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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: OUIJA - ORIGEM DO MAL



Sinopse: Nos anos 60, uma viúva é capaz de se comunicar com espíritos por meio do tabuleiro de Ouija. Ela faz isso para tirar dinheiro de pessoas céticas. Certa noite, a mulher usa o tabuleiro e acaba convocando, sem querer, uma entidade maligna que possui o corpo de sua filha caçula. 

Com um orçamento de apenas R$ 5 milhões de dólares, Ouija - O Jogo dos Espíritos acabou arrecadando mais de R$ 100 milhões e se tornando um dos filmes mais bem sucedidos de 2014. Porém, as péssimas críticas da época foram tantas, que me fizeram não ir para assistir a obra. Contudo, não cometi esse mesmo erro com Ouija - Origem do Mal, do qual conseguiu a proeza de me assustar e me surpreender, mesmo usando velhas fórmulas tão manjadas dentro do gênero.
Dirigido por Mike Flanagan (O Sono da Morte) acompanhamos o dia a dia de uma mãe e de suas duas filhas, que vivem ganhando a vida usando métodos para enganar pessoas através da clara vidência. Certo dia, a mãe decide comprar um tabuleiro de Quija, para então melhorar o atendimento durante as sessões. Mal sabe ela que isso desencadeará sérias consequências para o futuro próximo.
Claro que, quando surge o tabuleiro em cena, todo mundo já imagina o que irá acontecer em seguida. Mas uma coisa é a gente já conhecer as regras desse tipo de filme, outra é saber como elas serão idealizadas ao longo da projeção. Pelo visto Flanagan pensou duas vezes em não cair numa vala comum, pois é curioso observar como ele consegue nos convencer a  prestarmos atenção no que irá acontecer em seguida.
Todas as fórmulas dos filmes de terror atuais estão lá: sustos inesperados, vulto nas sombras, portas com rangidas e família desesperada perante o inexplicável. A carta surpresa do cineasta é então usar essas fórmulas e inserir situações das quais nos engane facilmente, pois se achamos que uma determinada situação tem uma explicação da qual já conhecemos, pode ter certeza que é muito pelo contrário do que nós imaginamos.
Além disso, os efeitos que, embora simples, nos impressionam, principalmente quando eles surgem fora do foco e criando uma sensação de desconforto. Fora isso, é preciso dar palmas pela boa reconstituição da época, já que a moda e a cultura dos anos 60 estão presentes a todo o momento durante a projeção. Se nos filmes de Invocação do Mal isso deu muito certo, aqui não seria diferente, desde que fosse realmente bem feito.
Mas independente da mão segura do cineasta, ou da parte técnica sob medida, nada disso funcionaria se o pequeno elenco não funcionasse na tela, ao começar pela pequena atriz Lulu Wilson. Interpretando a pequena Doris, Lulu surpreende ao apresentar a sua personagem como um ser dócil, mas que aos poucos vai demonstrando um comportamento dúbio, logo que começa os estranhos eventos dentro da casa. A jovem atriz com certeza possui aquele ar angelical, mas que não esconde uma aura perversa e que facilmente ela usa no decorrer do filme quando as forças do mal dominam o cenário como um todo.
Perante a isso, os interpretes Elizabeth Reaser,,Annalise Basso e Henry Thomas pouco podem fazer para incrementar algo de diferente nos seus respectivos personagens, a não ser se tornarem peças de um xadrez, cujo o cheque mate logo irá os alcançar. Aliás, é preciso dar crédito para o terceiro ato e final da trama, pois além de ser amedrontador, ele nos proporciona momentos bem fora do convencional, principalmente para aqueles que buscam algo mastigado, mas nenhum pouco desafiador. Com isso, diferente do bom, mas previsível Quando as Luzes se apagam, aqui testemunhamos algo poucas vezes visto no cinema atual de horror e fazendo da obra muito mais corajosa e atraente do que o normal.
Ouija - Origem do Mal, pode até nos apresentar elementos já vistos tantas vezes em outros filmes, mas é graças aos seus desdobramentos assustadoramente bem orquestrados dentro da trama que fazem então toda a diferença.  




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Cine Curiosidade: Cris Lopes divulga filme sobre suicidio e excesso de consumo e fala de valorização da vida

Att: Redação - Sugestão de Pauta: (abaixo com link da entrevista no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=v_BVdZ2ivf8
Cris Lopes divulga filme sobre suicidio e excesso de consumo e fala de valorização da vida
A atriz de cinema Cris Lopes está divulgando o filme que atuou sobre suicidio, AGS - Agence Générale du S... com direção de Rodney Borges, que tem obtido sucesso nos festivais de cinema no Brasil e em breve estréia no circuito internacional. A personagem de Cris, é uma madame francesa extremamente consumista que procura a agência AGS para encomendar sua morte fazendo exigências como requinte e conforto, aparenta ter dupla personalidade e descreve um de seus problemas como não ter ido a Paris este ano por causa da crise econômica.  Cheia de dúvidas sobre morrer e com muito bom gosto até para seu último momento, Madame Christie (atriz Cris Lopes) muito preocupada com a beleza, ela se interessa por serviços da curiosa agência como por exemplo, uma sessão de selfies para o dia de seu suposto "evento" apresentados pelo atendente, o personagem Monsieur (ator Euler Santi) através de um catálogo de produtos que o cliente escolhe como quer morrer.
O filme AGS traz várias críticas, satirizando o excesso de consumo com muito humor negro e ironia, mostrando que os prazeres da vida são tão agradáveis e confortantes do que qualquer depressão ou desejo de planejar a própria morte.
AGS é uma produção de R30 Filmes e Alterea Filmes, com roteiro baseado na obra francesa "AGS" do francês Jacques Rigaut adaptado por Euler Santi.
Assista aqui a entrevista com os protagonistas do filme, Cris Lopes e Euler Santiatores experientes que já atuaram em emissoras como Globo e Rede Record, além de diversos filmes.

CRÉDITOS:  Foto: atriz internacional Cris Lopes (posters: Filme AGS e  filme: FREER canadian film)  Entrevista: Web Reporter News / Tv Uol
Divulgação no Brasil : Filme AGS Página Oficial @filmeags
Cris Lopes, Atriz, Actress - FanPage @crislopesoficial . Twitter @crislopesOFC . Instagram @crislopes.oficial.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Cine Especial: Abbas Kiarostami: A invenção do real: Parte 1



Nos dias 12 e 13 de novembro eu irei participarei do curso Abbas Kiarostami: A invenção do real, criado pelo Cine Um ministrado pela jornalista Ivonete Pinto. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei relembrar um pouco de cada um dos seus filmes, dos quais ele transmitia o seu lado mais criativo. Algo que infelizmente se encontra cada vez mais raro  no cinema atual.  


O Relatório (1977)



Sinopse: Um funcionário público do Ministério das Finanças é acusado de corrupção; ao mesmo tempo, seu casamento está em crise. Após uma violenta discussão com a esposa, ela tenta o suicídio.


O negativo original de O Relatório foi aparentemente destruído durante a revolução, ou golpe, iraniana. A única cópia sobrevivente é uma master de vídeo feita a partir da cópia do lançamento na Inglaterra. Exibido na sessão Raros da sala PF Gastal de Porto Alegre deste ano, o público teve o privilegio de assistir um Irã não muito diferente do que se via com relação aos costumes do ocidente, mas já dando indícios de que algo de diferente iria mudar no país como um todo.
Neste que é uma de suas primeiras obras, Kiarostami já demonstra dotes de um grande cineasta que viria a ser reconhecido anos mais tarde pelo mundo.

 

Onde Fica a Casa do Meu Amigo? (1987)



Sinopse: Menino de oito anos precisa devolver bloco de anotações que pegou por engano de um amigo ameaçado de ser expulso da escola.


O diretor Kiarostami, já nos créditos iniciais, prepara o caminho para um ensaio visual de ritmo lento sobre o cotidiano de uma pequena aldeia no interior do Irã. Através do pequeno herói protagonista da trama, podemos passar de porta em porta, onde vemos ele pedindo às pessoas que o ajudem. Em cada parada Ahmad vai construindo sua jornada e adquirindo informações. Nós que assistimos, ficamos apreensivos pela possível punição que ele sofrerá quando retornar para casa. Não só isso, mas tememos também que algo de muito pior aconteça. Em pouco tempo, nos encontramos nervosos, sem nunca sabermos o que iremos encontrar no próximo beco. É nessa idas e vindas que testemunhamos um cotidiano pacato de pessoas simples e de como estas sobrevivem ao longo do seu dia a dia. 
  

Close-up (1990)



Sinopse: Jovem cinéfilo apaixonado pelo trabalho do diretor iraniano Mohsen Makhmalbaf acaba preso ao se fazer passar pelo famoso diretor e vai a julgamento, acusado por uma família rica de falsidade ideológica, roubo e extorsão. 


Abbas Kiarostamis sempre preferiu trabalhar com amadores e fora dos estúdios. O som direto, a falta de música e os silêncios prolongados compõem o espaço sonoro do cinema deste realizador. Detrás do silêncio, existe uma atitude reflexiva vinda dele. O cinema de Kiarostami se concentrava na economia das palavras e oferece-se uma alternativa viável ao excessivo cinema dito de mainstream. Close Up de 1990, é um documentário com atores reais de uma historia também real, em que um homem se faz passar por um realizador Iraniano famoso.
O filme tem imagens reais como foi no tribunal ou quando o personagem principal estava na prisão, às restantes imagens são fictícias, embora sempre com as personagens reais.

 

E a Vida Continua (1991)



Sinopse:Após a tragédia do terremoto de Guilan, na busca de pessoas que trabalharam com ele anos atrás, um diretor de cinema e seu filho encontram a fé e a esperança em pessoas que perderam tudo após o acontecimento. 


Embora muitos considerem esse filme como parte de uma trilogia que o cineasta criou (ao lado de Onde fica a Casa do meu Amigo? e Através das Oliveiras) é uma obra que pode ser vista também independente de ter ou não visto os filmes anteriores. A busca dos dois protagonistas da trama por pequenos atores é feito com um velho automóvel percorrendo a árida paisagem devastada pelo terremoto no Irã. Tudo apontará para o trágico. Mas não trilha por esse caminho, certamente mais fácil, Kiarostami. Ele prefere a vida. A reconstrução dos seus moradores a partir dos escombros, com o barulho intermitente de caminhões, britadeiras, marretadas, todos os sons e imagens se dirigem para os elementos vitais, como se a vida fluísse involuntariamente aos sentimentos que poderíamos impingir pelas milhares de mortes que sabemos presentes.   

 

Através das Oliveiras (1994)



Sinopse: Uma cidade no norte do Irã, arrasada por um terremoto, serve de locação para um filme. O diretor contrata atores locais, sem saber que os intérpretes dos protagonistas foram impedidos de se casarem, na vida real, pela família da moça. Durante as filmagens, ele tenta conquistar a amada.


A lente de Kiarostami nos mostra uma história de amor que surge gradualmente entre um casal de atores. Há um forte caráter metalingüístico e há também um apurado e pessoal olhar do diretor para as pessoas simples que são recrutadas para trabalhar no filme. Através das Oliveiras é uma obra que passa uma grande sensibilidade e beleza. E que não perde o seu principal foco que é apresentar o lado mais humano de cada um dos personagens.  



Mais informações e inscrições você confere clicando aqui.



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Cine Dica: Curso Abbas Kiarostami


Apresentação

Abbas Kiarostami, nascido no Irã em 1940, faleceu em julho deste ano deixando o mundo do cinema consternado. É considerado um dos mais criativos cineastas modernos, cultivando  a inquietação de nunca se repetir, seja na temática, seja na linguagem. Diretor e roteirista de títulos incontornáveis do chamado cinema de arte, como Onde Fica a Casa do Meu Amigo?Gosto de CerejaO Vento nos Levará e Cópia Fiel, nos deixa o seminal Close-up.


Lançado em 1990, Close-up desde então suscita questões envolvendo o embaralhamento entre ficção e não-ficção, demonstrando a relevância de Kiarostami para a discussão de um certo cinema contemporâneo interessado em imagens documentais. Sem renunciar à imaginação. Close-up está entre os 50 melhores filmes de todos os tempos de acordo com o British Film Institute.


Diferente do colega Jafar Panahi, Kiarostami não buscava o enfrentamento com o regime dos aiatolás. Procurava, incessantemente, confrontar a própria linguagem do cinema, fazendo da criatividade sua mola propulsora. Sua formação, suas influências, seu modo de interpretar "a verdade do cinema" perpassarão os temas do curso.



Objetivos

O Curso Abbas Kiarostami: A invenção do real, ministrado por Ivonete Pinto, vai apresentar o cinema do realizador através de alguns dos seus filmes, contextualizando sua obra no universo iraniano (político, social e religioso) e no universo do cinema (análise de estilo, linguagem e narrativa).



Conteúdo programático

Aula 1

- O Irã
História / Religião / Cultura / A revolução islâmica

- O cinema iraniano
O período Reza Pahlevi / As influências de Kiarostami (The House is BlackA Vaca) / O Instituto Kanun / O movimento motafävet / A trilogia de Koker e o reconhecimento internacional

- Os primeiros filmes
- Exibição comentada de trechos dos filmes:
O Coro / The Report / O Viajante / Onde Fica a Casa do Meu Amigo? / Close-up / Lumière et Compagnie (episódio de filme coletivo) / Através das Oliveiras


Aula 2

- Pós Cannes
Como Kiarostami é visto no Irã e fora do Irã após o Leão de Ouro em Cannes por Gosto de Cereja (1997) / As quatro paredes dos carros / A parceria criativa com Jafar Panahi (O Balão BrancoOuro Carmim), e a repercussão da prisão de Panahi / A experiência de filmar fora do Irã

- Exibição comentada de trechos dos filmes:
Gosto de Cereja / Dez / Five / Shirin / Cópia Fiel / Um Alguém Apaixonado


Ministrante: Ivonete Pinto

Jornalista e Doutora em Cinema pela USP, onde defendeu tese sobre Abbas Kiarostami. Professora no curso de Cinema da UFPel. Editora das revistas "Teorema" (impressa) e "Orson" (online). Sócia fundadora e ex-presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do RS (2008-2010). Sócia fundadora e ex-vice-presidente da Abraccine - Associação Brasileira de Críticos de Cinema (2011-2015). Participou do Júri da Crítica em Festivais como FestRio, Gramado, Teerã, Mas Del Plata, Cine Ceará, Havana, Cartagena e Mostra de São Paulo. Autora dos livros "A Mediocridade", "Descobrindo o Irã" e "Samovar nos Trópicos"; organizou, com Orlando Margarido, livro sobre o impacto do pensamento de Jean-Claude Bernardet no Cinema Brasileiro (a ser lançado).



Curso
ABBAS KIAROSTAMI: A INVENÇÃO DO REAL
de Ivonete Pinto

Datas: 12 e 13 / Novembro (sábado e domingo)

Horário: 15h às 18h

Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)

Local: Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)

Investimento: 
R$ 90,00
(Valor promocional de R$ 80,00 para as primeiras 10 inscrições por depósito bancário)

Formas de pagamento: Depósito bancário / Cartão de Crédito (PagSeguro - parcelado)

Material: Certificado de participação e Apostila (arquivo em PDF)

Informações: 
cineum@cineum.com.br
 / Fone: (51) 9320-2714


Realização

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