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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 30 de abril de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos' - Fuga, Escolhas e Crenças

Sinopse: Ihjãc é um jovem do povo Krahô, aldeia indígena localizada em Pedra Branca, no interior do Brasil. Depois de ser surpreendido pela visita do espírito de seu falecido pai, ele se sente na obrigação de organizar uma festa de fim de luto, comemoração tradicional da comunidade. 

Dirigido pelo casal João Salaviza e Renée Nader Messora, além de vencedor do Prêmio do Júri da mostra Um Certo Olhar, no último Festival de Cannes, o filme se concentra no índio atual, do qual busca o seu lugar no mundo, em meio ao caminho entre a cultura original e a adquirida dos não índios. Em sua aldeia Pedra Branca, no Tocantins, Ihjãc é um pacato pai de família. Na cidade sertaneja de Itacajá, onde se hospeda numa Casa de Apoio para índios, ele aprecia jogos eletrônicos, música atual como qualquer pessoa do local. Sua mulher, Kotô Krahô, joga futebol, pinta as unhas e participa de conversas de namoro com as amigas, como qualquer outra jovem se for comparada a uma vinda da cidade grande.
A partir de uma longa convivência com os Krahô, Renée criou a história ficcional desempenhada por Ihjãc, Kotô e seus entes próximos, num modelo que se diferencia e muito do praticado por Vincent Carelli e seus discípulos. Renée e João dividiram quase todas as funções técnicas e de criação, enquanto os índios interpretam seus papéis como atores. Logicamente, principalmente por ser uma história baseada em casos verídicos vindos da tribo, a trama fictícia nos reserva uma relação pessoal com o mundo real vivido por eles. Curiosamente, o universo vindo da aldeia se chocando com a realidade vindo da civilização criada pelo homem branco se faz nascer um filme com um tom cujo o gosto é pouco degustado para os amantes do cinema brasileiro atual.
Enquanto no local indígena o ritmo segue de forma gradual, as sequências vistas na cidade ganham dimensões de uma obra quase documental. Curiosamente o lado folclórico, ou melhor dizendo sobrenatural, assombra o protagonista quase sempre e fazendo com que ele se sinta sempre em uma corda bamba com relação as escolhas que ele vem a tomar em sua cruzada. Dito isso, testemunhamos profissionais da cidade impotentes perante a um protagonista que não sabe ao certo o que quer para si mesmo e se movendo de acordo com suas crenças e temores vindos de si próprio.
Curiosamente, embora os realizadores tenham protestado pela demarcação das terras indígenas quando o filme era exibido em Cannes, a obra coloca assuntos políticos nas entrelinhas, para não dizer que, como um todo, fica em cima do muro com relação a determinados assuntos. Porém, há duas menções com relação ao massacre realizado por fazendeiros em 1940 e a uma placa de demarcação atingida por tiros. No demais, a trama se concentra nas escolhas do jovem protagonista e em sua derradeira consequência que virá no ápice da obra.
Transitando entre a magia e realidade, "Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos" sintetiza a própria confusão mental do seu protagonista e o que difere muito de muitos indígenas que buscam entender a sua própria realidade em tempos de mudanças. 


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Cine Dica: Christian Petzold, Mati Diop e Los Hermanos (2 a 8 de maio)


FILMES DE CHRISTIAN PETZOLD E MATI DIOP EM EXIBIÇÃO SESSÃO ESPECIAL DE DOCUMENTÁRIO SOBRE O CONJUNTO LOS HERMANOS

A partir de quinta-feira, 2 de maio, a Cinemateca Capitólio Petrobras exibe um programa duplo com o longa-metragem Em Trânsito (2018, 100 minutos), o novo filme do diretor alemão Christian Petzold, e o curta-metragem Atlânticos (2009, 18 minutos), de Mati Diop. A realizadora franco-senegalesa concorre neste ano à Palma de Ouro em Cannes com um longa-metragem baseado no filme de 2009.
A exibição de Atlânticos tem o apoio da Embaixada da França no Brasil, da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, e do Institut Français.
A estreia do novo filme de Petzold é acompanhada pela exibição de outros seis filmes do diretor alemão: Barbara, Dreileben – Algo Melhor que a Morte, Fantasmas, Jerichow, Yella e Phoenix. A programação é uma correalização da Cinemateca Capitólio Petrobras com o Goethe-Institut Porto Alegre e segue em exibição até o dia 15 de maio.
Nos dias 7 e 8 de maio, às 20h, para celebrar o retorno de um dos conjuntos mais importantes da história da música brasileira, a Cinemateca Capitólio Petrobras exibe o documentário Los Hermanos - Esse é Só o Começo do Fim da Nossa Vida, dirigido por Maria Ribeiro.

INGRESSOS:
Em Trânsito – R$ 16,00
Los Hermanos – R$ 16,00
Mostra Christian Petzold – R$ 10,00

FILMES

Em Trânsito
(Transit)
Alemanha/França, 2018, 101 minutos, DCP
Direção: Christian Petzold
Quando Georg tenta fugir da França após a invasão nazista, ele assume a identidade de um autor falecido cujos documentos ele possui. Preso em Marselha, Georg conhece Marie, uma jovem que está desesperada para encontrar seu marido desaparecido, o mesmo homem que ele assumiu a identidade, e acaba se apaixonando por ela.

Atlânticos
França/Senegal, 2009, 18 minutos, HD
Direção: Mati Diop
À noite, em volta da fogueira num acampamento, Serigne, um jovem de Dakar (Senegal), conta aos seus amigos sua odisséia de clandestino embarcado. Eles ficam desconcertados e se surpreendem com sua coragem, que o levou a enfrentar o oceano Atlântico e a morte. Todos escutam aquele que escapou do perigo sem entender perfeitamente o que o levou a embarcar para a Europa, onde a sobrevivência é mais fácil, mas parece ser inalcançável

Los Hermanos – Esse é Só o Começo do Fim da Nossa Vida
Brasil, 2015, 85 minutos, DCP
Direção: Maria Ribeiro

"Los Hermanos" (1999), "Bloco do Eu Sozinho" (2001), "Ventura" (2003), "4" (2005). Em 2007, com dez anos de carreira e quatro álbuns de estúdio, a banda formada nos corredores de uma universidade carioca decide parar. Mas volta em 2012 para uma série de shows pelo Brasil, para delírio dos fãs.

Barbara
Alemanha, 2012, 105’, digital
Direção: Christian Petzold
Uma cirurgiã pediátrica deseja viver em Berlim Oriental. Enquanto seu amante, Jörg, prepara a sua fuga, ela começa a receber grande atenção do chefe do hospital, André.

Dreileben: Algo melhor do que a morte
Alemanha, 2011, 88’ , digital
Direção: Christian Petzold
Uma complicada história de amor entre Johannes e Ana. A cidade de Dreileben é o cenário para o romance juvenil e para a fuga de um criminoso sexual do hospital onde Johannes trabalha.

Fantasmas
Alemanha, 2005, 85’, digital
Direção: Christian Petzold
Os caminhos de três mulheres se cruzam em Berlim. Um filme sobre insegurança, solidão, perda e desejo.

Jerichow
Alemanha, 2008, 93’, digital
Direção: Christian Petzold
De volta do Afeganistão, Thomas consegue um novo emprego. Ao passo em que conquista a confiança do chefe, pode pôr tudo a perder quando se aproxima da mulher dele, Laura.

Yella
Alemanha, 2007, 89’, digital
Direção: Christian Petzold
Divorciada e sem perspectiva de evolução na carreira, Yella muda de cidade. Conhece Philipp, tornando-se sua assistente. Quando parece progredir, o passado volta a atormentá-la.

GRADE DE HORÁRIOS

2 a 8 de maio de 2019
2 de maio (quinta-feira)
16h30 - Yella
18h - Phoenix
20h - Atlânticos + Em Trânsito

3 de maio (sexta-feira)
16h30 - Fantasmas
18h - Barbara
20h - Atlânticos + Em Trânsito

4 de maio (sábado)
14h - Yella
16h - Barbara
18h - Phoenix
20h - Atlânticos + Em Trânsito

5 de maio (domingo)
14h - Fantasmas
16h – Dreileben: Algo Melhor que a Morte
18h - Jerichow
20h - Atlânticos + Em Trânsito

7 de maio (terça-feira)
16h30 - Jerichow
18h - Atlânticos + Em Trânsito
20h - Los Hermanos – Esse é Só o Começo do Fim da Nossa Vida

8 de maio (quarta-feira)
16h30 - Dreileben: Algo Melhor que a Morte
18h - Atlânticos + Em Trânsito
20h - Los Hermanos – Esse é Só o Começo do Fim da Nossa Vida

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Vingadores-Ultimato' - Sempre Haverá Esperança

Sinopse: Após Thanos eliminar metade das criaturas vivas, os Vingadores precisam lidar com a dor da perda de amigos e seus entes queridos. Com Tony Stark (Robert Downey Jr.) vagando perdido no espaço sem água nem comida, Steve Rogers (Chris Evans) e Natasha Romanov (Scarlett Johansson) precisam liderar a resistência contra o titã louco. 

Em dez anos o estúdio Marvel fez o que antes parecia impossível, ao criar um universo cinematográfico interligado e poucas vezes visto. Tudo isso culminando em "Vingadores - Guerra Infinita" (2018), onde vemos metade dos heróis e do universo sendo dizimada pelo estalo de dedos vindo de Thanos (Josh Brolin). Se o filme anterior já era um espetáculo, "Vingadores-Ultimato" é a 9ª Sinfonia de Beethoven e culminando como uma das maiores experiências cinematográficas que eu já testemunhei desde "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei" (2003).
Novamente dirigido pelos irmãos Russos, o filme se passa logo depois dos eventos do filme anterior, onde vemos os heróis sobreviventes em frangalhos, mas também dispostos a última chance de derrotar Thanos. Quando tudo parece perdido, é então que surge do nada o Scott Lang, (Paul Rudd), vulgo o Homem Formiga, que dá a chance para eles retornarem no tempo e obterem as joias do infinito antes de Thanos e assim trazerem todos os mortos de volta a vida. Porém, tudo isso dependerá de um grande esforço e também de muitos sacrifícios.
Falar muito sobre o que acontece é também estragar a experiência que o filme nos proporciona, pois assim como no filme anterior, os irmãos Russo se encarregam de colocar os seus protagonistas em situações em que eles se revelam serem mais humanos do que qualquer um. O primeiro ato, aliás, trata exatamente disso, ao vermos os nossos personagens queridos tendo que se virar com o que tem, não somente para manter vivo algum fio de esperança, como também não ceder a loucura proporcionada pela derrota. Portanto, não deixa de ser emocionante ao vermos a nova vida de Tony (Robert Downey Jr.); a triste fase de Clint (Jeremy Renner), vulgo Gavião Arqueiro; a surpreende nova transformação de Hulk (Mark Ruffalo) e da hilária fase que Thor (Chris Hemsworth) está passando.
O melhor de tudo isso é que os realizadores não tem pressa no primeiro ato, onde nós podemos então desfrutar por mais tempo de cada um dos personagens e fazendo assim com que tenhamos maior identificação com eles. Porém, uma vez que Scott Lang entra em cena, começa então a movimentação do tabuleiro e é então que os heróis restantes unem forças para a última e grande chance de salvar o universo. É aí então que o subgênero de viagem no tempo entra em cena e fazendo referências nostálgicas aos clássicos como, por exemplo, "De Volta para o Futuro" (1985) e até mesmo "Bill e Ted"(1989).
Com isso, os heróis retornam aos inúmeros eventos vistos nos filmes anteriores do universo cinematográfico Marvel, tanto de filmes importantes como "Vingadores" (2012) como até mesmo no mediano "Thor - O Mundo Sombrio"(2013). Não é somente uma forma de sentir um calor nostálgico por esses filmes, como também nos mostrar o quão cada um deles foram importantes na construção desse universo interligado. É maravilhoso, por exemplo, também revermos personagens coadjuvantes, antes esquecidos, retornarem em cena devido a viagem no tempo e provar o quanto eles foram importantes para a formação heroica dos personagens principais.
Mas embora exista os momentos de humor e emoção durante essa viagem no tempo, o filme não foge das consequências, principalmente vindo de personagens como Nebulosa (Karen Gillan) e Viúva Negra (Scarlett Johansson), que acabam se tornando elementos fundamentais para a vitória. Entre a lagrima e o sacrifício, o filme se encaminha para o derradeiro ato final, onde novamente os heróis restantes precisam a todo custo derrotar Thanos. É aí que público começa aplaudir, gritar e se emocionar ao testemunharmos algo que todos suspeitavam com relação ao Capitão América (Chris Evans) e fazendo o cinéfilo sentir à maior estase dentro da sala do cinema.
Mas o ápice do ato final se encontra no derradeiro momento onde o palco para a mais importante batalha cinematográfica finalmente toma forma e faz os nossos olhos se encherem de lagrimas ao testemunharmos algo até então inédito para todos nós. Do pouco que posso dizer é que esse momento pode ser facilmente equiparado com a clássica sequência final da HQ "Reino do Amanhã" (1996), mas que aqui a pintura ganha forma, movimento, emoção e adrenalina na medida certa. Após isso, testemunhamos o final da "jornada do herói", onde vemos os nossos queridos personagens concluindo a sua jornada, sem nenhum arrependimento, mas sim cada um tendo a consciência de dever cumprido.   
“Vingadores - Ultimato” é um espetáculo cinematográfico até então jamais visto e que fará todos fãs rirem, chorarem, aplaudirem e fazendo todos saírem do cinema com a fé revigorada perante os obstáculos da vida.   
  

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Cine Dica: A SOMBRA DO PAI’, NOVO LONGA DE GABRIELA AMARAL ALMEIDA, ESTREIA DIA 02 DE MAIO NO CINEBANCÁRIOS

Longa protagonizado por Julio Machado e Nina Medeiros aborda a complexa inversão de papeis entre um pai e uma filha.


“A SOMBRA DO PAI”, escrito e dirigido por Gabriela Amaral Almeida (O Animal Cordial), chega aos cinemas brasileiros, em circuito comercial, dia 2 de maio. No CineBancários, oA SOMBRA DO PAI será exibido ás 15h e 19h . O longa teve estreia mundial no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde levou três prêmios, e foi selecionado para o Festival de Cinema de Tóquio de 2018.

NO DIA 07 DE MAIO, TERÇA-FEIRA, ÁS 19H30, HAVERÁ UMA SESSÃO ESPECIAL COM DEBATE APÓS A PROJEÇÃO COM A PRESENÇA DA DIRETORA GABRIELA AMARAL ALMEIDA E DO CRÍTICO ROGER LERINA.

Grabriela trabalha neste roteiro, que seria seu primeiro filme, há anos. “‘A SOMBRA DO PAI’ caminhou lado a lado às minhas descobertas como artista. Acompanhou meus curtas e os roteiros que escrevi para outros diretores. É um texto que reflete este caminho, de forma intuitiva, e que está muito próximo de minha autodescoberta como escritora e diretora. É um filme especial e bastante íntimo”, explica a cineasta.
Protagonizado por Julio Machado (Joaquim) e Nina Medeiros (As Boas Maneiras), “A SOMBRA DO PAI” conta a história de Dalva, uma menina de nove anos às voltas com o silêncio do pai, o pedreiro Jorge (Machado), que fica mais triste após perder o melhor amigo em um acidente. A irmã de Jorge, Cristina (Luciana Paes, de O Animal Cordial), administrava a vida de pai e filha desde a morte da mãe da menina, há três anos. Quando Cristina deixa a casa do irmão para se casar, Jorge e Dalva precisam enfrentar a distância que os separa.
Fã de filmes de terror, Dalva acredita ter poderes sobrenaturais e ser capaz de trazer a mãe de volta à vida. À medida que Jorge se torna cada vez mais ausente – e eventualmente perigoso –, resta a Dalva a esperança de que sim, sua mãe há de voltar.
A diretora comenta a representatividade do personagem de Machado: “Julio é o lixo tóxico de um sociedade hiper-capitalista e cruel. Ele é vítima e algoz de quem lhe é imediatamente mais fraco - no caso, a filha. É também o subproduto de nossa sociedade patriarcal. O arquétipo do homem forte, viril, apolíneo - mas que, por dentro, está desmoronando pelo simples fato de não saber amar, cuidar, chorar, pedir ajuda, ou seja, por não saber fazer absolutamente nada que o coloque numa suposta condição de ‘fragilidade’. O monte de músculos e força que ele aparenta ser contrasta com a pilha de medos, angústias e incertezas que ele realmente é”.
“A SOMBRA DO PAI” aborda as consequências da inversão de papéis entre um pai e uma filha, que enfrentam uma situação de exceção, por meio de uma narração realista, com toques de horror e fantasia, marcas registradas da diretora. A fantasia permeia todos os trabalhos de Gabriela, que a utiliza como “materialização dos dramas internos dos personagens”. Para ela, este é “um signo do que os personagens sentem e, na maior parte das vezes, não conseguem expressar - eles sequer são conscientes desses dramas. O monstro surge porque nos recusamos a enfrentá-lo quando ele ainda é uma larva. Ele cresce e se torna maior que nossa própria consciência. É este o mecanismo que me interessa na construção do fantástico, do horror, do terror e derivados”.  
Para a escolha dos atores, a diretora contou com o apoio da produtora de elenco Alice Wolferson e do preparador de elenco Tomás Decina. “Testamos mais de 300 crianças para chegarmos à Nina Medeiros e à Clara Moura, que chamaram nossa atenção pela energia concentrada durante as improvisações”, lembra Gabriela. “Julio Machado também foi uma indicação da Alice e me ganhou no primeiro encontro. Já Luciana Paes é minha parceira de anos; a personagem Cristina foi escrita para ela”, completa.
“A SOMBRA DO PAI” é uma produção da Acere, em coprodução com a RT Features e tem distribuição no Brasil da Pandora Filmes.

SINOPSE: Quando uma criança é obrigada a virar o “adulto da casa” porque seu pai está doente e a sua mãe, morta, há uma inversão na ordem natural das coisas. A infância se transforma em saga. E a paternidade frustrada, em condenação.


FICHA TÉCNICA
Direção e roteiro: Gabriela Amaral Almeida
Argumento: Gabriela Amaral Almeida
Elenco: Julio Machado, Nina Medeiros, Luciana Paes
Produção: Acere
Coprodução: RT Features
Produção: Rodrigo Sarti Werthein, Rune Tavares e Rodrigo Teixeira
Produção Executiva: Rodrigo Sarti Werthein e Rune Tavares
Direção de Fotografia: Bárbara Álvarez
Direção de Arte: Valdy Lopes Jn.
Montador: Karen Akerman
Trilha Sonora: Rafael Cavalcanti
Produção de Elenco: Alice Wolfenson
Idioma: Português
Gênero: Drama / Fantasia / Horror
Ano: 2018
País: Brasil
Classificação: 16 anos

SOBRE A DIRETORA
A SOMBRA DO PAI é o segundo projeto de longa-metragem de Gabriela Amaral Almeida, e estreia em Festivais quase simultaneamente à estreia comercial de seu primeiro filme, O ANIMAL CORDIAL (em cartaz nos cinemas brasileiros a partir do dia 9 de agosto). Diretora, roteirista e dramaturga, Gabriela é Mestre em literatura e cinema de horror pela UFBA (Brasil) com especialização em roteiro pela Escuela Internacional de Cine y TV (EICTV) de Cuba. Escreveu (e escreve) para outros diretores, como Walter Salles, Cao Hamburger e Sérgio Machado. Como diretora, realizou os curtas “Náufragos” (2010, co-dirigido com Matheus Rocha), “Uma Primavera” (2011), “A Mão que Afaga” (2012), “Terno” (2013, co-dirigido com Luana Demange) e “Estátua” (2014). O conjunto de seus curtas foi selecionado para mais de cem festivais nacionais e internacionais, tais como o Festival de Cinema de Brasília, o Festival Internacional de Cinema de Roterdã, o Festival de Curtas de Nova York, dentre outros.
São destaque os prêmios recebidos por algumas destas obras, como os prêmios de melhor roteiro, melhor atriz (para Luciana Paes) e prêmio da crítica no 45o Festival de Cinema de Brasília para “A Mão que Afaga”, e os prêmios de melhor atriz (para Maeve Jinkings) e melhor roteiro para “Estátua!”, no mesmo festival, dois anos depois. Com o seu projeto de longa-metragem “A Sombra do Pai”, foi selecionada para os laboratórios de Roteiro, Direção e Música e Desenho de Som do Sundance Institute. O projeto contou com a assessoria de Quentin Tarantino (“Pulp Fiction”), Marjane Satrapi (“Persépolis”), Robert Redford (“Butch Cassidy and the Sundance Kid”), dentre outros.
Seu mais recente trabalho como roteirista foi para o média-metragem “A Terra Treme”, drama ambientado na tragédia ambiental ocorrida em Mariana, Minas Gerais. Dirigido por Walter Salles, o curta integra uma antologia composta por cinco curtas, dirigidos por outros quatro diretores além de Salles: Aleksey Ferdochenko (Rússia), Madhur Bhandarkar (Índia), Jahmil X.T. Qubeka (África do Sul) e Jia Zhangke (China). O filme coletivo estreia no Festival de cinema BRICS, em Chengdu, na China, em junho deste ano (2017).
Atualmente, trabalha no desenvolvimento de seu próximo longa-metragem, uma fábula de exorcismo (ainda sem título), a ser produzida também pela RT Features. Nos Estados Unidos, é agenciada pela WME.

HORÁRIO DO CINEBANCÁRIOS DE 02 A 08 DE MAIO (não há sessões nas segundas-feiras):

Dia 02 de maio:
15h- A sombra do pai
17h – La cama
19h – A sombra do pai

Dia 03 de maio:
15h- A sombra do pai
17h – La cama
19h – A sombra do pai

Dia 04 de maio:
15h- A sombra do pai
17h – La cama
19h – A sombra do pai

Dia 05 de maio:
15h- A sombra do pai
17h – La cama
19h – A sombra do pai

Dia 07 de maio:
15h- A sombra do pai
17h – La cama
19h30 – A sombra do pai - SESSÃO ESPECIAL COM DEBATE COM A PRESENÇA DA DIRETORA GABRIELA AMARAL ALMEIDA E DO CRÍTICO ROGER LERINA.

Dia 08 de maio:
15h- A sombra do pai
17h – La cama
19h – A sombra do pai

Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema ou no site ingresso.com . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados,portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331204 

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Cine Dicas: Estreias do final de semana (26/04/19)

Vingadores - Ultimato

Sinopse: Após Thanos eliminar metade das criaturas vivas de todo o universo, os heróis sobreviventes precisam lidar com a dor da perda de amigos e seus entes queridos. Com Tony Stark vagando perdido no espaço sem água nem comida, Steve Rogers e Natasha Romanov precisam liderar a resistência contra o titã.

La Cama

Sinopse: Mabel e Jorge estão vivendo as últimas 24 horas juntos, entre tentativas de experienciar o amor enquanto ele ainda reside sob o mesmo teto e lembranças de uma vida conjunta prestes a acabar.

 O Ano de 1985 

Sinopse: Morando em Nova York e longe de casa há três anos, o jovem Adrian retorna para passar o Natal com sua família, durante a primeira onda de crise da AIDS. Sobrecarregado com uma tragédia recente, o jovem procura se reconectar com uma amiga de infância, com o irmão mais novo e com os pais religiosos, enquanto luta para contar seus segredos.

O Último Lance

Sinopse: Um velho negociante de arte, Olavi, está prestes a se aposentar. Ao perceber um quadro antigo à venda, suspeita que ele seja muito mais valioso do que o lance inicial e decide correr atrás dessa oportunidade com o apoio do neto, Otto. 

Organismo 

Sinopse: Diego é um jovem tetraplégico que se vê sozinho em casa após a morte fulminante da mãe. Ele tem a difícil missão de sobreviver dias sem se alimentar até que alguém o socorra. 

Sobibor

Sinopse: Alexander Pechersky, um prisioneiro de guerra no campo de exterminação de Sobibor, organizou uma revolta que deu oportunidade para o escape em massa dos prisioneiros do campo. 

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Cine Especial: 'O Cinema Metanarrativo de Jafar Panahi - Final


Nos dias 27 e 28 de Abril eu estarei participando do curso "O Cinema Metanarrativo de Jafar Panahi", criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista e Mestre em Letras Pedro Garcia. Enquanto os dias da atividade não chegam vamos relembrar as principais obras desse cineasta que resiste perante a um governo ditatorial. 

 Isso Não é um Filme (2011) e Táxi Teerã (2015)
Leiam as minhas duas analises já publicadas clicando aqui.  

Mais informações sobre o curso cliquem aqui. 

