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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Bom Comportamento



Sinopse: Connie (Robert Pattinson) e o irmão Nik (Ben Safdie) assaltam um banco. Na fuga, Nika acaba sendo preso. Agora, Constantine enfrenta muitos perigos e arrisca a vida em suas várias tentativas desesperadas para tirar o irmão da prisão.

 
Muitos consideram o movimento A Nova Hollywood (1967 – 1980) como o melhor período do cinema norte americano, pois além de surgir uma nova leva de cineastas talentosos, esses mesmos decidiram sair dos estúdios, filmarem na rua e retratar a realidade nua e crua de uma América abatida daquele tempo. Já os anos noventa, embalado com o surgimento de Quentin Tarantino, o cinema independente americano surgi como uma moda em que se gastava pouco, mas se criava alguns filmes criativos e bem anti- hollywoodianos. Bom Comportamento vem de uma nova leva de filmes dos quais nos lembra esses dois períodos distintos e por isso mesmo soa tão precioso. 
Dirigido por Ben Safdie (Amor, Drogas e Nova York) e Joshua Safdie, o filme acompanha a tentativa de assalto dos irmãos Connie (Robert Pattinson) e Nick (o diretor Ben Safdie), mas que dá tudo errado durante o procedimento. Durante a fuga, Nick acaba ficando para trás, é preso e internado num hospital. Certa noite, Connie decide invadir o hospital, para tirar o seu irmão de lá, mas mal sabendo que isso é o principio de uma noite desajustada e sem fim.
O filme já começa sublime, onde a câmera simplesmente se cola no rosto de Nick (Saldie), registrando todas suas reações durante uma sessão psiquiátrica. Na medida em que a sessão fica mais tensa, de acordo com cada pergunta vinda do psiquiatra, a trilha sonora eletrônica pesada faz com que um momento simples se torne algo angustiante. Logo em seguida surge então Connie (Pattinson), tirando o seu irmão do local e a câmera então segue colada neles do começo ao fim.
Esses minutos iniciais já dão uma dica do que veremos no decorrer do filme, pois embora aparente ser uma trama simples, os cineastas fazem questão de criar um filme que nos passe uma sensação orgânica, nada artificial e essencialmente humana. Ao mesmo tempo é um dos mais belos jogos de montagem que eu vi nesses últimos tempos, pois as cenas são dinâmicas nervosas e extremamente contagiantes. Além disso, a sua trilha sonora eletrônica jamais abandona os nossos ouvidos, pois além de criar uma tensão mesmo nos momentos mais simplórios, ela cria uma identidade própria para o filme do começo ao fim.
Com a câmera sempre em cima dos seus protagonistas, os cineastas fazem questão de extrair a verdadeira natureza de cada um dos seus personagens e nos passando então uma ideia do dia a dia de cada um deles. No momento em que a missão de resgate de Connie dá tudo errado, ele dá de encontro com personagens humildes durante o seu percurso, sem muitas expectativas e que convivem numa realidade suburbana pouco convidativa. Algo similar do que era visto em títulos dos anos setenta como, por exemplo, Táxi Drive, onde retratava uma Nova York nua, crua e perigosa.
Isso se cria então uma oportunidade de extrair o potencial de cada um dos atores envolvidos e provando que sempre há algum talento escondido. Robert Pattinson, por exemplo, sempre carregou uma cruz por ter participado da saga Crepúsculo, mas aqui ele prova que as suas limitações ficaram no passado e nos brindando com o melhor desempenho de sua carreira. O mesmo vale para o desempenho em cena de Ben Safdie que, embora boa parte do filme esteja atrás das câmeras dirigindo, seus momentos em cena são extremamente tocantes, principalmente em seus derradeiros minutos finais. 
Com participações ilustres de Jennifer Jason Leigh e Barkhad abdi (Capitão Phillips), Bom Comportamento é um belo exemplo cinematográfico, do qual ecoa o melhor do cinema do passado e sintetizando o potencial dessa arte a ser melhor explorada em nosso presente.    

Onde assistir: Guion Center: Rua. Gen. Lima e Silva,  Porto Alegre. Horários: 15h e 20h15.  

