Sim, o gênero de horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio. Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de assistir, seja em DVD ou no cinema.
Nervo Craniano Zero
(2012)
Sinopse: A escritora
de sucesso Bruna Bloch põe em prática um plano inescrupuloso para evitar que
tenha uma crise criativa e saia da lista dos mais vendidos: adquirir um chip
indutor de descargas de dopamina que, quando implantado no cérebro humano, gera
surtos de inspiração. Para isso, ela contrata os serviços do criador desta
invenção, Dr. Bartholomeu Bava, que perdeu sua licença médica após um acidente
nas pesquisas para criação do chip. Mas Bruna não quer implantá-lo em si mesma,
e sim em uma cobaia humana, a simplória garota Cristi.
Na época de seu
lançamento, o filme foi exibido na abertura do 8º festival do Fantaspoa.
Biscaia Filho, com certeza é fã dos filmes de terror dos anos 80, já que o
filme carrega elementos de outros filmes daquela época, como no caso de
Re-Animator e Scannner: Desafie a sua Mente. A produção toda em si é tosca,
puramente trash, que poderia facilmente ter sido exibido na saudosa sessão do
Cine Trash da Band nos anos 90, e só por isso, é um filme que merece ser visto.
Embora tenha
elementos macabros (com direitos há aberturas de crânio e retiradas de coração
do corpo), o filme vai mais para o lado do terrir, já que em nenhum momento dá
para levar a história a sério, muito menos para o elenco que, se por um lado
são talentosos, no primeiro ato eles apenas aparentam estar interpretando,
sendo tudo de uma forma proposital para não levar nada a sério. Daniel Colombo,
por exemplo, mesmo sendo um ótimo ator, consegue passar tamanha ruindade
proposital para o seu personagem. Quem se saiu melhor, é a atriz e cantora
Uyara Torrente, cujo seu personagem vai se descascando nos três atos da trama
de tal modo que, simplesmente rouba a cena do filme, sendo até mesmo no início,
quando a intenção era apenas passar uma interpretação ruim.
Com um final bem
previsível, mas que funciona com a proposta que o filme quer nos passar, Nervo
Craniano Zero é uma divertida e redondinha trama de terror que faz nos
relembrar dos tempos de um gênero de terror mais inocente, que pipocava aos
montes nos anos 80, e acredito que está mais do que na hora do cinema
Brasileiro investir em outros gêneros como esse, mesmo sendo com orçamentos
curtos, mas com ideias criativas.
(NOTA: A foto acima não é da produção do filme, mas sim da montagem teatral de Nervo Craniano Zero que tinha outro elenco.)
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