Sim, o gênero de
horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo
Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador
dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O
curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio. Enquanto os dias da atividade não chegam,
irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de
assistir, seja em DVD ou no cinema.
NATIMORTO (2009)
Sinopse: Uma cantora
lírica (Simone Spoladore) viaja a São Paulo a convite de um agente (Lourenço
Mutarelli), que a recepciona para um jantar ao lado da esposa (Betty Gofman). A
cantora e o homem deixam o apartamento e vão para um quarto de hotel, onde o
agente faz uma proposta insólita: que permaneçam ali para sempre, fumando e
lendo o futuro a partir das imagens presentes no verso dos maços de cigarros.
Descobri o universo
de Lourenço Mutarelli através de um dos melhores filmes brasileiros dos últimos
anos que é ‘O Cheiro do Ralo’, uma adaptação para o cinema de seu primeiro
livro. Vale lembrar que o autor participa do filme interpretando um segurança,
que embora sua caracterização seja muito diferente se comparado ao segurança do
livro, sua interpretação foi até boa, mesmo tendo nunca atuado na vida. Dessa
vez, o assunto ficou mais sério e Mutarelli é o próprio protagonista de
‘Natimorto’, adaptação de seu segundo livro (o autor ainda tem uma carreira
como quadrinhista que antecede os livros como o incrível Diomedes).
O criador se encontra
com a sua criatura no mesmo corpo, o que acaba nos confundindo nessa história
que vale pelo esquisito e incomodo que é bem salto a vista neste seu trabalho.
O mais interessante é acompanhar o próprio quadrinhista/escrito/ator explorando
as mais diversas formas de se contar uma história que é vinda de sua própria
cabeça. Seja atuando, escrevendo ou desenhando.
Se eu dissesse que eu
gostei muito desse filme, estaria meio que forçando a barra, mesmo sendo um fã
do escritor. O problema que Lourenço Mutarelli não é ainda um ator experiente e
isso fica bem evidente quando é colocado
como protagonista do filme. Acho que por enquanto ele somente funciona como
coadjuvante, assim como em Cheiro no Ralo.
De qualquer forma, a
direção, o cenário (boa parte do filme se passa num quarto) e os diálogos são
bem construídos, Destaco o incrível desempenho de Betty Gofman (Viva Voz), onde
ela sempre rouba a cena quando surge, ao interpretar uma louca e ciumenta
mulher do personagem de Mutarelli. Não fica muito atrás o desempenho de Simone
Spoladore, que havia conhecido em Elvis e Madona e mais recentemente em A Memória
que nos contam. Aqui ela rouba a cena nos momentos que contracena Mutarelli e
provando o porquê dela ser uma das mais belas promessas do nosso cinema atual.
O questionamento que a trama
passa sobre o medo de enfrentar o mundo lá fora e derrotar os demônios interiores
que se esconde dentro de nós ao longo da vida, são os ingredientes que fazem
desse filme ser imperdível. Mesmo não sendo o melhor momento do universo de
Lourenço Mutarelli no cinema.
Inscrições para o curso cliquem aqui
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