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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: Academia de Musas



Sinopse: Questionada por sua mulher sobre a abordagem pedagógica que predente dar em sua Academia de Musas, projeto com fundamentos clássicos de reforma do mundo pela poesia, um professor de filologia fla da mítica figura das musas que inspiram escritores a criar algo inexistente. O projeto pedagógico torna-se polêmico e situações comandadas pelo desejo e pela palavra passam a acontecer.

Numa verdadeira mistura de ficção e documentário, os debates vão gradualmente  surgindo nas aulas do protagonista, onde  começamos a identificar alguns de seus alunos. O cineasta José Luis Guerín (A Cidade de Sylvia) está marcando a passagem das cenas com as datas em que foram filmados, mas os personagens de uma forma mais tradicional que aparecem, ou sendo cortado pelas aulas. Emanuela (Emanuela Forgetta) é o mais participativa dos alunos. Um italiano como o professor que dá o seu pensamento sobre as questões que surgem: se a poesia é uma forma de diálogo com os mortos, se o "amor" é uma invenção dos poetas que tornam impossível sustentar na vida real.
Para quem lidou pelo lado mais difícil nessas áreas é Mireia (Mireia Iniesta), uma aluna de espanhol, aonde vemos ela com seus dilemas românticos e questões pessoais. E é a mais descrente Carolina (Carolina Llacher), uma bela de cabelos curtos que rejeita algumas das limitações impostas pelo Pinto, particularmente aqueles ligados aos formatos clássicos rima impostas pelo professor. Em paralelo, e quando o filme está gradualmente se afastando da classe para ir para as salas da Universidade e de lá para os bares e as casas dos protagonistas, vemos conversas entre professor e meninas, e entre estas, as relações entre Pinto e sua esposa  Rosa (Rosa Delor Muns). 
Rosa está começando a abrir a porta para o que já deveria estar acontecendo. Tal como decorre o tom das conversas entre o professor e seus alunos há uma relação entre eles, que sempre parece prestes a quebrar formalmente. E Pinto assume que "o ensino é seduzir", mas talvez não o suficiente para tranquilizar sua esposa, também uma intelectual que percebe que há mais para jogar no ir e vir de Pinto e seu discurso sobre lealdade, etc. Um professor viaja um fim de semana e coloca as coisas ainda mais zona de dúvidas para as mulheres.
Mas o filme não só procura descobrir se o sedutor professor veterano italiano é um galanteador usando as suas aulas para meninas se fascinarem por sua presença, mas na maioria das vezes, quando o filme está deixando a aula para se concentrar nas vidas pessoais dos quatro protagonistas são as mulheres que conversam entre si sobre seu relacionamento com particular classe, o conceito de "musa" e como isso influencia as suas vidas diárias, incluindo suas diversas relações com o professor e também de outros relacionamentos. Todas as mulheres são muito lúcidas e inteligentes em suas abordagens teóricas, mas confusas sentimentalmente. 
Com estes materiais, Guerin cria um retrato fascinante de um grupo que pode estender-se a muitos outros que calmamente luta entre a clareza conceitual e aparente fragilidade emocional. Desde o personagem que, teoricamente, não acredita em inveja ou fidelidade, mas, em seguida, sofrer na carne e desarmado, até discussões sobre querer ir às aulas para conversas privadas, sempre em algum tipo de limite, entre Professor e sua "musa". Muitas dessas conversas individuais Guerin de o tiro de fora de um pub, uma casa, um auto-geração de aviões carregados com reflexões e ecos visuais, e uma beleza poderosa que contrasta com o registro de classe mais tradicional.




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