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quinta-feira, 25 de abril de 2019

Cine Especial: 'O Cinema Metanarrativo de Jafar Panahi - Parte 2'


Nos dias 27 e 28 de Abril eu estarei participando do curso "O Cinema Metanarrativo de Jafar Panahi", criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista e Mestre em Letras Pedro Garcia. Enquanto os dias da atividade não chegam vamos relembrar as principais obras desse cineasta que resiste perante a um governo ditatorial. 

'Ouro Carmim' (2003)

Sinopse: Hussein é um entregador de pizza pobre que diariamente entra em contato com os contrastes entre o mundo dos pobres e dos ricos, ao fazer seu trabalho em bairros nobres, onde vê diversas mansões e muita riqueza. Após ser impedido de entrar em uma joalheria por sua aparência, ele e o amigo Ali assaltam o lugar, como forma de vingança.

Com roteiro assinado pelo mestre Abbas Kiarostami,  o cineasta  Panahi tritura os últimos resíduos da ingenuidade associada aos filmes iranianos. O filme se abre com um plano-seqüência (já rico de pontos de vista, a despeito da câmera fixa) de uma violência assombrosa para nosso olhar estereotipado. Nele, vemos um assalto que culmina com a tomada de um refém, seu assassinato e o suicídio de Hussein, protagonista e vítima dessa história trágica. Na hora e meia seguinte, a adoção do flashback se justificará não apenas pela riqueza da estrutura teoremática da narrativa em forma de círculo como também para revelar em minúcias as origens do ato violento. 
Assim, a ação substitui a contemplação num processo de ruptura com o clichê. O filme nunca foi exibido no Irã e por consequência disso não concorreu a uma vaga para o Oscar naquela época.   

'Fora do Jogo' (2006)

Sinopse: Um grupo de mulheres desafia a lei no Irã ao tentar assistir a uma partida de futebol. As fãs querem ver o jogo decisivo para a classificação da seleção para a Copa do Mundo e se disfarçam de homem, tentando burlar a segurança.

Fora do Jogo (filme seguinte a Ouro Carmim, não visto) começa com o documentarismo dos filmes anteriores e com a aparência da mesma denúncia feita em O Círculo. No entanto, algo mudou daquele filme para esse, talvez com Panahi, talvez com o Irã, talvez com as mulheres, porque o tratamento é distinto. Talvez Panahi também esteja respondendo, na tela, às críticas de Kiarostami a O Círculo: para Kiarostami aquele filme, ao contrário de seu Dez, não era sobre mulheres do Irã, mas sobre atrizes representando como Panahi via as mulheres no Irã. Ou seja, oprimidas, sem espaço de respiro, sem campo de atuação, sem potência. Fora do Jogo relativiza O Círculo e, embora continue discutindo a censura comportamental regulada por lei, mostra a rebeldia feminina, o prazer da convivência entre elas, a negociação delas com os homens, sem jamais aceitar a condição de subalternas, sem jamais aceitar a ordem das coisas com passividade. 

'Cortinas Fechadas' (2013)

Sinopse: Uma mulher e um homem iranianos são obrigados a uma reclusão em uma casa, de cortinas fechadas, em um ambiente de desconfiança. Quando o próprio diretor do filme entra em cena, as cortinas são abertas e a realidade apresentada desaparece.

Como na época o cineasta já tinha problemas com o governo local, "Cortinas fechadas" foi filmado em segredo, neste caso na casa de praia de Panahi, de frente para o mar Cáspio. Embora sem menções que fiquem em evidência na tela, a trama  lida com a situação pessoal do cineasta e as circunstâncias nas quais o filme está sendo feito. Para isso, desencadeia metáforas nenhum pouco sutis do isolamento, a começar pelo próprio nome do filme, assim como o plano de abertura e encerramento da trama, sendo  a grande janela gradeada dando para a praia.
Se fosse possível assistir a "Cortinas fechadas" sem saber sobre a situação do cineasta, essas metáforas não pareceriam tão óbvias. Mas é difícil que isso possa ocorrer. Fala-se pouco do filme em si, da qualidade do roteiro, hábil narrativa, composição dos planos, ambiguidade da metade inicial, forma de incluir na encenação a pequena equipe que está gravando etc. Resumidamente, se cria um ar de clandestinidade para o filme, o que o torna ainda mais interessante. 


Mais informações sobre o curso cliquem aqui. 

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