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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Cine Especial: Revisitando 'FANTASIA'

Walt Disney era uma pessoa a frente do seu tempo, onde as suas ideias eram, por vezes, esnobadas pelos grandes estúdios e sendo rotulado como louco. Quando ele lançou a ideia de adaptar o conto de fadas "A Branca de Neve e os Sete Anos" (1937) em um longa-metragem de animação ele foi imediatamente acusado como insano, pois até aquela época desenhos eram destinados somente para curtas metragens. Porém, a sua visão autoral falou mais alto, o filme foi lançado e obtendo um enorme sucesso de público, crítica e obtendo os mais diversos prêmios.

O sucesso foi tão grande que o seu estúdio acabou obtendo recursos necessários para alimentar outras ideias do realizador para que elas saíssem de sua prancheta de desenhos. Amante de música clássica, ele imaginou como seria elas sendo apresentadas com desenhos que se casassem com cada letra que era tocada. O resultado é então "Fantasia" (1940), talvez uma das maiores obras primas do estúdio e do realizador, mas tendo alto preço a se pagar.

O filme como um todo foi um projeto de ambicioso. Ao fazer a união entre animação e música erudita e ainda tentar recuperar a popularidade de seu personagem mais importante do seu estúdio, que era Mickey Mouse, do qual a sua popularidade estava se perdendo ao longo dos anos. A ideia inicial era de um curta protagonizado pelo personagem clássico, intitulado "O Aprendiz de Feiticeiro". Porém, isso acabou se expandindo e se transformou no que hoje conhecemos como "Fantasia", longa composto por oito segmentos independentes em que as animações são acompanhadas de obras primas de Beethoven (Sexta Sinfonia, também conhecida como Pastoral), entre outros. A regência ficou a cargo do maestro inglês Leopold Stokowsku.

As oito histórias são variadas. Vão desde a reinvenção das quatro estações do ano até a teoria da revolução, passando por mitos gregos, balé, demônios a noite de Halloween, uma procissão religiosa e as desventuras do aprendiz vivido por Mickey. Vale destacar que a conclusão do longa reproduz a série de composições de Mussorgsky, "Uma Noite no Monte Calvo". Até mesmo para os dias de hoje essa passagem é conhecida como a mais sombria e adulta do estúdio, pois o amedrontador Demônio visto na montanha é realmente assustador. Porém, tudo é suavizado com a clássica "Ave Maria" de Franz Schubert, da qual sintetiza o resultado infinito do embate entre o bem e o mal e do qual a luz sempre prevalecerá.

Tanta ambição não foi o suficiente para transformar o longa em um sucesso, tendo sido considerado pela crítica e público pretensioso e enfadonho na época. O fracasso e o alto custo de produção sepultaram os planos dos estúdios Disney de realizar um relançamento de "Fantasia" a cada ano, trazendo sempre uma nova sequência. O filme foi o primeiro da história a utilizar a tecnologia estereofônica, em que o som é dividido em canais.

Apesar do fracasso no seu lançamento, o filme foi gradualmente ganhando o seu prestigio em cada relançamento e ganhando o seu público na década de sessenta. O filme ganhou 2 Oscars honorários, em virtude do trabalho inovador feito no filme. No ano 2000, um novo longa metragem trouxe novos números entrelaçados com divertidos contos que, além do retorno do clássico "Aprendiz de Feiticeiros", temos a introdução de Pato Donald na passagem "Marchas de Pompa e Circunstância", onde o personagem é ajudante de Noé e na missão de reunir todos os animais do mundo para entrar na Arca e sobreviverem perante o diluvio.

Embora esse novo capítulo não possua o mesmo impacto do clássico, o filme acabou servindo para uma nova geração conhecer a música clássica e, logicamente, ter interesse de conhecer o longa de 1940. Revisto hoje é de se impressionar como Disney obteve tamanho feito, em uma época em que o preconceito perante os desenhos animados era muito maior e sendo que esse público sempre acreditava que essa arte era feita somente para crianças. Ao meu ver, Disney sempre enxergou animação não como um gênero, mas sim como outra forma de arte para se contar histórias e neste caso foi pioneiro em todos os sentidos.

"Fantasia" é a maior obra prima dos estúdios Disney, ao ser um projeto ambicioso, a frente do seu tempo e que teve a coragem de convidar o público a conhecer a verdadeira magia através de belas músicas. 

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