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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: A Família Dionti e Muito Romântico



  A Família Dionti



Sinopse: O jovem Kelton vivem no interior de Minas Gerais, junto do irmão e do pai. Eles trabalham no canavial, e fazem pequenos bicos na feira. Kelton sofre com a ausência da mãe, que "se transformou" e abandonou a família. Ao se apaixonar por uma colega de sua sala, o garoto tem medo de sofrer o mesmo destino da mãe. Os indícios estão todos lá: ele transpira demais, tem desmaios... Kelton estaria derretendo?



Seja ficção, ou documentário, o cinema brasileiro vive numa fase da qual não esconde os altos e baixos de nosso país, mas sim criando um mosaico de obras das quais sintetizam o melhor e o pior da nossa realidade. Porém, nunca é demais soltar a imaginação, onde se pode criar uma fábula e da qual testemunhamos a imaginação se sobressair perante as adversidades. Portanto, Família Dionti é um filme pertencente ao gênero fantasia, sendo algo raro visto dentro do nosso cinema, mas não significa que não seja bem vindo.
Dirigido por Alan Minas, o filme é uma espécie de conto de fadas contemporâneo, onde vemos um jovem que sofre pelo fato de suar demais quando está no sol e correndo o risco de evaporar. Ao mesmo tempo, vemos ele se apaixonar pela jovem que a recém chegou à cidade junto com o seu circo e trazendo então inúmeras histórias fantasiosas com relação a sua família do picadeiro. Histórias fantásticas é o elo que fazem deles terem algo em comum e que usam isso para enfrentar uma realidade pouco colorida do mundo do qual eles vivem.
O filme pode ser interpretado de inúmeras formas como, por exemplo, da realidade sempre batendo na porta desses jovens, mas dos quais se entregam a possibilidade de um mundo onde tudo é possível. O filme também é uma representação do melhor do nosso folclore brasileiro, onde histórias, por vezes absurdas, é que dão vida nos lugares esquecidos por Deus. Ceticismo, fé, crenças e fantasias são o que movem boa parte dos personagens e criando então um convite para pessoas de todas as idades para assistir a obra.
Com um final imprevisível, mas ao mesmo tempo esperançoso, A Família Dionti é um pequeno sopro de vida para aqueles que ainda conseguem usar a imaginação em meio às adversidades de hoje em dia.

 

Muito Romântico



Sinopse: Melissa e Gustavo atravessam o Oceano Atlântico em busca de uma vida nova em Berlim. Eles seguem seu caminho fazendo filmes, amizades e música, mas um segredo revelado faz o medo vir à tona. Eles perdem o rumo, até o dia em que encontram um portal para o cosmos, expandindo a travessia para além do tempo e do espaço.

O filme convencional é aquele que sempre se apresenta com tramas de começo, meio, fim e fazendo com que a pessoa saia da sala no mínimo satisfeita. Porém, existem filmes que fogem desse papel, optando por nos apresentar uma trama da qual testa a nossa atenção e fazendo com que fiquemos pensando com relação ao que nós assistimos. Muito Romântico é um filme que tranquilamente poderia trilhar pela primeira opção, mas vai por um caminho imprevisível e testando as nossas próprias perspectivas.
Dirigido por Melissa Dullius e Gustavo Jahn, o filme acompanha a história de um casal (interpretados pelos próprios cineastas Melissa Dullius e Gustavo Jahn) que viajam para conhecer uma nova Berlim e que ainda guarda um pouco das raízes de ambos. Quando eles estão lá, eles começam a gravar inúmeras cenas da cidade, assim como também fazendo novas amizades e participando de inúmeras festas. Porém, o casal enfrenta adversidades na relação, mas algo surge para fazer com que esse quadro mude e de uma forma surreal.
Com inúmeras cenas rodadas, das quais nos passa a sensação de que elas foram criadas de uma forma bem amadora (relembrando o velho super 8), o filme transita entre a ficção, realidade e documentário, sendo algo cada vez mais comum visto em nosso cinema brasileiro como, por exemplo, Castanha e Branco Sai, Preto Fica. Porém, o lado abstrato, absurdo e fantástico é a palavra de ordem na história, onde o corriqueiro dá de encontro com situações que beiram ao surrealismo e não devendo nada do que já foi visto em filmes como de David Lynch (Cidade dos Sonhos). Ao mesmo tempo, o filme me fez lembrar o recente Adeus à linguagem, de Jean-Luc Godard, onde a relação conflituosa de um casal é mero pano de fundo e dando lugar a cenas que fogem do convencional cinematográfico. 
Ame ou odeie, Muito Romântico é aquele tipo de filme que fará você sair do cinema pensando sobre ele e por longas horas á fio.


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