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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: O RASTRO



Sinopse: O médico João (Rafael Cardoso) busca se consolidar na carreira. Mas ele trabalha num hospital que vai fechar as portas por causa da crise econômica, social e política que o Brasil vem enfrentando. Ele cuida da transferência de pacientes e certa noite um deles desaparece, fazendo com que João entre numa espiral de paranoia nessa busca



O filme Trabalhar Cansar de Marco Dutra provou que não é preciso, necessariamente, usar velhas fórmulas de terror para se fazer um bom filme dentro do gênero, mas sim usando a criatividade e fincando um pé em nossa realidade. Usando o suspense e mistério como pano de fundo, a trama mostra um painel da luta do brasileiro contemporâneo perante a incerteza de ter ou não um trabalho estabilizado e gerando então uma tensão realística e perturbadora. Já nesse filme O Rastro os percalços vindos de nossa realidade é também o que movem as pedras do tabuleiro da trama, mas o clima dosado de fórmulas já usadas em outros filmes de horror se sobressai, fazendo com que o filme perca um pouco de sua originalidade e da qual poderia ter ido mais longe.
Dirigido por JC Feyer, o filme acompanha e desocupação de um hospital devido à crise econômica que assola o Rio de Janeiro e o país. João (Rafael Cardoso) é o médico encarregado de cuidar da saída dos pacientes e promete para uma menina hospitalizada que fará de tudo para cuidar dela. Na noite da retirada dos pacientes a menina desaparece e João se vê numa encruzilhada sem fim para saber onde ela está. 
Tecnicamente o filme é impecável, pois além de uma fotografia sombria, da qual sintetizam tempos nebulosos para aqueles personagens, os efeitos sonoros e a trilha sonora dão um verdadeiro show de sustos. Embora surgindo em situações, por vezes, dispensáveis, não há como negar que essas duas partes técnicas é o que movem o filme e fazendo com que a gente não se distraia, mas sim fazendo com que a gente pule das poltronas. E embora surja de uma forma discreta, os efeitos visuais moldam aquele cenário desolador, fazendo com que se crie um clima claustrofóbico e apreensivo.
Porém, todos esses artifícios técnicos poderiam ter sido usados com ou sem as velhas fórmulas deste gênero. Mas a meu ver, os realizadores com certeza pensaram em puxar o público fã de filmes como O Chamado, O Grito, Invocação do Mal e dentre outros que arrastaram milhares para o cinema na última década. O resultado então é o nascimento de uma espécie de déjà vu ao longo da projeção e fazendo com que a obra perca um pouco de sua identidade própria. 
Felizmente o elenco escolhido a dedo compensa esses deslizes e fazendo com que tenhamos simpatia pelos seus personagens. Rafael Cardoso, por exemplo, está bem como protagonista, pois o seu personagem João luta, não só contra o sistema para achar a menina desaparecida, como também enfrentar a possibilidade de estar enlouquecendo. E se as presenças de Jonas Bloch e Cláudia Abreu soam dispensáveis, embora figuras importantes para a trama nos poucos momentos que surge em cena, a sempre competente Leandra Leal se sobressai, ao interpretar a esposa de João e roubando a cena no ato final do filme. 
Embora com um final corajoso e que escancara o lado hipócrita de nossa política atual, O Rastro só peca um pouco por caminhar por velhas estradas do horror e se preocupando mais em tentar atrair os fãs do gênero.  


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