Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom


Sinopse: Documentário que tem como pano de fundo os conflitos na Ucrânia, no período de 2013 e 2014 - principalmente as manifestações dos movimentos estudantis.
 



Ano passado eu havia assistido a um documentário do cineasta Sergei Loznitsa, intitulado Maïdan na Usina do Gasômetro, sobre uma manifestação pacifica dos ucranianos contra o seu próprio governo. O que ninguém imaginava é que esse movimento pacífico viria a se tornar uma verdadeira guerra civil, onde os cidadãos tiveram que virar praticamente soltados, contra policiais fortemente armados e obedecendo as ordens de um presidente que fingia que não via o que estava acontecendo. Diferente desse que eu vi no ano passado, onde a câmera na maioria das vezes ficava sempre no alto, Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom nos coloca no meio do conflito, onde acabamos nos deparando com intolerância, sangue e até mesmo morte.
Dirigido por Evgeny Afineevsky, o filme não perde tempo em tentar explicar o do por que ter começado tudo isso, sendo que, rapidamente é explicado no início da projeção, para logo em seguida nos colocar em meio à situação. É preciso dar palmas para aqueles que registraram tamanhas atrocidades que crianças, jovens e pessoas mais velhas passaram em mais de três meses de protestos contra o governo. A câmera em muitas vezes para friamente para registrar policias armados e espancando um cidadão idoso e sem nenhuma arma para se defender.
Uma vez que as manifestações se tornam um campo de guerra, em uma das principais praças da capital Ucraniana, se tem a criação então de um cenário de guerra, onde o sangue se mistura com a neve e o inferno toma conta da terra. Raramente se vê imagens tão chocantes como essas, onde as pessoas mais sensíveis com certeza irão recuar o rosto. As cenas de pessoas sendo mortas, unicamente porque prestaram atendimento médico para ajudar outra, é desde já um dos momentos mais estarrecedores do gênero documentário.
Durante esse percurso, ficamos conhecendo alguns personagens, como no caso de um menino que decide lutar pelo seu futuro e pelo seu próximo. Mesmo quando os adultos mandam ele se afastar, a câmera logo o registra desobedecendo e batendo de frente contra os policiais. Ele, portanto, nada mais é do que uma representação do futuro da Ucrânia que, se vê ameaçada, perante a criação de leis absurdas para conter os cidadãos.
No ato final, se percebe que ambos os lados se encontram cansados e, por vezes, se dão conta que a violência e morte já perderam todo o sentido. Tudo que resta é carregar os feridos, enterrar os mortos, mas ao mesmo tempo registrar os crimes contra a humanidade que aconteceram por lá. Embora o terror tenha se apoderado das vidas daqueles cidadãos naqueles meses, o final pelo menos dá uma luz de esperança para o futuro, mas isso não tira a dor daqueles que perderam muito. 
Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom é documentário não somente chocante, como também um registro de como é possível que, determinadas atrocidades do homem, como o holocausto, por exemplo, podem vir a nascer novamente no nosso mundo atual e cabe então força do povo para que isso não venha mais acontecer.    


 Me sigam no Facebook, twitter e Google+

Cine Dica: TARANTINO EM DESTAQUE

Curso sobre o cultuado cineasta que, irá ocorrer esse mês em Porto Alegre, foi destaque no Jornal do Comércio de Hoje.

    Me sigam no Facebook, twitter e Google+

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo:



What Happened, Miss Simone?



Sinopse: A vida da cantora, pianista e ativista Nina Simone (1933-2003). Usando gravações inéditas, imagens raras, diários, cartas e entrevistas com pessoas próximas a ela, o documentário faz um retrato de uma das artistas mais incompreendidas de todos os tempos. 

Entre os anos 60 e 70, os EUA por pouco não entrou numa nova guerra civil, já que em inúmeros estados aconteceu uma onda de protestos pelos direitos civis. Desse quadro, a comunidade negra é a que mais se destacou, em busca de seus direitos, respeito e na tentativa de serem considerados iguais entre a comunidade branca. Em meio a isso, surgiram pessoas importantes para liderarem essas pessoas, mas entre o meio artístico, surgiu Nina Simone que, com sua voz poderosa, alcançou aqueles que se sentiam acuados perante o preconceito.
Vinda de uma família humilde, Simone já demonstrava vocação pela musica desde pequena, mas foi somente na adolescência que as portas para o sucesso começaram a se abrir para ela. O documentário começa com Simone se apresentando num show, para logo sabermos que ela se encontrava em exílio e, para sabermos do porque disso ter acontecido, o documentário nos apresenta uma minuciosa investigação sobre a sua vida pessoal, artística e política.
Assim como inúmeros artistas dessa área, Simone cantava de acordo com que sentia, mas gradualmente se dedicou cada vez mais em defesa do seu povo através de suas musicas. Infelizmente era um período turbulento, onde não bastava protestar, seja com musicas ou gritos, como também encarar o preconceito sem sentido de frente. Simone lutou, esbravejou, mas tanto a sua carreira como a sua luta lhe fizeram despertar um lado feroz de sua pessoa, da qual ninguém compreendia, a não ser ela mesma. 
What Happened, Miss Simone? é um retrato de uma pessoa, cujo o corpo quase se entregou, em meio a intolerância que infecta o mundo, mas que graças a sua força de vontade e talento que falaram mais alto.   

     
Cartel Land



 Sinopse: O documentário coloca questões políticas e pessoas através dos vigilantes dos dois lado da fronteira entre EUA e México que lutam contra os ferozer cartéis de drogas mexicanos. Com acesso sem precendentes, o documentário profundos questionamentos sobre a ilegalidade, a quebra da ordem e se os cidadão podem combater violência com violência.


Esta coprodução entre Estados Unidos e México, do qual nos apresenta o tráfico de drogas na fronteira entre o México e EUA, retrata os três lados dessa guerra: os traficantes que fazem e vendem as drogas como sustento; a polícia que arrisca a sua vida todos os dias e a milícia que, decide se armar, e lutar na guerra por conta própria para então defender os vilarejos afetados pelo conflito. O interessante está na abordagem desse documentário, onde a câmera simplesmente se adentra em meio aos tiroteios, mortes e até mesmo entre os interrogatórios.
Interessante é observar as reações dos personagens principais da trama, já que cada um deles possui uma história, do porque deles terem entrado nessa guerra, onde certamente cada um busca uma redenção pessoal. Curiosamente, por alguns momentos a presença deles na frente da câmera é tão intensa, que por alguns instantes achamos que determinadas situações são encenadas. A cena em que um policial interroga um suspeito dentro de uma viatura é intensa e nos deixa apreensivo pelo pior que pode acontecer.
Um retrato cru de uma guerra sem fim e que poderia ser facilmente encerrada se ambos os governos tomassem medidas mais rígidas contra o trafico ou simplesmente legalizassem de uma vez o que movimenta os piões desse jogo de xadrez sangrento. 



 Me sigam no Facebook, twitter e Google+

Cine Dicas: Estreias do final de semana (04/02/16)



A Escolha

 

Sinopse: Gabby Holland (Teresa Palmer) acaba de se mudar para uma vizinhança e tem Travis Parker (Benjamin Walker) morando ao lado. A princípio, os dois não se dão bem. Mas logo, uma situação força os vizinhos a tentarem se dar bem e o amor pede passagem nesse improvável romance.  


Epa, Cadê o Noé?

 

Sinopse: É o fim do mundo. Uma enchente está chegando. Para a felicidade de Dave e seu filho, Finny, que são da raça Nestrians, uma arca foi construída para salvar todos os animais. Mas, infelizmente, os Nestrians não são permitidos.
  

Filho de Saul

 

Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, Saul Ausländer (Géza Röhrig) é um dos prisioneiros do campo de extermínio de Auschwitz. Saul é responsável pela cremação dos corpos dos outros judeus e ele acredita que um dos cadáveres é de seu filho e, dessa forma, luta para escapar de lá para dar um fim digno ao corpo.


 

O Regresso

 

Sinopse: No século 19, o explorador Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) comanda uma ação no rio Missouri. No local ele acaba sendo atacado por um urso. Em vez de ajudarem, os trabalhadores que o acompanhavam o deixam à própria sorte e ainda roubam os pertences de Glass. Para a surpresa do grupo, o explorador sobreviveu e ele está sedento por vingança.
  

Tirando o Atraso

 

Sinopse: O ex-general do exército Dick Kelly (Robert De Niro) está velho, mas não está morto. Ele é um homem pervertido que planeja muita badalação com mulheres quando viaja até a Flórida com seu neto Jack (Zac Efron).


 Me sigam no Facebook, twitter e Google+

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: AMY



Sinopse: Documentário conta a história da cantora inglesa Amy Winehouse. Mostrando o ponto de vista da estrela, o filme revela imagens de arquivo inéditas, além de canções que não chegaram a ser lançadas. Amy despontou em 2006 com seu segundo álbum, "Back to Black", mas teve uma vida marcada por problemas com bebidas e drogas. Em 23 de julho de 2011, a cantora foi encontrada morta em sua casa, no bairro de Camden Town, em Londres. A morte, aos 27 anos, foi acidental por ingestão de álcool após um período de abstinência.

 

Nunca me esqueço quando eu assisti o documentário de Senna, pois não estava vendo somente a vida e a carreira do piloto, como também a sua ida gradual para o calvário. Asif Kapadia conseguiu fazer com que eu tivesse a sensação de ter levado um verdadeiro soco no estômago, pois mesmo eu sabendo do destino trágico que Senna teria, até o momento fatídico é uma verdadeira angustia, mesmo a gente assistindo aos maiores triunfos do piloto no decorrer disso. Asif Kapadia é habilidoso nas escolhas precisas de cenas para emocionar a pessoa que assiste aos seus documentários e aqui em Amy o resultado chega a ser tão bom quanto o documentário estrelado pelo piloto brasileiro.
O documentário nos brinda com inúmeras cenas de arquivos, mostrando a jovem Amy Winehouse, de sua infância, juventude, desejo pela música, auge do sucesso, decadência, até a sua morte precoce. As primeiras cenas a gente vê uma Amy cheia de vida, descontraída e com sede para alcançar os seus objetivos. De uma simples paixão pela música, gradualmente percebemos que ela nasceu para isso, pois uma vez em que ela soltava a sua voz, as pessoas em volta, como a sua família, por exemplo, paravam o que faziam para ouvi-la.
É claro que não demorou muito para as gravadoras perceberem o seu potencial e as chances de cantar em shows e lançar o seu cd (Back to Black) era questão de tempo. Acima de tudo, Asif Kapadia gosta de mostrar o lado humano de Amy, uma garota baladeira, cheia de energia, mas ao mesmo tempo com interesse de receber sempre um carinho ou um aconchego do seu próximo. Crescendo numa vida em que os seus pais eram separados, claramente se percebe que Amy sempre desejou o amor vindo do seu pai, nem que para isso fizesse dele o seu próprio empresário.
Ao mesmo tempo em que, isso os aproximou, fez com que a gente questione as reais intenções do seu pai, mas o cineasta Kapadia nunca o rotula como o vilão da história, mas sim deixa para que a gente tire as nossas próprias conclusões. Isso acontece também nas escolhas que Amy vai tomando em sua vida e do qual a gente vai assistindo por aqui. Ficamos deslumbrados pelo seu talento ao vermos, por exemplo, em cenas de gravação de estúdio, onde ela criaria os seus maiores sucessos.  
Porém, ao questionarmos quando ela se envolve com pessoas, dos quais nós também tiramos as nossas próprias conclusões sobre elas, mas que diferentes do pai de Amy, são muito mais fáceis de serem tachados como os “homens da perdição” da cantora. Curiosamente, na primeira hora de filme, nós ouvimos Amy falar, dar as suas opiniões e fazer as coisas corriqueiras do seu dia a dia. Mas quando o sucesso lhe alcança, gradualmente a sua voz é deixada para trás e dando lugar somente a imagem da Amy que a conhecemos em seus shows.
Portanto o cineasta deixa mais do que claro a sua visão com relação à Amy: de uma garota talentosa devido a sua voz, imediatamente ela foi sendo remodelada pelos engravatados da música para encher os seus cofres e fazendo dela uma entidade dessa arte. Logicamente Amy nasceu para esse estrelado, mas ela talvez não estivesse pronta para os altos e baixos que essa vida lhe iria trazer.
Sucessos nas paradas, recorde de vendas, convites para fazer show em outros países e inúmeros prêmios que ela foi ganhando no decorrer dos anos e que fizeram dela ser reconhecida por todo mundo. Do sucesso meteórico, nós percebemos que Amy não consegue dar conta do recado, o que faz cair no universo das bebidas e das drogas, ao ponto dela se tornar o principal alvo da mídia. Asif Kapadia não poupa em cenas em que mostra apresentadores fazendo piada sobre os escândalos de Amy, ou quando reportes a todo o momento ficam perseguindo a cantora nas ruas para tirarem fotos dela em situações constrangedoras.
Mesmo com apoio de até mesmo de seus ídolos como Tony Beneti, percebemos que Amy se encontra num estagio do qual ela se encontra insegura e com o desejo de se desprender do mundo do qual ela vive. Quando se acha que ela vai voltar aos trilhos, logo ela mesma faz com que o trem descarrile. A cena em que ela vai para um show cantar, mas logo em seguida desiste, e agindo de uma forma fora do normal, talvez ali seja considerado o seu último canto do cisne.
Tudo que talvez Amy quisesse naqueles momentos fosse uma vida normal, onde estaria curtindo apenas os seus amigos e família dos quais ela sempre se dedicou a ficar próximo. Não deixa de ser tocante ao ouvirmos uma gravação, da qual é um telefonema de Amy ligando para uma de suas melhores amigas e desejar estar ao lado dela para ter um dia de felicidade. Infelizmente, devido à saúde debilitada, Amy foi encontrada morta no dia seguinte em sua casa e não conseguindo a paz que ela estava querendo obter naquele momento e deixando órfãos inúmeros fãs que a idolatraram.
Com pouco mais de duas horas de projeção, Amy é um documentário, não somente sobre o auge e a queda de um ícone da música, como também sobre uma pessoa humana, cheia de dons e falhas e que a gente iria simpatizar facilmente com ela. 


 Me sigam no Facebook, twitter e Google+