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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 24 de maio de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Felicidade Das Coisas'

Sinopse. Uma casa de veraneio, com piscina. Em A Felicidade das Coisas, Paula, de quarenta anos, provavelmente tinha expectativas muito tranquilas em relação às férias que passaria ali. Mas, ela passa o verão, grávida de seu terceiro filho, em uma casa apertada que está uma bagunça completa. 

O Brasil pós-golpe de 2016 fez com que aqueles que apoiaram aquele circo horrores sentirem aos poucos os fatídicos resultados. A classe média, por exemplo, é uma que viu sentir no bolso os efeitos e que hoje, mesmo não admitindo, reconhece o quanto estavam errados. "A Felicidade Das Coisas" (2022) vem para nos dizer que o bem material pode ser escasso nestes tempos indefinidos, mas que jamais irá substituir a felicidade encontrada na simplicidade do dia a dia que vai sendo adquirido.

Dirigido por Thaís Fujinaga, a trama se passa em uma casa de veraneio, com piscina.  Paula (Patrícia Saravy)  de quarenta anos, provavelmente tinha expectativas muito tranquilas em relação às férias que passaria ali. Mas, ela passa o verão, grávida de seu terceiro filho, em uma casa apertada que está uma bagunça completa. Sem o marido, mas com a mãe (Magali Biff), seu filho e filha pré-adolescentes distantes. A casa fica perto de um rio, uma praia não muito charmosa e um clube caro. A alardeada piscina foi jogada de lado no jardim. Não há dinheiro para instalá-lo, mas isso é só o começo.

Assim como foi apresentado em filmes como "A Que Horas Ela Volta? (2015) e "Domingo" (2018), Thaís Fujinaga nos mostra o dia a dia de uma família não muito diferente da vida real, da qual a mesma se torna interessante através dos seus diálogos familiares e que aos poucos vamos conhecendo os seus dilemas dentro da trama. A piscina, por exemplo, se torna um símbolo de uma felicidade para a poucos, já que Paula tenta investir a todo custo para poder adquiri-lo, mas cuja a crise financeira e as falsas promessas do marido acabam fazendo com que o sonho se torne um pequeno pesadelo. Por conta disso, a piscina se torna um elefante no meio da sala, mas que aos poucos ela se torna secundária.

Thaís Fujinaga procura construir um cenário acolhedor para os personagens dentro da trama, mesmo quando a mesma de sinais da divisão de classes, seja entre Paula e o Pescador, ou quando a família sente na pele que a diversão pode sair caro em um clube que deveria ser para todos os presentes. Com diálogos afiados, os personagens principais, principalmente a mãe e filha, se tornam familiares perante os nossos olhos, pois os seus conflitos não são muito diferentes do lado de cá da tela e fazendo com que simpatizemos com elas facilmente. A mãe, por exemplo, demonstra jovialidade e força para ajudar a sua filha e netos, mas não escondendo em seus olhos a sua própria história vinda do passado e tentando encontrar um objetivo ao longo do percurso.

Com uma bela edição e fotografia, Thaís Fujinaga guia os seus personagens quase a beira do precipício, mas fazendo com que os mesmos desfrutem da simplicidade em meio a uma realidade que dá todas as chances de eles desistirem, porém, não tão facilmente. Os problemas, sejam eles criados através da crise atual ou não, podem ser vencidos desde que as pessoas comecem a pensar mais em seguir em frente do que pensar em achar uma solução para todos os problemas mundo. Não se pode obter tudo, mas sobreviver através do pouco talvez seja o único meio de nos mantermos vivos enquanto a tempestade não passe ao longo desse tempo.

"A felicidade Das Coisas" fala sobre um Brasil em busca da felicidade em meio a simplicidade, pois o poder de adquirir muito se tornou para poucos, mas não significa que os mesmos adquiriram a fórmula do sucesso. 


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