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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Cine Curiosidade: Cinema e Política



Agradecimentos aos realizadores do Jornal do Comércio que cederam o seu espaço para eu dar a minha opinião sobre o documentário O Processo que havia sido exibido até a pouco tempo no  Cinebancários de Porto Alegre. Saiba mais no meu blog.     

Leia a minha crítica completa sobre o filme O Processo clicando aqui.

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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Cine Dica: Sessão especial de Baronesa



DIRETORA DE BARONESA PARTICIPA DE SESSÃO COMENTADA NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
Na quinta-feira, 28 de junho, às 20h, o longa-metragem Baronesa ganha exibição especial na Cinemateca Capitólio Petrobras com a presença da diretora Juliana Antunes. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

BARONESA

Após se mudar para Belo Horizonte, MG, em 2008, a diretora Juliana Antunes logo percebeu que a capital mineira tinha vários bairros com nome de mulher e a maioria deles levava para a periferia. Este foi o ponto de partida para a construção da história do filme “BARONESA”, que Juliana dirige, com estreia no dia 14 de junho. O longa mostra o dia a dia de duas vizinhas e amigas que moram na periferia de BH. De um lado, Andreia começa a construir sua casa para se mudar. Do outro, Leid e os filhos estão à espera do marido, que está preso. Em comum, a necessidade de se desviar dos perigos da guerra do tráfico e a estratégia para evitar as tragédias trazidas como consequência. Segundo Juliana Antunes, que também assina o roteiro do filme híbrido, a história era escrita diariamente, muito em função dos acontecimentos imprevisíveis da vida na periferia. “No exato dia da minha mudança, por exemplo, uma guerra entre traficantes locais se anunciou (a guerra segue até hoje) e mudou completamente os rumos do projeto”, revela. Mas, ainda assim, a diretora conta que as maiores dificuldades não estavam nas locações em si, e sim, na necessidade de “autorização masculina”. “Maridos, irmãos, namorados tinham que concordar com filme para que as mulheres pudessem gravar. Perdemos a oportunidade de gravar várias outras mulheres pela misoginia. Infelizmente, o material bruto é repleto de ‘takes únicos’ de mulheres brilhantes que tiveram o processo interrompido por eles”. A guerra entre facções rivais também foi uma adversidade, prologando a conclusão do projeto por seis anos, com seis meses de filmagens espaçadas. Juliana acredita que “BARONESA” endossa o coro de movimentos que dão vozes às mulheres e lutam contra as desigualdades de cunho racial, social, regional e salarial. “O filme surgiu da união de várias mulheres em todas as suas etapas, desde amigas, como Marcela Santos e Giselle Ferreira, que fizeram a pesquisa, assistência de direção e som até as sócias Marcella Jacques e Laura Godoy, que são duas mulheres incríveis e talentosas. E o filme só foi possível por isso: pela nossa união, por acreditar em um projeto para lá de ousado e que sim, se pode fazer um filme, um livro, uma cidade, um país e uma lógica de mundo diferente. Basta colocar as nossas energias nisso e nos fortalecer”.

SINOPSE Andreia quer se mudar. Leid espera pelo marido preso. Vizinhas em um bairro na periferia de Belo Horizonte, elas tentam se desviar dos perigos de uma guerra do tráfico e evitar as tragédias trazidas junto com a chuva.

FICHA TÉCNICA Direção e Roteiro – Juliana Antunes Produção – Juliana Antunes, Marcella Jacques, Laura Godoy Coprodução – Thiago Macêdo Correia, André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins Produção Executiva – Juliana Antunes, Fernanda Brescia, Camila Bahia Braga Direção de Fotografia – Fernanda de Sena Som Direto – Marcela Santos Edição de Som e Mixagem – Pedro Durães Montagem – Affonso Uchôa, Rita M. Pestana Arte do Cartaz – Ana C. Bahia Empresas Produtoras – VENTURA, Filmes de Plástico Produtora Associada – Katásia Filmes, Pepeka Pictures

SOBRE A DIRETORA Nascida em 1989, formada em Cinema na UNA, de Belo Horizonte, é sócia-fundadora da empresa produtora VENTURA, junto de Marcella Jacques e Laura Godoy. Juliana estreou na direção com o longa-metragem,Baronesa, vencedor da Mostra Aurora no Festival de Tiradentes 2017, que teve sua estreia internacional na Competição de Longas do 28º FIDMarseille, na França, onde recebeu três prêmios, incluindo o de Melhor Filme, pelo Júri Popular. Atualmente finaliza os curtas-metragens Industrial e Plano Controle e desenvolve o projeto de seu segundo longa, Bate e Volta Copacabana. SOBRE AS PRODUTORAS VENTURA é uma produtora audiovisual sediada em Belo Horizonte, formada por Juliana Antunes, Laura Godoy e Marcella Jacques. A empresa tem como foco projetos de realizadoras e busca em seus trabalhos trazer notoriedade para o protagonismo feminino em diversas esferas. “Baronesa", de Juliana Antunes, é o primeiro longa assinado pela produtora. A FILMES DE PLÁSTICO é uma produtora sediada em Belo Horizonte, criada em 2009 e voltada para a produção de filmes independentes, com especial atenção para estudos de personagens complexos e usualmente marginalizados na sociedade, buscando nas obras uma visão humana e possível da periferia. Teve seus filmes selecionados e premiados em diversos festivais importantes, como Cannes (três seleções para a Quinzena dos Realizadores), Rotterdam, FID Marseille, BAFICI, Durban, Melbourne, IndieLisboa e Clermont-Ferrand.

