Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
QUEM MATOU LEDA?
Sinopse: O negociante Henri Marcoux (Dacqmine) tem um caso amoroso com uma bela e jovem vizinha (Lualdi), bem debaixo do nariz da sua esposa Thérèse (Robinson). A linda filha de Henri, ao conhecer o húngaro (Belmondo) fica apaixonada, enquanto o filho voyeur de Henri começa a ter liberdades com a amante do pai. Com o amadurecimento das paixões na família, deslumbra-se uma tragédia.
Este é o terceiro filme de Chabrol, e seu debute no thriller psicológico, gênero também de seus dois filmes seguintes, que foram, Les Bonnes Femmes e LEnfer. Usando com perícia os flashbacks e vinhetas, Chabrol cria um perturbador enredo de infidelidade, obsessão e assassinato num vinhedo em Provença. Não tem como não deixar de lembrar-se da atuação de Jean-paul Belmondo, sendo que, todo elenco está perfeito, mas é Belmondo que da o show, criando seu personagem de uma forma irônica e cômica, onde suas palavras, por mais chocantes que sejam, são a mais pura verdade..
Assim como Luis Buñuel, Cabrol faz uma critica a família burguesa, num verdadeiro retrato de desconstrução dessa imagem de família perfeita, tanto, que o suspense e o mistério da morte de Leda acontece bem depois, sendo que a própria, aparece só meia hora de projeção.
Após a entrada de Leda, o clima vai mais para o lado melodramático e a tensão começa a pesar, auxiliada com uma bela fotografia, que faz até amenizar o clima pesado, mas não o suficiente, para a derradeira seqüência do filme, que passa na casa de Leda, numa seqüência de flashback incrível e muito bem dirigida. É nesta seqüência, que Chabrol demonstrou ser um pequeno discípulo de Hitchcock. Uma obra prima e que vale a pena ser procurada.
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