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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Cine Dica: Mostra Alemã e “Kunhã Karaí e as Narrativas da Terra”

 Mostra de cinema celebra o bicentenário da imigração alemã no Brasil

Até 30 de setembro, a Sala Redenção, em parceria com o Goethe-Institut Porto Alegre, exibe a mostra “Identidades em deslocamento: migrações na Alemanha contemporânea”. A programação celebra os 200 anos da imigração alemã no Brasil e propõe uma reflexão sobre o processo migratório na Alemanha moderna. A sessão de “Exílio” (2020), nesta terça-feira, às 19h, é seguida de debate com o professor Nilo Piana de Castro, doutor em Ciência Política pela UFRGS. Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

Sala Redenção exibe o premiado “Kunhã Karaí e as Narrativas da Terra”

Nesta quinta-feira, dia 19, às 19h, o cinema da UFRGS recebe sessão única do documentário nacional “Kunhã Karaí e as Narrativas da Terra” (2022). O longa retrata trajetórias de mulheres indígenas brasileiras, cujas lutas são marcadas pela conexão com a memória ancestral de seus territórios. A exibição é seguida de conversa com a diretora, Paola Mallmann. Haverá arrecadação de alimentos, além de exposição e venda de artesanatos. A entrada é gratuita.Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

domingo, 15 de setembro de 2024

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'A Língua das Mariposas'

Sinopse: O mundo do pequeno Moncho estava se transformando: começando na escola, vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola, 

Muitos filmes retratam determinado ponto da história de acordo com a perspectiva e olhar inocente de uma criança. No clássico "A Vida é Bela" (1997), por exemplo, vemos o personagem de Roberto Benigni usar todos os métodos fantasiosos para que o seu filho não possa testemunhar os horrores do holocausto. Já "A Língua das Mariposas" (1999) vemos a transição da inocência de um menino para o conhecimento e para que o mesmo tivesse uma noção sobre horror da guerra que estaria vindo.

Dirigido por José Luís Cuerda, o filme retrata a realidade do pequeno Moncho, começando pela escola, como vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola. Antes disso, porém, o menino adquire conhecimento através do seu professor republicano e através dele obterá um conhecimento até então inédito sobre o seu próprio mundo.

Assim como o já citado filme de Roberto Benigni, aqui vemos a curiosidade do pequeno personagem através do seu olhar, onde vemos ele ter contato pela primeira vez com relação aos mais diversos tipos de amor, assim como também a beleza da natureza que não pode ser vista ao olho nu. Porém, José Luís Cuerda procura retratar um jovem que não esconde a sua curiosidade, mas ao mesmo tempo sua frustração com relação a certas coisas que antes mesmo ele desconhecia. Ao mesmo tempo, ele precisa amadurecer, por vezes, de forma precoce e compreender melhor o mundo dos adultos em que vive.

Embora seja uma trama que sirva de prelúdio com relação a Guerra Civil Espanhola, o filme não tem pressa em revelar a sombra deste conflito, mas sim retratar pessoas com opiniões distintas uma da outra com relação a política, mas que na maioria das vezes vivem em harmonia.  Por conta disso, conhecemos a faceta distinta de cada um, desde um professor de mente aberta, como também os pais do menino que possui pensamentos diferentes com relação a igreja. Enquanto a mãe se posiciona de forma conservadora com relação a religião e política, por outro lado, o pai age de forma crítica com relação ao estado e o sistema religioso e o que faz dele se diferenciar dos demais adultos dentro da história.

Com algumas pitadas de humor, o filme também possui passagens até mesmo pesadas para o olhar de uma criança, mas que faz com que a mesma compreenda o lado sombrio do ser humano e que por vezes age somente por extinto. Os livros, por sua vez, se tornam peça central para abertura de uma nova janela para o pequeno protagonista, mesmo quando a sombra da guerra comece a dominar o local em que ele vive e fazendo com que ele tome certas decisões precocemente. Portanto, a cena final com ele se torna poderosa, porém, bastante ambígua, pois ou ele está jogando tudo fora com relação ao que ele havia aprendido desde então, ou guardando para si o conhecimento e se defendendo para que o mesmo não seja arrancado em meio ao conflito que está vindo.

"A Língua das Mariposas" é sobre a perda da inocência de uma criança perante o conflito político, mas obtendo uma nova janela para conhecer até então um desconhecido mundo.   