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Cine Dica: EXIBIÇÕES GRATUITAS DE INVASÃO ZUMBI, A ERA DA ESCURIDÃO E CERTO AGORA ERRADO ANTES NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS



Invasão Zumbi

Nos dias 26 e 27 de outubro, a Cinemateca Capitólio Petrobras realiza, em parceria com o Centro Cultural Coreano no Brasil, três sessões gratuitas com filmes sul-coreanos contemporâneos: A Era da Escuridão, de Kim Jee-woon, Certo Agora, Errado Antes, de Hong Sang-soo, e Invasão Zumbi, de Yeon Sang-ho.
Nos dias 28 e 29 de outubro, acontecem mais duas sessões de pré-estreia do novo filme de Hong Sang-soo, Na Praia à Noite Sozinha. O valor do ingresso para o filme é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
 
FILMES

A ERA DA ESCURIDÃO
 (Miljeong)
Classificação indicativa: 16 anos.
Direção: Kim Jee-woon
Ano de Produção: 2015
Cromia: Colorido
Duração: 140 minutos
 
Sinopse: Década de 1920, o Japão ocupa a Coreia e a China. Um grupo de agentes secretos pertencentes à resistência coreana embarca em uma missão sigilosa para tentar contrabandear explosivos com o objetivo de destruir parte do exército japonês. Um talentoso oficial japonês da polícia, que nasceu na Coreia, está em um dilema entre as demandas da sua realidade e o desejo de ajudar uma causa maior. Exibição em HD.


A INVASÃO ZUMBI
(Busanhaeng)
Direção: Yeon Sang-ho
Ano de Produção: 2016
Cromia: Colorido
Duração: 118 minutos

Sinopse: Sok-woo e sua filha Soo-ahn embarcam no Expresso KTX, um trem expresso que os levará de Seul para Busan. Durante a viagem, uma epidemia de um vírus zumbi se espalha pela Coreia do Sul e os zumbis invadem o trem. Em direção à Busan, os passageiros têm de enfrentar os zumbis e lutar por suas vidas. Exibição em DCP.


CERTO AGORA, ERRADO ANTES
Classificação indicativa: 14 anos. Direção: Hong Sang-soo Ano de Produção: 2015 Cromia: Colorido Duração: 121 minutos

Sinopse: O diretor de cinema Ham Chunsu chega à cidade de Suwon um dia antes da sessão de um de seus filmes. Para passar o tempo, ele vai até um antigo palácio, onde encontra uma artista chamada Yoon Hee-Jeong. Juntos, eles visitam o estúdio de Yoon para admirar suas pinturas, comem sushi, bebem soju com os amigos dela e veem crescer a intimidade entre eles. Ao ser perguntado se é casado, Cheon-soo admite que sim e decepciona a artista. Exibição em DCP.
 
GRADE DE HORÁRIOS
26 a 29 de outubro de 2017
 
26 de outubro (quinta-feira)
15h - A Era da Escuridão
17h30 - Certo Agora, Errado Antes
20h - Lançamento do curta-metragem Saúde
 
27 de outubro (sexta-feira)
15h30 Invasão Zumbi
18h - Moonjourney + House Without Roof (First Steps)
20h - Os Abas Largas (Dia Mundial da Preservação Audiovisual)
 
28 de outubro (sábado)
16h - The Bleak Farm + Valentina (First Steps)
18h - Na Praia à Noite Sozinha

29 de outubro (domingo)
16h - Toys In The Attic + The Metamorphosis + Henry (First Steps)
18h - Na Praia à Noite Sozinha

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Cine Clássico: OUTUBRO de Sergei Eisenstein



Sinopse: Filme de comemoração ao 10º Aniversário da Revolução Soviética de 1917, na qual os Bolcheviques derrubaram o governo de Kerensky. Também conhecido como ‘Os Dez dias que Abalaram o Mundo’, foi realizado com recursos imensos, utilizando gente do povo que havia realmente participado da Revolução nas ruas.
O cinema nasceu como curiosidade, como entretenimento, mas ao mesmo tempo ganhou status de arte e do qual também documenta a verdade. Porém, ao longo da história, o cinema também foi usado como é uma ferramenta da qual pode desvirtuar uma história verídica, ou passando uma ideia para ser consumada pelo público geral. Se Adolf Hitler, por exemplo, usava o cinema para passar a sua propaganda nazista, recentemente o cinema brasileiro foi invadido pelo filme Lava Jato: A lei é para todos, do qual desvirtua por completo os verdadeiros fatos e passando a ideia de que há somente um único inimigo a ser combatido em nossa realidade política.
Portanto é preciso ter um cuidado para não cair no conto do vigário, mesmo sendo através de uma arte como cinema da qual nós apreciamos tanto. Ao longo de sua existência, o cinema nos brindou com títulos que tenta nos passar certo grau de verossimilhança com relação aos verdadeiros fatos da história, mas sendo poucos cineastas que ousaram tamanho feito ao longo dessas décadas. Sergei Eisenstein (O Couraçado Potemkine) talvez pertença essa minoria, ao criar com precisão, mas ao mesmo tempo passando um olhar autoral, sobre os verdadeiros fatos ocorridos na revolução soviética em Outubro de 1917.
Usando “não atores”, sendo eles próprios que haviam participado dos dez dias do governo provisório após a queda do Czar, Eisenstein cria um minucioso retrato daquele período, beirando a quase uma espécie de documentário e se distanciando de qualquer momento previsível. Da queda da estátua de Czar, para então invasão do povo dentro do palácio, é como se Eisenstein realmente tivesse participado daquele movimento e registrando as principais mudanças ao longo do seu percurso. Porém, o cineasta vai além, ao criar uma montagem engenhosa, quase frenética, onde determinadas cenas se sobrepõem a outras e criando um mosaico cheio de detalhes.
Segundo as próprias palavras do cineasta na época, ele usou a sua obra para desenvolver suas teorias sobre as estruturas dos filmes, usando um conceito que ele apelidou de “montagem intelectual”, editando junto às filmagens de objetos aparentemente desconexos em ordem para criar e encorajar comparações intelectuais entre eles. Um dos exemplos mais notáveis no filme dessa técnica é uma imagem barroca de Jesus que é comparada, através de uma série de sequências de imagens, com ideias hinduístas, Buda, deuses astecas e finalmente ídolos primitivos a fim de sugerir as igualdades entre as religiões: o ídolo é comparado com o militarismo para criar uma ligação entre o patriotismo e fervor religioso pelo estado. 
Sendo exibido recentemente no Cinebancários de Porto Alegre, OUTUBRO é um filme histórico pela sua proposta, em querer nos passar os verdadeiros fatos da história, que vai contra os movimentos conservadores de ontem e hoje e dos quais querem sempre desvirtuar os fatos históricos.  





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Cine Curiosidade: Cine em Buenos Aires: atriz Cris Lopes apresenta filme premiado AGS no "Festival de Cine Inusual" na Argentina



Cris Lopes

O filme brasileiro AGS será exibido no Cine Cosmos em Buenos Aires dia 29/outubro (domingo) às 19h. Cris Lopes vive uma madame francesa excêntrica que quer planejar sua morte glamurosa na agência do "Monsieur" vivido pelo ator e roteirista Euler Santi.
A atriz brasileira de cinema Cris Lopes apresenta o filme premiado AGS - Agence Générale du Suicide no Festival de Cine Inusual de Buenos Aires realizado de 19 a 29 de outubro em 04 salas de cinema importantes da capital argentina, tem entrada gratuita e Direção e Programação de Silvia G. Romero e Fabián Sancho. O divertido e intenso festival argentino está em sua 13a. edição e exibe diversos longas metragens, curtas e documentários com premiações.
O filme AGS será exibido dia 29/outubro às 19h no Cine Cosmos em Buenos Aires. Sucesso nos festivais nacionais e internacionais, já foi exibido em 15 festivais e recebeu prêmios nas categorias Fotografia, Roteiro, Edição, Filme, e recentemente a atriz Cris Lopes recebeu prêmio de Direção de Arte e indicação na categoria Melhor Atriz no Brasil no Festival Curta Canedo em Goiás. Em AGS, Cris vive uma madame francesa excêntrica que quer planejar sua morte glamurosa ao lado do ator e roteirista Euler Santi que atua como "Monsieur" com direção de Rodney Borges, tem roteiro inspirado em obra francesa anos 20 "AGS" de Jacques Rigaut.
Cris Lopes será protagonista no longa metragem argentino "La Mujer Desnuda" de N. Rosendo que será rodado na Argentina.
Cris está em 2 filmes longa-metragens em 2017:  "Freer" (Canadá) e  "Meio-Irmão" (Brasil) já exibido no Festival de Cinema de Toulouse na França.
A atriz marcará presença no Festival de Cine Inusual de Buenos Aires. 






Confira aqui a programação completa de 19 a 29outubro: www.festivaldecineinusual.blogspot.com
Assista aqui o trailer do filme AGS com a madame francesa e o monsieur: https://www.youtube.com/watch?v=W8tnO05edfQ
Crédito Fotos: atriz internacional de cinema Cris Lopes