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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sábado, 13 de maio de 2017

Cine Especial: Horror Britânico - Uma Orgia de Sangue e Pavor: Parte 2



Nos dias 20 e 21 de Maio eu estarei participando do curso Horror Britânico - Uma Orgia de Sangue e Pavor, criado pelo Cine Um e ministrado pelo crítico de cinema e especialista no gênero fantástico Carlos Primati. Enquanto os dias da atividade não chegam, eu estarei por aqui falando sobre os melhores filmes dos estúdios Hammer e Amicus  em ordem cronológica.   

O Monstro de Duas Faces (1960)



Sinopse: Londres, 1874. Henry Jekyll (Paul Massie) é um dedicado pesquisador que há 6 anos está casado com Kitty (Dawn Addams), mas lhe dá pouca atenção. Com isso ela se apaixonou por Paul Allen (Christopher Lee), o maior amigo de Jekyll. Paralelamente Henry desenvolve uma fórmula que faz vir à tona o lado negro de cada ser e, ao aplicar em si esta droga, Jekyll se altera não só psicologicamente como fisicamente. Logo ele está na Sphinx, uma casa noturna cara, mas de má reputação. Lá encontra Kitty e Paul, que conversam com ele. Logo Jekyll está dançando com Kitty, que não imagina que este desconhecido que diz se chamar Edward Hyde é o seu marido, que ela tanto evita. Este encontro marca o início de várias tragédias.

Dirigido por Terence Fisher, a produção se diferencia se comparado ao livro. Ao começar pelo fato de que aqui, Hyde não tem um aspecto monstruoso e sim de um homem bonito, mas com um olhar diabólico, dando a entender, que o diretor quis passar a idéia de que o mau esta em todo o lugar, não importa o seu aspecto, seja feio ou bonito. Mesmo desconhecido por boa parte do publico, Paul Massie tem um ótimo desempenho fazendo o papel duplo do protagonista e mesmo auxiliado pela maquiagem, o ator soube criar uma interpretação que diferenciasse uma da outra. Novamente, Christopher Lee retornaria nesta produção para trabalhar com Fisher, mas como personagem secundário, mas importante para a trama. Curiosamente, Lee faria Henry Jekyll numa versão interessante feita pelo estúdio rival Amicus.


A Górgona (1964)



Sinopse:No ano de 1910, na cidade rural Alemã de Vandorf, sete assassinatos foram cometidos nos últimos cinco anos, todas as vítimas transformadas em pedra. As autoridades locais temem que uma antiga lenda tenha se tornado realidade: a última das Górgonas assombra o local e transforma suas vítimas em pedra durante a lua cheia.



Tendo a famosa dupla dinâmica Christopher Lee e Peter Cushing contracenando juntos, agora com papeis invertidos, já que Lee era o mocinho e Cushing o bandido, mais uma vez a direção ficou a cargo do competente Terence Fisher, a trilha sonora com James Bernard e a produção de Anthony Nelson Keys. A Górgona é um filme da Hammer. Ponto. Dizer isso instintivamente fará com que você logo visualize a ambientação de época, os costumes, os dois nobres senhores Lee e Cushing desferindo diálogos afiados, trilha sonora contundente e tudo mais.

 

Epidemia de Zumbis (1966)



Sinopse: Uma estranha epidemia de proporções gigantescas toma conta do território inglês. Milhares de mortos estão levantando de suas tumbas e aterrorizando o mundo dos vivos. Dr. Peter Thompson, com a ajuda de seu mestre, Sir James Forbes, está tentando controlar a terrível praga. Suas investigações os levarão a uma horrível descoberta.



Antes de Romero praticamente sufocar o zumbi tradicional, ligado à magia negra, essa pérola britânica combinou mortos-vivos, luta de classes, investigação e romance, e o resultado é digno de aplausos. Com ritmo preciso, cenas marcantes e um final perfeitamente encaixado à narrativa. Talvez Epidemia não agrade a todos os públicos, pois a narrativa ocorre de forma lenta em ritmo de clássico. Agora, é obrigatório a quem gosta da Produtora Hammer e para quem quiser saber como os zumbis eram antes de Romero revolucionar o gênero com A Noite dos Mortos Vivos.   

