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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Cine Dica: CURSO DE FÉRIAS


APRESENTAÇÃO
O que particulariza o Documentário frente às demais realizações audiovisuais? A que se propõe o registro documental? Realizar um Documentário é "reproduzir" ou "representar" a realidade? Existe um limite para definir o que pode ou não ser um Documentário?

Estas e tantas outras questões existem desde Nanook, O Esquimó (1922), de Robert Flaherty (considerado o filme pioneiro na história do cinema documentário), até os dias atuais, onde esta prática cinematográfica segue responsável pelo questionamento e renovação contidos na produção audiovisual contemporânea.
O Documentário, desde seus primórdios, surgiu como um problema de definição dentro do âmbito audiovisual e permanece como um tema muito mais complexo que a simples ideia de "mostrar a realidade como ela é". Diante disso, cabe buscar não somente o que particulariza este tipo de produção, como também procurar entender a diversidade de formas e os problemas que o compõem.

Para melhor entender esta problemática o curso O QUE É DOCUMENTÁRIO?, ministrado por Rafael Valles, será pautado pela apresentação e análise dos gêneros que constituem o cinema documentário, se concentrando nas suas particularidades e paradigmas, que serão responsáveis por se aproximar de uma definição sobre a especificidade da prática documental frente às demais produções audiovisuais.

NÃO É NECESSÁRIO NENHUM PRÉ-REQUISITO PARA PARTICIPAR DESTA ATIVIDADE.
O CURSO É ABERTO A TODOS OS INTERESSADOS NO TEMA.

OBJETIVOS
  • Delimitar a especificidade do Cinema Documentário frente às demais práticas cinematográficas;
  • Expor os diferentes gêneros e suas respectivas características que terminam por definir o que é Documentário;
  • Refletir sobre os diferentes enfoques contidos na representação da realidade dentro do âmbito do cinema documentário;
  • Analisar a relação e os conflitos existentes entre o Documentário e a Ficção, que terminam por expandir as fronteiras da produção audiovisual contemporânea.

METODOLOGIA E CONTEÚDOS
Os encontros serão realizados através da exposição de conceitos e análise dos gêneros quem compõem o Cinema Documentário. Serão também exibidos fragmentos de Documentários e analisados alguns realizadores em especial, que de alguma forma definem e ampliem as definições de cada um dos gêneros do Documentário.
Documentário EXPOSITIVO
Desde Nanook, O Esquimó (1922, de Robert Flaherty o documentário se tornou popularmente conhecido pelo seu caráter expositivo, onde está pautado pelo princípio de expor uma realidade, o cotidiano de um personagem, de um espaço ou um determinado grupo de pessoas. Gênero dominante no documentário ao longo de décadas, ainda vigente, embora mais relacionado à linguagem televisiva.


Documentário OBSERVACIONAL
Surgido nos EUA na década de 60, através do que se chamou como Cinema Direto, praticado por realizadores norte americanos como Robert Drew, Frederik Wiseman, D. A. Pennebaker, este gênero possui a velha máxima de ser uma "mosca na parede", onde o realizador assume uma abordagem mais objetiva, se restringindo a documentar o que acontece frente à câmera, sem uma interação com o que ocorre diante dela. Enquanto proposta narrativa, este gênero está muito relacionado ao cinema de ficção.

Documentário INTERATIVO
Este gênero teve seu marco fundador também na década de 60, através do movimento intitulado Cinema Verdade, tendo o realizador Jean Rouch como seu principal expoente. Surgido como um contraponto ao Cinema Direto, este gênero se propõe a "precipitar uma segunda realidade", onde esta termina por surgir através da interação entre o realizador e seu objeto de registro. Gênero que depois terminou se tornando muito utilizado dentro do Documentário através do recurso narrativo das entrevistas, o Documentário Interativo no entanto se tornou complexo pela abordagem subjetiva que possui, questionando o próprio sentido do registrar " a realidade como ela é".

Documentário REFLEXIVO
Este gênero se consolida no Documentário a partir de uma posição de crise no Documentário Expositivo, à medida em que questiona a própria objetividade na representação da realidade. Através de uma busca mais poética e ensaística, onde o realizador se torna o catalisador do seu objeto de registro, este gênero é o que mais revela o ponto de vista do realizador frente àquilo que registra.

Ministrante: Rafael Valles
Jornalista com Mestrado em Cinema Documentário pela Fundación Universidad del Cine (FUC), em Buenos Aires (Argentina). Diretor cinematográfico com trabalhos exibidos e premiados em Festivais e Mostras no Brasil e Argentina (Amélia e PippoMemória de um SombreroSalvadorRojo). Pesquisador com estudos na área do audiovisual, com ênfase no Cinema Documentário. Palestrante e conferencista em Buenos Aires e Porto Alegre, com temas como "Cinema Novo" e "Cinema Documental Brasileiro".

"Curso de Férias"
"O QUE É DOCUMENTÁRIO?"
de Rafael Valles


Data
07 e 08 / Janeiro / 2015 (quarta e quinta)
Horário
19h30 às 22h
Local
Centro Cultural CEEE Erico Verissimo
(Rua dos Andradas, 1223 - Porto Alegre - RS)

Investimento
R$ 50,00
Formas de pagamento
Depósito bancário / Cartão de Crédito (PagSeguro)
Material
Certificado de participação e Apostila (arquivo em PDF)

Informações
cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 9320-2714
Inscrições
Realização
Cine UM Produtora Cultural

Patrocínio

Editora Aleph

Apoio Cultural
Centro Cultural CEEE Erico Verissimo

Parceria
Espaço Vídeo

Apoio de Divulgação
Rádio Putzgrila 

Cine UM
Produtora Cultural

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Cine Especial: Cinema Marginal Brasileiro: Parte 3

Na minha ultima participação desse ano, dentro dos cursos de cinema elaborados pelo Cena Um (dias 11 e 12 de dezembro), o assunto será sobre o Cinema Marginal Brasileiro, que será ministrado pelo jornalista Leonardo Bomfim. Enquanto a atividade não chega, estarei por aqui postando sobre os principais filmes desse movimento que bateu de frente com a censura da ditadura da época.

BANG BANG 

Sinopse:Nas palavras de um dos personagens “Era uma vez três bandidos muito maus. Dizia-se que um deles era a mãe dos outros, mas nada se sabia ao certo. Roubavam tudo, matavam tudo, comiam tudo. Mas isso também não se sabia ao certo”.
Experimental, confuso, desconexo, dinâmico, alucinado. O filme de  Andrea Tonacci esbanja planos sequências de longa duração que, quase sempre, não estão diretamente relacionados com o plano anterior ou seguinte. Um espectador desatento poderia até pensar que não existe relação alguma, o que não estaria de todo errado. O grande segredo de Bang Bang, para mim, é justamente esse caos narrativo. A história é o que menos importa, e Tonacci deixa isso bem claro no final quando pela primeira vez a “mãe” dos ladrões começa contar a história do filme, mas é interrompida por uma torta sem remetente. O destinatário é claro: a todos aqueles que precisam e procuram uma narrativa transparente. Para eles o diretor manda uma torta, a la Gordo e Magro ou os Três Patetas.

Hitler 3º Mundo 

Sinopse: Paranoia, culpa, desejo frustrado, miséria e tecnologia no país subdesenvolvido. Narrativa fragmentária, enquadramentos distorcidos, gritos e ruídos. O nazismo toma conta da cidade de São Paulo: prisão e tortura de revolucionários, um samurai perdido no caos, amantes trancafiados, o ditador e sua corja de bárbaros conservadores. 
"Clássico do Cinema Marginal dirigido por José Agrippino de Paula em 1968. Antimperialista, antifascista, antiditatorial, alucinante em som e imagem do começo ao fim: um filme único na história do cinema. Direção, fotografia e som excepcionais. Filme raro de se encontrar, mas que pude assisti-lo pelo youtube. 

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Cine Curiosidade: PERSONAGENS DE BOB ESPONJA APARECEM COMO SUPER-HERÓIS EM NOVOS CARTAZES DO FILME

Os novos cartazes do filme “Bob Esponja: Um herói fora D´água”, da Paramount Pictures, mostram Bob Esponja e sua turma em versão super-herói. Dirigido por Paul Tibbitt, o ‘live action’ é baseado na série “Bob Esponja Calça Quadrada”, criada por Stephen Hillenburg. Antonio Banderas, Tom Kenny, Clancy Brown, Rodger Bumpass, Bill Fagerbakke, Carolyn Lawrence e Douglas Lawrence integram o elenco. No novo filme, que estreia no Brasil em 5 de fevereiro de 2015, o invertebrado mais famoso do fundo do mar vem à superfície para viver a maior aventura de sua vida.
Descrição: assinaturaEZ-poa-lucianna

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Cine Especial: Cinema Marginal Brasileiro: Parte 2



Na minha ultima participação desse ano, dentro dos cursos de cinema elaborados pelo Cena Um (dias 11 e 12 de dezembro), o assunto será sobre o Cinema Marginal Brasileiro, que será ministrado pelo jornalista Leonardo Bomfim. Enquanto a atividade não chega, estarei por aqui postando sobre os principais filmes desse movimento que bateu de frente com a censura da ditadura da época.

A Margem 


Sinopse: Inspirado em acontecimentos reais publicados em jornais popularescos, o filme aborda o dia-a-dia da população pobre que vive às margens do rio Tietê: prostitutas, cafetões, deficientes mentais, aleijados, tipos desesperados que aguardam a barca do inferno.

Em 1967, Ozualdo Candeias sacudiu o cinema nacional com A Margem. O filme foi fracasso de bilheteria, mas sucesso absoluto de crítica e, até hoje, só faz crescer em cada reavaliação. Ao focalizar sua história de excluídos às margens do rio Tietê, em São Paulo, o cineasta escalou Valéria Vidal, que não tinha experiência como atriz, para um dos personagens principais do filme. E a atriz marcou para sempre não só o filme, mas toda a cinematografia brasileira - como esquecer sua prostituta e seu sonho do casamento de véu e grinalda? Por sua interpretação, Valéria Vidal ganhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante pelo Instituto Nacional de Cinema de 1967, que também premiou o diretor e a música de Luiz Chaves. A atriz recebeu também menção honrosa no Festival de Brasília.



A Mulher de Todos 


Sinopse: Um fim-de-semana nas praias da Ilha dos Prazeres, para onde viajam Plirtz e sua esposa Ângela Carne e Osso, a mulher dos homens boçais, como ela mesma se define. Ela é casada com um milionário, arrogante, proprietário de inúmeras empresas, dentre elas uma que edita histórias em quadrinhos.


Sem estrutura definida e cheia de personagens tão malucos quanto bizarros do que a protagonista. Há o doutor nazista fã de quadrinhos (feito pelo Jô Soares!) e um toureiro que só se ferra na mão de Ângela  e com personagens disparando frases inacreditáveis de tão impensáveis do que dialogando propriamente, a estética que Sganzerla imprime a cada plano é algo incrível, filmando com a profundidade e noção de quadro de Orson Welles interiores dignos dos filmes mais toscos da era dourada do nosso cinema de sacanagem, uns exteriores anárquicos, e uma movimentação ininterrupta de dar dor de cabeça. Esse filme, particularmente, é um verdadeiro teco na cara tanto dos falsos moralistas quanto dos pseudo liberais, e uma verdadeira saraivada de deboche e sarcasmo impensável na época da ditadura, e mais impensável ainda agora que, mesmo sem a sombra da censura, vivemos numa sociedade politicamente correta demais hoje em dia para se pensar em fazer filme tão experimental em forma e conteúdo assim dentro do cinema de ficção.



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Cine Curiosidade: CINDERELA - FADA MADRINHA - Novo Pôster Nacional



CINDERELA
WALT DISNEY STUDIOS MOTION PICTURES
Site na internet:            
Gênero:                                      Live-action
Classificação indicativa:             A definir
Data de lançamento:        02 de abril de 2015
Duração:                                  A definir 
Elenco:                                    Cate Blanchett, Lily James, Richard Madden, Stellan Skarsgård, Holliday Grainger, Sophie McShera, Derek Jacobi e Helena Bonham-Carter,
Diretor:                                     Kenneth Branagh
Produtores:                               Simon Kinberg, Allison Shearmur, David Barron
Produtores executivos:             Tim Lewis
Roteiro de:                                Chris Weitz                  
                  
A história de Cinderela segue a vida da jovem Ella (Lily James), cujo pai comerciante casa novamente depois que fica viúvo de sua mãe. Ansiosa para apoiar o adorado pai, Ella recebe bem a madrasta (Cate Blanchett) e suas filhas, Anastasia (Holliday Grainger) e Drisella (Sophie McShera), na casa da família. Mas quando o pai de Ella falece inesperadamente, ela se vê à mercê de uma nova família cruel e invejosa. Relegada à posição de empregada da família, a jovem sempre coberta de cinzas, que passou a ser chamada de Cinderela, bem que poderia ter começado a perder a esperança. Mas, apesar da crueldade a que fora submetida, Ella está determinada a honrar as palavras de sua falecida mãe e “ter coragem de ser gentil”. Ela não cederá ao desespero nem aos que a maltratam. E depois tem o belo estranho que ela conhece na floresta. Sem saber que, na verdade, trata-se de um príncipe, não um mero aprendiz do Palácio, Ella finalmente sente que encontrou uma boa alma. Parece que sua sorte está prestes a mudar quando o Palácio envia um convite aberto a todas as donzelas do reino para ir a um baile, aumentando as esperanças de Ella de encontrar novamente o encantador Kit (Richard Madden). Infelizmente, sua madrasta a proíbe de ir ao baile e, impiedosamente, rasga seu vestido. Mas, como em todo bom conto de fadas, surge ajuda, e uma gentil mendiga (Helena Bonham-Carter) aparece e – armada com uma abóbora e alguns ratinhos – muda a vida de Cinderela para sempre.
SINOPSE RESUMIDA:
 Um filme live-action inspirado no clássico conto de fadas, Cinderela dá vida às eternas imagens da obra de arte de animação de 1950 da Disney com seus personagens reais em um espetáculo deslumbrante para uma geração inteiramente nova.

assinaturaEZ-poa-luciana

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Cine Especial: Cinema Marginal Brasileiro: Parte 1




 Na minha ultima participação desse ano, dentro dos cursos de cinema elaborados pelo Cena Um (dias 11 e 12 de dezembro), o assunto será sobre o Cinema Marginal Brasileiro, que será ministrado pelo jornalista Leonardo Bomfim. Enquanto a atividade não chega, estarei por aqui postando sobre os principais filmes desse movimento que bateu de frente com a censura da ditadura da época.

O BANDIDO DA LUZ VERMELHA 


Sinopse: Jorge, um assaltante de residências de São Paulo, apelidado pela imprensa de "Bandido da Luz Vermelha", desconcerta a polícia ao utilizar técnicas peculiares de ação. Sempre auxiliado por uma lanterna vermelha, ele possui as vítimas, tem longos diálogos com elas e protagoniza fugas ousadas para depois gastar o fruto do roubo de maneira extravagante.

Rogério Sganzerla, em seu segundo trabalho como diretor (o primeiro foi o curta Documentário de 1966) realiza um filme surpreendente, usando e abusando com o mito da crônica policial paulistana dos anos 60. Seu filme é uma espécie de “faroeste do terceiro mundo”, caótico e desconexo.  Com sua linguagem visual muito a frente do seu tempo, O Bandido da Luz Vermelha pode ser visto como o ponto de transição entre a estética do Cinema Novo (influenciado pela nouvelle vague do cinema francês) e a ruptura do Cinema Marginal. Um clássico inesquecível e que foi relembrado novamente, graças à sua sequência, intitulada  Luz das Trevas.

 

Matou a família e foi ao cinema



Sinopse: Rapaz da classe média mata a navalhadas o pai e a mãe e vai assistir ao filme "Perdidas de Amor", no qual um homem mata uma mulher por amor. Ao mesmo tempo, duas jovens se amam e uma delas mata a mãe que as critica; o marido mata a mulher que reclama das dificuldades financeiras.

Matou a família e foi ao cinema (1969), de Júlio Bressane, definitivamente é  uma das obras mais importantes da historia do nosso cinema brasileiro. Com um talento incomum, o diretor consegue fazer o filme oscilar, o tempo todo e de uma forma bem perigosa, entre o  drama, o clichê e o sublime, a vida cotidiana e um olhar pessoal na intimidade dos personagens  que, no entanto, jamais são desvendados por completo.
Os planos, melancólicos, aliado a uma impressionante fotografia em  preto-e-branco,  lembram muito mais o cinema mudo, do que o tão conhecido  nouvelles vagues francês daquele período. A montagem mistura as tramas  ao longo do filme, fazendo o espectador assistir por um momento uma trama, para então ser jogado em outra sem mais nem menos, exigindo maior atenção para aquele que assiste. 
Um filme corajoso em pleno regime da ditadura militar do Brasil, pois retrata um pouco a  desorganização da moral cotidiana, de destruição da família e a falta de afeto, mantêm seu impacto e sua emoção. Não tanto pelo registro histórico ou pela clarividência sociológica, mas pelo visionarismo cinematográfico do diretor, que foi capaz de transformar um argumento de base naturalista e melodramática numa das mais belas tragédias brasileiras.

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