Isso Não é um filme
Sinopse: O
documentário Isto Não é Um Filme registra um dia na vida do diretor Panahi em
prisão domiciliar, condenado pelo governo iraniano há seis anos de prisão e
vinte sem escrever roteiros, dirigir filmes, e conceder entrevistas por
"exercer atividades contra a segurança nacional e propaganda contra o
regime".
Parte da espécie de
“cota” que o festival de Cannes reserva aos filmes ligados à atualidade
política, Isto não é um filme, do cineasta Jafar Panahi (Balão Branco) conseguiu sair de seu país de maneira
clandestina, através de um mero pen drive, e foi acolhido ironicamente com
pompa no famoso tapete vermelho francês. O diretor não podia participar à
apresentação de seu filme, pois se encontra preso em domicílio no Irã,
condenado pela justiça local a uma proibição de 20 anos de filmar e a seis anos
de prisão, sendo algo que até o momento ele pôde evitar com a alternativa da
prisão domiciliar.
O diretor de O Espelho, O Círculo e outras obras de cunho social tem se tornado uma espécie de porta-voz de todos os diretores iranianos que se encontram em situação semelhante, sendo que não são poucos. Assim, entre a proibição do governo e a vontade do diretor de expressar suas opiniões, nasceu este “não-filme”, espécie de interpretação corajosa de seu veredito : mesmo se o diretor não pode filmar nem escrever roteiros, nada o impede de ser filmado por um amigo, e de ler o seu próprio roteiro já escrito. Assim, Jafar Panahi torna-se ator, e claramente diretor do projeto, apesar de quase não tocar na câmera.
O diretor de O Espelho, O Círculo e outras obras de cunho social tem se tornado uma espécie de porta-voz de todos os diretores iranianos que se encontram em situação semelhante, sendo que não são poucos. Assim, entre a proibição do governo e a vontade do diretor de expressar suas opiniões, nasceu este “não-filme”, espécie de interpretação corajosa de seu veredito : mesmo se o diretor não pode filmar nem escrever roteiros, nada o impede de ser filmado por um amigo, e de ler o seu próprio roteiro já escrito. Assim, Jafar Panahi torna-se ator, e claramente diretor do projeto, apesar de quase não tocar na câmera.
Isto não é um filme é
memorável não apenas por seu engajamento político (o “fazer arte a qualquer
preço”), mas acima de tudo pela exposição sem concessões que Panahi faz de sua
intimidade, de sua tristeza, de sua vontade frustrada de trabalhar com o que
gosta.
Táxi Teerã
Sinopse:O diretor
iraniano Jafar Panahi se passa por taxista para andar pelas movimentadas ruas
de Teerã, capital do Irã, em busca de boas histórias. Cada um que entra no
carro, conversa com o motorista sobre política, costumes locais e a liberdade
de expressão na sociedade e no cinema.
Detido inúmeras vezes,
com a proibição de sair do país e do seu
próprio lar, Jafar Panahi foi proibido, segundo as leis do Irã, de exercer a
profissão por “deturpar a realidade”. Táxi Teerã, além de driblar as
proibições, é uma critica corajosa e direta a esse suposto valor moral tão instável,
quanto questionável. Panahi usa a palavras inocentes da sobrinha, incumbida da
tarefa escolar de produzir um filme comercialmente “exibível”, para expor as ridículas
interferências governamentais na liberdade de expressão artística e, conseqüentemente,
em todos os aspectos da vida do cidadão iraniano. Com isso, ele fala a todos os
povos do mundo que de alguma forma estão oprimidos pelo poder que não compreendem
uma agressão tão atroz quanto rasteira, se escondendo na obscuridade do
cotidiano e da naturalidade do “assim sempre foi, assim deve ser”.
Atenção aos magníficos diálogos,
em destaque para aquele entre Panahi e a “moça das flores”, na verdade, uma
colega de ativismo. Uma pequena aula de humanismo. O filme foi o grande
vencedor do Urso de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cinema de Berlim de
2015. Claro que o diretor não pôde comparecer para receber o prêmio
pessoalmente porque está impedido de sair do país. Nenhum discurso seria mais
claro e sua ausência não poderia ter sido mais contributiva.
Me sigam no Facebook, twitter e Google+
Nenhum comentário:
Postar um comentário