 

Drácula: O Príncipe das trevas (1966)



Sinopse:Jovens casais viajando em férias são aconselhados por moradores de um pequeno vilarejo na região das Montanhas Carpathians a desistir de seus planos. Segundo os habitantes da região uma maldição vive escondida no interior da floresta. Julgando tratar-se de mera superstição dos moradores locais, os viajantes ignoram o aviso e partem em direção ao desconhecido. Abandonados pelo cocheiro em pleno interior da floresta, eles caminham até um castelo onde poderão contar apenas com a hospitalidade do Conde Drácula.



Sequência do clássico O Vampiro na noite e novamente estrelado pelo eterno Drácula Christopher Lee. O filme apesar de ser inferior em alguns aspectos (a ausência do ótimo Van Helsing-Peter Cushing é sentida) o filme é um ótimo exemplar da boa e velha experiência de se assistir um bom filme de horror do pioneiro estúdios Hammer. Curiosamente neste filme Drácula não fala nenhuma palavra, isso porque Lee não gostou do roteiro que foi escrito por Jimmy Sangster (creditado como John Sansom), a partir de uma história do produtor Anthony Hinds (sob o pseudônimo de John Elder). Tanto que para evitar a possibilidade de uma repercussão insatisfatória de seu personagem, ele pediu que sua participação fosse silenciosa, ou seja, o vampiro não diz uma única palavra no filme inteiro, apenas atuando com expressões faciais, e somente entrou em cena após quase cinquenta minutos de história. Mesmo não falando nada, a presença de Christopher Lee é sempre marcante.

 

Frankenstein Criou a Mulher (1967)



Sinopse: No século XIX, no pequeno Vilarejo de Balkan, o Barão Frankenstein e um médico auxiliar estão trabalhando numa experiência secreta que consiste em transferir a alma de pessoas mortas para outros corpos.

Peter Cushing encarna pela quarta vez o cientista nesse curioso filme que substitui o habitual erotismo da produtora por um enredo até romântico, com uma detalhada recriação dos aspectos técnicos das experiências do barão, e que inclui uma certa relação com Pigmalião (a garota cujo corpo Frankenstein usa é complexada devido a sua deformação física e ele, auxiliado por outro cientista, a transforma numa beldade).O filme é um verdadeiro clássico da Hammer, que no título fez um "ironia" com  "E Deus criou a Mulher" de Brigitte Bardot, de Roger Vadim, que dirigiu Barbarella, um filme de Tudor Gates, que também escreveu Os Amantes Vampiros com Ingrid Pitt. A cena da mulher conversando com uma cabeça decepada é super original,

 

Frankenstein Tem Que Ser Destruído (1969)



Sinopse: A experiência do Barão Frankenstein deu errado, muito errado. Assim, outra vítima repousa em um túmulo provisório. De repente, uma corrente de água estoura, forçando o braço do cadáver para a superfície. Logo a corrente leva o corpo para cima. Em pânico, o ajudante do Dr. Frankenstein tenta esconder o corpo novamente. mas não é que cadáveres podem mesmo ser incontroláveis?



É considerado um dos mais violentos do estúdio, principalmente pesas cenas de cabeças sendo cerradas em longos takes e cérebros a mostra. É também um filme que foca  mais no personagem Frankenstein que em uma de suas criações. E falando nele, o cientista está agora mais vilanesco no que nunca, não mostrando qualquer traço de remorso, piedade ou caráter, itens os quais dava leves resquícios nos dois filmes anteriores. Há inclusive uma cena onde estupra a personagem Verônica Carlson (a personagem, por favor), em uma sequencia totalmente deslocada do roteiro. Dizem por aí até que tal cena nem tava no script e foi incluída só para agradar os distribuidores americanos. Enfim, um filme bem intenso e cheio de reviravoltas e destinos trágicos até para alguns personagens.

 

Conde Drácula (1970)



Sinopse:Uma vez de volta à vida, o eterno "Príncipe das Trevas" Drácula (Christopher Lee) continua a matar as belas jovens do vilarejo vizinho de seu imponente castelo gótico, sugando-lhe o sangue pelo pescoço. Revoltados, os aldeões se reúnem.

O sexto filme da série e o quinto estrelado pelo eterno Christopher Lee. O filme pertence à fase que os estúdios Hammer em que, infelizmente, já não estava nos seus melhores tempos. Mesmo assim o filme é mais um ótimo exemplo do bom e velho filme de horror, com castelo fantasmagórico, camponeses amedrontados, e viajantes que acabam se metendo no lugar errado e na hora errada. Vale nota que esse é o mais violento filme de toda a série, não faltam cenas fortes, como Drácula matando a punhaladas uma de suas servas, ou numa chacina dentro de uma igreja, onde várias mulheres foram mortas por morcegos a serviço do conde. Tudo para dar mais audiência e atrair mais o publico que o estúdio estava começando a perder e uma pequena mostra do que os filmes de terror iriam apresentar no restante da década de 70.
 

