Apresentação
Ao
longo de quatro décadas, do início dos anos 1940 ao final dos 70, o
diretor de fotografia, técnico de efeitos especiais e cineasta Mario Bava (1914-1980)
escreveu, com uma imaginação visual única, o seu nome na história do
cinema de horror, e também no cinema popular italiano, do qual foi o
mestre maior, desbravando o caminho para uma geração de diretores
cultuados, como Dario Argento e Lucio Fulci. Nos últimos anos, graças ao
trabalho dedicado de pesquisadores como o norte-americano Tim Lucas,
seu principal biógrafo, e a ótimas restaurações que possibilitaram o
lançamento de praticamente todos os seus filmes em versões integrais no
mercado de vídeo doméstico, a extensa obra de Bava, que inclui mais de
20 longas-metragens somente na função de diretor, começou a receber o
reconhecimento que merece pelo mundo, com a publicação de inúmeros
estudos críticos, organização de retrospectivas, etc.
Dimensionar
a importância e o legado de Mario Bava é uma tarefa hercúlea devido à
riqueza e à variedade de sua obra. Afinal, ele codirigiu o primeiro
filme de horror do cinema italiano desde a era silenciosa (Os Vampiros), criou as maiores obras-primas do terror gótico italiano (A Maldição do Demônio; As Três Máscaras do Terror; O Ciclo do Pavor; O Chicote e o Corpo e Lisa e o Diabo), codificou as convenções visuais e o sadismo voyeurístico do giallocom A Garota Que Sabia Demais e Seis Mulheres Para o Assassino, antecipou o slasher comBanho de Sangue, além de ter deixado obras-primas e filmes marcantes em muitos gêneros, como o poliziesco (Cães Raivosos), a ficção científica (O Planeta dos Vampiros) e opeplum (Hércules no Centro da Terra; A Vingança dos Vikings e Os Punhais do Vingador).
Vista
em conjunto, a filmografia de Bava nos revela um cineasta extremamente
autoral não apenas em seu estilo visual como também no nível temático,
apesar de todas as dificuldades de produção que o diretor quase sempre
tinha de enfrentar, como falta de orçamento e de tempo para filmas,
roteiros mal escritos, atores ruins, convocações de últimas hora para
salvar projetos, etc.
Seu
frutífero legado pode ser visto não apenas em inúmeros elogios e
citações, mas também nos filmes de famosos cineastas que estão entre
seus confessos admiradores: Tim Burton (Batman, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça), Joe Dante (O Buraco), Martin Scorsese (A Última Tentação de Cristo; Cabo do Medo), Federico Fellini (Julieta dos Espíritos; Histórias Extraordinárias) e David Lynch (Twin Peaks).
Portanto, não causa nenhuma surpresa a bela homenagem a Bava realizada
pela cineasta neozelandesa Jennifer Kent no recente e ótimo The Babadook (2014).
Sendo
assim, hoje, mais do que nunca, é fundamental que todos os interessados
e estudiosos pela história e crítica não apenas do cinema de gênero
como também do cinema de autor vejam, revejam e compreendam os filmes de
Mario Bava, o “Hitchcock da Cinecittà” e um dos monstros incontornáveis
da criação cinematográfica.
OBJETIVO
O curso Mario Bava: Maestro do Macabro, ministrado por Fernando Brito,
vai apresentar um panorama da vida e da obra de Mario Bava dentro do
contexto histórico do cinema popular italiano, e também buscar
compreender o estilo visual do diretor, a partir da análise de cenas de
seus principais filmes e, por fim, discutir sua enorme influência em
outros cineastas.
Conteúdo das aulas
AULAS 1 e 2 (12/Setembro)
- Apresentando Mario Bava: por que “maestro do macabro”?
- Uma família de artistas italianos: o aprendizado com o pai Eugenio Bava, escultor, cenógrafo e diretor de fotografia.
- Os primeiros anos, a atuação como diretor de fotografia, técnico de efeitos especiais e operador de câmera, e o trabalho com grandes cineastas como Roberto Rossellini, Raoul Walsh, Steno, Mario Monicelli, G. W. Pabst, Mario Camerini e Jacques Tourneur.
- Diretor de fotografia, diretor ou codiretor de Os Vampiros e Caltiki – O Monstro Imortal?
- Um dos melhores filmes de estreia de todos os tempos: A Maldição do Demônio.
- Anos 60 – o gótico e “todas as cores da escuridão”: O Chicote e o Corpo; As Três Máscaras do Terror e O Ciclo do Pavor.
- Anos 60 – a criação do giallo: o episódio “O Telefone” de As Três Máscaras do Terror; A Garota que Sabia Demais e Seis Mulheres para o Assassino.
- Anos 60 – os pepla: Hércules no Centro da Terra; A Vingança dos Vikings e Os Punhais do Vingador, e o “Polifemo” da minissérie A Odisseia.
- Anos 60 – a incursão pelo pop: Bonecas Explosivas e Perigo: Diabolik.
- Anos 60 – paradigma de sci-fi “B” e “pai” do Alien: O Planeta dos Vampiros.
- Anos 60 – os obscuros faroestes spaghetti: A Estrada do Forte Alamo; Ringo del Nebraska e Roy Colt & Winchester Jack.
AULAS 3 e 4 (13/Setembro)
- Anos 70 – novas explorações estéticas: O Alerta Vermelho da Loucura; Quatro Vezes Naquela Noite e Cinco Bonecas para a Lua de Agosto;
- Anos 70 – subvertendo o giallo e antecipando o slasher: Banho de Sangue;
- Anos 70 – a volta ao gótico e o magnífico filme-súmula: Os Horrores do Castelo de Nuremberg e Lisa e o Diabo;
- Anos 70 – um policial visceralmente moderno – Cães Raivosos;
- Os últimos anos: Shock, A Vênus de Ille e a colaboração com Argento em A Mansão do Inferno;
- Os discípulos e filhos do maestro do macabro e Bava hoje.
Ministrante: Fernando Brito
Doutor
em Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo, com
especialização em romance gótico, Fernando Brito é também pesquisador e
crítico de cinema, tendo colaborado ao longo de sua carreira com
diversas publicações, como a Sci-Fi News Cinema e o extinto Jornal do Vídeo.
Desde
2002, trabalha como curador na Versátil Home Video, onde teve a
felicidade de idealizar e supervisionar o lançamento de (por enquanto)
dez filmes de Mario Bava em DVD: O Chicote e o Corpo; O Ciclo do Pavor: Lisa e o Diabo; O Planeta dos Vampiros; A Maldição do Demônio; O Alerta Vermelho da Loucura; A Garota que Sabia Demais; Cães Raivosos; Banho de Sangue e Seis Mulheres para o Assassino.
Curso
Mario Bava: Maestro do Macabro
de Fernando Brito
Mario Bava: Maestro do Macabro
de Fernando Brito
DATAS
Dias 12 e 13 / Setembro (sábado e domingo)
HORÁRIO
Sábado
Aula 1: 14h às 15h50 / Aula 2: 16h10 às 18h
Domingo
Aula 3: 14h às 15h50 / Aulas 4: 16h10 às 18h
Aula 1: 14h às 15h50 / Aula 2: 16h10 às 18h
Domingo
Aula 3: 14h às 15h50 / Aulas 4: 16h10 às 18h
LOCAL
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)
INFORMAÇÕES
cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 9320-2714
REALIZAÇÃO
Cine UM Produtora Cultural
PATROCÍNIO
PATROCÍNIO
PARCERIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário