Nos dias 11 e 12 de
março eu estarei participando do curso de cinema Ettore Scola: Um Cineasta
Muito Especial, criado pelo Cine Um e ministrado pela pesquisadora e professora
nas áreas de Análise, Teoria, Crítica e História do Cinema Fatimarlei
Lunardelli. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei falar um
pouco desse cineasta que, através dos seus filmes, soube prestar homenagem ao
melhor da história do cinema Italiano e do seu próprio país.
O Baile (1983)
Sinopse: Um filme que
mostra as transformações sociais e culturais na França dos anos 1930 à 1980 em
um único salão de baile, onde pessoas se encontram e se relacionam.
Personagens que
dançam e que, dançando, fazem uma retrospectiva dos principais fatos que têm
início nos anos 30 e termina no fim do Baile nos anos 80. Os períodos são
destacados por fotos em preto e branco. Nenhuma palavra é dita, toda a leitura
é efetuada pela movimentação corporal dos atores. O diálogo corporal é
completamente tocante, não há como não se emocionar, sentir profundamente com a
narrativa genial do Baile.
Os períodos
históricos vão se desenrolando ao som das músicas e nos movimentos da dança. O
cenário não muda, é o salão amplo e bem iluminado onde toda a história se desenrola
ao som de diversos ritmos. Conhecemos então a história da França nos anos 30; a
ascensão da classe trabalhadora; a ocupação nazista durante a 2a. Guerra
Mundial; a libertação da França pelas forças aliadas; a musicalidade de Glenn
Muller; a chegada do Rock n'roll; o movimento estudantil; o brilho estonteante
dos anos 70.
É um filme para se
assistir inúmeras vezes, pela riqueza de detalhes e pelas sutilezas que
desfilam por toda a narrativa.
A Família (1987)
Sinopse: Carlo, um
intelectual, narra a história de sua família de 1906 a 1986. Ele teve um
relacionamento controverso com duas mulheres, as irmãs Adriana e Beatrice. Ele
se casa com a segunda, embora seja apaixonado pela primeira. A história vai do
batismo de Carlo até seus 80 anos, quando ele, professor universitário, se
aposenta.
Difícil não se maravilhar
com esse filme. O filme A Família prega pela delicadeza em diversas maneiras. Nas suas cenas,
com movimentos de câmera pensados e nos seus planos subjetivos, como quando Beatrice
toma o seu chá, paparicando com Carlo, e quando sua irmã, Adriana, faz o mesmo,
dessa vez em uma roda de dança.
É delicado, também,
nas transformações físicas e psicológicas de seus personagens. São passagens de
tempo que fazem ratificar que a vida é assim mesmo, passa que a gente nem
sente. E os personagens, são naturais, banais, tal como nós. E estão sujeitos a
encontros e desencontros, erros e acertos, certeza e dúvidas.
Inscrições para atividade cliquem aqui.
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