A Família Dionti
Sinopse: O jovem
Kelton vivem no interior de Minas Gerais, junto do irmão e do pai. Eles
trabalham no canavial, e fazem pequenos bicos na feira. Kelton sofre com a
ausência da mãe, que "se transformou" e abandonou a família. Ao se
apaixonar por uma colega de sua sala, o garoto tem medo de sofrer o mesmo destino
da mãe. Os indícios estão todos lá: ele transpira demais, tem desmaios...
Kelton estaria derretendo?
Seja ficção, ou documentário,
o cinema brasileiro vive numa fase da qual não esconde os altos e baixos de
nosso país, mas sim criando um mosaico de obras das quais sintetizam o melhor e
o pior da nossa realidade. Porém, nunca é demais soltar a imaginação, onde se
pode criar uma fábula e da qual testemunhamos a imaginação se sobressair
perante as adversidades. Portanto, Família Dionti é um filme pertencente ao gênero
fantasia, sendo algo raro visto dentro do nosso cinema, mas não significa que
não seja bem vindo.
Dirigido por Alan
Minas, o filme é uma espécie de conto de fadas contemporâneo, onde vemos um
jovem que sofre pelo fato de suar demais quando está no sol e correndo o risco
de evaporar. Ao mesmo tempo, vemos ele se apaixonar pela jovem que a recém chegou
à cidade junto com o seu circo e trazendo então inúmeras histórias fantasiosas com
relação a sua família do picadeiro. Histórias fantásticas é o elo que fazem
deles terem algo em comum e que usam isso para enfrentar uma realidade pouco
colorida do mundo do qual eles vivem.
O filme pode ser
interpretado de inúmeras formas como, por exemplo, da realidade sempre batendo
na porta desses jovens, mas dos quais se entregam a possibilidade de um mundo
onde tudo é possível. O filme também é uma representação do melhor do nosso folclore
brasileiro, onde histórias, por vezes absurdas, é que dão vida nos lugares
esquecidos por Deus. Ceticismo, fé, crenças e fantasias são o que movem boa
parte dos personagens e criando então um convite para pessoas de
todas as idades para assistir a obra.
Com um final imprevisível,
mas ao mesmo tempo esperançoso, A Família Dionti é um pequeno sopro de vida
para aqueles que ainda conseguem usar a imaginação em meio às adversidades de
hoje em dia.
Muito Romântico
Sinopse: Melissa e Gustavo
atravessam o Oceano Atlântico em busca de uma vida nova em Berlim. Eles seguem
seu caminho fazendo filmes, amizades e música, mas um segredo revelado faz o
medo vir à tona. Eles perdem o rumo, até o dia em que encontram um portal para
o cosmos, expandindo a travessia para além do tempo e do espaço.
O filme convencional é
aquele que sempre se apresenta com tramas de começo, meio, fim e fazendo com que
a pessoa saia da sala no mínimo satisfeita. Porém, existem filmes que fogem
desse papel, optando por nos apresentar uma trama da qual testa a nossa atenção
e fazendo com que fiquemos pensando com relação ao que nós assistimos. Muito
Romântico é um filme que tranquilamente poderia trilhar pela primeira opção,
mas vai por um caminho imprevisível e testando as nossas próprias perspectivas.
Dirigido por Melissa
Dullius e Gustavo Jahn, o filme acompanha a história de um casal (interpretados
pelos próprios cineastas Melissa Dullius e Gustavo Jahn) que viajam para
conhecer uma nova Berlim e que ainda guarda um pouco das raízes de ambos.
Quando eles estão lá, eles começam a gravar inúmeras cenas da cidade, assim
como também fazendo novas amizades e participando de inúmeras festas. Porém, o
casal enfrenta adversidades na relação, mas algo surge para fazer com que esse
quadro mude e de uma forma surreal.
Com inúmeras cenas
rodadas, das quais nos passa a sensação de que elas foram criadas de uma forma
bem amadora (relembrando o velho super 8), o filme transita entre a ficção,
realidade e documentário, sendo algo cada vez mais comum visto em nosso cinema
brasileiro como, por exemplo, Castanha e Branco Sai, Preto Fica. Porém, o lado
abstrato, absurdo e fantástico é a palavra de ordem na história, onde o
corriqueiro dá de encontro com situações que beiram ao surrealismo e não
devendo nada do que já foi visto em filmes como de David Lynch (Cidade dos Sonhos).
Ao mesmo tempo, o filme me fez lembrar o recente Adeus à linguagem, de Jean-Luc
Godard, onde a relação conflituosa de um casal é mero pano de fundo e dando
lugar a cenas que fogem do convencional cinematográfico.
Ame ou odeie, Muito
Romântico é aquele tipo de filme que fará você sair do cinema pensando sobre ele e por longas horas á fio.
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