Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: A temática da mulher e sua relação com a sociedade a partir de diferentes perspectivas e propostas estéticas através das histórias de Eloína, Rosário e Gregoria. Eloína mostra a grandeza e o valor de assumir determinadas posições no papel materno. Rosário mostra a experiência da ingenuidade no contexto da solidão e Gregoria mostra a debilidade versus o ímpeto com que toma decisões para garantir sua estabilidade emocional.
Por ser dirigida por três diretores, a trama é dividida em três historias diferentes, mas com pequenas interligações, que se por lado são quase imperceptíveis, por outro, torna essa trama muito mais rica e enigmática. A primeira trama vê a protagonista encontrando a oportunidade, mas de uma forma arriscada, na segunda, uma jovem perdida em suas escolhas e na terceira, uma família, liderada por uma dona de casa, jogados na própria sorte em um fim do mundo.
De comum, vemos a determinação de ambas perante os obstáculos que a vida reserva, e se vemos o trio em situações que parecem perdidas, o roteiro reserva soluções, que embora meio artificiais, funciona com a proposta que o filme quer passar para o espectador, que não se pode perder a esperança, aja o que houver. Com fotografia, montagem e trilha diferente em cada seguimento (e bem feitas) 1,2 e 3 Mulheres é umas das melhores opções desse Festival Venezuelano.
Comando X
Sinopse: Uma divertida comédia de enredos, que narra vícios e dilemas de Manuel, um rapaz pobre que se apaixona por Lucia, uma jovem de classe média alta de Caracas. Ela é filha do chefe do "Comando", um grupo de oposição extremista que planeja um atentado para derrubar um governo legítimo. Trata-se de uma divertida história que, pouco a pouco, se transforma em uma trama sombria quando o "Comando", assessorado por agentes estrangeiros, irá executar um terrível atentado e Manuel precisa tomar uma difícil decisão: deter o tétrico atentado e perder o seu amor ou salvar a cidade desse horror.
Se Hugo Chavez assistiu a esse filme, ele deve ter adorado, pois a trama retrata o grupo de oposição de uma forma tão hilária, que não me surpreenderia se tivesse se tornado o filme preferido dele. Vemos o protagonista Manuel, com o único interesse de se dar bem na vida, mas que jamais se levantaria contra o governo, mas devido a circunstancias, se transforma numa espécie “de grande homem” a serviço da oposição. O que começa como uma espécie de comedia romântica, bem ao estilo do cinema americano, se transforma em uma espécie de humor negro, que por hora boba, por hora divertida, aliado a uma ótima montagem, que de uma forma inteligente, brinca com o universo das HQ, quando termina uma parte e começa outra. Embora seja um filme claramente a favor da direita, Comando X é apenas um filme divertido e não se levar muito a serio, apesar de estar no lado errado da situação atual da Venezuela.
Macuro
Sinopse: A história de Macuro, uma comunidade pesqueira do oriente do país, que se vê afetada por uma grande falta de eletricidade. Frente à ausência de energia, a comunidade decide pedir ajuda a uma grande fábrica de cimento que conta com um grande gerador. O desprezo da fábrica motiva os cidadãos a tomar medidas inesperadas, criando rebeliões com grandes conseqüências individuais e coletivas.
Apesar de ser baseado em fatos verídicos, podemos ver muito bem nesta produção, uma espécie de metáfora com relação ao povo da Venezuela, perante o governo atual. Ficando sem energia na cidade, o povo de Macuro começa a passar necessidade, se colocando a prova o teste resistência físico e psicológico de cada um dos personagens, onde que, o roteiro aproveita para explorar cada camada de personalidade dos personagens. Destaque para a seqüência na praia, onde ocorre a primeira oposição, e o ato final, que embora seja solucionado todas as pontas, há conseqüências irreversíveis, mas necessárias. Seria a produção uma forma do povo venezuelano dizer chega ao governo Chavez? Não me surpreenderia se fosse isso mesmo!
Em Cartaz: :CineBancários Rua General Câmara, nº 424 – Centro Porto Alegre / RS CEP: 90010-230 Fone (51) 3433-1205.
Por fim, como o curso sobre Nouvelle Vague, que eu irei participar, começa amanhã, encerro hoje esse especial, relembrando esse movimento que mudou a cara, não só do cinema Francês, como também fortaleceu o termo “cinema de autor”. Porém, gostaria de dar algumas explicações sobre o do porque de eu ter focado tanto os filmes de François Truffaut e Jean-Luc Godard, enquanto outros filmes importantes como os de Robert Bresson, Claude Chabrol, Alain Resnais, Chabrol, e de tantos outros ficaram de fora.
Para começar, quando conheci esse movimento, que começou na virada dos anos 50 e 60, foi através de um simpático livro intitulado Cinema: De Lumière a Tarantino (de Luis Carlos Merten), que focava os principais acontecimentos do cinema, durante o século 20.
Ao chegar ao Nouvelle Vague, o escritor começou a falar sobre as origens da Nova Onda, e os principais diretores que ele citava, era sempre Truffaut e Godard, e isso se reprisou, quando ele relançou o livro com novos extras alguns anos depois. Fora isso, em 2009, eu havia comprado um especial da revista Bravo, falando sobre os 100 melhores filmes de todos os temos, e dentre eles, lá estavam Acossado e Uma Mulher para Dois, onde cada texto falava mais e mais sobre a carreira, tanto de Truffaut como de Godard. Devido a isso, imediatamente comecei a ficar viciado em pegar todos os filmes de ambos, para poder assistir e conhecer mais sobre esse movimento. Porém, a filmografia do resto da turma de críticos da revista intitulada L’Express, ficou meio que de lado, e somente comecei a assistir mais sobre os seus filmes agora, principalmente de Robert Bresson, que gostei bastante apartir do filme O Abatedor de Carteiras. Mas sejamos honestos com nos mesmos, se pegarmos uma lista dos melhores filmes da Nouvelle Vague, imediatamente iremos perceber que, boa parte dos filmes ali são dessa dupla de diretores carismática, que na tristeza e na doença, juntos, fizeram um punhado de filmes mais deliciosos que o outro. Mesmo assim, peso desculpas, para aqueles que esperavam mais filmes dos outros diretores, mas quem sabe né, eu me vicie por um deles e faça um especial de cada um, ou melhor, faça um curso sobre um deles e faça os especiais. Ai ficara maneiro né. Até o próximo especial.
Reveja o especial Nouvelle Vague: Parte: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12.
Final de semana chegando, e eu estaremos ocupado até o pescoço. Estarei participando do curso sobre o movimento Nouvelle Vague (aguarde o final do especial sobre o curso ainda hoje), além de assistir a outros filmes do Festival Venezuelano que está acontecendo aqui na capital, no Cinebancários.
Confiram as dicas para esse final de semana, e para todos um bom descanso.
Gato de Botas 3D
Sinopse: Conheceremos o divertido Gato de Botas desde seu nascimento como um fofo gatinho até ele se tornar o felino visto em Shrek. No filme Gato de Botas irá se juntar a mais dois amigos Humpty e Kitty para tentar capturar a famosa e cobiçada galinha que põe ovo de ouro. Será que essa quadrilha vai conseguir concretizar o plano?
As Canções
Sinopse: Documentário que se interessa profundamente em ouvir seus personagens. Nele, os entrevistados cantam músicas que marcaram sua trajetória de alguma forma e explicam por que aquelas se transformaram nas canções de suas vidas.
Noite de Ano Novo
Sinopse: Enquanto Idas e Vindas do Amor se passa no Dia dos Namorados Noite de Ano Novo acompanha personagens durante a véspera de Ano Novo. O filme celebra o amor a esperança o perdão uma segunda chance e um novo começo no entrelaçamento de histórias de casais e solteiros em meio à pulsação e promessas da cidade de Nova York na noite mais deslumbrante do ano.
Uma Professora Muito Maluquinha
Sinopse: Catharina (Paola Oliveira) foi enviada à cidade grande para estudar, quando era criança. Hoje, aos 18 anos, retornou à sua cidade natal e passou a lecionar em uma escola primária. O único problema é que sua chegada começa logo a provocar certos rebuliços na cidade porque seu comportamento totalmente diferente do tradicional, pessoal e profissionalmente falando, começa a incomodar as pessoas. Mas a cidade também recebe o padre Beto (Joaquim Lopes), discípulo de Monsenhor Félix (Chico Anysio), que também retorna e acaba sendo procurado pela tradicionais professoras que querem derrubar a querida professorinha que conquistou o coração de sua turma com seus métodos não convencionais de ensino. Sem contar que ele desperta atração nos homens da cidade, como Mário (Max Fercondini) Carlito (Cadu Fávero) e Pedro Poeta (odrigo Pandolfo). Pressionada, Amanda encontra-se dividida entre a paixão pelo ensino e o amor proibido, que aflora em seu coração e fica cada vez mais forte.
TRIÂNGULO AMOROSO (2011)
Sinopse: A história do casal de meia-idade Simon (Sebastian Schipper) e Hanna (Sophie Rois) que vive em Berlim e, simultaneamente, se apaixona e se envolve com o mesmo homem (Devid Striesow). No entanto, quando Hanna fica grávida, surge a pergunta que irá mudar o relacionamento de todos: "quem é o pai?"
