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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Cine Dica: Cine Drive- In Poa: 'Sessão: 'Vicky Cristina Barcelona'


tá, não consegui esperar e fazer suspense. tá aqui gente, Vicky Cristina Barcelona no nosso drive-in! EU AMOOOOOOOOO. dono de um roteiro maravilhoso, uma trilha sonora impecável, scarlett, penélope, javier, rebecca, oviedo, barcelona. não sei mais o que dizer apenas sentir. corram e garantam esses ingressos! 

 Cine Drive-In - Sessão: Vicky Cristina Barcelona
 Quando? 18 de junho, 19h
 Onde? Estacionamento da ADVB - Rua Edvaldo Pereira Paiva, 1505 - Acesso pela entrada na frente do Anfiteatro Pôr do Sol - Porto Alegre
 Onde eu compro? No LINK NA BIO ❤️ ou se preferir: ocinedrivein.uhuu.com
Prestenção na classificação indicativa, tá? .
Curadoria: @lora.movie

Mais informações sobre o Cine Drive-In Poa clique aqui. 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Ya No Estoy Aqui'

Sinopse: Ulises, líder de um grupo apaixonado pelo ritmo da cúmbia, é forçado a fugir do México para salvar sua vida após um mal-entendido com uma gangue local.

“Odisseia”, uma das maiores obras primas da literatura escrita por Homero, já rendeu diversas adaptações para outras mídias como no caso do cinema e rendendo clássicos como aquele estrelado por Kirk Douglas intitulado “Ulysses” (1954). Porém, ao longo das décadas, surgiram também filmes que somente se inspiraram na ideia do conto como, por exemplo, “E Aí Meu Irmão Cadê Você?” (2000) dos Irmãos Coen. Mas porque ocorre esse fascínio pela obra até nos dias de hoje?
No meu entendimento, ‘Odisseia’ é uma de inúmeras histórias que falam sempre sobre a jornada do herói, ou seja, sobre a nossa própria jornada com relação as inúmeras encruzilhadas da vida que a gente enfrenta. Em sua conclusão, Ulysses percebe que o mundo a havia lhe mudado, assim como o seu próprio lar que havia prosseguido e continuado sem ele ao longo dos anos. “Ya No Estoy Aqui’ segue a premissa da “Odisseia” mas falando sobre a jornada do indivíduo atual perante uma realidade de mudanças bruscas e sem retorno.
Dirigido por Fernando Frias, o filme se passa em Monterrey, México. Ulises Samperio é um jovem de 17 anos que ama a cumbia, ritmo colombiano o qual dança desde quando era pequeno. Líder de uma gangue local chamada Terkos, ele vive no limiar da criminalidade devido à proximidade do cartel local. Quando um atentado o aponta como suspeito, ele é obrigado a fugir do local onde cresceu.
Se por um lado aquele Ulysses do livro “Odisseia” ele embarcava em uma longa jornada cheia de guerras como, por exemplo, “A Guerra de Troia”, por outro lado, esse Ulysses enfrenta uma guerra não declarada, independente se for guerra de gangues ou de divisão de classes. Esse Ulysses é um sobrevivente em meio a pobreza, falta de recursos, mas que se mantem vivo pelo seu amor da dança e da música. A sua arte se torna a sua arma para manter a sua sanidade, mas a violência, por sua vez, lhe alcança e lhe fazendo encarar a triste a realidade que o próprio ainda não enxergava.
O cineasta Fernando Frias cria um retrato universal sobre o nosso mundo atual, independente da trama se passar no México ou não, pois ela é facilmente identificável por todos nós e começamos a simpatizar pelo protagonista de tal forma que desejamos estar sempre ao lado dele nesta jornada. Diferente dos filmes americanos, onde sempre há o famigerado filtro amarelado quando retrata um país latino, aqui a fotografia é a mesma em todos os cenários e fazendo a gente se perguntar por alguns segundos onde Ulysses se encontra naquele determinado momento. Não demora muito para descobrirmos que, ao menos no primeiro ato, a trama é não linear, onde o tempo vem e volta e mostra tanto o passado do protagonista no México, como também os dias atuais dele em uma cidade dos EUA.
Uma vez que descobrimos os motivos que o levaram a abandonar a sua terra, é então que a trama engrena de vez e fazendo a gente compreender as escolhas de sua jornada. Juan Daniel Garcia Treviño nos brinda com uma grande atuação em cena, onde ele constrói para o seu personagem um ser que aparenta um certo desligamento com relação as emoções, mas não esconde elas quando ele prática a sua arte e tenta compartilhar para as pessoas e ao mundo em sua volta. Porém, devido a falta de comunicação e culturas diferentes, Ulysses começa a perder a sua própria identidade a partir do momento que tenta se inserir em solo estrangeiro, mas se dando conta que as suas raízes falam mais alto.
Simplificando, o filme fala sobre os nossos dilemas que carregamos nestes tempos atuais, onde os problemas sociais estão cada vez mais transbordando e fazendo a gente se perguntar aonde devemos fugir para nos sentirmos seguros. Porém, por mais que tentamos fugir em território que nos diz “bem-vindo”, nos damos conta que, ou enfrentamos uma guerra física de frente, ou aquela interna dentro de nós e da qual pode ser ainda muito mais mortal quando nos faz a gente se perguntar quem somos nós nesse mundo atual vertiginoso e com um futuro indefinido. Não há escapatória, a não ser abraçar aquilo que a gente realmente se identifica e seguir em frente com o pouco que nos resta.
“Ya No Estoy Aqui’ fala sobre os nossos tempos atuais perdidos e dos quais a nossa jornada pela sobrevivência está somente começando.

Onde Assistir: Netflix. 

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terça-feira, 16 de junho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Apollo 11'

Sinopse: Documentário  que mostra a chegada do homem à Lua. “Um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”. A frase proferida por Neil Armstrong no momento em que pisava na Lua pela primeira vez é, sem dúvida, o momento mais memorável da Missão.

Com o advento da internet, graças aos vídeos do youtube principalmente, se levantou muitas teorias conspiratórias com relação a viagem a lua de 20 de julho do ano de 1969 e que muitos começaram acreditar que tudo não passava de uma grande mentira. Motivos que muitos levam a crer nisso é o que não faltam, já que se havia naqueles tempos de Guerra Fria uma corrida desenfreada entre os EUA e a União Soviética para ver quem chegasse primeiro ao satélite natural da terra. Fica registrado, portanto, que o americano chegou primeiro na lua, mas cada um tendo a sua opinião sobre esse fato histórico e levantando inúmeros debates acalorados após isso.
Claro que o cinema não ficou atrás com relação em retratar aqueles tempos na cruzada espacial do homem em busca pelo desconhecido. Um ano antes, por exemplo, Stanley Kubrick havia lançado a sua obra prima "2001 - Uma Odisseia no Espaço" (1968), filme que retratava com realismo sobre como seriam as viagens espaciais em um futuro próximo. Curiosamente, o próprio Kubrick caiu nas inúmeras teorias sobre a viagem a lua, sendo que uma delas diz que a NASA o havia contratado para filmar as cenas dos astronautas pisando no satélite lunar dentro de um estúdio.
Com relação a reconstituição sobre o grande feito não houve tantos filmes que retratassem aqueles dias históricos. Embora o feito esteja apenas em pano de fundo, "Apollo 13" (1995) se concentrou mais na viagem da Apollo 13 e da qual quase terminou em tragédia. E embora retrate com um alto grau de verossimilhança a missão, o filme "O Primeiro Homem" (2018) se envereda mais sobre a vida pessoal de Neil Armstrong e dos motivos que o levaram a querer embarcar nessa missão inesquecível. Porém, é através do documentário "Apollo '11" que obtivemos um retrato mais minucioso sobre aqueles dias que entraram para a história.
Dirigido por Todd Douglas Miller, o documentário mostra os planos de desembarcar dois astronautas na superfície lunar e regressar para a Terra em segurança, com a missão Apollo 11 e que até hoje é uma grande referência quando se trata de momentos importantes na humanidade. Durante décadas, trechos dos bastidores permaneceram guardados e apenas recentemente foram liberados para visualização do público no geral.
Durante vários anos muitas pessoas somente tinham acesso as cenas dos astronautas pisando na lua e o que fazia com que as teorias de conspiração se fortificassem ainda mais ao longo da história. Porém, se tudo foi uma grande armação, os EUA sem dúvida alguma gastaram bilhões de dólares para isso, já que o início do filme já nos passa a dimensão da grandiosidade para que fosse conquistado esse grande feito de pisar no satélite natural da terra. Abertura, por exemplo, é colossal, já que mostra todo um aparato para instalar o enorme foguete que seria usado para a missão.
A partir daí, o documentário transita entre as cenas dos astronautas dentro da nave com os técnicos da NASA que acompanham passo a passo essa jornada. O primeiro ato já é simbólico, já que mostra todos os preparativos para a grande jornada, desde o lado técnico, como também focar em toda a expectativa vista através das expressões das pessoas que acompanharam tudo de perto. O lançamento se torna ainda muito mais simbólico através das reações das pessoas que testemunharam e isso realmente não tem preço.
A edição, por sua vez, se torna dinâmica e muito bem caprichada, onde se divide de forma equilibrada entre as cenas dos astronautas dentro da nave com as cenas dos técnicos da NASA. Gradualmente, testemunhamos a chegada dos astronautas em solo lunar e nos brindando com cenas grandiosas daquele lugar. Embora alguns momentos vistos do local nós já conhecíamos ao longo das décadas, não deixa também de ser impressionante o fato de que algumas cenas estarem muito bem preservadas, principalmente devido algumas fotos coloridas que são jogadas na tela.
O ato final é tudo propositalmente feito para se casar com as palavras do presidente kennedy no início da década de sessenta, sendo que o próprio havia prometido que o homem iria pousar na lua antes do final da década. Independente de questões políticas, não deixa de ser prazeroso rever um feito desses em tempos passados, mesmo quando ele nos deixa livre para também questioná-lo. "Apollo 11" é um retrato de tempos sobre a corrida para abraçar o desconhecido, mesmo quando esse sonho não nos levou exatamente em chegarmos ao além do infinito.

Onde assistir: Por locação no Google Play Filmes e Youtube. 

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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Cine Dica: ‘Bicho de Sete Cabeças’, com Rodrigo Santoro, volta à grade do Curta!


Um jovem é pego com um cigarro de maconha e é internado por seu próprio pai em um hospital psiquiátrico. Esse é o triste enredo de “Bicho de Sete Cabeças”, filme de Laís Bodansky, com roteiro de Luiz Bolognesi, baseado no livro “Canto dos Malditos", de Austregésilo Carrano Bueno. Eleito pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, o longa volta à grade de programação do Curta!, trazendo à baila dois tabus: a existência de manicômios – e as técnicas controversas adotadas por eles - e o uso de drogas.
No filme, o jovem Neto – vivido por Rodrigo Santoro – já vinha em um relacionamento conturbado com seus pais, interpretados por Othon Bastos e Cássia Kiss Magro. Porém, a tensão piora quando é flagrado com maconha em seu casaco, e é imediatamente internado à força em um manicômio. Lá, Neto conhece uma realidade desumana e vive emoções e horrores que ele nunca imaginou que pudessem existir.
Fortemente aclamado pela crítica, “Bicho de Sete Cabeças” integrou diversos festivais de cinema do mundo todo e colecionou prêmios nacionais e internacionais. Entre eles, faturou sete estatuetas no 1º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em categorias como “Melhor Filme”, “Melhor Direção” e “Melhor Ator”; ganhou o prêmio de "Melhor Filme" no 10º Festival de Cinema e Cultura Latino Americana de Biarritz e no Festival de Creteil, na França. A exibição na Quarta de Cinema, 17 de junho, às 22h25.