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Cine Dica: Estreia da restauração de Um é Pouco, Dois é Bom

 Cinemateca Capitólio estreia na próxima semana a nova cópia do primeiro longa-metragem restaurado de seu acervo 

 No próximo dia 17 de setembro, às 20h, a Cinemateca Capitólio apresenta pela primeira vez ao público gaúcho a longamente aguardada restauração em 4K do clássico do cinema gaúcho Um é Pouco, Dois é Bom (1970), de Odilon Lopez (1941-2002), primeiro longa assinado por um diretor negro no Rio Grande do Sul. O projeto de restauração digital de Um é Pouco, Dois é Bom foi viabilizado através de uma parceria entre a Cinemateca Capitólio, a Indeterminações, plataforma de crítica e cinema negro brasileiro, e a Mnemosine Serviços Audiovisuais, e contou ainda com o apoio do Itaú Cultural. O filme é produzido, roteirizado, protagonizado e dirigido por Odilon Lopez e tem diálogos assinados por um jovem Luis Fernando Verissimo, então ainda em início de carreira. Dividido em dois episódios, “Com... um Pouquinho de Sorte”, protagonizado por Araci Esteves e Carlos Carvalho, e “Vida Nova... por Acaso”, em que Odilon Lopez é o protagonista ao lado de Francisco Silva, o filme equilibra drama e humor para falar das desigualdades do país durante a ditadura militar, além de trazer uma abordagem pioneira sobre o racismo.

A estreia da restauração digital de Um é Pouco, Dois é Bom aconteceu no 13º Olhar de Cinema, em Curitiba, no último mês de junho. O filme integrou a seção Olhares Clássicos deste que é um dos eventos cinematográficos mais prestigiados do Brasil. Na ocasião, Gabriel Borges, um dos diretores artísticos do festival, destacou que “na história do casal Jorge e Maria ou na jornada pelas desventuras dos cativantes Magrão e Crioulo, o cineasta adentra, pelo particular, o debate de questões sociais, como o racismo e a marginalização cíclica de seus personagens, neste que é o primeiro longa-metragem dirigido por uma pessoa negra no Sul do Brasil”. Além da exibição, o filme de Odilon Lopez foi objeto de uma mesa de debate no festival paranaense, que contou com a participação de Vanessa Lopez (filha de Odilon Lopez), Lorenna Rocha e Gabriel Araújo (da Indeterminações), Debora Butruce (responsável pela restauração) e Marcus Mello (representando a Cinemateca Capitólio). Desde então, o filme já tem convites para exibições em Lisboa, em Londres, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

 

A restauração digital

O processo de restauração digital em 4K de Um é Pouco, Dois é Bom se deu a partir dos negativos originais de imagem e som em 35mm do filme, que se encontram depositados em perfeito estado de conservação na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Até o momento, apenas a segunda parte do filme, formado por dois episódios, estava disponível (digitalizada em baixa resolução em 2006 pelo ator, diretor e produtor Zózimo Bulbul), limitando o conhecimento da obra em sua integralidade. O primeiro episódio, protagonizado por Araci Esteves e Carlos Carvalho e visto por muito poucos espectadores, agora poderá ser assistido e certamente surpreenderá os espectadores pela contundência de sua crítica ao milagre econômico brasileiro.

O cotejo dos negativos com a única cópia positiva em 35mm ainda disponível do filme, depositada desde 2017 no acervo da Cinemateca Capitólio, possibilitou a descoberta de material inédito, com sequências mais longas e planos nunca antes vistos. Devido ao excelente estado de conservação do material, também foi possível recuperar a exuberância de suas cores.

A digitalização em 4K de Um é Pouco, Dois é Bom foi realizada no laboratório da Link Digital, no Rio de Janeiro, O trabalho teve a supervisão de Debora Butruce, conceituada profissional da área da preservação audiovisual, responsável pela restauração de obras importantes do cinema brasileiro como Rainha Diaba, A Hora da Estrela e Os Mucker.


Serviço:

Exibição da cópia restaurada de Um é Pouco, Dois é Bom, de Odilon Lopez

Data: 17 de setembro de 2024

Hora: 20h

Local: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085)

Entrada gratuita (retirada de ingressos a partir das 19h)

Lotação: 164 lugares

Cine Dica: "A Piscina" na tela do Cineclube Torres

 Em homenagem ao Alain Delon, "A Piscina" na tela do Cineclube Torres, na segunda-feira dia 16 de setembro, às 20h.

Alain Delon, recentemente falecido, foi um ícone cinematográfica mundial, fascinando com a sua beleza grandes cineastas e público, dando nome a produtos como roupas, perfumes, óculos e, claro, cigarros, que sempre o acompanharam dentro e fora das telas. No filme “A Piscina” (1969), de Jacques Deray, ele retornou a fazer par com a sua ex-noiva, Romy Schneider, e a contracenar com Maurice Ronet, com quem protagonizou anos antes "O sol por testemunha", outro suspense clássico, que os franceses apelidam de “polar”.

Jean-Paul (A. Delon) e Marianne (R. Schneider) formam um casal ideal de férias numa opulenta mansão em Saint-Tropez, Costa Azul. A serenidade reina até a chegada de dois visitantes, um antigo amante da dona da casa, Harry (M. Ronet), e sua filha Penelope, interpretada pela Jane Birkin, desencadeando jogos cruzados de sedução e instaurando um perigoso clima de disputa.

E assim a perfeição do amor e dos corpos bronzeados no sol paradisíaco de Saint-Tropez acaba por desmoronar dramaticamente à beira da piscina. O filme garantiu a quarta maior bilheteria na França no ano do seu lançamento e recentemente voltou a ganhar popularidade com o lançamento de um remake pelo diretor italiano Luca Guadagnino, "A Bigger Splash". A dupla Jacques Deray e Alain Delon, como diretor e ator, na esteira deste sucesso, se repetiu em mais oito filmes.

A sessão, com entrada franca, integra a programação continuada realizada nas segundas feiras, na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.

“A Piscina” | de Jacques Deray | França | 1969 | 2h 02min

Serviço: 

O que: Exibição do filme “A Piscina”, integrado no ciclo “Cortinas de Fumaça”.

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, na escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres 

Quando: Segunda-feira, dia 16/09, às 20h.

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).

Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Cine Especial: Revisitando 'FANTASIA'

Walt Disney era uma pessoa a frente do seu tempo, onde as suas ideias eram, por vezes, esnobadas pelos grandes estúdios e sendo rotulado como louco. Quando ele lançou a ideia de adaptar o conto de fadas "A Branca de Neve e os Sete Anos" (1937) em um longa-metragem de animação ele foi imediatamente acusado como insano, pois até aquela época desenhos eram destinados somente para curtas metragens. Porém, a sua visão autoral falou mais alto, o filme foi lançado e obtendo um enorme sucesso de público, crítica e obtendo os mais diversos prêmios.

O sucesso foi tão grande que o seu estúdio acabou obtendo recursos necessários para alimentar outras ideias do realizador para que elas saíssem de sua prancheta de desenhos. Amante de música clássica, ele imaginou como seria elas sendo apresentadas com desenhos que se casassem com cada letra que era tocada. O resultado é então "Fantasia" (1940), talvez uma das maiores obras primas do estúdio e do realizador, mas tendo alto preço a se pagar.

O filme como um todo foi um projeto de ambicioso. Ao fazer a união entre animação e música erudita e ainda tentar recuperar a popularidade de seu personagem mais importante do seu estúdio, que era Mickey Mouse, do qual a sua popularidade estava se perdendo ao longo dos anos. A ideia inicial era de um curta protagonizado pelo personagem clássico, intitulado "O Aprendiz de Feiticeiro". Porém, isso acabou se expandindo e se transformou no que hoje conhecemos como "Fantasia", longa composto por oito segmentos independentes em que as animações são acompanhadas de obras primas de Beethoven (Sexta Sinfonia, também conhecida como Pastoral), entre outros. A regência ficou a cargo do maestro inglês Leopold Stokowsku.

As oito histórias são variadas. Vão desde a reinvenção das quatro estações do ano até a teoria da revolução, passando por mitos gregos, balé, demônios a noite de Halloween, uma procissão religiosa e as desventuras do aprendiz vivido por Mickey. Vale destacar que a conclusão do longa reproduz a série de composições de Mussorgsky, "Uma Noite no Monte Calvo". Até mesmo para os dias de hoje essa passagem é conhecida como a mais sombria e adulta do estúdio, pois o amedrontador Demônio visto na montanha é realmente assustador. Porém, tudo é suavizado com a clássica "Ave Maria" de Franz Schubert, da qual sintetiza o resultado infinito do embate entre o bem e o mal e do qual a luz sempre prevalecerá.

Tanta ambição não foi o suficiente para transformar o longa em um sucesso, tendo sido considerado pela crítica e público pretensioso e enfadonho na época. O fracasso e o alto custo de produção sepultaram os planos dos estúdios Disney de realizar um relançamento de "Fantasia" a cada ano, trazendo sempre uma nova sequência. O filme foi o primeiro da história a utilizar a tecnologia estereofônica, em que o som é dividido em canais.

Apesar do fracasso no seu lançamento, o filme foi gradualmente ganhando o seu prestigio em cada relançamento e ganhando o seu público na década de sessenta. O filme ganhou 2 Oscars honorários, em virtude do trabalho inovador feito no filme. No ano 2000, um novo longa metragem trouxe novos números entrelaçados com divertidos contos que, além do retorno do clássico "Aprendiz de Feiticeiros", temos a introdução de Pato Donald na passagem "Marchas de Pompa e Circunstância", onde o personagem é ajudante de Noé e na missão de reunir todos os animais do mundo para entrar na Arca e sobreviverem perante o diluvio.

Embora esse novo capítulo não possua o mesmo impacto do clássico, o filme acabou servindo para uma nova geração conhecer a música clássica e, logicamente, ter interesse de conhecer o longa de 1940. Revisto hoje é de se impressionar como Disney obteve tamanho feito, em uma época em que o preconceito perante os desenhos animados era muito maior e sendo que esse público sempre acreditava que essa arte era feita somente para crianças. Ao meu ver, Disney sempre enxergou animação não como um gênero, mas sim como outra forma de arte para se contar histórias e neste caso foi pioneiro em todos os sentidos.

"Fantasia" é a maior obra prima dos estúdios Disney, ao ser um projeto ambicioso, a frente do seu tempo e que teve a coragem de convidar o público a conhecer a verdadeira magia através de belas músicas. 

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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Motel Destino'

Sinopse: Após um esquema criminoso fracassado, Harold se refugia em um Motel. O problema que algo de estranho acontece por lá.  

Karim Aïnouz é um cineasta brasileiro que conseguiu construir uma filmografia onde se explorava personagens comuns perante uma realidade complexa e, por vezes, implacável. No ótimo "A Vida Invisível" (2019), por exemplo, testemunhamos duas irmãs unidas desde sempre, mas que se veem separadas devido ao sistema patriarcado vindo do homem. "Motel Destino" (2024) se inicia através de laços de sangue sendo cortados e iniciando uma jornada complexa e perigosa ao longo do percurso.

Na trama, conhecemos Heraldo (Iago Xavier), um jovem de origem humilde que chega ao Motel Destino e transforma radicalmente a vida dos que ali habitam. O motel, administrado pelo complexo Elias (Fábio Assunção) e sua esposa Dayana (Nataly Rocha), torna-se o palco onde a realidade brasileira e suas vidas se interligam. Porém, Heraldo, é perseguido por uma gangue, e ao mesmo tempo sofrendo pela perda precoce do seu irmão.

É interessante observar que a trama em si poderia ser utilizada em qualquer parte do mundo, sendo até mesmo inserida ao subgênero "noir" que teve o seu auge na década de trinta no cinema norte americano. Porém, tudo é moldado pela cultura, cores e costumes do universo do Seara, onde existe uma mistura entre a velhas tradições e o domínio de novos sistemas que surgem por lá, seja ele legal ou ilegal. Neste cenário, Haroldo procura se encaixar, mas dando de encontro com uma realidade dura e por vezes implacáveis demais para se viver.

Karim Aïnouz cria uma curiosa análise sobre o significado da palavra destino, onde basta um passo em falso para a pessoa adentrar em um labirinto cheio de perigos e onde pode correr o risco de não voltar por onde havia começado. No motel onde será o principal cenário dos eventos que seguirão, o realizador faz uma curiosa analise sobre o voyeurismo, onde os personagens principais ficam curiosos com que acontece em cada quarto daquele ambiente, mas quase sempre não vemos o que ocorre. Há, porém, um uso incessante do recurso do som, onde os gemidos e gritos de prazeres são espalhados no local e fazendo a gente se perguntar se há realmente o ato sexual acontecendo em cada recinto, ou algo mais que não pode ser visto.

O cineasta responde isso através de pequenas coisas, desde aos pênis de borracha jogados no local, como também aparição de uma cobra viva na banheira. Por outro lado, a partir do momento em que Harold e Dayana começam a ter relações sexuais acabamos sendo testemunhas do nascimento de algo perigoso e que pode leva-los ao beco sem saída. Isso é sentido principalmente por termos uma noção da personalidade forte de Elias e sendo interpretado de forma magnética por Fábio Assunção.

Galã nos anos noventa em novelas pela Rede Globo, Assunção viveu se recuperando nos últimos anos de problemas pessoais e aqui ele obtém a sua melhor redenção ao construir um personagem imprevisível, cujo seus atos ressoam fortemente e fazendo que os personagens em sua volta temam pelas suas ações inconsequentes. Já Iago Xavier, por sua vez, nos passa em seu Harold um personagem que passou por poucas e boas em sua vida, mas não escondendo certa inocência principalmente em eventos que antecedem a morte de seu irmão. Após essa perda, ao que parece a situação que ele começa se envolver se torna um último teste pera ele continuar nesta realidade ou desistir dela.

Já Nataly Rocha constrói para a sua personagem um ar de ambiguidade com relação as suas ações, desde ao fato de estar casada com Elias, mas também se envolvendo sexualmente com Harold e fazendo a gente se perguntar se isso é paixão ou interesse obscuro. A dúvida fica também com relação ao próprio Motel, do qual se torna uma espécie de outro personagem em movimento, cuja as cores vão mudando de acordo com os eventos que vão acontecendo e tendo somente uma noção a partir do que estamos ouvindo. Curiosamente, o filme me fez relembrar do premiado "Zona de Interesse" (2023), onde assistimos as ações dos protagonistas, mas a gente tendo somente uma ideia com relação ao som que ocorre em volta.

Uma vez que os sentimentos e os prazeres se tornam cada vez mais insustentáveis, o ato final procura nos transmitir um ar mais claustrofóbico e fazendo a gente se perguntar o que irá acontecer em seguida. Ao final, constatamos que a realidade é mais absurda do que qualquer ficção e estar vivo mesmo não tendo nada consigo já é por si só um grande alívio. Ao meu ver, Karim Aïnouz procura desconstruir a figura do homem em um ser frágil, do qual a qualquer momento pode ser quebrado, mas que basta mudar a sua direção para obter então um novo começo.

"Motel Destino" é o retrato de uma geração perdida que aceita qualquer mudança de percurso, mesmo quando algumas se tornam extremamente perigosas para dizer o mínimo.  

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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (12/09/24)

 NÃO FALE O MAL

Sinopse: Quando uma família americana é convidada a passar o fim de semana na idílica cassa de campo de uma charmosa família britânica, com quem fizeram amizade nas férias, o que começa como um feriado dos sonhos logo se transforma em um assustador e paralisante pesadelo psicológico.


SILVIO

Sinopse: Além de felicidade, um baú também pode guardar muitos segredos. Baseado em fatos reais, Silvio Santos (Rodrigo Faro) relembra sua história de vida e revela acontecimentos dos bastidores que nunca foram mostrados.


PROIBIDO A CÃES E ITALIANOS

Sinopse: A jornada de uma família italiana que deixa sua terra natal em busca de uma vida melhor no Brasil. Com uma narrativa envolvente e visuais deslumbrantes, o filme retrata as dificuldades enfrentadas, os laços familiares e a rica herança cultural que os imigrantes trouxeram consigo.

FANTASMA

Sinopse: José H., é o ladrão de banco mais bem-sucedido e famoso da história do Chile. Ele conseguiu roubar 20 filiais durante seis anos sem deixar vestígios. Por ter sido bancário, sabia encontrar pequenas falhas no sistema que o tornava vulnerável e aproveitou-se delas com engenho, sem recorrer à violência. 

MEU AMIGO PINGUIM

Sinopse: Com direção de David Schurmann, o longa-metragem é um conto de amizade entre um pai solitário e um pequeno pinguim perdido, que recarrega seu espírito e cura sua família com uma lealdade inabalável que atravessa o oceano.


MEU CASULO DE DRYWALL

Sinopse: Tudo começa em uma grande festa numa cobertura para completar os 17 anos de Virgínia, mas conforme as relações vão se desenrolando, o perigo de uma tragédia se torna iminente.

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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2024

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

O Bastardo


SALA EDUARDO HIRTZ


13h45 – O ÚLTIMO PUB Assista o trailer aqui.

(The Old Oak – Reino Unido/França/Bélgica, 2023, 114min). Direção de Ken Loach, com Dave Turner, Ebla Mari, Claire Rodgerson. Synapse Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Um vilarejo do condado de Durham, no norte da Inglaterra, sofre com a falta de empregos e uma inevitável decadência depois do fechamento da mina que era a principal referência econômica. Tudo parece piorar quando chegam algumas famílias de refugiados sírios, que não são bem recebidas pelos moradores. T.J. Ballantyne, dono do pub The Old Oak, tenta ser uma espécie de moderador das muitas histórias e conflitos que se desenrolam no lugarejo. Aos 88 anos, o veterano diretor Ken Loach, conhecido por suas tramas humanistas, anunciou que este será seu último filme.


15h45 – BERNADETTE – A MULHER DO PRESIDENTE Assista o trailer aqui.

(Bernadette - França, 2023, 95min). Direção de Léa Domenach, com Catherine Deneuve, Denis Podalydès, Michel Vuillermoz. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Bernadette se casou ainda muito jovem com o então aspirante à política Jacques Chirac (1932-2019) e o ajudou a crescer na carreira: ele foi prefeito de Paris, depois primeiro-ministro e finalmente presidente da França. Mas, como primeira-dama, Bernadette amargou alguns anos no ostracismo – até resolver lutar para conquistar um lugar de destaque no Palácio do Eliseu. O longa de ficção é baseado no documentário “Bernadette Chirac, Memória de uma Mulher Livre”, de Anne Barrère, que foi assessora de comunicação da ex-primeira-dama.


17h30 – MOTEL DESTINO Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2024, 115min). Direção de Karim Aïnouz, com Fábio Assunção, Iago Xavier e Nataly Rocha. Pandora Filmes, 18 anos. Drama.

Sinopse: À beira de uma estrada do litoral cearense, o Motel Destino recebe amantes a qualquer hora do dia. Mas por trás dos seus muros se desenrola uma história de amor, desejo e poder que envolve um rapaz que foge do seu destino, uma mulher presa em um casamento abusivo e um homem prepotente. O longa, que abriu o Festival de Gramado há duas semanas, participou da competição oficial do Festival de Cannes.


19h30 – O BASTARDO - ESTREIA (NOS DIAS 12, 13, 14 E 17) Assista o trailer aqui.

(Bastarden - Alemanha/Dinamarca/Noruega, 127min, 2024). Direção de Nikolaj Arcel, com Mads Mikkelsen, Amanda Collin, Simon Bennebjerg. Pandora Filmes, 16 anos. Drama histórico.

Sinopse: No século XVIII, o capitão Ludvig Kahlen decide explorar o inóspito território da Jutlândia, ao norte da Dinamarca. Ele é um herói de guerra orgulhoso que encara seu projeto com ambição e com a certeza de que somente assim poderá ser reconhecido pelos nobres da alta corte. Além das dificuldades da natureza do lugar, Kahlen ainda terá que enfrentar as ameaças do Frederik De Schinkel, que se considera dono da região. Baseado em um personagem fundamental na história dinamarquesa, o filme é a indicação do país ao Oscar de filme internacional.


19h30 – STOP MAKING SENSE (SOMENTE NOS DIAS 15 E 18) Assista o trailer aqui.

(Estados Unidos, 1984, 90min). Filme-concerto de Jonathan Demme. O2 Play, 12 anos.

Sinopse: O filme, em versão restaurada, captura a energia visceral da banda americana Talking Heads durante um show no Hollywood Pantages Theatre, em 1983. O grupo toca sucessos como "Psycho Killer", "Take Me to the River" e "Once in a Lifetime".


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.


Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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Cine Dica: Sessão Clube de Cinema 14/09: "O Mal Não Existe" na Cinemateca Paulo Amorim


Neste sábado, exibiremos "O Mal Não Existe", o novo filme do cineasta japonês Ryūsuke Hamaguchi, conhecido pelo premiado "Drive My Car", também exibido no Clube de Cinema. A sessão será na Cinemateca Paulo Amorim, às 10h15. 


Seguem as informações:

SESSÃO CLUBE DE CINEMA DE PORTO ALEGRE

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736 - Centro Histórico)

Data: 14/09/2024, sábado

Horário: 10h15


"O Mal Não Existe" (Aku wa sonzai shinai)

Japão, 2024, 106 min, 14 anos

Direção: Ryūsuke Hamaguchi

Elenco: Hitoshi Omika, Ryo Nishikawa, Ryuji Kosaka

Sinopse: Takumi e sua filha Hana vivem em um vilarejo nos arredores de Tóquio, onde a vida é simples e segue os ciclos da natureza. No entanto, o equilíbrio da região é ameaçado quando duas grandes empresas planejam construir um resort de luxo para turistas, trazendo consequências ambientais sérias. O filme foi vencedor do Grande Prêmio do Júri e do Prêmio da Crítica no Festival de Veneza.

Contamos com sua presença. Até sábado!

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 12 A 18 DE SETEMBRO DE 2024

 ESTREIA:

Favela Do Papa

FAVELA DO PAPA

Brasil/ Documentário/2023/76min.

Direção: Marco Antonio Pereira

Sinopse: Através de imagens de arquivo e entrevistas gravadas especialmente para o documentário, Favela do Papa aborda o movimento de resistência dos moradores da Favela do Vidigal contra a ordem de remoção, no final da década de 1970, e a tentativa do Governo de transferir as pessoas para lugares distantes, como Antares. O movimento popular conquistou diversos apoios da sociedade, inclusive da igreja católica (através da Pastoral das Favelas) e de nomes importantes como o jurista Sobral Pinto e o artista Sergio Ricardo. Após três anos de luta, a vitória pela permanência na favela foi coroada com a visita do Papa João Paulo II à comunidade, em 1980. Ele doou seu anel para a capela que foi construída pela comunidade especialmente para recebê-lo. Toda essa história mudou para sempre a política de remoção de moradores das favelas do Rio de Janeiro.


EM CARTAZ:

A METADE DE NÓS

Brasil/Drama/ 2023 / 89min

Direção: Flavio Botelho

Sinopse: Francisca e Carlos lutam para se adaptar à nova realidade após o suicídio do único filho, Felipe. Mergulhados em fantasias, medos e melancolia, cada um a seu modo vivencia experiências radicais. Carlos se muda para o antigo apartamento de Felipe, alienando-se na vida do filho morto. Já Francisca, assombrada pela culpa, dedica-se a desvendar o enigma do suicídio.

Elenco: Cacá Amaral, Denise Weinberg, Kelner Macêdo, Clarice Niskier

MOTEL DESTINO

Brasil/drama/ 2023 /112min.

Direção: Karim Aïnouz

Sinopse: Sob o céu em chamas numa beira de estrada do litoral cearense, o Motel Destino é palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada do jovem Heraldo transforma em definitivo o cotidiano do local.

Elenco: Iago Xavier,Nataly Rocha,Fábio Assunção.


HORÁRIOS DE 12 A 18 DE SETEMBRO (não há sessões nas segundas):

15H: MOTEL DESTINO

17H: A METADE DE NÓS

19H: FAVELA DO PAPA


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.


CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br

C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 12 a 18 de setembro de 2024

O Duelo


PROJETO RAROS NA SEXTA-FEIRA 13

Na sexta-feira, 13 de setembro, às 19h30, uma edição especial do Projeto Raros apresenta dois filmes na Cinemateca Capitólio: O Duelo (1984), irônica e bizarra apropriação do subgênero slasher, com influência de Psicose de Alfred Hitchcock, dirigida pelo iugoslavo Slobodan Šijan, seguida de uma sessão surpresa com um insólito exemplar do horror asiático dos anos 1980 que bebe na fonte de um marco do slasher. Com apresentação do programador Leonardo Bomfim e de Cristian Verardi, idealizador da mostra A Vingança dos Filmes B, a sessão dupla tem entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7627/projeto-raros-especial-o-duelo-filme-surpresa/


MADA E BIA NA SESSÃO AAMICCA

A Associação de Amigas e Amigos da Cinemateca Capitólio (AAMICCA) convida a todas e a todos para a sessão do filme Mada e Bia (Brasil/França, 80minutos, 2024), de Dagmar Talga, com narração de Dira Paes, a ser realizada no sábado, 14 de setembro, às 18h, na Cinemateca Capitólio. Após a exibição do filme, será realizado um debate com a diretora Dagmar Talga, Murilo de Souza (PPGEO/UEG), Salete Carollo (MST), Mauro Kano (Coordenação da Agenda Latino Americana), com a mediação de Leonardo Melgarejo (Coletivo a Cidade que Queremos/Porto Alegre) e apresentação de Katia Barfknecht (AAMICCA). Entrada franca.


Mais informações:  https://www.capitolio.org.br/eventos/7632/sessao-aamicca-mada-e-bia/


FILME DE JACQUES RIVETTE EM SESSÃO ESPECIAL

No domingo, 15 de setembro, às 17h, a Cinemateca Capitólio apresenta a exibição gratuita de Out 1: Espectro, versão reduzida que Jacques Rivette e Suzanne Schiffman produziram a partir do projeto monumental Out 1: Não me Toque, obra radical da Nouvelle Vague francesa concebida no início dos anos 1970. A sessão será apresentada pelo professor e pesquisador Milton do Prado.

Com apoio do Institut Français e da Cinemateca da Embaixada da França, a sessão faz parte da mostra Stroheim, Ouro e Maldição, que segue em cartaz até o dia 18 de setembro.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7561/stroheim-ouro-e-maldicao/


GRADE DE HORÁRIOS

12 a 18 de setembro de 2024


12 de setembro (quinta-feira)

15h – A Grande Ilusão

17h – Ishtar

19h – A Marca do Assassino


13 de setembro (sexta-feira)

15h – Crepúsculo dos Deuses

17h – O Mensageiro do Diabo

19h30 – Projeto Raros Especial Sexta-Feira 13: O Duelo + filme surpresa


14 de setembro (sábado)

15h – Dodeskaden – O Caminho da Vida

18h – Sessão AAMICCA: Mada e Bia


15 de setembro (domingo)

15h – Ishtar

17h – Out 1: Espectro


17 de setembro (terça-feira)

15h – Esposas Ingênuas

17h30 – O Tesouro de Sierra Madre

20h – Um é Pouco, Dois é Bom


18 de setembro (quarta-feira)

15h – Ouro e Maldição

18h – A Boneca do Diabo

19h30 – Tudo é Brasil

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - ‘Mar Adentro’

 Nota: Filme exibido para os associados no dia 31/08/24 

A questão da eutanásia é um assunto delicado, mas que é preciso ser discutido. O cinema, por exemplo, possui diversos filmes em que se explora o assunto, não exatamente a favor, mas cujo determinados longas dê espaço para os prós e contras com relação a questão. Curiosamente, no ano de 2004, "Menina de Ouro", do diretor Clint Eastwood, explorou esse tema com delicadeza em seu ato final e, ao mesmo tempo, surgia "Mar Adentro", do diretor Alejandro Amenábar.

Vencedor dos prêmios Globo de Ouro e o Óscar para melhor filme estrangeiro, o filme foi um sucesso de bilheteria no seu país e no mundo a fora.  Porém, já havia algum tempo que o realizador já merecia algum prêmio, mais precisamente a partir do filme "Abre los ojos" (1997) e que deu origem a versão americana "Vanilla Sky" (2001) do diretor Cameron Crowe. Em território americano, ele realizou "Os Outros" (2001) e apontado por muitos críticos como um dos melhores filmes de horror daquela época.

Porém, adquirir as premiações por "Mar Adentro" não foi uma espécie de reconhecimento tardio, mas sim mais do que merecido ao ser um projeto desafiador e cuja temática nem todos querem tocar nela. A trama fala sobre a eutanásia, sobre o direito de viver com liberdade e morrer com dignidade. Para os desinformados que gostam da possibilidade de falar mal de algo antes de assisti-lo, o filme convida aqueles que são contra e a favor para se fazer uma reflexão ao invés de polemizar.

O desejo de deixar a vida perante as limitações físicas sintetizam a jornada do protagonista, estando preso por três décadas em uma cama. Rámon Sampedro lamenta o próprio desejo de morrer e faz uso, em todos os momentos, de uma lucidez comovente e muito bem construída pelo ator Javier Bardem. Uma das cenas marcantes do filme, pontuada com um toque subtil do gênero fantástico, Rámon sai da cama, atravessa a janela e voa em céu aberto para que, enfim, possa saciar pelo seu maior desejo naquele momento.

O humor ácido se faz presente também na obra como um todo. As diferenças ideológicas e religiosas são ridicularizadas por Aménabar, fazendo com que o protagonista discuta com um padre que se encontra em uma cadeira de rodas e que não consegue subir até o seu quarto para conversar com ele frente a frente. Aliás, é neste tipo de ilustrações que Aménabar ganha pontos. Porque, como dizia no início, se o tema é vulgar, a forma de o abordar assume, em “Mar Adentro”, muitas maneiras diversificadas.

O diretor procura não subir a bandeira com relação ao tema como um todo, mas sim sendo fiel aos fatos, pois afinal a história é verídica. Durante anos, um sujeito espanhol, com o mesmo nome que o protagonista de “Mar Adentro”, tentou obter na Justiça o direito de morrer. Por fim, concebeu um plano para cometer o suicídio. A investigação aberta após a sua morte, em 1998, não chegou a nenhuma conclusão quanto aos responsáveis pelo seu desaparecimento.

No final de contas, o filme funciona com certo mérito no sentido de nos convencer a fazer uma análise profunda e que nos coloca ao lado do protagonista independe de sua escolha. A obra nos toca e por causar uma estranha sensação, mas da qual é distinta se formos comparar com a opinião de outros que forem assistir a obra. "Mar Adentro" é um longa para ser visto e analisado de mente aberta, desde que você consiga deixar de lado por alguns momentos as suas convicções e das quais acreditou ao longo da vida.   

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