Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
Masculino-Feminino
Sinopse: A relação entre dois jovens, um militante e uma cantora, em meio às transformações ideológicas e comportamentais na França dos anos 60, momentos antes de Maio de 68.
Algumas pessoas mal informadas acabam dizendo que assistindo a um filme de Jean-Luc Godard é como assistir no final das contas toda a sua filmografia, isso porque sempre quando forem assistir outros de seus filmes sempre encontrara a mesma coisa. Claro que eu da minha parte discordo completamente, mas a um motivo para essas pessoas mal sintonizadas pensarem dessa forma. Muito se deve ao fato do diretor sempre tocar nas feridas da época como a política que se dividia entre a esquerda e a direita, ao mesmo tempo em que começou a surgir cada vez mais inúmeros grupos de jovens que representavam ambos os lados e que acabavam por gerar esses conflitos.
Em meio a isso surgiam certas revoluções, tanto culturais como de costumes e é ai que esse genial filme toca no assunto sobre a difícil vida do homem daquele tempo de tentar de todas as formas interagir com a mulher numa época em que cada vez mais ela se torna independente. E assim, o diretor cria uma historia original em meio a esses diversos assuntos, e isso é muito bem retratado no jovem casal central, interpretados de forma brilhantes pelos atores Jean-Pierre Léaud e Chantal Goya cujos diálogos beiram ao surrealista e ao mesmo tempo com um humor negro que até hoje não envelheceu.
Jean-Pierre Léaud, por exemplo, possui momentos sublimes e ao mesmo tempo seu personagem não foge muito do padrão adotado em outro personagem em que ele interpretou por anos apartir do filme Os Incompreendidos de François Truffaut. Tanto, que por alguns momentos inclusive, vemos os mesmos trejeitos do personagem Antoine neste personagem que aqui ele interpreta o que não significa que ele ficou marcado por um único personagem, muito pelo contrario, mas essa sempre foi à forma de Jean atuar e não é por isso que será rotulado como um ator limitado.
No final das contas, Masculino, Feminino é um excelente filme da 'nouvelle vague' francesa, e se pensarmos bem, era algo bem a frente do seu tempo e ao mesmo tempo um verdadeiro retrato das mudanças das relações amorosas que estavam surgindo, Coisa que o cinema americano demorou a engrenar e mostrar em suas telas.
Curiosidade: A bela Brigitte Bardot (que havia trabalhado com o diretor em Desprezo) faz uma pequena ponta numa seqüência rodada num Café parisiense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário