Sinopse: O médico
João (Rafael Cardoso) busca se consolidar na carreira. Mas ele trabalha num
hospital que vai fechar as portas por causa da crise econômica, social e
política que o Brasil vem enfrentando. Ele cuida da transferência de pacientes
e certa noite um deles desaparece, fazendo com que João entre numa espiral de
paranoia nessa busca
O filme Trabalhar Cansar de Marco
Dutra provou que não é preciso, necessariamente, usar velhas fórmulas de terror
para se fazer um bom filme dentro do gênero, mas sim usando a criatividade e fincando
um pé em nossa realidade. Usando o suspense e mistério como pano de fundo, a
trama mostra um painel da luta do brasileiro contemporâneo perante a incerteza
de ter ou não um trabalho estabilizado e gerando então uma tensão realística e perturbadora.
Já nesse filme O Rastro os percalços vindos de nossa realidade é também o que
movem as pedras do tabuleiro da trama, mas o clima dosado de fórmulas já usadas
em outros filmes de horror se sobressai, fazendo com que o filme perca um pouco
de sua originalidade e da qual poderia ter ido mais longe.
Dirigido por JC
Feyer, o filme acompanha e desocupação de um hospital devido à crise econômica que
assola o Rio de Janeiro e o país. João (Rafael Cardoso) é o médico encarregado
de cuidar da saída dos pacientes e promete para uma menina hospitalizada que fará
de tudo para cuidar dela. Na noite da retirada dos pacientes a menina desaparece
e João se vê numa encruzilhada sem fim para saber onde ela está.
Tecnicamente o filme é impecável,
pois além de uma fotografia sombria, da qual sintetizam tempos nebulosos para
aqueles personagens, os efeitos sonoros e a trilha sonora dão um verdadeiro
show de sustos. Embora surgindo em situações, por vezes, dispensáveis, não há
como negar que essas duas partes técnicas é o que movem o filme e fazendo com
que a gente não se distraia, mas sim fazendo com que a gente pule das poltronas. E embora surja de uma forma discreta, os efeitos
visuais moldam aquele cenário desolador, fazendo com que se crie um clima claustrofóbico
e apreensivo.
Porém, todos esses artifícios técnicos
poderiam ter sido usados com ou sem as velhas fórmulas deste gênero. Mas a meu
ver, os realizadores com certeza pensaram em puxar o público fã de filmes como
O Chamado, O Grito, Invocação do Mal e dentre outros que arrastaram milhares
para o cinema na última década. O resultado então é o nascimento de uma espécie
de déjà
vu ao longo da projeção e fazendo com que a obra perca um pouco de sua
identidade própria.
Felizmente o elenco
escolhido a dedo compensa esses deslizes e fazendo com que tenhamos simpatia pelos
seus personagens. Rafael Cardoso, por exemplo, está bem como protagonista, pois
o seu personagem João luta, não só contra o sistema para achar a menina desaparecida,
como também enfrentar a possibilidade de estar enlouquecendo. E se as presenças
de Jonas Bloch e Cláudia Abreu soam dispensáveis, embora figuras importantes
para a trama nos poucos momentos que surge em cena, a sempre competente Leandra
Leal se sobressai, ao interpretar a esposa de João e roubando a cena no ato
final do filme.
Embora com um final corajoso
e que escancara o lado hipócrita de nossa política atual, O Rastro só peca um
pouco por caminhar por velhas estradas do horror e se preocupando
mais em tentar atrair os fãs do gênero.
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