Quarta de Cinema – 17/06
22h25 – “Bicho de Sete Cabeças” (Ficção)
Uma viagem ao inferno manicomial. Esta é a odisseia vivida por Neto, um adolescente de classe média baixa, que leva uma vida normal até o dia em que o pai o interna em um manicômio depois de encontrar um baseado no bolso de seu casaco. Diretor: Laís Bodanzky. Duração:88 min. Classificação: 16 anos. Horários alternativos: 18 de junho, quinta-feira, 02h25 e 16h25; 19 de junho, sexta-feira, às 10h25; 21 de junho, domingo, às 14h.


Sobre o Curta!
O canal Curta! é um dos novos canais brasileiros da TV paga que mais aprovou projetos para financiamento pelo Fundo Setorial do audiovisual. Até agora foram financiados, para estreia no CURTA!, mais de 120 longas documentais e 800 episódios de 60 séries, atendendo à grade temática do canal: música, artes cênicas, metacinema, pensamento em humanidades, história política e sociedade.

O Curta! pode ser visto nos canais 56 e 556 da NET e da Claro TV, no canal 75 da Oi TV e no canal 664 da Vivo, oferecido à la carte pela operadora. Siga o Curta! nas redes sociais: www.facebook.com/CanalCurta, https://twitter.com/canalcurta e www.youtube.com/user/canalcurta. Saiba mais em http://www.canalcurta.tv.br.

Para mais informações entre em contato
Luisa Mattos:: Luisa.mattos@agenciafebre.com.br  21 99888-0633
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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'A Vastidão Da Noite'

Sinopse: Em uma cidade do interior, dois amigos começam a ouvir estranhos ruídos na rádio e fazendo com que ambos investiguem algo bem imprevisível.   

