Nos dias 25 e 26 de
Junho eu estarei me encaminhando para minha 58ª participação nos cursos do Cine
Um. Na próxima aula o tema será Nouvelle Vague do Cinema Coreano que será ministrado pelo Doutor em Ciências
da Comunicação Josmar Reyes. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui
eu estarei postando sobre os filmes que eu assisti desse cinema inovador e
corajoso que estourou no início do século 21.
O HOSPEDEIRO
Sinopse: Na beira do
rio Han moram Hie-bong (Byeon Hie-bong) e sua família, donos de uma barraca de
comida no parque. Seu filho mais velho, Kang-du (Song Kang-ho), tem 40 anos,
mas é um tanto imaturo. A filha do meio é arqueira do time olímpico coreano e o
filho mais novo está desempregado. Todos cuidam da menina Hyun-seo (Ko
Ah-sung), filha de Kang-du, cuja mãe saiu de casa há muito tempo. Um dia surge
um monstro no rio, causando terror nas margens e levando com ele a neta de
Hie-bong. É quando, em busca da menina, os membros da família decidem enfrentar
o monstro.
Um novo cinema foi
descoberto no início do século 21, sendo mais precisamente o cinema Coreano.
Isso foi graças ao sucesso da trilogia da vingança comandada por Chan-wook Park,
cujo seu filme mais conhecido acabou sendo OldBoy. Premiado em Cannes e tendo
tido reconhecimento mundial, o cinema Coreano foi cada vez mais observado e com
isso as distribuidoras internacionais não pensaram duas vezes em distribuir
esse genial filme de terror. O diretor Bong Joon-ho aqui, dá verdadeira aula de
como se faz um verdadeiro filme de monstros, ao começar pela primeira aparição
do bicho, que vai de genial, realista e completamente imprevisível. Com toques
de humor negro, o filme também aproveita para alfinetar o governo norte
americano, que mesmo sem querer, é responsável pela criação da criatura. Ao
mesmo tempo a trama aproveita para explorar o tema da segunda chance com os
protagonistas, cujos seus destinos são imprevisíveis aos olhos do cinéfilo. Não
me admiraria se Hollywood quisesse fazer uma bendita refilmagem devida suas
faltas de idéias no gênero.
Mother - A Busca pela
Verdade
Sinopse: Uma mãe
tenta desesperadamente encontrar o homem que incrimou o filho pelo assassinato
que cometeu.
O diretor Coreano Bong Joon-ho deu boas aulas
aos cineastas japoneses de como se faz um filme de monstros com o seu O
HOSPEDEIRO e pelo visto não pretende ficar preso há um único gênero, mas sim
tentar fazer diversos. Porém, se tem
algo em comum nos seus filmes até agora, é suspense com toques de humor negro.
Em Mother- A Busca pela verdade o diretor cria uma bela historia de filme
policial em que nem tudo é o que parece, ao mostrar uma mãe obstinada a todo o
custo a livrar o filho da cadeia por um crime que ela acredita friamente que
ele não cometeu.
Mas o que leva a
protagonista a ir tão longe? Seria por amor ao filho? Culpa por algo do
passado? Ou simplesmente não encarar certos fatos? Esses e outros assuntos são
explorados de forma exemplar pelo diretor com um roteiro criativo e o uso da
medida certa com a sua câmera em momentos de suspense (a cena que a
protagonista se esconde num quarto de uma casa é ótimo) e momentos de diálogos
fortes como, por exemplo, entre a mãe e o filho na prisão.
Kim Hye da um show de
interpretação ao fazer a protagonista mãe insistente e investigativa, onde
acaba guardando certas camadas de culpa dentro de si, mas Won Bin não fica
atrás ao interpretar um adulto com problemas mentais e passar para nós as
incertezas sobre suas ações.
POESIA
Sinopse: Mija tem
mais de 60 anos e vive com o neto adolescente numa pequena cidade do interior.
Ela trabalha acompanhando um senhor deficiente e gosta de se vestir com roupas
elegantes e coloridos chapéus. Sua atração por coisas simples e belas a leva a
se inscrever em um curso de poesia onde se torna uma estudante aplicada. Sua
sensibilidade parece estar afiada como nunca e sua visão do mundo não poderia
ser mais positiva. Mas quando o neto se envolve no suicídio de uma colega a
leveza com que Mija encara a vida entra seriamente em crise. Melhor Roteiro no
Festival de Cannes 2010.
Em um mundo onde o espaço para a comunicação,
mais precisamente para o dialogo uns com os outros, esta cada vez em menor
grau, uma personagem tenta buscar comunicação através do mundo ao seu redor,
através das coisas que passam no decorrer da sua vida e ao longo do percurso
tenta acima de tudo não se esquecer de si própria. Assim é Poesia, do diretor
coreano. Chang Dong Lee que cria aqui a saga de Mija (Yoon Hee-jeong ótima) que
a partir do ponto que sabe que tem o mal
de alzheimer, busca um modo de frear a doença através da poesia, mas ao mesmo
tempo que sofre por não conseguir encontrar uma inspiração para escrever um
texto, enfrenta um grave problema vindo do seu neto. Esse, aliás, possui
ou tem alguma dificuldade em saber ter
afinidade com a sua própria avó.
Colocamo-nos ao lado
de Mia em seu trajeto e nos simpatizamos com ela perante um mundo hostil, que
por muitas vezes ignora ela, seja pelo fato dela estar velha, seja pelo fato de
ela ter um problema grave, isso é o que menos importa. É as pessoas que se
esqueceram ou deixaram de ver o que tem de bom no mundo. Já a protagonista,
mesmo com os problemas, esta viva e tenta achar algum significado no mundo em
que vive, nem que para isso se arrisque em determinados momentos.
Chang Dong Lee cria
aqui então o retrato do humano atual, de que ele está morto, ou cego ou sem
tato para sentir o lugar ou a pessoa próxima, ou então simplesmente foi o
sistema que fizeram nos tornarmos frios com relação a tudo ou a nos mesmo. Um
bom exemplo disso é a reunião de pais que junto com Mia tentam de uma forma
política e ao mesmo tempo fria sobre o assunto, tentar achar um modo de livrar
seus filhos de um crime que eles cometeram e a única pessoa que demonstra uma
reação desconcertada com relação à situação e a própria protagonista que por
muitas vezes parece ignorar ou esquecer-se da situação que presenciou ou que
terá que encarar.
Com o prêmio de
melhor roteiro recebido no festival de Cannes, Poesia é uma produção simples,
mas cheia de conteúdo que nos faz fazer uma breve reflexão de nós mesmos se
estamos ou não cada vez mais nos desligando do mundo. Pelo menos esse filme é
um pequeno belo exemplo para se fazer acordar.
O CAÇADOR
Sinopse: Joong-ho Eom
(Kim Yun-seok) é um detetive que se tornou cafetão por problemas financeiros,
mas está de volta a ação, quando percebe que suas meninas desaparecem uma após
a outra. Uma pista o faz perceber que todas elas estavam com o mesmo cliente,
identificado pelos últimos dígitos do celular. Então, o ex-detetive embarca
numa caçada feroz ao homem, convencido de que ele ainda possa salvar Kim Mi-jin
(Seo Yeong-hie), a última menina desaparecida e acabar com este mistério.
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