Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Sinopse:Documentário
registrou em 2013 momentos do lado de fora do estádio do Morumbi em São Paulo.
Tudo para acompanhar centenas de fãs da cantora Beyoncé, que chegaram a passar
dois meses acampados na fila para tentar conferir o show da diva na primeira
fila.
Às vezes é difícil explicar
de que maneira nasce uma admiração por alguém que talvez nunca venha a conhecer
pessoalmente. De tempos em tempos, sempre surge alguém do meio do cinema ou da
música que consegue o feito de atrair milhares de seguidores graças ao seu
trabalho e do qual esses seguidores se identificam em maior ou menor grau. Waiting
for B. registra um grupo de jovens que amam a cantora Beyoncé ao estremo, ao
ponto de não excitarem de cantarem, se vestirem e se parecerem com ela, mesmo
que somente em alguma ocasião especifica.
Dirigido por Paulo
Cesar Toledo e Abigail Spindel, acompanhamos alguns eventos que antecederam o
show da cantora Beyoncé do qual ocorreu no estádio Morumbi em São Paulo em 2013.
O caso que esses eventos ocorrem justamente no lado de fora do estádio, onde os
documentaristas registram o dia a dia de um grupo de fãs que decidiram acampar
dois meses antes do show, para assim então conseguir o melhor lugar na frente
do palco. Nesse meio tempo, conhecemos um pouco sobre cada um e as motivações que
levam a querer fazer esse sacrifício pelo ídolo.
Embora o assunto seja
Beyoncé, o documentário a coloca em segundo plano, dando lugar então aos seus
fãs e onde cada um tem uma história para contar no decorrer do tempo. A conversa
entre eles no acampamento é bem diversificada, onde debatem, por exemplo, a
teoria de que maioria dos fãs da cantora seja gays. Isso acaba gerando debate
para outros assuntos, desde a intolerância, aceitação e ter o direito de
esbravejar e não ter vergonha de gostar de algo ou alguém ao extremo.
Um dos meus momentos
preferidos do documentário, por exemplo, é quando eles revezam durante o
acampamento, para então fazer alguma coisa em casa ou trabalhar durante o dia.
É divertido constatarmos a expressão dos pais de alguns deles, onde eles
simplesmente não entendem as motivações dos seus filhos, mas ao mesmo tempo
aceitam de bom grado. Ao mesmo tempo em que existe esse clima de divertido, há também
espaço para desabafo de alguns deles por terem sofrido preconceito vindo de até
mesmo de pessoas próximas no decorrer da vida.
Com pouco mais de uma
hora de duração, Waiting for B. é um divertido e humano documentário sobre pessoas
comuns, mas que agem das maneiras mais imprevisíveis em nome dos seus ídolos do
universo pop.
Estopô Balaio
Sinopse:No bairro
Jardim Romano, em São Paulo, a população sofre com enchentes. Ele é cortado
pelo rio Tietê e em 2010, o lugar ficou debaixo d ́água por três meses. Em meio
às dificuldades, um grupo de pessoas se reúne para montar um grupo artístico, o
Coletivo Estopô Balaio. Nele, os artistas realizam espetáculos para entreter os
moradores.
Nos dias atuais, dos
quais a divulgação está sendo cada vez mais rápida graças à internet, é bom
saber que há pessoas que pensam rápido e usam os recursos tecnológicos para
divulgar o que o governo, por vezes, esconde do povo em geral. Quando uma jovem
mãe vê uma enchente de proporções arrasadoras invadindo a sua residência, imediatamente
ela usa o seu celular para registrar o fatídico dia. Com a colaboração de um
jovem cineasta, a idéia ganha forma e se tornando um documentário, onde registra
a luta desses moradores perante a falta de recursos que deveriam vir do governo
para contornar tal situação.
Dirigido Cristiano
Burlan, o documentário registra o dia a dia e depoimentos dos morados do Jardim
Romano de São Paulo que, de tempos em tempos, sofre com as enchentes que arrasam
as suas casas. Além de conhecermos alguns dessas pessoas que convivem com isso,
o documentário registra o nascimento de um grupo artístico, o ColetivoEstopô
Balaio. A intenção do grupo é fazer espetáculos para entreter os moradores, mas
ao mesmo tempo, fazer uma crítica com a situação das quais eles se encontram.
O filme ganha pontos
ao testemunharmos depoimentos de pessoas que falam do horror que é enfrentar a ganância
do governo em querer varrer para debaixo do tapete a situação do qual eles se
encontram. Ao invés de ajudar, a prefeitura chega ao ápice do absurdo em querer
demolidor uma casa com um trator, mas é impedido pela própria moradora que não
arredou do local e impedindo tamanho absurdo. Esse e outros relatos é o que dão
forma para esse documentário, do qual explora as raízes de alguns dos moradores
e fazendo a gente compreender que, não foi à intenção deles em morarem numa
situação de risco, mas devido a circunstâncias vindas da vida e que não dá
muita opção de escolha.
Embora de curta
duração Estopô Balaio não é somente o retrato de um lugar, mas sim de inúmeros em
nosso Brasil e que, infelizmente, tende o número cada vez aumentar mais.
Nos dias 11 e 12 de
março eu estarei participando do curso de cinema Ettore Scola: Um Cineasta
Muito Especial, criado pelo Cine Um e ministrado pela pesquisadora e professora
nas áreas de Análise, Teoria, Crítica e História do Cinema Fatimarlei
Lunardelli. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei falar um
pouco desse cineasta que, através dos seus filmes, soube prestar homenagem ao
melhor da história do cinema Italiano e do seu próprio país.
O Baile (1983)
Sinopse: Um filme que
mostra as transformações sociais e culturais na França dos anos 1930 à 1980 em
um único salão de baile, onde pessoas se encontram e se relacionam.
Personagens que
dançam e que, dançando, fazem uma retrospectiva dos principais fatos que têm
início nos anos 30 e termina no fim do Baile nos anos 80. Os períodos são
destacados por fotos em preto e branco. Nenhuma palavra é dita, toda a leitura
é efetuada pela movimentação corporal dos atores. O diálogo corporal é
completamente tocante, não há como não se emocionar, sentir profundamente com a
narrativa genial do Baile.
Os períodos
históricos vão se desenrolando ao som das músicas e nos movimentos da dança. O
cenário não muda, é o salão amplo e bem iluminado onde toda a história se desenrola
ao som de diversos ritmos. Conhecemos então a história da França nos anos 30; a
ascensão da classe trabalhadora; a ocupação nazista durante a 2a. Guerra
Mundial; a libertação da França pelas forças aliadas; a musicalidade de Glenn
Muller; a chegada do Rock n'roll; o movimento estudantil; o brilho estonteante
dos anos 70.
É um filme para se
assistir inúmeras vezes, pela riqueza de detalhes e pelas sutilezas que
desfilam por toda a narrativa.
A Família (1987)
Sinopse: Carlo, um
intelectual, narra a história de sua família de 1906 a 1986. Ele teve um
relacionamento controverso com duas mulheres, as irmãs Adriana e Beatrice. Ele
se casa com a segunda, embora seja apaixonado pela primeira. A história vai do
batismo de Carlo até seus 80 anos, quando ele, professor universitário, se
aposenta.
Difícil não se maravilhar
com esse filme. O filme A Família prega pela delicadeza em diversas maneiras. Nas suas cenas,
com movimentos de câmera pensados e nos seus planos subjetivos, como quando Beatrice
toma o seu chá, paparicando com Carlo, e quando sua irmã, Adriana, faz o mesmo,
dessa vez em uma roda de dança.
É delicado, também,
nas transformações físicas e psicológicas de seus personagens. São passagens de
tempo que fazem ratificar que a vida é assim mesmo, passa que a gente nem
sente. E os personagens, são naturais, banais, tal como nós. E estão sujeitos a
encontros e desencontros, erros e acertos, certeza e dúvidas.