Os tempos de Guerra Fria durante os anos cinquenta fizeram com que o cinema norte-americano se rendesse aos filmes de ficção científica e que dos quais, vistos hoje, mais parecem metáforas sobre os medos que os americanos tinham com relação a uma possível invasão comunista. "Guerra dos Mundos" (1953), por exemplo, talvez seja o melhor exemplo que sintetize aqueles tempos em que todos viviam paranoicos com uma possível invasão e isso, claro, provocado pela propaganda do governo para que o norte-americano jamais participasse ou fosse um dia do partido comunista. Não é à toa que a versão narrada pelo cineasta Orson Welles pela rádio anos antes, em 1938, deixou todos desesperados, pois a paranoia já estava começando naqueles tempos.
Esse cinema de ficção dos anos cinquenta serviu de modelo para muitos cineastas que que formariam as suas carreiras se inspirando em alguns desses clássicos. George Lucas e Steven Spielberg talvez sejam os melhores representantes desse meu pensamento, sendo que esse último lançou obras primas de grande sucesso e que bebiam da fonte de conhecimento que ele havia acumulado durante a sua juventude. Suas obras como, por exemplo, " Contatos Imediatos de 3º Grau" (1978) e "ET" (1982) possuem inúmeras referências do cinema de ficção dos anos cinquenta e quem for cinéfilo de carteirinha pode muito bem pegar inúmeras homenagens em diversas cenas.
Nos últimos dez anos, tanto o cinema como a música vivem uma espécie de nostalgia, como se aquela geração dos anos oitenta, que cresceu vendo filmes como aqueles criados por Steven Spielberg, aclamassem pelo retorno dessa época. Não é à toa que filmes como "Guardiões da Galáxia" (2014), ou a série "Stranger Things" iniciada em 2016, resgatam um pouco dessa aura mais colorida, inocente e recheada de cultura pop que serviria de modelo para futuros novos talentos cinematográficos. É aí que chegamos ao filme "A Vastidão do Mundo" filme que bebe da fonte de duas épocas distintas, mas que se entrecruzam e formando assim um grande ar de nostalgia.
Dirigido pelo desconhecido Andrew Patterson, o filme se passa durante a Guerra Fria. Enquanto acontece a corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética, dois adolescentes de uma cidadezinha americana são obcecados pelo rádio. Quando eles descobrem uma estranha frequência de ondas aéreas, suas vidas e o mundo inteiro podem estar prestes a mudar drasticamente.
Assim como Steven Spielberg, Andrew Patterson parece ter uma predileção pelo plano-sequência, já que ele apresenta o primeiro ato de uma forma quase ininterrupta e fazendo com que quase nos percamos sobre o que está realmente acontecendo na tela. Isso só não acontece porque começamos a focar somente nos dois jovens protagonistas e assim começamos a compreender melhor a história. Ela, aliás, só engrena de vez quando cada um faz o seu serviço na área da comunicação e é aí que tudo começa a vir à tona.
Com um orçamento de pouco mais de um milhão de dólares, Andrew Patterson dá uma verdadeira aula de como se faz cinema de suspense com poucos recursos, pois basta uma ideia na cabeça e uma câmera na mão para nos envolver com relação ao que irá acontecer em seguida. Essa expectativa se estende em vários momentos do filme, principalmente quando ambos os protagonistas ficam ouvindo no outro lado da linha uma voz misteriosa e da qual pertence ao ator Bruce Davis.
É por sua voz, aliás, que é construída toda uma aura de suspense, pois é por ela que começamos a construir mentalmente toda a sua história, como se estivéssemos ouvindo uma novela de rádio e fazendo com que soltemos a nossa imaginação a todo momento. Curiosamente, mesmo em um pequeno espaço de tempo, não deixa de ser curioso que é por ele que há uma certeira crítica social sobre aqueles tempos longínquos, mas que soa mais atual do que nunca nestes tempos nebulosos que nós vivemos. Ponto para o realizador que soube muito bem dosar e sincronizar momentos de tensão e fazendo com que se criasse um momento de grande reflexão.
Após isso, o filme entra em uma ação frenética, mas tudo moldado de uma forma verossímil com uma edição de cenas muito bem dirigidas. Embora com uma fotografia escura, ficamos em grande tensão com relação ao que acontece na tela, mesmo quando não enxergamos o que realmente está acontecendo em determinados momentos da trama. Qualquer semelhança desses momentos com o já clássico "A Bruxa Blair" (1999) não é mera coincidência.
E as referências aos outros filmes não param por aí, pois há uma clara homenagem aos clássicos recentes como "Sinais" (2002), do diretor M. Night Shyamalan, sendo que esse último é outro que sempre se inspirou no veterano Steven Spielberg. Em sua reta final, o filme ainda nos brinda com uma intensa interpretação da atriz Gail Cronauer e cuja a história de sua personagem não só nos revela algo de surpreende, como também é carregado de uma dura crítica ao sexismo que as mulheres sofriam naqueles tempos. Novamente o realizador surpreendendo com a sua crítica social em um filme que já valeria o ingresso no cinema com toda sua bagagem cinematográfica.
Em seus minutos finais, o filme com certeza fará com que muitos se dividam, mas a maioria não ficará indiferente com relação ao fato que assistiu algo muito bem dirigido. Em tempos em que muitos optam em ficarem isolados devido ao coronavírus, é sempre bom assistir a uma obra que consegue resgatar um pouco de nossas memórias e nos lembrar de uma cultura pop mais inocente e colorida. "A Vastidão da Noite" é o filme do momento por saber exatamente o que nós queremos e para assim desfrutarmos de algo que nos deixa mais nostálgicos. 

Onde assistir: Amazon Prime. 

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Cine Especial: A Cena mais Emocionante de Charlie Chaplin!



Charlie Chaplin é dono de vários momentos inesquecíveis do Cinema. Você sabe qual e a cena mais emocionante da sua carreira?

Narração por Gustavo Cruz

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terça-feira, 9 de junho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'The Kill Team'


Sinopse: Um jovem soldado americano no Afeganistão é perturbado pelo comportamento de seu comandante e enfrenta um dilema moral. 

