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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: O Pequeno Príncipe (2015)



Sinopse: Uma garota acaba de se mudar com a mãe, uma controladora obsessiva que deseja definir antecipadamente todos os passos da filha para que ela seja aprovada em uma escola conceituada. Entretanto, um acidente provocado por seu vizinho faz com que a hélice de um avião abra um enorme buraco em sua casa. Curiosa em saber como o objeto parou ali, ela decide investigar. Logo conhece e se torna amiga de seu novo vizinho, um senhor que lhe conta a história de um pequeno príncipe que vive em um asteróide com sua rosa e, um dia, encontrou um aviador perdido no deserto em plena Terra.
 

Às vezes a nossa vida real é muito mais fascinante do qualquer ficção. Porém, quando ambas se misturam, gera então algo genuíno, do qual acabamos não sabendo separar esses dois lados. Em alguns casos, realidade e fantasia sempre andaram de mãos dadas e O Pequeno Príncipe talvez seja um dos melhores exemplos vindo do início do século 20.
Antoine de Saint-Exupéry (1900 – 1944) era um piloto francês que acabou sendo abatido pelas tropas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial. Um ano antes, ele havia e escrito a sua obra prima O Pequeno Príncipe, que há quem diga ele criou se inspirando num momento em que ele ficou perdido no deserto. Em 2004 o avião abatido do qual se encontrava  Exupery foi encontrado, mas o corpo jamais foi localizado.
A partir da idéia da possibilidade do escritor não ter morrido na época em que foi dado como morto acaba servindo de estopim para a criação desse filme, em que uma trama original é criada e enlaçada com a que todos nós conhecemos a partir do livro. Dirigido por Mark Osborne (Kung Fu Panda), a trama começa nos apresentando uma pequena menina, que por sua vez é moldada a todo custo por uma mãe que sonha em ver a filha ser bem sucedida na vida. No seu primeiro dia em uma nova casa, a menina conhece um velho aviador que mora ao lado, que tenta a todo custo tirar do chão o seu velho avião e para sim conseguir reencontrar o pequeno príncipe que ele havia conhecido no passado.
Claro que, a partir do momento em que a menina fica curiosa com relação aquele universo daquele velho aviador, ela acaba também conhecendo a história do menino que vivia num asteróide e que cuidava de sua querida rosa. Todas as passagens da obra que nós conhecemos estão lá: a saída do protagonista de seu asteróide e sua ida em outros planetas; o encontro dele com a raposa; amizade que ele cria através do aviador perdido no deserto e o encontro com a famigerada cobra.
Porém, é preciso ressaltar que o filme não reproduz com exatidão a obra como um todo, mas sim adapta o que é de mais essencial que se encontra nela. As passagens filosóficas são muito bem adaptadas e elas funcionam muito bem, mesmo nos dias de hoje: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”. Se essa frase Fez uma geração inteira pensar décadas atrás, no mundo contemporâneo de hoje, sua mensagem e efeito ainda funciona e nos toca profundamente.
Exupéry com certeza era alguém que possuía uma mente a frente do seu tempo, pois o seu livro dá valor as simples coisas da vida, ao invés de simplesmente almejar por algo mais que ela possa oferecer. Isso se enlaça com a proposta apresentada na sub-trama da mãe e filha, sendo ambas presas ao futuro inserto, e que acabam lutando desnecessariamente para adquirir uma vida bem sucedida, mas esquecendo do que realmente faz delas felizes. Isso se fortifica ainda mais no terceiro e ultimo ato final da trama, aonde os roteiristas transformaram numa espécie de continuação dos eventos do livro e se criando uma espécie de metáfora sobre a corrida desenfreada pela riqueza, profissionalismo e consumismo do mundo contemporâneo de hoje.
Se a trama já nos fascina, visualmente o filme não fica nenhum pouco atrás. De forma rara, acompanhamos a trama da menina da forma de animação computadorizada tradicional, mas no momento em que entramos nas passagens do livro, o filme se transforma em stop motion e gerando inúmeras belas imagens: a passagem do conto em que o príncipe se encontra com a raposa e aprende um novo significado sobre o amor que ele teve por sua rosa, são de uma beleza enlouquecedora e que nos faz desejar que esse tipo de animação continue no cinema sempre.
Embora seja um filme em que possua uma linguagem da qual os pequenos de hoje pouco estão acostumados, O Pequeno Príncipe é um filme que merece ser visto por todos, pois nunca é demais os pais de hoje mostrar aos filhos os velhos e bons ensinamentos do qual esse conto lhe proporcionaram no passado.  
  
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