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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 24 de setembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Último Pub'

Sinopse: O dono de um pub luta para manter seu negócio vivo em uma cidade decante. Quando refugiados começam a ocupar as casas vazias da região, a tensão aumenta e a união dos habitantes locais é colocada à prova. 

Ken Loach já era um dos diretores autorais mais conhecidos do cinema britânico quando assisti ao ótimo Eu, Daniel Blake. Logo em seguida viria o incrível "Você Não Estava Aqui" (2019) e no qual ambos os casos era uma análise angustiante sobre como somos apenas peças de um sistema capitalista ganancioso e do qual somos usados e posteriormente descartados. No caso de "O Último Pub" (2023) ele toca em um assunto ainda mais e espinhoso, universal e do qual o ódio é o principal veneno da desunião entre os povos.

Na trama, TJ Ballantyne (Dave Turner) é um proprietário de um pub que luta para manter seu negócio vivo em um vilarejo do nordeste da Inglaterra, onde as pessoas estão deixando a terra porque as minas em que eles trabalhavam estão fechadas. Após a chegada de refugiados sírios em seu vilarejo, TJ começa ajudar essas pessoas mesmo com o olhar preconceituoso dos seus vizinhos em volta. Entre esses refugiados, TJ conhece uma jovem síria, Yara (Ebla Mari), sendo que uma amizade inesperada surge entre eles e ao mesmo tempo nasce uma ideia para o Pub.

Ken Loach já nos passa uma noção sobre o que será o tema principal do longa nos minutos iniciais da história. Yara chega ao local e começa a tirar fotos, sendo que elas surgem na tela e revelando não somente o cenário principal, como também o preconceito daquelas pessoas ao testemunharem a chegada de imigrantes. Há aqui, portanto, algo bastante irônico para dizer o mínimo, já que boa parte dos que moram ali são descendentes de imigrantes, mas cuja geração atual se encontra afogada por desilusões e frustrações quando se dão conta que os tempos dourados daquele lugar já não existem mais.

TJ talvez seja o único que coloca em prática motivos para o levarem a seguir em frente, já que é assombrado por um passado trágico acontecido em uma das minas. Durante a projeção notamos que ele busca motivações de continuar existindo, principalmente quando começa ajudar Yara e a sua família. Porém, novamente, algo trágico acontece em uma praia, da qual se torna uma peça central da trama e se tornando um dos momentos mais tristes e agonizantes do longa.

Através do seu filme, Ken Loach procura nos passar o quanto é difícil em ter esperança em tempos em que os discursos de ódio acalorados vindo através das pessoas, ou das redes sociais que as mesmas usam, podem prejudicar a vida das pessoas. Ao mesmo tempo, uma vez que os personagens imigrantes se encontram presentes na trama, constatamos o quanto o mundo é cruel uma vez que ele dá as costas para pessoas que perderam tudo em uma guerra inútil, mas cuja as principais potências do mundo não estão interessados em mudar esse quadro. Muito bem interpretada pela atriz Ebla Mari, a personagem Yara sintetiza muito bem isso em um grande desabafo e cuja suas palavras são mais atuais do que nunca em tempos atuais em que estamos vivendo.

Porém, o filme pertente ao personagem TJ, brilhantemente interpretado por Dave Turner e do qual se torna alguém raro daquele lugar ao se preocupar com o próximo e não somente com os problemas financeiros que o aflige. Quando notamos que achamos que ele desistirá de tudo, eis que surge um fio de esperança, mesmo quando ela não se torna a solução para todos os problemas. No final das contas, basta um pequeno gesto para ainda se manter a esperança viva.

"O Último Pub" é um delicado retrato sobre a gerações de ontem e hoje da imigração e das quais precisam de união para seguirem vivas junto com as suas histórias. 

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