Se por um lado há filmes sobre a guerra que sucumbem devido ação, sangue e tiroteios, do outro, há aqueles filmes que retratam que a verdadeira guerra, talvez, se encontre dentro dos próprios soldados. "Soldado Anônimo" (2005), por exemplo, vemos o protagonista enfrentar os seus próprios demônios, mas unicamente por estar sempre aguardando uma guerra da qual quase ele nunca encara. "The Kill Team" segue também para uma premissa que vai para o lado mais psicológico, mas se enveredando para uma dura crítica sobre o que acontece quando é enviado jovens norte-americanos em uma guerra que eles mal sabiam sobre qual era o verdadeiro significado da palavra.
Dirigido por Dan Krauss, o filme conta a história verídica de Andrew Briggman, interpretado pelo ator Nat Wolff do filme "A Culpa é das Estrelas" (2014), um jovem soldado norte-americano que parte para sua primeira missão no Afeganistão. Ansioso pela possibilidade de grandes combates, fica decepcionado com a rotina entediante. A chegada do sargento Deeks, interpretado pelo ator Alexander Skarsgard da série "Big Little Lies" (2017) muda completamente este cenário, ao estimular práticas de tortura e o assassinato indiscriminado de afegãos. Andrew precisa decidir até onde está disposto a ir para cumprir as ordens de seus superiores e servir ao seu país.
A nação dos EUA é movida pelo lucro vindo das guerras, das quais o país participou de inúmeras e que muitas nem precisavam realmente terem existido ao longo da história. Devido a isso, muitos jovens norte-americanos, incapazes de ao menos saber ainda o que é certo e errado, são jogados em uma guerra da qual eles não começaram, mas que sentem o prazer da possibilidade de sair atirando. Uma geração formada por filmes de ação e vídeo games violentos, mas que não conhecem o verdadeiro horror de perto.
No início da projeção, Andrew Briggman se imagina dentro da guerra, como se estivesse jogando um jogo de vídeo game em terceira pessoa e não escondendo o seu entusiasmo na possiblidade de crescer através do exército dos EUA. Uma vez lá dentro, observamos o protagonista transitando por situações irresponsáveis, mas não escondendo também certa ingenuidade. A partir do momento em que conhece o novo sargento é aí então que sua realidade se modifica como um todo.
Dan Krauss procura não julgar os dois lados desse conflito, mas sim de um determinado grupo de soldados que são colocados em testes com relação as suas próprias sanidades. Com um teor quase documental em algumas ocasiões. o filme retrata um pouco desse dia a dia, onde vemos esses jovens inexperientes fazendo pequenas besteiras, mas logo participando de situações que os levam a um caminho sem volta. Ao ser testemunha de atos questionáveis, o jovem protagonista vive em dilemas e fazendo com que os próprios se choquem com relação ao que tudo que ele acreditava.
Deixando ação em segundo plano, o filme ganha contornos até mesmo de puro suspense, onde não sabemos o que virá em seguida. Dan Krauss procura criar diversas cenas, por vezes, perfeccionistas e elevando o filme a um nível até mesmo inédito para o gênero de filmes de guerra. Atenção para a cena do teste de tiro, onde ficamos lado a lado do protagonista e temendo a cada segundo com relação ao que virá em seguida.
Nat Wolff se sai bem no papel do jovem protagonista, mas ele acaba meio que se tornando secundário perante a presença de Alexander Skarsgard. O ator simplesmente rouba a cena quando surge na tela, ao construir um sargento Deeks moldado pelo horror da guerra e de um governo irresponsável que criam elas. Deeks é um monstro, mas criado pelos seus próprios superiores que mal imaginavam o que haviam construído.
Em suma, o filme é um exemplo de inúmeros que ocorreram a partir do momento em que o governo dos EUA decidiu invadir os Iraque através de uma grande mentira e que gerou inúmeras mortes e que perdura até hoje. Embora curto, o filme é poderoso em sua mensagem, mesmo indo contra a expectativa daqueles que esperavam mais ação vindo dele. "The Kill Team" é sobre o lado inconsequente do soldado norte americano, mas do qual é moldado por um governo ambicioso e por vezes desumano. 

Onde assistir: Google Play Filmes e Youtube.  

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