Sinopse: Venezuela. Na segunda metade do século XIX, a polarização entre Liberais e Conservadores marcava o momento político. As desigualdades sociais herdadas ainda na Colônia mantinham os campesinos e os escravos sob o poder da oligarquia. Ezequiel Zamora, mobilizado por profundos ideais de liberdade, encabeça uma luta para tentar apagar a opulência de poucos e a miséria de muitos e repartir equitativamente as terras.
É interessante como certo filme, quando agente assisti, agente já ter uma vaga idéia do que esperar no seu final. No caso de filmes, que retratam com tamanha fidelidade, fatos históricos do país, normalmente temos essa sensação, principalmente quando for ao caso da historia retratar um grande revolucionário local, e no caso de Zamora, filme de Roman Chalhaud não é diferente. O grande problema, quando esse tipo de historia é feita, justamente no local de origem do fato histórico, normalmente os produtores se preocupam em tentar ao maximo ser fiel a historia verdadeira, enquanto a arte de se fazer cinema, fica um pouco de lado. É como se você pegasse um livro de grande sucesso, adapta ele para o cinema, e para não desapontar os fãs fervorosos, acaba no final, a produção sendo tão fiel, que ela se torna vazia e pálida.
Não que Zamora seja dispensável, para ser assistido, pois Roman Chalhaud faz até um bom esforço para transformar a trama em bom cinema, com montagem e fotografia que se alinha, a tal ponto, que disfarça um pouco a falta de recursos da produção, que poderia muito bem funcionar melhor como uma mini serie para a tv, e o que se vê, parece exatamente uma saída da telinha, só que condensada para ser levada a tela grande. E ainda que as interpretações do elenco compensassem, fazendo os protagonistas principais da trama, infelizmente fica com suas interpretações travadas, para se manter fiel a fatos históricos, principalmente o ator Alexander Solorzáno, que por mais que se esforce nos momentos dramáticos, não convence muito, o que não ocorre com outros atores que fazem pequenos personagens, que pelo fato não terem muita relevância nos fatos históricos, tem muito mais liberdade em atuarem em cena.
O filme é mais indicado para as pessoas que buscam historias do passado da Venezuela, principalmente fazendo uma comparação de questões políticas de ontem e hoje por lá, e que a meu ver, não mudou muito não.
Em Cartaz: :CineBancários Rua General Câmara, nº 424 – Centro Porto Alegre / RS CEP: 90010-230 Fone (51) 3433-1205.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
Nas Garras do Vício
Sinopse: Depois de 12 anos, François (Jean-Claude Brialy) retorna à sua vila, na França, onde passou toda a infância. Ele percebe que a localidade não sofreu grandes mudanças, ao contrário das pessoas, que nem mais reconhece. François dedica especial atenção ao seu problemático amigo Serge (Gérard Blain), que passa o dia inteiro às voltas com a bebida, sem dar qualquer atenção à esposa grávida.
A partir de meados da década de 1950, Chabrol e os seus colegas críticos - Eric Rohmer, François Truffaut, Jean-Luc Godard e Jacques Rivette - foram veementes na condenação do cinema francês contemporâneo, expressando a insatisfação com a tradição, enquanto que foram simultaneamente chamados para uma revisão radical da forma em que os filmes eram feitos e o que seria mais relevantes para um público moderno. Na década que se seguiu, todos estes cinco cinéfilos tiveram a sua oportunidade de pegar numa câmera e mostrar a sua própria visão do cinema. Claude Chabrol foi o primeiro a fazê-lo, mas, ironicamente, seria o último a encontrar o sucesso neste novo trabalho.
Os primeiros filmes de Chabrol são muito diferentes dos filmes com os quais ele é mais conhecido hoje, dramas psicológicos com um toque hitchcockiano, sombrios e um pouco bem-humorados. Estes filmes parecem ser obra de um realizador completamente diferente - mais experimental, mais ousado, mais disposto a chocar o público. Le Beau Serge não é o mais ilustre dos trabalhos iniciais de Chabrol, mas é um dos seus filmes mais interessantes, em que já podemos ver os temas que predominam nos últimos anos, nomeadamente um desgosto para a moralidade burguesa falhada. Estilisticamente, o filme parece ter sido influenciado por obras italianas neo-realistas da década anterior. Chabrol rodou o filme inteiro em exteriores, empregando atores não profissionais para todos os papéis secundários e autores bastante inexperientes para os papéis principais. O local é sombrio, fotografia de baixo contraste a preto e branco com ausência de iluminação artificial dão ao filme um sentido austero da realidade que não poderia ser mais diferente da elegância polida de filmes posteriores de Chabrol.
Le Beau Serge reúne três dos atores que viriam a ser estreitamente associados à Nouvelle Vague francesa: Jean-Claude Brialy, Gérard Blain e Bernadette Lafont. Muitos especialistas consideram este, verdadeiramente, o primeiro filme da Nouvelle Vague.