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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 13 de maio de 2022

Cine Especial: Revisitando 'Darkman'

Sinopse: Um brilhante cientista descobre uma forma de produzir pele humana artificialmente. Atacado por criminosos, ele fica desfigurado e recebe um tratamento experimental que o salva. Agora, ele busca vingança contra seus agressores. 

Sam Raimi é um diretor autoral que se criou fazendo cinema independente e fazendo o que bem entender de acordo com o que vinha em sua mente. Se Uma Noite Alucinante - "A Morte do Demônio" (1981) já dava pistas do que viria posteriormente, "Uma Noite Alucinante 2" é tudo aquilo o que ele sabe fazer de melhor, desde a cortes rápidos, sua câmera em movimento continuo, humor sombrio em doses cavalares e sempre tudo moldado com um orçamento modesto, porém, com grande criatividade envolvida. Porém, o o cineasta não queria se limitar em um único gênero.

Por bons anos Raimi queria comprar os direitos para dirigir um filme de Batman, mas cujo o projeto acabou caindo no colo de Tim Burton e o resto é história. Com o grande sucesso do homem morcego em 1989, os estúdios rapidamente procuraram uma forma de ganhar com esse gênero e em meio a essa tempestade Sam Raimi queria fazer um filme pessoal dele sobre o assunto, mas não obtendo muita sorte nesta cruzada. Se ele perdeu a chance com o Batman o mesmo aconteceu com "O Sombra" e que viria ganhar uma adaptação pelas mãos de Russell Mulcahy em 1994.

Cansado em tentar alcançar projetos dos quais ele perderia, Sam Raimi decidiu então criar um novo personagem de sua própria autoria, mas que possuísse elementos de personagens conhecidos pelo público, além de ter uma linguagem de HQ em movimento. O resultado é "Darkman" (1990), um personagem de originalidade ímpar, já que o mesmo lembra bastante o personagem O Sombra que Raimi tentou adaptar, mas ganhando elementos trágicos e até mesmo de terror em alguns momentos. O resultado é uma obra dinâmica, vertiginosa e puramente Sam Raimi do começo ao fim dela.

O filme conta a história de Peyton Westlake (Liam Neeson em início de carreira), um cientista que descobriu recentemente uma pele sintética. Peytoné atacado por uma quadrilha e dado como morto, mas ele sobrevive e graças ao seu invento pode se vingar, pois pode ter qualquer rosto. Mas há um problema: a pele sintética só dura 99 minutos quando é exposta à luz.

Com pouco mais de uma hora e meia é impressionante como Raimi cria uma história envolvente mesmo em tão pouco tempo de projeção. Isso se deve pelo fato de a obra possuir todos elementos de sucesso, desde ao apresentar a origem do personagem de uma forma trágica, como também do próprio sofrer devido ao dilema de tentar resgatar a sua vida que tinha ao lado de sua amada (Frances McDormand) ou partir em busca de vingança. Neste último caso o personagem não tem dó contra os seus inimigos, ao ponto que sentimentos até mesmo pena dos mesmos quando se encontram nas mãos de Darkman.

Simples e direto, o filme possui um dos visuais mais cartunescos  de uma HQ para o cinema e olha que o filme havia estreado no mesmo ano da super produção "Dick Tracy" (1990), de Warren Beatty e da qual a mesma parecia uma HQ viva, colorida, com personagens cartunescos e muito bem feitos. Porém, Sam Raimi consegue fazer ainda melhor graças ao seu modo de dirigir cada cena, cujos os enquadramentos soam falsos propositalmente e remetendo aos filmes de aventura de antigamente. Vale destacar os diversos planos em cima de planos, como se as cenas quase se tornassem um 3D sem os recursos dos óculos e cujo o resultado impressiona até mesmo nos dias de hoje.

As cenas de ação em si, principalmente aquelas apresentadas no terceiro ato, foram consideradas para época como uma das mais impressionantes daqueles tempos e olha que falamos de uma época que não se havia recursos digitais, ou seja, era tudo feito a mão e na raça. A cena de Darkman pendurada em um helicóptero enquanto é jogado de um lado para o outro em meio a prédios e carros serviu de inspiração até mesmo para "Matrix" (1999), sendo que as irmãs Wachowski são outras que são fanáticas por HQ. O filme ganharia duas continuações inferiores, além de sem autoria de Raimi, que iriam direto para vídeo e não superando de forma nenhum esse pequeno clássico.

Com uma trilha sonora magistral de Danny Elfman, "Darkman" é cinema autoral de Sam Raimi na veia, além de ser uma bela aula de como se faz uma adaptação de HQ de super heróis para o cinema e sem apelar para nenhuma fórmula continua. 


Onde Assistir: Em DVD, Google Play Filmes, Apple TV e locação pelo Youtube. 

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