Carmilla – A Vampira de Karnstein (1970)



Sinopse:Quando uma misteriosa condessa viaja para o exterior para visitar um amigo doente, o general Spielsdorf oferece sua hospitalidade para cuidar de sua filha Carmilla. O que o general não imagina é que Carmilla é a reencarnação de uma terrível vampira que inicia um ritual macabro para saciar sua sede de sangue. Primeiro filme da trilogia Karnstein que explora a personagem criada pelo escritor irlandês Joseph Sheridan LeFanu.



Baseado no livro Carmilla, escrito pelo igualmente irlandês Sheridan Le Fanu (1814 / 1873), o filme foi uma das inúmeras alternativas dos estúdios Hammer no início da década de 70 em se manter firme, pois após alguns filmes regulares, o estúdio andava que mau das pernas na época. Com uma proposta ousada naquele tempo, o filme carregada um certa dose de erotismo e lesbianismo, algo raro na época e curiosamente em nenhum momento o filme possui algum toque de humor tendo um clima bem sério e sombrio. 
Destaque para a participação de Peter Cushing, o eterno lendário caçador de vampiros Prof. Van Helsing e claro para atriz polonesa Ingrid Pitt que se tornou uma das mais sensuais vampiras do cinema com esse filme e acabou participando de outros inúmeros tipos do gênero como A Condessa Drácula.



O Médico e a irmã monstro (1971)



Sinopse: Na busca pelo elixir da vida eterna, o Dr. Henry Jekyll começa a usar hormônios femininos retirados de cadáveres frescos fornecidos por Burke e Hare .Estes têm o efeito de alterar não só o seu comportamento (para pior), mas também de mudar seu gênero, transformando-o em uma linda porém diabólica mulher.

O filme é baseado no conto O Médico e o Monstro, mas foi à produção que mais teve liberdade para criar algo que se diferenciasse do livro. É notável por mostrar Jekyll se transformar em um Hyde feminino, mas também incorpora elementos da história de Jack - o Estripador, e o caso Burke e Hare, dois imigrantes irlandeses que mataram 17 pessoas em Edimburgo, na Escócia, e venderam seus cadáveres para dissecação.
Apesar do elenco desconhecido, a produção é bem redonda e caprichada, mesmo numa época que o estúdio estava começando a entrar em decadência. Do elenco desconhecido, se destacam Ralph Bates e Martine Beswick, ambos fazendo o protagonista(s) da trama.

 

Frankenstein e o Monstro do Inferno (1974)



Sinopse: Frankenstein está preso em um hospícios para loucos e assassinos, mas continua seus experimentos secretamente. Com a chegada do Dr. Helder, preso por praticar os mesmos crimes do Barão, ambos unirão forças para criar a melhor e mais sofisticada criatura já vista. Para isso, eles contarão com o corpo de Herr Schneider, um brutamontes que foi mantido vivo por Frankenstein após cometer suicídio e Sarah, uma linda jovem muda que auxilía o Barão e é carinhosamente chamada de Angel. Mas que tipo de criatura surgiria em um lugar desses?



Sendo o último fime de Terence Fisher na direção e o último da franquia Frankenstein do estúdio, Frankenstein e o Monstro do Inferno deixou a desejar de acordo com a crítica, principalmente devido ao baixíssimo orçamento, visível principalmente na carência dos cenários e na caracterização do monstro, que, apesar de legal, não perde em nenhum momento a cara de "filme B" (apesar de falar muito pouco, quando o faz sua boca permanece imóvel). Produzido em 1972, mas lançado apenas dois anos depois, este longa derradeiro conta com o melhor assistente do Barão. Dr. Helder, interpretado pelo excelente ator Shane Bryant, apesar de não ser um vilão, demonstra plena falta de caráter, o que faz sua química com o protagonista funcionar muito bem, principalmente quando eles discordam. A criatura é interpretada por David Prowse, o Darth Vader. Curiosamente, mesmo sendo planejado como último, este é o único filme da franquia que dá uma deixa para continuações, sendo que os anteriores sempre pareciam dar um ponto final à carreira do Barão.     

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