos o fato de como foram tão ingênuos perante o universo dos números dos negócios. 
Fome de Poder é um filme que não nasceu para melhorar a imagem dos criadores de poderosas marcas alimentícias, mas sim provar que, para criação de um império, é preciso ambição e muito sangue frio.



Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram