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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Balzac e a Costureirinha Chinesa'

Sobre o Filme:  

Publicado em 1953, o livro “Farenheit 451” de Ray Bradbury é sem sombra de dúvida uma fonte de inspiração para outras obras, da qual nos ensina que não importa o quanto uma política ditatorial possa ser opressora, pois no final das contas os livros sempre nos darão a chance de abrirmos uma nova porta. Portanto, “Balzac e a Costureirinha Chinesa”, publicado em 1999 pelo escritor Dai Sijie não foge da mesma regra, principalmente quando a arte literária invade um local sem recursos, mas fazendo do mesmo se tornar um lugar inesquecível uma vez que os habitantes começam a sonhar por novos caminhos. Já a sua adaptação cinematográfica, "Balzac e a Costureirinha Chinesa" (2001) é bastante fiel a sua fonte original e por isso mesmo se tornando genial.

Dirigido pelo próprio Dai Sijie, o filme conta a história sobre  Luo (Chen Kun) e Ma (Liu Ye), dois jovens de 17 anos que, em plenos anos setenta, vivem na China comandada por Mao Tsé-Tung. Os dois são encarados como sendo inimigos do povo por seus pais serem médicos e dentistas, considerados burgueses reacionários. Luo e Ma são então presos e encaminhados a um "campo de reeducação", em uma vila isolada no Tibet. Todos os livros de Luo são queimados, mas Ma consegue manter seu violino ao alegar que Mozart compunha para o Presidente Mao. No campo eles apenas encontram alívio nas músicas tocadas por Ma e nas histórias narradas por Luo, até que conhecem uma costureirinha (Zhou Xun) por quem ambos se apaixonam.

Obviamente o conto é uma reconstituição das lembranças do escritor que hoje vive na França, mas que jamais se esqueceu do período em que o seu país estava vivendo uma grande metamorfose cultural e política. Embora eu ainda não tenha lido eu creio que o longa seja bastante fiel a sua fonte original, principalmente com relação as passagens em que a dupla central conta os principais contos de Flaubert, Tolstói, Victor Hugo e Balzac e dos quais eles obtiveram através de outro personagem sendo acusado também de ser subversivo. O filme em si é uma bela homenagem com relação a esses escritores, assim como também um pequeno ensinamento sobre o poder do conhecimento mesmo em tempos complexos.

Curiosamente, o triangulo amoroso visto na trama remete alguns clássicos com uma temática semelhante, como no caso de "Jules e Jim - Uma Mulher para Dois" (1962), de François Truffaut, mas obtendo contornos menos trágicos e até mesmo com alguns momentos cômicos no decorrer da narrativa. Entre as restrições nascidas através das velhas tradições, o trio central vai mudando gradativamente na medida em que o tempo passa naquele local e fazendo com que certos sonhos comecem a florar. Porém, todo o sonho tem um desafio e deste mesmo vem as mudanças inevitáveis mesmo quando não desejamos elas.

Ao final constatamos que, infelizmente, o tempo destrói tudo, seja ele orquestrado pela própria natureza ou pela ambição do homem pelo progresso desenfreado. Portanto, ao vermos a dupla central se reunir para se lembrarem daqueles tempos em que eles viviam, se constata que o passado se tornou mais dourado devido ao que haviam sentido e aprendido, enquanto o presente se torna nebuloso, pois o futuro se torna indefinido a partir dos ventos da mudança que vão acontecendo. Ao final, o que resta aos personagens é nadarem pelo passado e voltarem a se sentirem vivos e mais maduros perante ao que está vindo.

"Balzac e a Costureirinha Chinesa" é um delicado romance sobre a transição da inocência para a fase adulta e cuja cultura, política e velhas e novas tradições moldam as pessoas de acordo com os caminhos que irão trilhar.  

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