Sobre a SESSÃO VITRINE PETROBRAS Cada filme da SESSÃO VITRINE PETROBRAS terá pelo menos uma sessão diária com horário fixo, nos mesmos cinemas de mais de 20 cidades. Os filmes ficarão em cartaz por no mínimo duas semanas em cada cidade. A intenção é que uma programação mensal e um horário fixo tornem-se um referencial e criem um público cativo. Em 2018, a SESSÃO VITRINE PETROBRAS estará nas seguintes cidades: Rio Branco (Cine Teatro Recreio), Maceió (Cine Arte Pajuçara), Fortaleza (Cinema do Dragão), Brasília (Cine Brasília e Espaço Itaú de Cinema Brasília), Vitória (Sesc Gloria), Goiânia (Cine Cultura Goiânia e Lumiere Bouganville 5), São Luís (Cine Lume), João Pessoa (Cine Bangue), Recife (Cine São Luíz, FUNDAJ Cinema do Museu), Teresina (Cine Teresina), Curitiba (Cineplex Batel e Cinemateca de Curitiba), Niterói (Cine Arte UFF), Rio de Janeiro (Espaço Itaú de Cinema Botafogo e Estação Net Rio), Manaus (Casarão de Ideias), Aracaju (Cine Vitória), São Paulo (Espaço Itaú de Cinema Augusta, Cinesystem Morumbi Town e CineArte), Palmas (Cine Cultura Palmas), Porto Alegre (Cine Bancários), Salvador (Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha), Belo Horizonte (Cine Belas Artes, Cine 104), Santos (Cinespaço Miramar), Belém (Cine Líbero Luxardo) entre outras.

NOTA: Leia a minha crítica sobre o filme clicando aqui.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Dedo na Ferida



Sinopse: “Dedo na Ferida” trata do fim do estado de bem-estar social em um cenário onde a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza a justiça social. Milhões de pessoas peregrinam em busca de melhores condições de vida enquanto o capital aspira a concentração da riqueza em poucas mãos.

A crise de 1929 que abalou os EUA era um pequeno indício de como o capital financeiro beneficiava um pequeno grupo de poderosos, mas esquecia da maioria do povo. A crise de 2008 que, não somente abalou os EUA, como também o restante do mundo, comprovou o estouro da bolha e que ainda se respinga até hoje. Dedo na Ferida desvenda não somente as raízes do veneno do capitalismo desenfreado como também as suas sequelas que atingem em tempos contemporâneos.
Dirigido por Silvio Tendler (Jango), o documentário desvenda as engrenagens do mercado financeiro e como ele influencia diversas partes pelo mundo. A obra possui entrevistas com entendedores da área como Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças da Grécia; Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil; Paulo Nogueira Batista Jr, vice-presidente do banco dos Brics; o cineasta Costa-Gavras; os intelectuais Boaventura de Sousa Santos (Universidade de Coimbra, Portugal), David Harvey (University of New York, Estados Unidos) e Maria José Fariñas Dulce (Universidade Carlos III, Espanha); os economistas Ladislau Dawbor (PUC-São Paulo), Guilherme Mello (Unicamp) e Laura Carvalho (USP), entre outros pensadores que interferem no mundo contemporâneo.
Embora o mercado financeiro mundial seja algo complexo de ser compreendido, o cineasta Silvio Tendler consegue criar um filme dinâmico e compreensivo para os leigos. Em meio às entrevistas, por exemplo, há sempre surgindo na tela desenhos explicativos e correspondendo com as palavras daqueles que são entrevistados. Bom exemplo disso é a cena em que um economista explica como funcionam os rendimentos de nossas poupanças, qual é a ligação dos impostos que as pessoas pagam no dia a dia e qual a porcentagem total que os poderosos ganham pelas nossas costas.
Por mais mórbido que seja o documentário desmascara o verdadeiro papel do capitalismo de ontem e hoje, do qual é moldado para beneficiar somente 2% da população mundial, enquanto as demais lutam para sobreviver em meio aos altos e baixos desse processo. Curiosamente, as consequências vão muito mais além dos números, que vão desde o surgimento do conservadorismo que assola o meio político, discursos neoliberais e o enfraquecimento pelos direitos sociais. A vitória de alguém como Donald Trump nos EUA, por exemplo, é um pequeno indício dessa teia de eventos e tende somente a piorar se algo não for feito.
Além das entrevistas, temos uma segunda linha narrativa, onde acompanhamos um trabalhador brasileiro, que precisa sustentar a sua família, mas tendo que enfrentar as adversidades e a falta de recurso do dia a dia. Ele somente é um pequeno exemplo de inúmeras pessoas do Brasil e do mundo, do qual se tornam as próprias engrenagens do capitalismo, mas que são esquecidos pelos engravatados e donos do dinheiro. O ápice da obra é quando surgem cenas dos protestos recentes pelo Brasil contra as reformas trabalhistas e da previdência e que sintetizam a calamidade criada pelos políticos atuais que abraçaram as privatizações e a extinção de recursos sociais que eram prol do povo. 
O documentário Dedo na Ferida possui uma criativa reconstituição de uma grande teia de eventos que desencadeou, não somente a crise atual do Brasil, como também as diversas que ocorrem em vários pontos do globo. 

Onde assistir: Cinebancários: Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre: Horários: Hoje e amanhã sessões das 17h e 19h. Do dia 28 de Junho a 04 de Julho sessão as 15h.       

 
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